http://portaldaindustria.com.br/agenciacni/ 25 NOV 2015 Jogos de computador ajudam a melhorar aprendizagem da matemática Com nova metodologia para ensino da disciplina, escola do SESI no Distrito Federal impulsiona desempenho de estudantes dos ensinos fundamental e médio Você já imaginou aprender geometria analítica enquanto usa mísseis para destruir meteoros que atingirão a Terra ou entender geometria espacial tentando salvar a vida de uma família de aranhas, usando jogos de computador? É assim que alunos da escola do Serviço Social da Indústria (SESI), localizada em Taguatinga (DF), estudam conteúdos de matemática dos ensinos fundamental e médio. Uma sala destinada ao aprendizado da disciplina foi integrada ao projeto pedagógico da escola no início do segundo trimestre letivo deste ano. Os resultados já começaram a aparecer nas avaliações. LEIA TAMBÉM Nas duas turmas do primeiro ano do ensino médio, houve melhoria dos índices de recuperação. Todos os 16 estudantes que não conseguiram alcançar a média 7,0 ao fim do segundo trimestre se recuperaram. No primeiro trimestre, seis dos 24 em recuperação não haviam conseguido melhorar suas notas. Já as três Nova forma de ensino da matemática amplia compreensão e raciocínio turmas do segundo ano registraram aumentos de 12, 15 e 24 pontos nas avaliações de matemática. Programa SESI Matemática inaugura primeira sala em Santa Catarina aprendizado e do desempenho dos alunos”, avalia o diretor. “A matemática é um bicho-papão criado na De acordo com o diretor da escola SESI, Henrique Pinto, a adoção do projeto SESI Matemática foi extremamente positiva. “Conseguimos sentir o aumento do interesse pelos conteúdos, a melhoria do educação brasileira. É um dos principais gargalos na aprendizagem das escolas. Nós precisamos melhorar a forma de lidar com a disciplina”, defende. VANTAGENS – Atualmente, 800 alunos dos ensinos médio, fundamental 1 e 2 participam das atividades lideradas por dez professores ao longo de 25 horas/aula semanais. A sala tem 40 lugares, organizados de forma que os estudantes possam trabalhar em grupo. Lá, utilizam computadores para ter acesso à plataforma com jogos digitais que oferece exercícios para tudo o que é abordado na disciplina. Se quiserem salvar a família de aranhas, por exemplo, os alunos precisam testar seus conhecimentos em temas como retas, ângulos e teoremas de circunferências. Para acessar a plataforma digital, basta que os alunos estejam em um computador com internet e utilizem a senha pessoal fornecida pelo SESI. Assim, as atividades podem ser desenvolvidas na sala de matemática, com o acompanhamento dos professores, na biblioteca da escola ou mesmo em casa. Além disso, na sala, eles contam com materiais concretos como calculadoras, réguas, esquadros e ábaco. “Um estudante que esteja utilizando bem a plataforma chega a realizar 800 exercícios de matemática em uma semana. Isso é impensável utilizando métodos convencionais como dever de casa e na sala de aula”, compara o professor responsável pela coordenação da sala, André Alcântara. O uso da metodologia permite também que os professores acompanhem o desempenho de cada aluno e consigam reforçar, com recursos da própria plataforma, assuntos em que haja defasagem. “A matemática do ensino médio depende de uma boa base no ensino fundamental. Não é possível aprender logaritmo e função exponencial se o aluno não souber potências e suas propriedades, que são abordadas no sexto ano”, diz Alcântara. A possibilidade de elaborar um programa de exercícios por meio dos jogos para cada estudante é, na visão de Alcântara, um dos principais benefícios da metodologia. Isso vale para quem tem dificuldade ou precisa, por exemplo, retomar matérias anteriores e também para quem consegue avançar em assuntos das séries à frente. “Se ficarmos seguindo os livros, nós, professores, acabamos impondo aos alunos um limite que eles, na verdade, não têm”, revela Alcântara. MATEMÁTICA NO BRASIL – Iniciativa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), em prática desde 2012 no estado, o SESI Matemática também está presente em Santa Catarina. O projeto visa a reduzir o déficit que o país tem no aprendizado da disciplina e melhorar a empregabilidade e produtividade de futuros trabalhadores da indústria. Uma pesquisa realizada em 2011 pela federação junto a mais de 600 empresas de todo o Brasil revelou que a falta de competência em matemática e em raciocínio lógico são deficiências apresentadas pelos trabalhadores atuais, o que resulta na falta de profissionais qualificados para atuar nas empresas, principalmente nas áreas ligadas às ciências exatas. Essa dificuldade também está expressa nos resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). A iniciativa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aplica exames entre estudantes na faixa dos 15 anos de idade, quando estão próximos do fim da escolaridade básica na maioria dos países. Na prova realizada em 2012, a mais recente divulgada, o Brasil ficou na 58ª posição entre 65 nações avaliadas. Por Ismália Afonso Fotos: José Paulo Lacerda/CNI Da Agência CNI de Notícias http://www.portaldaindustria.com.br/cni/imprensa/2015/11/1,76599/jogos-de-computador-ajudam-a-melhorar-aprendizagem-da-matematica.html