COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE CITOTÓXICA DA PRÓPOLIS DE Melipona orbignyi (HYMENOPTERA, APIDAE) Jaqueline Ferreira Campos1, Edgar Julian Paredes Gamero2, José Benedito Perrella Balestieri1, Kely de Picoli Souza1, Edson Lucas dos Santos1 1 Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil 2 Departamento de Bioquímica, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil A própolis é um produto natural obtido a partir da adição de secreções mandibulares das abelhas aos exsudatos coletados em plantas. Diversos estudos já descreveram suas atividades biológicas como antimicrobiana, antioxidante, antiinflamatória e antitumoral. Este produto oriundo de abelhas nativas sem ferrão é conhecido popularmente por suas propriedades terapêuticas, contudo, são escassos os estudos que caracterizam estes efeitos. Neste contexto, este estudo buscou investigar a composição química e a atividade citotóxica da própolis da abelha sem ferrão Melipona orbignyi, encontrada no Mato Grosso do Sul, Brasil. Para isto, amostras de própolis foram coletadas e o extrato etanólico de própolis (EEP) foi preparado com 4,5 mL de etanol 80 % para cada 1 g de própolis. A composição química do EEP foi investigada por meio da dosagem de polifenóis e flavonoides. A ação citotóxica foi verificada sobre células eritroleucêmicas K562, sendo tratadas com diferentes concentrações do EEP. Estas células foram marcadas com anexina V-FITC/PI para investigar o perfil de morte celular. Nos resultados, foi observado que os teores de polifenóis totais e flavonoides são de 211 ± 7,5 mg GAE/100 g de própolis e 23 ± 1,0 mg QE/100 g de própolis, respectivamente. Os testes de citotoxicidade demonstraram que a concentração de 500 µg/mL, apresenta redução de 83 ± 0,4 % das células viáveis. As concentrações de 250 e 500 µg/mL de própolis promoveram, respectivamente, a morte celular por necrose (15 ± 1 e 63 ± 2 %) e necrose secundária (12 ± 1 % e 21 ± 3 %), apresentado perfil dose dependente. Em conjunto, nossos resultados mostram que a própolis de M. obignyi apresenta atividade citotóxica contra células eritroleucêmicas, sugerindo um potencial terapêutico. Adicionalmente, novos estudos devem ser realizados com estas e outras linhagens celulares, buscando confirmar estes dados e elucidar os mecanismos de ação da própolis sobre as linhagens tumorais avaliadas. Palavras-chave: Produtos naturais, células K562, polifenóis, flavonoides. Agências financiadoras: CAPES, CNPq e FUNDECT. Agradecimentos: à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Área para submissão de Resumo: Área 02. Farmacologia