A problemática das decisões financeiras: Os objectivos da economia financeira Decisão inter-temporal Instrumentos de apoio à decisão intertemporal Unidade 1 Objectivo da economia financeira Analisar as decisões de alocação de recursos monetários aos processos de produção de bens e de serviços com o fim de maximizar os retornos resultantes da venda do bem (financeiro). Unidade 1 Bem financeiro Activo financeiro : Um direito, materializado por um título, que permite receber num futuro um valor monetário ( é uma reserva de valor e produz ele próprio rendimento). Transacções futuras Futuros, Forwards, OPÇÕES (Direito de realizar uma transacção futura nas condições fixadas na conclusão do contrato) Unidade 1 Objecto da economia financeira Variáveis fundamentais: Decisão no tempo Decisão em risco (incerteza) Unidade 1 Decisão no tempo . comportamento dos agentes de forma individualizada . Consumo e poupança; Aplicação das poupanças Como utilizar a poupança? : compra de factores de produção ou de activos financeiros. Unidade 1 Teoria pura da taxa de juro 1 . Consumo e investimento sem mercado financeiro: - Consumo e poupança em dois momentos diferenciados (ver gráfico 1 e 2 ) - Consumo e investimento (ver gráfico 3) Preferências intertemporais Consumo futuro(t=1) U1 > U2 > U3 U1 U2 U3 Consumo presente(t=0) 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Diferentes preferencias intertemporais Future Consumption (t=1) U1 U2 U3 Consumption Today (t=0) 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Fronteira das possibilidades de produção intertemporal X1 18 13 T(X) 10 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF 20 XO Consumo óptimo sem poupança Future Consumption (t=1) X1 C*1 = X*1 =14 U* C*0 = X*0 =9 Consumption Today (t=0) Xo 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Consumo óptimo sem poupaça O nível óptimo de produção é obtido no ponto de tangência da função de produção e das curvas de indiferença (é o nível mais elevado de utilidade possível). Não havendo possibilidade de pedir emprestado ou de emprestar, a produção é igual ao consumo em ambos os periodos, C*0 = X*0 and C*1 = X*1 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Consumo, poupança , investimento e taxa de juro 1. Modelos de consumo e investimento sem mercado financeiro: . Consumo em dois períodos (C0 e C1) . Função de Produção em dois períodos (X0 e X1) . Rb : taxa marginal de rentabilidade de um indivíduo que investe t0 em X0. Produção optima com mercado financeiro • Escolher um nível de produção em t=0,1 que maximize a riqueza total em t 0 (W0) definido como W**0 = X**0 + X**1 / (1+R) • Então escolher um nível de consumo em cada período (C**0 , C**1) que maximize a utilidade total, dado um nível total de riqueza • Notar que produção e consumo podem não ser coincidentes C**0 X**0 and C**1 X**1 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Optima produção com poupança Future Consumption (t=1) X1 C**1 = 17 14 U** U* U** > U* X**1 = 8 C**0 = 8 9 X**0 = 16 Consumption Today (t=0) Xo 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Produção óptima com poupança • Neste caso, o indivíduo coloca-se na posição de emprestador Isto porque C**0 < X**0 Com efeito, o indivíduo coloca o valor da quantidade não consumida (X **0 - C**0) no banco com o fim de obter um ganho em juros a uma taxa R Se o indivíduo tem preferências diferentes um deles pode-se colocar na posição de pedir emprestado. 