Inovação Educação SESI - MARANHÃO Ensino a distância SESI apresenta experiências vitoriosas em conferência internacional iblioteca itinerante, aulas a distância para alunos jovens e adultos dos ensinos fundamental e médio e iniciativa de inclusão digital foram algumas das experiências do SESI em ensino a distância expostas durante a 22ª Conferência Mundial de Educação a Distância. Realizado de 3 a 6 de setembro, no Rio de Janeiro, o evento reuniu 1,5 mil profissionais, acadêmicos, pesquisadores e executivos de instituições de ensino de 73 países. Entre os cases apresentados pelo SESI estão os dos regionais de Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranhão. Experiência de Mato Grosso do Sul, o projeto Inclusão Digital facilita o acesso à internet aos alunos do curso de Educação de Jovens e Adultos. Computadores, impressora, scanner e datashow foram instalados em todas as unidades escolares do programa. As habilidades de informática são trabalhadas de forma integrada aos currículos escolares. “Isso estimula o aluno a participar das atividades, resgata o tempo de escolarização perdido e favorece o acesso às novas tecnologias, o que facilita a inserção no mercado de trabalho”, observa Sueli Tavares, coordenadora-geral de Educação do SESI-MS. O Regional gaúcho adotou o Ensino Fundamental e Médio de Adultos a Distância destinado aos trabalhadores com mais de 18 anos de idade. Os alunos contam também com bibliotecas, laboratórios de ciência e informática. A Escola de Ensino Médio SESI Eraldo Giacobbe, em Pelotas, é a base do trabalho. Outros sete núcleos foram instalados no Estado. “Pretendemos fazer com que as pessoas se tornem cidadãs, mais críticas, criativas e éticas”, diz Mário Ronaldo Oliveira da Silva, gerente de Educação do SESI Rio Grande do Sul. O Rio de Janeiro também criou o Ensino Médio a Distância – Educação de Jovens e Adultos para trabalhadores com ensino fundamental. Com duração média de dois anos, o curso oferece ao aluno a opção de fazer uma ou mais disciplinas, de acordo com a disponibilidade de tempo, explica Maria Antonieta Pires dos Santos, gerente de Educação a Distância do Regional. A coordenação de professores ministra pelo menos 20% de aulas presenciais para orientações na Estúdio da TV Univima, do Maranhão: pioneirismo na divulgação do saber setembro 2006 • SESI GESTÃO SOCIAL • 3 GN90A.indd 3 23/09/2006 10:41:07 GUARIM DE LORENA Educação Inovação Estande do SESI na conferência: à direita, o hot book MARCOS TURCK Silva: formando cidadãos criativos, críticos e éticos aprendizagem e as avaliações são realizadas ao final de cada unidade de estudo. A meta é elevar o grau de escolaridade dos trabalhadores da indústria: segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os industriários têm em média 9,3 anos de estudo, enquanto os empregados do setor público somam 10,8 anos. No Ceará, o projeto Leitura, Comunicação e Inclusão Digital objetiva melhorar o nível de aprendizado do trabalhador. Um estudo do Sistema de Avaliação de Competência do DR no Estado mostra que os trabalhadores cearenses apresentam grande deficiência em relação à leitura. Dos 2,5 mil participantes de cursos, 80% informaram não ter o hábito de ler e 20% disseram que raramente lêem livros, jornais e revistas em quadrinhos. “Estimular a leitura é um dos principais objetivos do projeto”, afirma Maryland Bessa, supervisora educacional do Regional cearense. Para isso, foi montada uma biblioteca itinerante dentro de um caminhão, equipado com 12 computadores ligados via satélite. Pelo computador, o aluno tem acesso aos acervos da biblioteca virtual. O projeto, iniciado em 2004, está em Fortaleza, Crato e Juazeiro do Norte. A meta é, até o final de 2006, atender 1,8 mil trabalhadores. O SESI São Paulo expôs a nova versão do Telecurso 2000+10, que amplia o número de disciplinas, inclui novas tecnologias e permite a freqüência em aulas noturnas. As aulas estão disponíveis também em DVDs