Sexta-feira e fim de semana 16, 17 e 18 de maio de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre Política Editora: Paula Coutinho [email protected] Edgar Lisboa RIOCENTRO Justiça comum aceita denúncia contra seis militares de 1964 Newton Cruz, chefe do SNI na época do atentado, é um dos acusados A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra seis agentes do regime militar acusados de envolvimento no atentado do Riocentro, em 30 de abril de 1981. A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal Federal, entendeu que o caso cabe à Justiça comum - e não militar - e que os crimes de tentativa de homicídio, associação em organização criminosa, transporte de explosivos e fraude processual não estão prescritos por terem sido cometidos de forma sistemática e frequente durante a ditadura. A juíza também considerou “crimes contra a humanidade, imprescritíveis”. Terão de responder à ação penal os generais reformados Newton Cruz, Nilton Cerqueira e Edson Sá Rocha; o coronel reformado Wilson Machado; o major reformado Divany Carvalho Barros e o ex-de- legado Cláudio Guerra. “Passados 50 anos do golpe militar de 1964, já não se ignora mais que a prática de tortura e homicídios contra dissidentes políticos naquele período fazia parte de uma política de Estado, conhecida, desejada e coordenada pela mais alta cúpula governamental”, disse a juíza em despacho assinado na terça-feira passada. “Trata-se, ao que tudo indica, de um episódio que deve ser contextualizado, ao menos nesta fase inicial, como parte de uma série de crimes imputados a agentes do Estado no período da ditadura militar brasileira, com o objetivo de atacar a população civil e perseguir dissidentes políticos”, escreveu a juíza. Nesses 33 anos, duas investigações militares foram arquivadas pela Justiça Militar sem que houvesse condenados no episódio. O atentado, que seria atribuído a grupos radicais de esquerda, foi tramado para causar pânico durante show em comemoração ao Dia do Trabalho que reuniu 20 mil pessoas no centro de convenções da zona Oeste do Rio. Porém, o plano fracassou quando uma das bombas explodiu acidentalmente e matou o sargento Guilheme do Rosário e feriu o então capitão Wilson Machado, que estava na mesma missão. Newton Cruz (chefe do Serviço Nacional de Informações na época do atentado), Nilton Cerqueira, Wilson Machado e Cláudio Guerra foram denunciados pelo Grupo Justiça de Transição, do MPF, por tentativa de homicídio, associação criminosa armada e transporte de explosivo. Edson Rocha, por suspeita de associação criminosa armada e Divany Carvalho, por fraude processual. Os procuradores pedem penas de no mínimo 36 anos e perdas de aposentadorias e condecorações. CÂMARA DOS DEPUTADOS Conselho de Ética abre processo contra Luiz Argôlo Repórter Brasília [email protected] Para diminuir a fadiga Um projeto de lei do deputado Jerônimo Goergen (PP) que amplia os direitos trabalhistas de tripulações de aviões está gerando polêmica. Em audiência pública na Comissão de Viação e Transporte da Câmara, aeronautas reclamaram da fadiga que a carga horária atual gera. “Nós temos relatos das próprias empresas, de falhas, erros e incidentes que aconteceram devido à fadiga dos pilotos. Pilotos fatigados cometeram equívocos que a análise verificou se tratar de erros básicos”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Marcelo Ceriotti. Atualmente, as jornadas são de 11 horas para integrante de tripulação simples, de 14 horas para aqueles de tripulação composta, e de 20 horas para quem participa de tripulação de revezamento. Pelo projeto, as jornadas vão variar de acordo com o início da escala de horário, passando a ser de 8 a 11 horas para tripulações simples; de 9 a 14 horas para as compostas; e de 16 horas e 5 minutos a 19 horas e 20 minutos para as de revezamento. Alto índice de stress ZECA RIBEIRO/AGÊNCIA CÂMARA/JC “Como tendência mundial, observamos a flexibilização da maioria das legislações estrangeiras, para que adeque a carga de trabalho dos tripulantes às pesquisas cientificas que comprovam o alto índice de stress e fadiga, os quais atacam os aeronautas nessa nova realidade por que atravessa a aviação, que vem agora utilizar novos e ultrassofisticados equipamentos”, afirmou Jerônimo Goergen (PP, foto). De acordo com ele, até o trânsito das grandes cidades pode ter efeito sobre os pilotos. Subcomissão dos trabalhadores Os deputados Assis Melo (PCdoB), Vicente Candido (PT-SP), Chico Alencar (P-Sol-RJ), Luiz Couto (PT-PB), João Paulo Lima (PT-PE), Rosane Ferreira (PV-PR), Anthony Garotinho (PR-RJ), Evandro Milhomem (PCdoB-AP) e Luiz Carlos (PSDB-AP) querem criar, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara, uma subcomissão para tratar de assuntos da classe trabalhadora. “Atualmente, tramitam na CCJ quase 200 proposições que, de alguma forma, têm alguma importância nas demandas do público referido”, disse Melo. LUIZ MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/DIVULGAÇÃO/JC O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta quinta-feira, um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), citado nas investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março. A representação solicitando a investigação foi enviada pela Mesa Diretora na noite de quarta-feira. O deputado responderá ainda a outro processo com base em uma representação do P-Sol. Neste caso, porém, será necessário um parecer preliminar sobre a admissibilidade. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), pedirá ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que os dois processos tramitem conjuntamente. Ele deve definir, até esta sexta-feira, o relator dos processos entre os três nomes sorteados: César Colnago (PSDB-ES), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Marcos Rogério (PDT-RO). A representação encaminhada pela Mesa tem origem em pedido do PPS. O partido pediu que a Corregedoria analisasse o caso após as notícias de que as investigações da PF mostrariam o deputado pedindo ao doleiro que fizesse pagamentos. A suspeita é de que o doleiro teria enviado recursos ao apartamento 21 Problema patente Presidente do colegiado, Ricardo Izar escolhe relator nesta sexta-feira funcional de Argôlo e feito pagamentos de despesas do deputado. Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostrou ainda que o parlamentar contratou com verba indenizatória a mesma empresa para a qual pediu que o doleiro depositasse dinheiro. A empresa tem três ex-assessores como sócios. O corregedor, Átila Lins (PSD-AM), argumentou em seu parecer que, mesmo o deputado não tendo sido indiciado pela PF, sua conduta não seria compatível com o exercício do mandato e defende a cassação do colega. “A despeito de o investigado não ter sido indiciado em inquérito policial, os fatos rela- tados amoldam-se, em tese, perfeitamente como incompatíveis com o decoro parlamentar”, diz. “Os fatos denunciados, em tese, consubstanciam condutas delituosas, que ofendem os princípios da moralidade, e que desmerecem o mandato parlamentar. Ofendem a imagem do Poder Legislativo”, ressalta. Argôlo não apresentou sua defesa à Corregedoria. Ele solicitou mais prazo para fazer sua manifestação, mas o pedido foi indeferido por Lins. O Conselho de Ética vai agora notificar o parlamentar para que apresente sua defesa nesta instância. O prazo para a conclusão do processo é de 90 dias. O relator da proposta, deputado José Stédile (PSB), deu parecer favorável. “O projeto de lei caminha na direção de dar resposta a um problema patente na aviação comercial, assim considerado tanto por quem atua na atividade como por quem a submete a pesquisa científica: a fadiga dos tripulantes”, afirmou. Ele também chamou atenção ao fato de que as mudanças no setor aéreo não vieram acompanhadas de novas leis trabalhistas. Stédile afirmou que ainda vai buscar consenso com as empresas aéreas para depois colocar o texto em votação. 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