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Equilíbrio da taxa de juro Considere dois indivíduos com diferentes preferências intertemporais • Um que pede emprestado e outro que empresta Quem empresta é fornecedor de fundos no mercado e quem pede emprestado sera o procurador de fundos A taxa de juro estabelece o equilíbrio entre procura e oferta de fundos. 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF Produção óptima com pedido de empréstimo Future Consumption (t=1) R1 F1 X**1 C*1 = X*1 C**1 U** U* X**0 C* C**0 0 =X*0 U** > U* Consumption Today (t=0) Io 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF F0 Taxa de juro de equilíbrio Future Consumption (t=1) UL* R1 F1 CL1 Lender X1 Borrower CB1 UB* CL0 X0 CB0 Consumption Today (t=0) I0 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF F0 • • (yo-Co)(1+r) Yo+C1 • Y1+C1 • • c1 • • • Y1 y0-I C0 y0 w0 =yo+y1 (1+r) w* Principio de separação de Fisher 1. com mercado de capitais 05-11-2015 Economia Financeira MEMBF w0 VA w*O Modgliani-Miller e a independência do financiamento A B Periodo o Rendimento período 0 Y0A 0 -Montante do investimento I I - Consumo (idêntico a A e B) Q0 Q0 Saldo financeiro Y0A – I – Q0 > 0 -I – Q0 < 0 Decisão financeira Investir Y0A – I – Q0 Emprestar I + Q0 Periodo 1 Rendimento período 1 0 Y0B + Casflow investimento C1 C1 + Cashflow financeiro (Y0A – I – Q0 ) / (1+r) -(I + Q0)*(1+r) = Consumo (A e B) Q1 = (Y0A – I – Q0 ) * (1+r) Y0B + C1 -(I + Q0)*(1+r) Posição curta em acções e investe tudo em obrigações Q declive =- (vib/vim Rendimentos Má conj (W0/a)*divm Portefólio emprestador ) Q Rendimentos boa conj (W0/a)*divb Mercado completo Carlos Arriaga 21 Aplicação: Instrumentos de apoio à decisão inter-temporal Perguntas a colocar em decisão de investimento: • A decisão está ajustada ao valor temporal do dinheiro? • A decisão encontra-se ajustada ao risco? • A decisão é alicerçada em informação que permita analisar a eventual criação de valor para a empresa? 9-22 Valor Actual Líquido Diferença entre o valor (presente) de mercado de um projecto e o seu custo. Que valor é criado com o desenvolvimento de um projecto? . Primeira etapa: estimar os cash-flows esperados. • Segunda etapa: Considerar os retornos para o nível de risco. do projecto. • Terceira etapa: determinar o valor actual líquido dos cashflows. Analisar com o custo de oportunidade do projecto. 9-23 Exemplo Ao analisar um novo projecto suponha que encontrou os seguintes cash-flows: Ano 0: CF = -165 000 • Ano 1: CF = 63 120; Rendimento líquido (NI) = 13 620 • Ano 2: CF = 70 800; Rendimento líquido (NI) = 3 300 • Ano 3: CF = 91 080; Rendimento líquido (NI) = 29 100 • Valor médio contabilístico = 72 000 A taxa de retorno adaptada ao risco do projecto é de 12%. 9-24 Decisão através do VAL Se o VAL for positivo aceitar o projecto. Se o Val é positivo significa que é esperado que o projecto gere valor acrescentado à empresa e aumente a riqueza dos proprietários. Desde que o objectivo for aumentar a riqueza do proprietário, o val é uma medida directa de como o projecto atinge o objectivo. 9-25 Cálculo do Val (NPV) para o projecto Fórmula: • Val (NPV) = -165 000 + 63 120/(1.12) + 70 800/(1.12)2 + 91 080/(1.12)3 = 12 627.41 Aceitar ou rejeitar o projecto? 9-26 Payback do Projecto Assumir que o projecto é aceite se o “pays back” é efectuado num prazo de dois anos. • Ano 1: 165 000 – 63 120 = 101 880 ainda a recuperar • Ano 2: 101 880 – 70 800 = 31 080 ainda a recuperar • Ano 3: 31 080 – 91 080 = -60 000 o projecto tem o pays back no ano 3 Aceitar ou rejeitar o projecto? 