legendados e em linguagem brasileira de sinais (Libras), para surdo-mudo. “A expectativa é atender 1 milhão de pessoas”, informa Concetta Ianncaro, gerente de Educação de Jovens e Adultos do DR. O SESI apresentou ainda o projeto Indústria do Conhecimento e aproveitou a oportunidade para fazer seu lançamento internacional. Criado para levar às populações das regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) acesso ao conhecimento, por 4 • SESI GESTÃO SOCIAL • setembro 2006 GN90A.indd 4 23/09/2006 10:41:09 SESI - SÃO PAULO meio de bibliotecas e internet. O projeto tem parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação, e deverá chegar a cem municípios até 2007. Um protótipo da unidade física funcionou como estande da instituição no evento e atraiu representantes de diversos países da América Latina, África e Oriente Médio. “É preciso investir nessa idéia, que se concretiza com o SESI Indústria do Conhecimento”, afirmou Mariana Raposo, gerente-executiva de Educação Básica do Departamento Nacional. Uma pesquisa de avaliação da educação de jovens e adultos feita pelo SESI e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostrou que, embora haja bons professores, recursos didáticos e boas escolas, falta ainda capital cultural, acrescentou a gerente. Representantes de universidades, organizações não-governamentais e instituições demonstraram interesse em firmar parcerias com o SESI nesse projeto. “Um dos protótipos que mais chamaram a atenção dos visitantes foi a pequena maquete da unidade móvel em forma de carrinho, com capacidade para cerca de 500 livros, batizada de hotbook. Parece mesmo um carrinho de cachorro-quente e pode ser facilmente transportado para fábricas e escolas”, contou Joana D´arc Machado Cerqueira, gerente de Projetos do SESI Nacional e responsável em todo o País pelo Indústria do Conhecimento. A Unesco, segundo ela, ficou muito interessada em levar essa idéia para a África. O ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da abertura do evento. Durante a solenidade, ele lembrou dos esforços do governo para melhorar o nível dos cursos destinados à formação de bons profissionais e superar o preconceito histórico contra o ensino a distância. “Inspirados em eventos como esse é que criamos, em 2005, a Universidade Aberta do Brasil”, afirmou. Segundo Haddad, a conferência foi importante para a troca de experiências sobre projetos inovadores e bem-sucedidos. Com isso, o sistema federal de educação superior, segundo ele, se aproximou das escolas de educação básica, por meio de pólos mantidos pelos municípios, mas com cursos ministrados por professores bolsistas das universidades federais. Lançamento do Telecurso 2000+10: Moreira Ferreira, Paulo Skaf e José Roberto Marinho Pioneirismo no Maranhão Uma das atrações da conferência veio do Maranhão. Trata-se do projeto Conhecer para Ajudar. Formação de Multiplicadores para Prevenção em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e AIDS, que, desenvolvido em parceria com a Universidade Virtual do Maranhão (Univima), forma pessoas com conhecimento técnico relacionado à prevenção ao uso de drogas. A novidade é que o curso é ministrado a distância pela TV interativa da Univima, o que permite atingir mais pessoas. Na primeira fase do projeto, concluída há seis meses, 1,2 mil pessoas foram capacitadas, por meio de aulas sobre sexualidade, formas de contaminação de DST, metodologia de combate às doenças e dinâmica, para fazer abordagem nas comunidades. “Agora, vamos monitorar as atividades dessas pessoas para saber se o trabalho de prevenção dentro e fora das empresas está sendo realizado como esperávamos”, diz Celso Luiz Rodrigues, coordenador do Núcleo de Educação Continuada do SESI-MA. A idéia é considerada inovadora no Estado porque é a primeira do Sistema Indústria a utilizar a televisão para a disseminação do conhecimento. setembro 2006 • SESI GESTÃO SOCIAL • 5 GN90A.indd 5 23/09/2006 10:41:12