Avaliação de Condições de Segurança Alimentar e Nutricional e as políticas para populações vulneráveis Leonor Maria Pacheco Santos Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome PNAD 2004 SEGURANÇA ALIMENTAR NOS DOMICÍLIOS BRASILEIROS Escala Brasileira de Insegurança Alimentar - EBIA Significado dos conceitos utilizados no âmbito da EBIA • Segurança Alimentar – não há problema de acesso aos alimentos em termos qualitativos ou quantitativos nem preocupação de que os alimentos venham a faltar. • Insegurança Alimentar Leve – preocupação com falta de alimentos no futuro próximo e arranjos domésticos para que os alimentos durem mais. • Insegurança Alimentar Moderada – comprometimento da qualidade da alimentação para manter a quantidade necessária. Neste nível inicia-se a redução da quantidade de alimentos entre os adultos. • Insegurança grave – restrição da quantidade de alimentos, levando à situação de fome entre adultos e crianças. • Fome – condição definida como uma sensação de ansiedade e desconforto provocada pela falta de comida Prevalência de situação de segurança alimentar em domicílios particulares, por situação do domicílio - Brasil 2004. 66,7 65,2 56,5 16 12,3 6,5 17,4 15,8 11,4 17 9 6,5 TOTAL URBANO SA IAL IAM RURAL IAG Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. Prevalência de situação de insegurança alimentar grave em domicílios particulares, por unidades da federação - Brasil - 2004. 20 18 16 14 12 10 8 6 4 18 15.1 14.8 13.2 12.1 13.5 15.8 13.9 13.2 10.6 10.8 9.3 9.4 7.9 4.9 4.1 4.3 4.5 5 4.3 3.7 3.7 2 0 3.9 4 2 3.7 3.4 AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Insegurança Alimentar Grave Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. Prevalência de situação de segurança alimentar em domicílios particulares, por Grandes Regiões - Brasil - 2004. 72.9 65.2 53.6 68.8 46.4 SA IAL IAM 16.2 10.2 4.7 ST E CE N N TR O SU -O E D E E O RD 12.7 7.3 3.5 L ST E 12.4 14.9 8.4 3.8 SU 19.5 21.6 ST E 18.3 17.1 10.9 O RT E N BR A SI L 16 12.3 6.5 76.5 IAG Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. Distribuição da população residente, por grupos de idade, segundo a situação de segurança alimentar existente nos domicílios-Brasil/2004 63 49,5 21,7 18,4 10,3 0 - 4 anos 71,9 68 51,7 21 16,9 10,3 5 - 17 anos SA 17,5 12,9 6,6 13,9 11,8 6,3 18 - 49 anos 50 - 64 anos IAL IAM IAG Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. 12,9 10,7 4,6 65 anos ou mais AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENORES DE CINCO ANOS NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA CHAMADA NUTRICIONAL Metodologia • Estudo transversal com crianças menores de cinco anos de idade vacinadas na 2ª etapa da Campanha Nacional de Vacinação; • Treinamento de 2.756 técnicos e auxiliares de saúde; • Amostra do semi-árido: 17.587 crianças menores de cinco anos de idade em 277 municípios • Amostra de assentamento rurais: 1.428 crianças menores de cinco anos de idade em 75 assentamentos de 40 municípios ANÁLISE – NÚCLEO DE PESQUISAS EPIDEMIOLÓGICAS EM NUTRIÇÃO E SAÚDE - USP • Foram calculadas as diferenças entre os valores das duas medidas realizadas. Medidas de altura com diferenças absolutas superiores a 1 cm (172 casos) e medida de peso com diferença absoluta superior a 0,2 kg (213 casos), foram considerados imprecisas • População de referência CDC/OMS-1978 para os análise dos índices antropométricos • Os índices antropométricos foram expressos como desvios-padrão (escores Z) da população de referência e submetidos ao critério de “plausibilidade biológica”, procedimentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde • Para o cálculo dos índices nutricionais segundo a população de referência CDC/OMS-1978 foi utilizado o software “Epi Info 2002” Os testes e outros procedimentos estatísticos realizados foram realizados no pacote estatístico “Stata, versão 9”. Mapa dos municípios amostrados no semi-árido e assentamentos da Chamada Nutricional RESULTADOS PARA CRIANÇAS RESIDENTES NO SEMI-ÁRIDO ( 9 ESTADOS ) Distribuição (%) por número de refeições no domicílio Crianças menores de 5 anos do semi-árido brasileiro, 2005 Menos de 3 7,2% 3 ou mais refeições por dia 92,8% Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 Indicadores de cobertura de serviços públicos, de assistência à saúde e de programas sociais por situação do domicílio. Crianças menores de 5 anos dos municípios do Semi-Árido brasileiro, 