9-27 Cálculo do payback descontado para o projecto Assumir que o projecto é aceite se o “pays back” descontado é efectuado num prazo de dois anos. Calcular o valor presente de cada cashflpw e determinar o periodo de payback utilizando os cashflows descontados • Ano 1: 165 000 – 63 120/1.121 = 108 643 • Ano 2: 108 643 – 70 800/1.122 = 52 202 • Ano 3: 52 202 – 91 080/1.123 = -12 627 pays back no ano 3 Aceitar ou rejeitar o projecto? 9-28 Cálculo do retorno médio contabilístico ( AAR) do projecto Assumir que é requerido um retorno médio contabilístico (AAR) de 25% Rendimento médio líquido: • (13620 + 3300 + 29100) / 3 = 15340 AAR = 15340 / 72000 = .213 = 21.3% Aceitar ou rejeitar o projecto? 9-29 Cálculo da Taxa interna de rentabilidade (IRR) do projecto • -165 000 + 65 120/(1+r) + 70 800/(1+r)^2 + 91 080/(1+r)^3 =0 • -165 000(1+r)^3+ 65 120(1+r)^2+ 70 800(1+r) = -91 080 • (1+r) = 1.16132… • r = 0.1632 • IRR = 16,32% > 12% required return Aceitar ou rejeitar o projecto? 9-30 NPV Profile para o projecto Project 70.000 60.000 IRR = 16,32% 50.000 NPV 40.000 30.000 20.000 10.000 0 -10.000 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22 -20.000 Discount Rate 9-31 Teste de decisão – TIR (IRR) Será que a TIR um bom critério de avaliação do valor? Será que a TIR permite avaliar o risco dos cashflows? Será que a TIR fornece indicação válida sobre o aumento de valor? Devemos considerar a TIR como promeiro elemento de avaliação? 9-32 Exemplo de cashflows não convencionais Suponha um investimento com custo de $90,000 inicial e que gera os seguintes cashflows: • Ano 1: 132 000 • Ano 2: 100 000 • Ano 3: -150 000 A rentabilidade esperada é de 15%. Devemos aceitar ou rejeitar o projecto? 9-33 NPV Profile IRR = 10.11% and 42.66% $4.000,00 $2.000,00 NPV $0,00 ($2.000,00) 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 ($4.000,00) ($6.000,00) ($8.000,00) ($10.000,00) Discount Rate 9-34 Sumário das decisões Se o NPV forpositivo a uma dada taxa de retorno de 15%, o projecto deve ser aceite Com um cálculo normal (calculadora por ex) obtemse uma Tir de f 10.11% o qual deveremos rejeitar o projecto Para evitar o engano deverems verificar se existe ou não cash-flows não convencionais e olhar para os valores de VAL. 9-35 Exemplo de projectos mutuamente exclusivos Periodo Project Project A B 0 -500 -400 A taxa de rentabilidade esperada em ambos os projectos é de 10 %. 1 325 325 Qual projecto aceitar e porquê? 2 325 200 TIR 19.43% 22.17% VAL 64.05 60.74 9-36 NPV Profiles $160,00 IRR for A = 19.43% $140,00 IRR for B = 22.17% $120,00 Crossover Point = 11.8% NPV $100,00 $80,00 A B $60,00 $40,00 $20,00 $0,00 ($20,00) 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 ($40,00) Discount Rate 9-37 TPC Considere um investimento com um custo de $100 000 com um cashflow de $25 000 nos próximos 5 anos. A taxa de rentabilidade esperada é de 9%, e é requerido um payback de 4 anos. • Defina periodo de payback • Defina periodo de payback descontado • Defina VAL • Defina TIR (IRR) • deverá o projecto ser aceite? 9-38 Conclusão O mercado financeiro permitiu dissociar o consumo da produção. Mas a decisão em incerteza veio acrescentar à decisão uma função de utilidade perante a riqueza É possível fazer escolhas atendendo à aleatoriedade dos activos, mas podem acontecer situações de dominância estocástica… (próxima aula)