AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE LARVICIDA DO EXTRATO DA PRÓPOLIS SOBRE Aedes aegypti CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - CIÊNCIAS DA SAÚDE BORGES,Nikássia Boaventura; SIMOM, Yoná Garcia PUIC - Ciências Biológicas. Campus Tubarão Introdução Os culicídeos, apresentam numerosas espécies, que desempenham importante papel como vetores de diversas doenças como malária, filariose, febre amarela, dengue e outras, que acometem o homem em vastas áreas do mundo. (MARCONDES, 2001). Há vários anos, a principal ação no controle do Aedes aegypti, baseia-se no uso de inseticidas químicos sintéticos. Estes compostos apresentam melhores vantagens, pois promovem uma ação mais eficaz e mais rápida no combate aos mosquitos, entretanto, apresentam desvantagens ao meio ambiente, aos animais e ao ser humano devido à alta toxicidade. Desta forma, vários outros métodos de controle, com baixa toxidade, vêm sendo avaliados, dentre esses, encontram-se os de origem botânica e natural. (ARRUDA et al, 2003). A própolis é uma mistura complexa, formada por material resinoso e balsâmico coletada pelas abelhas melíferas de ramos, flores, pólen, brotos, botões florais e exsudados de plantas; as quais as abelhas, adicionam secreções salivares, cera e pólen para a elaboração do produto final. Sendo utilizada pelas abelhas para eliminar possíveis invasores e selar aberturas na colméia. (PEREIRA, et al, 2002). Objetivos A mortalidade foi verificada após 24 horas de exposição ao extrato da própolis. Larvas moribundas, incapazes de atingir a superfície da água quando tocadas, foram consideradas como mortas. O mesmo procedimento foi realizado com o grupo controle. As larvas sobreviventes aos testes foram descartadas. Análise estatística: Os valores de concentração letal CL50, CL90 e CL95 na temperatura 25 ºC, teste X2, coeficiente angular e intervalos de confiança foram determinados pela análise Probit GWBasic (Finney 1971). Resultados O extrato da própolis, utilizado no presente estudo, demonstrou atividade larvicida sobre A. aegypti, em intervalo de concentrações dose-resposta, sob temperatura controlada de 25ºC (GRÁFICO 1). 120 Objetivo Geral: 100 100 Avaliar o efeito larvicida do extrato da própolis em Aedes aegypti. 98 91 86 99,33 89 88,67 Ensaio 01 Concentração=0,12% 81 80 Objetivos Específicos: 100 73 74,33 59 60 Ensaio 02 Concentração=0,15% Ensaio 03 Concentração=0,21% 69 -Determinar a susceptibilidade de larvas de terceiro ínstar final e de quarto ínstar inicial, ao extrato da própolis, em 24 horas; - Determinar as concentrações letais (LC50, LC90, LC95, LC99). 64 60 57 Ensaio 05 Concentração=0,33% 40 Metodologia 20 42 38 21 17 9 Obtenção dos mosquitos: Ensaio 04 Concentração=0,27% 11 37 Ensaio 06 Concentração=0,45% 39 Ensaio 07 Concentração=0,57% 19 19 10 10 0 Mortos T1 Para a realização dos biosensaios foram utilizadas larvas de 3º instar final e 4º instar inicial de uma colônia de Aedes aegypti (Cepa Rockefeller), recebidos da Fundação Nacional de Saúde – Brasília- DF, a mais de cinco anos, em temperatura de 25 ± 2 ºC e 80% ± 2 UR, e fotofase de 12/12h. As larvas foram criadas em bandejas plásticas com água fervida. As formas imaturas foram alimentadas com ração para gatos Purina® Cat Chow® triturada (0,36g por copo) para induzir a eclosão larval e desenvolvimento ao estádio desejado. Todo o processo de criação e armazenamento do material foi em condições controladas de temperatura (25±2°C), umidade relativa 80±10% e fotofase 12h. Obtenção do extrato da própolis: O extrato de própolis marca Makrovit 12%, foi obtido em estabelecimento comercial. Tendo uma composição de própolis verde e álcool de cereais e extrato seco mínimo 12%. Preparo das soluções: O extrato da própolis foi previamente dissolvido em água Milli-Q, antes da exposição larval. Foram estabelecidas um gradiente de 7 concentrações, que ocasionavam mortalidade de 0 a 99%. As concentrações estabelecidas ficaram entre 0,12 % e 0,57%. Mortos T2 Mortos T3 % Mortalidade Fig.01 – Efeito da concentração do extrato da própolis sobre a mortalidade de larvas de terceiro ínstar final e quarto ínstar inicial. Fonte: A autora, 2008. As concentrações letais foram estimadas em CL50: 0.24% (Intervalo de confiança: 0.23 – 0.25), CL90: 0.46% (IC: 0.44 – 0.50), CL95: 0.56% (IC: 0.52 – 0.61) e CL99: 0.80% (IC: 0.72 – 0.90), com X2: 0.545, grau de liberdade quatro e valor de p em 0.031. Conclusão Os mosquitos estão presentes em ambientes antrópicos e representam um fator de incômodo as pessoas, visto que o Aedes aegypti é considerado o principal vetor do vírus da dengue, sendo um grande alvo de vigilância e de controle em todo Brasil. (BARATA et al, 2007). Ao longo dos tempos, o homem aprendeu a utilizar os produtos naturais em seu diaa-dia e um desses produtos que vem sendo utilizado pela humanidade de diversas maneiras é a própolis. Inclusive sabe-se, a partir desta pesquisa que é com eficácia que este produto natural combate ao mosquito da dengue , o Aedes aegypti. Bioensaios: A susceptibilidade larval de A. aegypti foi determinada, sob a temperatura constante de 25ºC. Para cada bioensaio utilizaram-se 700 larvas (terceiro ínstar tardio e quarto ínstar inicial - quatro réplicas de 25 larvas por concentração) que foram expostas a 7 diferentes concentrações (CM - concentrações múltiplas) de extrato da própolis. Para o controle, 100 larvas divididas em quatro réplicas foram expostas somente em água. Os bioensaios foram reproduzidos três vezes em dias diferentes. Imediatamente após o preparo dos bioensaios os recipientes, contendo as soluções e as larvas, foram acondicionados à temperatura 25ºC com umidade relativa de 80% (±10%), em câmara climatizada modelo 132FC marca ELETROlab®. Bibliografia ARRUDA,W.;OLIVEIRA, G.& SILVA, I. Toxicidade do extrato etanólico de Magonia pubescens sobre larvas de Aedes aegypti. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.36(1): 17-25,jan-fev,2003. BARATA, E. A. M. F. et al. População de Aedes aegypti (L.) em área endêmica de Dengue, Sudeste do Brasil. Revista Saúde Pública. 35 (3): 237-42, 2001 MARCONDES, C. B., Entomologia Médica e Veterinária. Ed. Atheneu. São Paulo, 2001. PEREIRA, A.; SEIXAS,F. & NETO;F. Própolis: 100 anos de pesquisa e suas perscpectivas futuras. Química Nova. 25v.n º2, jan/jul 2001. Foto 01 – Recipientes contendo as soluções. Fonte: Josiane Somariva Porphiro, 2008. Apoio Financeiro: UNISUL