Avaliação das Políticas de Combate à Fome e à Pobreza Rômulo Paes Secretário de Avaliação e Gestão da informação Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome SAGI/MDS Brasília, setembro de 2006 Missão da SAGI “Produzir informações sistematizadas com o propósito de melhorar a gestão, avaliar e monitorar a efetividade das políticas de desenvolvimento social e combate à fome, por meio da realização de estudos sobre a demanda social, a implementação de programas e o impacto das políticas desenvolvidas, da publicação de documentos de referência sobre a situação social no Brasil e da capacitação de atores sociais.” Estrutura da SAGI SAGI Departamento de Avaliação e Monitoramento Departamento de Gestão da Informação e Recursos Tecnológicos Departamento de Formação de Agentes Públicos e Sociais O Programa Bolsa Família Objetivo: Combater a fome e a miséria e promover a emancipação das famílias mais pobres do país. • Benefícios financeiros que variam de R$15,00 a R$95,00, de acordo com a renda mensal per capita da família e o número de crianças. • Condicionalidades relacionadas a direitos sociais em saúde e educação: manutenção das crianças em idade escolar na escola e cuidados básicos em saúde (calendário de vacinação, para as crianças entre 0 e 6 anos, e agenda pré e pós-natal para as gestantes e mães em amamentação) •PÚBLICO-ALVO: • Famílias pobres (com renda familiar per capita entre R$60,01 e R$120,00) e extremamente pobres (com renda familiar per capita de até R$ 60,00) Cobertura do Bolsa Família (%), Brasil, Outubro-2003 1,2 milhões de Famílias Beneficiárias Fonte: MDS/SAGI e IPEA, Nota: (1) Cobertura = Número de famílias beneficiárias em Out/2003, dividido pelo número estimado de famílias pobres Cobertura do Bolsa Família (%), Brasil, Dezembro-2005 8,7 milhões de Famílias Beneficiárias Fonte: MDS/SAGI e IPEA, Nota: (1) Cobertura = Número de famílias beneficiárias em Dez/2005, dividido pelo número estimado de famílias pobres Cobertura do Bolsa Família (%), Brasil, Julho-2006 11,1 milhões de Famílias Beneficiárias Fonte: MDS/SAGI e IPEA, Nota: (1) Cobertura = Número de famílias beneficiárias em Jul/2006, dividido pelo número estimado de famílias pobres Avaliações dos resultados do Programa Bolsa Família Principais Avaliações em andamento Título Instituição Executora Situação Avaliação de Impacto do Programa Bolsa Família - Primeira Fase CEDEPLAR Em Andamento Avaliação de Impacto do Programa Bolsa Família – Segunda Fase A contratar Em Contratação Avaliação de Impacto do Bolsa Família Pesquisa domiciliar longitudinal de avaliação do impacto do benefício do programa sobre orçamento e as condições de vida (nutrição, educação, saúde etc) das famílias beneficiárias. Está sendo conduzida pelo CEDEPLAR/ UFMG. Avaliação de Impacto do Bolsa Família Será realizada em uma amostra de 15 mil domicílios de famílias beneficiárias e não-beneficiárias e abordará temas como: gastos com alimentação, educação e saúde; medidas antropométricas e indicadores de desnutrição; empoderamento e capital social; relações de gênero e alocação intra-familiar de recursos. Avaliação de Impacto do Bolsa Família A amostra abrange 100 áreas representativas compostas por 41 municípios grandes e 59 aglomerações de municípios (228 municípios), ou seja, um total de 269 municípios. Representatividade da amostra: Brasil e 3 Grandes Regiões (NE, NO+CO e SU+SE) Principais Avaliações Concluídas Título Instituição Executora Situação Estudo sobre o impacto do Programa Bolsa Família nos municípios brasileiros PUC/SP CNPQ Concluída Pólis Pesquisa Concluída