GT- 31: Universidade Latino-americana: interpelações e desafios Coordenadores/as: Walter Hilije Ana María Pérez Anabelle Contreras Daniel Mato Se bem que com orientações e sentidos muito diversos, a América Latina vive uma época de importantes transformações sociais e políticas. As dinâmicas contemporâneas nos diversos países da região são muito dissimiles entre si como para querer identificar um conjunto supostamente exaustivo de características comuns que resulte inquestionável. Não obstante, resulta plausível afirmar que qualquer conjunto desse tipo que se pretenda estabelecer seguramente, entre outros, incluiria alguns que resultam de particular importância para a temática deste GT, a importância de diversos movimentos sociais (de direitos humanos, de mulheres, de diversidade sexual, de povos indígenas, de afrodescendentes, de desocupados, pelo direito à moradia e à terra, grupos sociais com escasso ou nulo acesso aos serviços de saúde e educação, ambientalistas, entre outros), e a crescente importância de sua capacidade para interpelar e formular demandas e propostas às universidades existentes, assim como de avançar na criação de universidades e outros tipos de instituições de educação superior “próprias”, ou seja, pensadas de suas próprias visões de mundo, necessidades educativas e projetos societários. A estes fatores adicionamos que as universidades latino-americanas atualmente existentes constituem um conjunto muito heterogêneo, dentro do qual é possível observar diferenças não só entre países senão também ao interior de cada um deles, onde é necessário distinguir além de entre públicas e privadas, entre comunitárias, indígenas, interculturais, elitistas, confessionais, de caráter federal/nacional ou estatal/provincial, politécnicas, pedagógicas, entre outros tipos de modelos, os quais à sua vez são interpelados de maneira diferencial pelos respectivos Estados (inclusive pelas agências estatais de Ciência e Tecnologia e os Ministérios de Educação), os diversos movimentos sociais e outros setores sociais (empresariais). Da mesma maneira, as universidades estão expostas a pressões econômicas, políticas, socioculturais. Adicionalmente, das que provêm das empresas da mídia, as que promovem certas ideologias de excelência, apelando para isso a “rankings” internacionais que representam certa visão da universidade que não se corresponde necessariamente com a pertinência social dos mesmos. A tudo o anterior se acrescentam as próprias forças que habitam dentro das universidades, com seus próprios discursos e propostas segundo os casos mais ou menos marcadas por orientações que sempre são designadas como cientificistas, extensionistas, democráticas e outras. Este GT visa oferecer um espaço que facilite a visibilização destas e outras formas de interpelação e desafios que hoje experimentam as universidades latinoamericanas, com o objetivo de estimular a troca de ideias a respeito e o desenvolvimento de avanços de elaboração teórica e conhecimentos empíricos, para facilitar o estabelecimento de relações de colaboração mútua entre seus participantes. Da mesma maneira, isto como um espaço de autorreflexão e interpelação a quem em tanto intelectuais e membros ativos a partir do espaço acadêmico, mantêm um papem ante a sociedade e os processos de transformação que circundam a nossa região, caraterizada por uma multiplicidade de saberes e conhecimentos. Descritores: Universidade Latino-americana; movimentos sociais; heterogeneidade; diversidade de modos de conhecimento; produção e uso do conhecimento.