B.1.3 - Engenharia de Materiais e Metalúrgica. Caracterização de Própolis Vermelha 1 2 1 3 4 Beatriz C. Mermejo , Anny Manrich , Jheyce C. Moraes , Silviane Z. Hubinger , Juliano E. Oliveira , Luiz H. C. 5 5 Mattoso , Maria Alice Martins 1. Aluna de graduação em Química, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP – [email protected] 2. Pós-doutoranda, Embrapa Instrumentação, São Carlos, SP 3. Analista, Embrapa Instrumentação, São Carlos, SP 4. Docente, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG 5. Pesquisador, Embrapa Instrumentação, São Carlos, SP Palavras Chave: Própolis, TG, antioxidante. Resultados e Discussão A própolis vermelha apresentou 3,0 % de umidade, 4,7 ± 0,6 % de nitrogenados, 33 ± 5 % de ceras e 12,5 ± 0,3 % de fenólicos em sua composição química. O extrato metanólico da própolis vermelha mostrou-se com forte poder antioxidante, IC50 de 651,15 ± 1,95 mg/L e alto teor de fenólicos, correspondente a 12,51 ± 0,37 mg/100 mg de equivalentes em ácido gálico. O espectro obtido por espectroscopia de infravermelho apresentou diversos picos relativos a compostos fenólicos e também de ceras. A temperatura inicial de degradação térmica da própolis vermelha em ambiente oxidativo e inerte é 160 °C. O perfil de degradação térmica da própolis vermelha é apresentado na Figura 1 e os picos identificados através da técnica de FTIR encontram-se na Tabela 1. Figura 1. Degradação térmica da Própolis vermelha em atmosferas inerte e oxidativa. 100 Atmosfera oxidativa Atmosfera inerte 80 Massa (%) Introdução A origem botânica da própolis vermelha brasileira está na secreção resinosa avermelhada do caule de uma espécie de fabácea comum do manguezal, a Dalbergia ecastophyllum. O extrato da própolis apresenta valiosas propriedades biológicas como antiinflamatória, antibacteriana, antioxidante e de efeito contra tumores e úlceras. As propriedades valiosas da própolis vermelha têm conduzido a um interesse crescente pela sua composição química e no seu comportamento tecnológico e processamento, pois, para serem aproveitadas, essas propriedades precisam ser incorporadas em matrizes sem que sofram perdas na qualidade. Aplicações possíveis são em alimentos, em embalagens bioativas para alimentos e instrumentos cirúrgicos, materiais e filmes para aplicação odontológica e ambulatória e em cosméticos e produtos 1 farmacêuticos . Com o objetivo de poder explorar futuras aplicações, a própolis vermelha oriunda da região do manguezal da Paraíba foi caracterizada e a capacidade antioxidante de seu extrato metanólico foi determinada. A atividade antioxidante de uma substância é a sua capacidade de minimizar as reações oxidativas no organismo. A capacidade antioxidante do extrato da própolis vermelha foi determinada utilizando-se o radical DPPH, tendo como controle, antioxidante referência, o Trolox, e foi expressa como IC50, ou seja, a quantidade de extrato (µL/mL) necessária para seqüestrar 50% dos 2 radicais DPPH . O total de fenólicos do extrato foi determinado utilizando-se o método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau por correlação entre a absorbância das amostras e a absorbância obtida para o padrão do ácido 3 gálico (concentrações entre 20 e 200 mg/L) . Foram utilizadas também termogravimetria (TG) em atmosfera inerte e oxidativa, com taxa de aquecimento de 10°C /min até 800°C, espectroscopia na região do infravermelh o (FTIR), determinação de solúveis em solvente e teor de nitrogenados. 60 40 20 0 100 200 300 400 500 600 Temperatura (°C) Tabela 1. Picos identificados através de espectroscopia de infravermelho e compostos químicos relacionados. No. onda Estrutura Composto Relacionado (cm-1) OH Hidrocarbonetos (cera), 3300 Alongamento, Hidrocarbonetos 2917-2948 CH2, CH3 Aldeídos, cetonas e ácidos carboxílicos presentes em 1619-1735 C=O isoflavonas, flavonóides e cera N-H Proteínas 1550 Fenólicos 1450-1600 C=C Dobramentos, Ácidos, álcool, ésteres 1050-1300 C-O Aldeídos, cetonas e ácidos Dobramentos, carboxílicos presentes em 960-1730 CH2, CH3 isoflavonas, flavonóides e cera Benzenos (compostos C-H 719-835 aromáticos) Conclusões O extrato metanólico da própolis vermelha mostrou-se com forte poder antioxidante, e alto teor de fenólicos. A temperatura inicial de degradação térmica da própolis vermelha em ambiente oxidativo e inerte é 160 °C, o que a permite ser utilizada em diversas aplicações sem que sofra degradação. Agradecimentos Os autores agradecem à Capes, CNPq, Finep e Projeto MP1 Rede Agronano – Embrapa. ____________________ 1 Kim, D-M; Lee,G-D; Aum,S-H; Kim, H-J.2008. Biol. Pharm. Bull. 31(9) 1704—1710 2 .Brand-Williams W, Cuvelier ME, Berset C. 1995. Lebensm. Wiss. Tech 28: 25-30. 3 .Swain T, Hillis, WE. 1959. J. Sci. Food Agric. 10: 63-68. 67ª Reunião Anual da SBPC