Projeto “ Euclides da Cunha” Centro UNISAL - Lorena Instituto de Estudos Valeparaibano 2004 Euclides da Cunha - Reprodução da Tela de Portinari Projeto Euclides da Cunha No dia 19 de Outubro de 2004 foi realizado pela Coordenação de Estágios e o Instituto de Estudos Valeparaibano do Centro Unisal de Lorena, o Projeto Euclides da Cunha. Alunos do Curso de História apresentaram aos seus colegas a vida e a obra de Euclides da Cunha, especialmente a sua passagem por Lorena. Euclides da Cunha Vida e Obra Foto- IEV- Unisal Euclides da Cunha (1866 - 1909) Euclides era baixo e franzino. Diferente dos homens de hoje, pelo seu idealismo, alto civismo e dedicação à causa pública. Ao mesmo tempo que era “ o gigantesco autor de “Os Sertões” , era o “ engenheiro modesto, obrigado a consumir dias e dias em lombo de burro, catando pontilhões e bueiras por estas duras estradas e bibocas do interior”.(...) 1866- Euclides da Cunha nasceu em 20 de Janeiro de 1866 na fazenda Saudade em Cantagalo (RJ) . Filho de Manoel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Moreira da Cunha. Com a morte da mãe em 1869 , Euclides então, com três anos, passa a viver com diversos parentes paternos e maternos, tendo sua vida marcada por muitas mudanças, de cidades, escolas e moradias. Foi aluno de Benjamin Constant, que muito o influenciou. Segundo alguns biógrafos, Euclides poetou dos 16 aos 30 anos. Euclides com 10 anos Euclides- 2º soldado da esquerda para a direita Quando jovem, entrou para a escola militar, destacando-se pelos ideais republicanos, é o que mostra o “Episódio do Sabre” : Em 4 de novembro de 1888, o Ministro de guerra Tomás Coelho, em visita a escola militar, é atingido com um tiro no pé... por Euclides Euclides cadete Este ato de indisciplina levou o cadete à prisão, que com a ajuda de alguns amigos, acabou sendo perdoado por D. Pedro II. Teve, porém, cancelada a sua matrícula na escola militar , sendo reintegrado quatro dias após a Proclamação da República. Por fim, Euclides resolveu deixar definitivamente a carreira militar , apresentando-se como engenheiro recém formado, para trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Anna Emília Ribeiro Manoel Affonso (sentado), Solon (centro) e Euclides Filho. Em 10 de setembro de 1890, Euclides casa-se com Anna Emília Ribeiro, filha do Major Frederico Solon Sampaio Ribeiro, com quem tem três filhos, Solon , Euclides Filho e Manoel Afonso. Em 1897, quando vai para São Paulo, é convidado pelo próprio diretor do jornal “Estado de São Paulo” , Júlio de Mesquita , para ser repórter da Guerra de Canudos. Imediatamente, Euclides aceita e tem a oportunidade de ver o final da guerra em 5 de outubro. Quando volta a São Paulo, sensibilizado com a situação do sertanejo, faz a promessa de vingar o extermínio de Canudos. “ Os Sertões” começa a nascer. A cobertura dos derradeiros momentos da Guerra de Canudos “ serei um vingador e terei desempenhado um grande papel na vida, o de advogado dos pobres sertanejos assassinados por uma sociedade pulha e sanguinária ”. ( Carta a Francisco Escobar. Janeiro/ 1902) Em 1898, fixa residência em São José do Rio Pardo por três anos, para reconstruir a ponte que havia desabado, embora no desastre não lhe coubesse culpa, propõe-se pessoalmente a reconstruí-la. Atual Ponte de São José do Rio Pardo, reconstruída por Euclides da Cunha. Em 1901, Euclides é promovido Chefe do 2º Distrito de Obras Públicas de São Paulo. Vai para São Carlos do Pinhal acompanhar a construção do edifício do Fórum local. Euclides em Lorena Foto- IEV- Unisal “ Esta figueira é minha , minha sim, em Lorena. Não é admirável? Pelo menos pretexto para .... muitas saudades e cumprimentos, quem é cordialmente, Euclydes da Cunha Em novembro de 1901 fixa residência em LORENA. Quando Euclides da Cunha veio para Lorena, o Vale do Paraíba ainda era conhecido como Norte de São Paulo. A maior parte de sua população vivia na área rural. Em decorrência da abolição da escravatura ocorreu a desvalorização das propriedades e o trabalho tornou-se escasso. O Ginásio São Joaquim, a Unidade Militar do Exército e a Fábrica de Pólvoras de Piquete contribuíram para que a cidade não se tornasse decadente. Em Lorena, o casal vivia quase isolado, apenas com a presença do filho menor com pouco mais de um ano, pois os dois filhos Sólon (11 a) e Euclides (9 a) passavam todo o tempo no Colégio São Joaquim, embora sua residência ficasse na mesma rua e não distante mais de 30 ou 40 m . Casa onde Euclides morou. Localizada na atual rua Dom Bosco, em frente ao correio. Enquanto esteve em Lorena, Euclides teve seu tempo ocupado com três atividades: engenheiro de obras, escritor e chefe de família. “Continuo na minha engenharia fatigante e errante... Felizmente me acostumei a estudar nos trens de ferro, nos trolys e até a cavalo. É o único meio que tenho de levar para diante esta atividade dupla de chefe de operários e de homens de letras”. ( Carta a José Veríssimo. 