DataUFF & UFBA Concluída Agende Concluída Survey com os beneficiários do Programa Bolsa Família Pesquisa com beneficiários do Programa Bolsa Família sobre condições de Segurança Alimentar e Nutricional Avaliação de Resultados do Programa Bolsa Família sobre as relações de gênero Principais Avaliações Concluídas Título Chamada Nutricional Suplemento sobre insegurança alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - 2004 Instituição Executora Situação FEC/UFF Concluída IBGE Concluída Estudo sobre o impacto do Programa Bolsa Família nos municípios brasileiros (PUC/SP-CNPQ) Objetivo: avaliar a importância das transferências de recursos do Programa Bolsa Família aos municípios brasileiros vis à vis outras transferências constitucionais. Metodologia: amostra estratificada de municípios segundo os seguintes critérios: localização geográfica, em termos de grandes regiões; porte populacional; nível de pobreza; atividade econômica predominante e relação população urbana/rural. Principais Resultados: Verificação de impactos desenvolvimento local; na renda municipal e Em municípios de menor porte populacional, com maior proporção de população rural, com baixo IDH-M e atividade produtiva predominantemente primária a importância relativa dos recursos transferidos pelo PBF é maior; Os resultados são mais expressivos para os municípios da região Nordeste; Em Pedra Branca (CE), município com 40.742 habitantes, os recursos transferidos pelo PBF representam 43% da renda disponível, 113% dos recursos do SUS, 311% do ICMS e 54% do FPM. Pesquisa de Percepção dos Beneficiários do Programa Bolsa Família sobre Condições de Segurança Alimentar e Nutricional (DataUFF &UFBA) Objetivos: Avaliar o impacto do Programa Bolsa Família no que tange à melhoria da qualidade de vida das famílias beneficiárias, enfatizando as questões relacionadas à Segurança Alimentar e Nutricional. Metodologia: Pesquisa quantitativa domiciliar do tipo survey, com coleta de dados por meio de questionário fechado. Amostra representativa nacional (margem de erro: 1,96%), com a realização de 4000 entrevistas. Principais Resultados: Perfil da Amostra indica boa focalização do programa Perfil dos Entrevistados - Em % 93,9 48,4 35,1 34,8 Sexo Idade 16,8 13,1 2,4 Escolaridade Preta Parda Superior completo Segundo grau completo Primeiro grau completo Primário completo 0,3 Sem instrução 60 anos ou mais 45 a 59 anos 35 a 44 anos 6,1 25 a 34 anos 16 a 24 anos Feminino 6,1 16,8 Outras 17,4 8,8 32,5 Branca 35,7 32 Masculino 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Cor/ Raça Renda Familiar * Região % within Reg ião Região Su deste Renda Familiar Su l Centro Oeste Norte Nord este To tal Até 1 salário mín imo 42 ,5% 42 ,4% 36 ,5% 34 ,4% 53 ,3% 41 ,8% Mais de 1 a 3 salários mínimos 55 ,9% 56 ,0% 62 ,2% 63 ,8% 46 ,0% 56 ,8% 1,6 % 1,6 % 1,4 % 1,8 % ,7% 1,4 % 10 0,0% 10 0,0% 10 0,0% 10 0,0% 10 0,0% 10 0,0% Mais de 3 salário s mínimos To tal Renda Familiar - Total 1% 42% 57% Até 1 SM Mais de 1 a 3 SM's Mais de 3 SM's Principais Resultados: Percepção dos Beneficiários sobre a qualidade da alimentação familiar após o Programa Avaliação da alimentação após o Bolsa Familia Freq uência Melh orou muito Melh orou Con tinua ig ual Pio rou To tal % 56 0 18 ,7 20 04 66 ,9 42 4 14 ,2 6 ,2 29 94 10 0,0 Principais Resultados: Percepção dos Beneficiários sobre a quantidade de alimentos após o Programa Q uantidade de alimentos consumidos após o Bolsa Família Frequ ên cia % Aumento u 17 51 59 ,2 Continua a mesma 11 95 40 ,4 12 ,4 29 58 10 0,0 Diminu iu To tal Principais Resultados: Melhoria no consumo de alimentos Inclusão de alimentos que antes não costumava consumir após o recebimento do Bolsa Família Frequ ên cia % Sim 17 95 60 ,4 Não 11 77 39 ,6 To tal 29 72 10 0,0 Principais Resultados: Melhoria no consumo de alimentos Alimento que passou a consumir mais (%) 5,4 Feijão Arroz(farinha de arroz) 4,3 13,1 Carnes(boi,bode,carneiro) 2,9 Frango Peixes Ovos 1 1,1 Legumes e Verduras 10,3 13,8 Macarrão,pão,biscoito Leite 14,9 8,6 Iogurte/Queijo 2,3 Açúcar(doces e balas) Frutas(ou suco de frutas) Refrigerante Outros 15,9 1,3 5,1 Principais Resultados: Alimentação das Crianças Refeições por dia das crianças de 0 a 15 anos Freq uência % Uma 13 ,5 Duas 14 9 5,3 Três 11 24 39 ,7 Quatro 12 12 42 ,8 Cinco 26 5 9,4 71 2,5 28 34 10 0,0 Seis ou mais To tal Survey com os beneficiários do Programa Bolsa Família (Polis Pesquisa) Objetivos: investigar as percepções dos beneficiários do Bolsa Família sobre o programa; mensurar o grau de conhecimento destes sobre o programa e sua avaliação sobre a importância da iniciativa na melhoria de suas condições de vida. Metodologia: quantitativa com aplicação de questionários semi-estruturados em abordagens pessoais e domiciliares junto aos responsáveis pelas famílias beneficiárias do programa Bolsa Família. Amostra probabilística e representativa dos beneficiários abrangendo todo o território nacional (2317 domicílios). Principais Resultados: O Programa Bolsa Família é muito bem avaliado pelos responsáveis legais beneficiários: 85,3% consideram-no ótimo/bom, 13,7% “regular” e menos de 1% avaliam-no de forma negativa – consideram ruim ou péssimo Frequency Ótimo Percent 659 28,5 1318 56,9 318 13,7 11 ,5 Péssimo 4 ,2 NS/NR 7 ,3 2317 100,0 Bom Regular Ruim Total O impacto positivo do PBF sobre a vida das famílias é observado com maior intensidade na Região Nordeste, onde 34,7% dos entrevistados afirmam que a vida “melhorou muito”, após o ingresso no Programa REGIAO Norte Melhorou muito Melhorou Continuou igual Nordest e Total Sul Centro-Oeste Total 75 249 55 103 50 532 18, 8% 34, 7% 13, 8% 25, 8% 12, 5% 23, 0% 282 399 276 241 314 1512 70, 5% 55, 6% 69, 0% 60, 3% 78, 5% 65, 3% 42 67 68 55 36 268 10, 5% 9,3% 17, 0% 13, 8% 9,0% 11, 6% Piorou Piorou muito Sudeste 1 1 ,1% ,0% 1 1 1 1 4 ,3% ,1% ,3% ,3% ,2% 400 717 400 400 400 2317 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Principais Resultados : O benefício do programa representa uma variação percentual média positiva da renda familiar de 21%. Sem o benefício, os participantes do programa teriam uma renda familiar média de R$ 302,46. Em média as famílias beneficiárias do programa gastam R$ 144,60 com alimentos e produtos para a casa. Utilização do benefício do Bolsa Família Itens % de citações Alimentos Material Escolar Vestuário Remédios 87,2% 42,1% 36,6% 31,9% Água/Luz/Gás Mat. Limpeza e Higiene Pessoal 16,6% 4,5% Transporte Lazer Outros 1,3% 0,5% 1,3% Fonte: POLIS – Pesquisa. Pesquisa domiciliar em 86 municípios e 2317 domicílios Principais Resultados: Alimentação Familiar Percepção de Melhoria Em 82,4% dos domicílios, a alimentação melhorou, ou melhorou muito, após começarem a participar do Programa Frequency Melhorou muito Percent 328 14,1 1581 68,2 404 17,4 Piorou 4 ,2 NS/ NR 1 ,0 2317 100,0 Melhorou Continuou igual Total na Suplemento sobre insegurança alimentar (PNAD 2004 / IBGE) Objetivos: investigar a partir do suplemento da PNAD2004 a condição domiciliar de segurança alimentar da população brasileira. Metodologia: amostra probabilística de domicílios obtida em três estágios: município, setores censitários e