Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) Investigação fitoquímica de uma amostra de Própolis Verde - MG Leonardo C. Tavares1 (PG),), Ângela M. C. Arriaga1* (PQ), Telma L. G. Lemos (PQ), Raimundo BrazFilho2 (PQ) *[email protected] 1 2 Departamento de Química Orgânica e Inorgânica – Universidade Federal do Ceará. Universidade Estadual do Norte Fluminense – Setor de Produtos Naturais Palavras Chave: Fitoquímica, Própolis Verde. uma mistura de flavonóis (Ramnocitrina e Eupalitina) (3, 16 mg) e de acacetina (6, 23 mg). As determinações estruturais dos compostos foram realizadas por análise de dados de RMN 1H e RMN 13C, incluindo técnicas bidimensionais (COSY, HSQC e HMBC) e comparação com dados da literatura. Figura 1. Estruturas dos compostos isolados da Própolis Verde. Introdução O termo Própolis significa defesa da cidade ou da colméia (pro “em defesa de” e polis “cidade”)1,2. Produto de apiários comercializado em paralelo ao mel, é um material resinoso de consistência viscosa elaborado pelas abelhas que coletam matéria-prima de diversas partes de plantas como brotos, cascas e exsudatos de árvores. Dessa maneira a composição da própolis é um reflexo direto da flora vegetal da qual se servem as abelhas1. A Própolis é conhecida e utilizada pelo homem desde os tempos mais remotos. Os sacerdotes do antigo Egito a utilizavam freqüentemente como substância medicinal e como parte integrante dos unguentos e cremes de embalsamar3. Mais tarde, persas, romanos e incas também fizeram uso da própolis para tratamento de infecções3. A Própolis Verde brasileira, produzida em São Paulo e Minas Gerais são constituídas principalmente de derivados prenilados do ácido pcumárico e possui grande quantidade de flavonóides, muitos dos quais não estão presentes em Própolis da Europa, América do Norte e Ásia4. Este trabalho buscou a reinvestigação fitoquímica de uma amostra de Própolis Verde de Minas Gerais, coletada na cidade de Passa Quatro. 5'' 5' 3'' 4'' 2'' 2 O 3' O 9' 8' 6 5 6' 4' 5' 33a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química OH CH3O 7 1'' 5'' 3' O 1' OH 3 5 4 HO H 19 12 22 16 28 1 7 6 5 9 10 OH O 2 4 3 4' 5' 1' 6' OH 23 28 16 15 27 (5) R1 =CH3 ; R2=H R1=H; R2=CH3 3' 2' O 1' (6) 3 2 1 7 8 4 HO O 21 6 5' OH 4' 1 8 7 R2 22 17 13 8 5 24 OH HO 4 20 18 14 10 3 23 26 9 2 (4) 2' 11 25 17 H 24 (3) 30 29 27 7 O R1 8 6 H 6' OH 21 19 15 9 10 1' 5' 3 4 20 H 14 1 2 10 OH 18 13 2 C 5 30 H 11 CH3O 9 A 6 O 4' B 1 8 7 29 H 25 6' OH 2' CH3O OH O 12 26 3' 4' 5' 3 4 4'' OH 2' B 2 C 10 5 (2) 3'' 4''' A 6 OH 6 5 2'' 1 9 9 8 4 (1) 3''' 8 7 1 HO 2''' 5''' Resultados e Discussão 2 3 1''' 3' A fração hexânica do extrato etanólico foi submetida a sucessivas colunas cromatográficas em gel de sílica, tendo como eluente misturas binárias de Hexano:AcOEt em ordem crescente de polaridade que levaram ao isolamento de [ácido (E)3-(4-(3-fenilpronanoiloxi)-3,5-bis(3-metilbut-2-enil) acrílico] (1, 30 mg), ácido 3,5-diprenil-4hidroxinâmico (2, 8 mg), lupeol (4, 19 mg), a mistura α- e β-amirina (5, 26 mg), e ácido 3-prenil-4hidroxinâmico (7, 23 mg). Uma alíquota da fração clorofórmio (3,0 g), foi dissolvida em uma solução de NaHCO3 5% e posteriormente particionada com AcOEt. A fração aquosa contendo os sais dos compostos fenólicos foi acidificada com HCl concentrado até pH 4. Em seguida a solução foi particionada com AcOEt, e a fase orgânica foi concentrada à pressão reduzida, fornecendo a fração PCC-F (2, 1 g) contendo os compostos fenólicos. Essa fração foi submetida a sucessivas colunas de exclusão com Sephadex LH20, eluída com MeOH que levaram ao isolamento de 9 8 4 O 1' 7 1 3 7' 1' 2' O 1'' 2' 3' 4' 6 9 OH (7) 5 Conclusões A reinvestigação da Própolis Verde - MG permitiu confirmar seu perfil fitoquímico, com a ocorrência de compostos prenilados derivados do ácido cinâmico, flavonóides e triterpenos. O composto (1) está sendo relatado pela primeira vez na literatura. Agradecimentos CNPq, CAPES e PRONEX. 1 Burdock, G. A. Review of the biological properties and toxicity of bee propolis. Food and Chemical Toxicology, v. 36, p. 347-363, 1998. Marcucci, M. C. Propriedades biológicas e terapêuticas de constituintes químicos da própolis. Química Nova, v. 19, p. 529-535, 1996.. 3 Pereira, et. al. Própolis: 100 anos de pesquisa e suas perspectivas futuras. Química Nova, v. 25, p. 321-326, 2002. 4 Simões, L. C. M. et al. Effect of Brazilian Green própolis on the production of reactive oxygen species by stimulated neutrophils. Journal Ethnopharmacology, v. 94, p. 59-65, 2004. 2