12 de junho/ 1903) Foto- IEV- Unisal Escrivaninha de Euclides sala “Euclides”- Unisal - Lorena Foi em LORENA que ele corrigiu e reviu os originais de “Os Sertões” e recebeu o primeiro exemplar da sua obra máxima. Após sua publicação, Euclides retirou-se temeroso e aflito, para os sertões de Silveiras e Cunha, aparecendo oito dias depois em Taubaté, para tomar contato com a realidade, e com 37 anos tornar-se o maior escritor nacional. Partiu de Lorena em novembro 1903 para tomar posse de sua cadeira na Academia Brasileira de Letras. Devido à crise financeira do Estado de São Paulo, foi demitido do cargo que ocupava mudando-se desta cidade. Seus filhos continuavam no Colégio sobre os cuidados da tia. D. Alemena Ribeiro. EUCLIDES ESCRITOR Primeira Edição da Obra “Os Sertões” Dentre suas obras, destacam-se: “Os Sertões” (1902);“Contrastes e confrontos” (1907); “Peru versus Bolívia” (1907); “ À margem da história”(1909); “A conferência Castro Alves e seu tempo “(1907), proferida no Centro Acadêmico XI de Agosto (Faculdade de Direito), de São Paulo. E as obras póstumas Canudos: “ Diário de uma expedição “ (1939) e “Caderneta de Campo” (1975). EUCLIDES ENGENHEIRO Ponte Metálica- bairro Ponte Nova- Lorena Foto- IEV- Unisal Como ENGENHEIRO e funcionário da Secretaria de Obras Públicas do Estado de São Paulo, cuidou do segundo distrito, que compreendia 31 municípios na Serra da Mantiqueira; nas margens do Rio Paraíba; na Serra do Quebra Cangalha e na Serra do Mar (Ubatuba e Caraguatatuba) . Foto- IEV- Unisal São doze PONTES (6 de madeira e 9 metálicas) sobre o Rio Paraíba, nos municípios de Lorena, Santa Branca, Lavrinhas, São José dos Campos e Guaratinguetá- somente a avaliação da resistência da ponte. PONTES DE MADEIRA sobre o Rio Paraibuna. PONTE METÁLICA sobre o Rio Paraitinga. Vinte e um PONTILHÕES sobre o Embaú Mirim e o Quilombo, na estrada para Piquete. Seis OBRAS RODIVIÁRIAS São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão Quatro PRÉDIOS ESCOLARES “Lopes Chaves” - Taubaté “Alfredo Pujol” -Pindamonhangaba ( restaurado e tombado pelo Patrimônio Histórico) “Flamínio Lessa” - Guaratinguetá “Gabriel Prestes-Lorena Seis PRÉDIOS PARA GRUPOS ESCOLARES Sete CADEIAS PÚBLICAS Jacareí, Caçapava, Pindamonhangaba, (desativada entre o ano de 75 e 80), Guaratinguetá, Cunha, Lorena, São José do Barreiro e Silveiras ( Parte superior parecida com um Forte) Em 1904, Euclides viaja para o Amazonas, a serviço do ministro das relações exteriores, para demarcar os limites entre Brasil e o Peru, no Acre. Em maio de 1909, ele presta concurso de Lógica no Colégio Pedro II. Ministra sua primeira aula no dia 12 de agosto e a última 13 de agosto do mesmo ano. Euclides da Cunha a caminho do Alto Purus (1º em pé da esquerda para a direita) No dia 15 de Agosto de 1909, um domingo chuvoso, morre Euclides da Cunha, em conseqüência de uma troca de tiros com o cadete Dilermando de Assis , então amante de sua esposa, na casa deste, onde o casal se abriga, na estrada Real de Santa Cruz . Dilermando de Assis Seu corpo foi velado na Academia Brasileira de Letras, sendo enterrado em 16 de agosto, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro. Foto atual do Mausoléu, onde está enterrado Euclides da Cunha Velório de Euclides- 1909 Referências Bibliográficas ALVES. Henrique L. De Lorena à Imortalidade - Cinqüenta Cartas de Euclides. Revista da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena. Ano 15. 1975. Nº 24. Pág. 95-132. AZEVEDO, Aroldo Edgard. Aspectos de Lorena Imperial. Edição do autor, Lorena, 1854. Euclides da Cunha em Lorena – 1902 a 1903. Palestra em 29/11/1952 por Dr. Gama Rodrigues. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena. EVANGELISTA, José Geraldo. Lorena no século XIX. Governo do estado de São Paulo, São Paulo, 1978. Referências Bibliográficas PASIN, José Luiz. O Outro Euclides da Cunha – O Engenheiro Euclides da Cunha no Vale do Paraíba 1902-1903. Editora Vale Livros, Lorena, 2002. RODRIGUES, Antonio da Gama. Gens Lorenensis. José Olympio Editores, São Paulo, 1956. __________________________. Euclides da Cunha Engenheiro de Obras Públicas no Estado de São Paulo – 1806 a 1904. Editora Particular. São Paulo. 1956. Sites: www.culturabrasil.pro.br/euclides.htm www.valedoparaiba.com.br Centro UNISAL Coordenação de História Elisa Regina T. Sales Coordenação de Estágios Euni Vieira e Silva Universitárias-1º e 2º anos de História Andréia Auxiliadora M. de Paula Elaine Martins B. dos Santos Elisa Cristina da Fonseca Luciana Alves dos Santos Instituto de Estudos Valeparaibano Prof. José Luiz Pasin