2005. Indicadores Total (n=16.239) % com: registro de nascimento (declarado) cartão da criança (declarado) cartão da criança (em mãos) 96,0 99,7 98,1 registro de peso no cartão nos últimos 3 meses 64,5 % cuja mãe: recebeu assistência pré-natal fez 5 ou mais consultas no pré-natal iniciou pré-natal no primeiro trimestre 97,2 80,5 82,0 % cuja família recebe benefícios sociais: Bolsa-família (BE, CA, BA) BPC Projeto Cisterna Outros programas 35,2 1,7 0,6 3,2 Prevalência (%) de déficit nutricional. Crianças menores de 5 anos do semi-árido brasileiro, 2005 6,6 5,3 2,5 Déficit de Altura Déficit geral Déficit de peso A/I P/I P/A Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 Tendência secular da prevalência (%) de déficits de altura-para-idade nas áreas urbana e rural da região Nordeste 52,5 47,8 40 30,9 25,2 23,8 27,3 17,9 13 7,2 6,5 6,6 1975 1989 1996 NE Rural NE Urbano Nordeste 2005 Apenas semi-árido Fontes: Inquéritos ENDEF 1975, PNSN 1989, PNDS 1996 e “Chamada Nutricional” 2005 Prevalência (%) ajustada1 de déficits altura/idade segundo inscrição no programa Bolsa-Família. Crianças menores de 5 anos do semi-árido brasileiro, 2005 % 10 8 6 NÃO INSCRITOS 6,8 INSCRITOS 4,8 4 2 0 1 Ajuste para condições socioeconômicas médias do semi-árido Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 Prevalência (%) ajustada1 de déficits altura/idade segundo inscrição no programa Bolsa-Família. Crianças menores de 5 anos do semi-árido brasileiro, 2005 NÃO INSCRITOS % 10 INSCRITOS 8,5 8 5,3 6 4 6,1 2,5 2,4 6,2 4,6 2 2 0 <6 6-11 12-35 IDADE EM MESES 1 Ajuste para condições socioeconômicas médias do semi-árido Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 36-59 PERFIL ANTROPOMÉTRICAS DE CRIANÇAS RESIDENTES EM ASSENTAMENTOS (10 ESTADOS) Prevalência (%) de déficit nutricional. Crianças menores de 5 anos residentes em assentamentos do Nordeste e norte de Minas Gerais, 2005 15,5 8,6 Déficit de Altura Déficit geral Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 7,3 Déficit de peso Indicadores de cobertura de serviços públicos, de assistência à saúde e de programas sociais por situação do domicílio. Crianças menores de 5 anos residentes nos assentamentos do NE e norte de Minas Gerais, 2005. Indicadores Assentamentos (n=1.305) % de crianças com: registro de nascimento (declarado) cartão da criança (declarado) 92,1 99,5 cartão da criança (em mãos) registro de peso no cartão 95,2 45,5 % de crianças cuja mãe: recebeu assistência pré-natal Fez 5 ou mais consultas no pré-natal iniciou pré-natal no primeiro trimestre 93,0 61,7 63,5 % crianças cuja família recebe benefícios sociais: Bolsa-família (BE, BA, CA) BPC Projeto Cisterna Outros Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 38,9 1,5 4,9 3,8 CHAMADA NUTRICIONAL PARA CRIANÇAS QUILOMBOLAS DE 0 A 5 ANOS DE IDADE Objetivo geral Avaliar a situação nutricional de crianças quilombolas de 0 a 5 anos de idade durante a 2ª etapa da Campanha Nacional de Vacinação de 2006 Por que realizar a Chamada Nutricional? Ausência de estudos atualizados sobre o perfil nutricional de crianças; Estudos existentes não são representativos de populações específicas (quilombolas); Subsidiar o planejamento de intervenções públicas oportunas e eficazes. Chamada Nutricional Quilombola – 2006 Plano Amostral POPULAÇÃO ALVO: Crianças menores de cinco anos de idade UNIDADE AMOSTRAL: Comunidade ESTADOS: 22 Unidades da Federação AMOSTRA POR ESTADOS: duas comunidades por Estado, exceto BA, MA, PA (sete), SP (quatro) e PR (uma) TOTAL DE UNIDADES AMOSTRAIS: 60 comunidades AMOSTRA DE CRIANÇA: Cobertura total da comunidade PARCERIAS UNICEF – Fundo das Nações Unidas para Infância SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras rurais Quilombolas Pesquisas em andamento: Inquérito Nutricional Indígena (Parceria FUNASA/MDS) • Conhecer a situação alimentar e nutricional e seus fatores determinantes da população indígena, em especial, de crianças menores de 5 anos e mulheres em idade fértil de 14 a 49 anos. • O universo de interesse desta pesquisa são crianças menores de 5 anos e mulheres em idade fértil de 14 a 49 anos indígenas distribuídos nos 34 DSEIs, representativa de 4 regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul/Sudeste). A amostra foi selecionada em todos os DSEIs, considerando ainda a concentração de aldeias nos territórios e prevalência de desnutrição infantil, com 9.607 crianças e 9.213 mulheres