unidades domiciliares (unidades domiciliares particulares e unidades de habitação em domicílios coletivos). Na PNAD foram pesquisadas 399.354 pessoas e 139.157 mil unidades familiares selecionadas, distribuídas em todas as Unidades da Federação. Principais Resultados • 34,8% dos domicílios se encontravam em situação de Insegurança Alimentar, um percentual de 6,5% destes, se encontravam em situação de IA grave, devido à falta de recursos dos moradores para aquisição de alimentos. • Cerca de 3,4 milhões de moradores de áreas rurais e 10,5 milhões de áreas urbanas, convivem com a experiência da fome. Principais Resultados • No Norte e Nordeste a insegurança alimentar grave apresentou proporções mais elevadas na área rural, enquanto no Sul, Sudeste e CentroOeste ocorreu o inverso, a insegurança grave foi detectada em maiores proporções nas áreas urbanas. PNAD 2004 - Prevalência de situação de segurança alimentar em domicílios particulares,por situação do domicílio - Brasil - 2004 100 % Segurança alimentar Insegurança alimentar leve 80 Insegurança alimentar moderada 66,7 65,2 Insegurança alimentar grave 56,5 60 40 20 16,0 15,8 12,3 17,4 17,0 11,4 6,5 9,0 6,0 0 Total Urbano Rural Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. PNAD 2004 - Prevalência de situação de segurança alimentar em domicílios particulares, por Grandes Regiões - 2004 100 % Segurança alimentar Insegurança alimentar leve 80 76,5 72,9 Insegurança alimentar moderada 68,8 65,2 60 Insegurança alimentar grave 53,6 46,4 40 16,0 20 12,3 6,5 18,3 17,1 10,9 19,5 21,6 12,4 14,9 8,4 12,7 7,3 3,8 16,2 10,2 3,5 4,7 0 Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004. Chamada Nutricional (FEC-UFF) Objetivos: avaliar a situação nutricional de crianças menores de cinco anos de idade, de populações específicas e em situação de vulnerabilidade social. Metodologia: estudo do tipo transversal realizado com crianças menores de cinco anos de idade que freqüentaram os postos de vacinação na 2ª etapa da Campanha Nacional de Vacinação. Esta pesquisa tem duas amostras probabilísticas. No semi-árido a amostra compreendeu 21.600 crianças e nos assentamentos cerca de 1.600 crianças Principais Resultados A prevalência de formas crônicas de desnutrição identificadas pelo encontro de déficits de crescimento (baixa altura para a idade) foi de 6,6%. Déficits de peso para a altura, que identificariam formas agudas de desnutrição, foram raros entre as crianças estudadas - 2,5% -, pouco ultrapassando o limite “normal” de 2,3% aceito para este indicador. O impacto foi maior entre as crianças de 6 a 11meses. Prevalência (%) ajustada1 de déficits altura/idade segundo inscrição no programa Bolsa-Família. Crianças menores de 5 anos do semiárido brasileiro, 2005 % 10 8 6,8 6 4,8 4 2 0 1 Ajuste para condições socioeconômicas médias do semi-árido Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 Prevalência (%) ajustada1 de déficits altura/idade segundo inscrição no programa Bolsa-Família. Crianças menores de 5 anos do semiárido brasileiro, 2005 NÃO INSCRITOS % 10 INSCRITOS 8,5 8 5,3 6 4 6,1 2,5 2,4 6,2 4,6 2 2 0 <6 6-11 12-35 IDADE EM MESES 1 Ajuste para condições socioeconômicas médias do semi-árido Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 36-59 Distribuição (%) por número de refeições no domicílio Crianças menores de 5 anos do semi-árido brasileiro, 2005 Menos de 3 7,2% 3 ou mais refeições por dia 92,8% Fonte: Inquérito “Chamada Nutricional” – MDS/MS 2005 Evolução Orçamento MDS - 2003 a 2006 25 20 R$ - Bilhões 21,2 15 17,5 10 14 11,4 5 0 2003 Fonte: MDS 2004 2005 2006