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Pedro Guilherme Ferreira Borges, 050316003
Problemas sociais e humanos criados pelo vício dos jogos de computador
Resumo
Nos últimos anos, tem-se assistido ao desenvolvimento
tecnológico. E associado a este desenvolvimento, verifica-se a
proliferação de dependências de carácter psicológico,
principalmente dos vários tipos de jogos associados à internet,
telemóvel e tecnologia, sobretudo entre os mais jovens.
Embora possam não apresentar os sintomas físicos das
dependências clássicas, podem transformar seriamente a vida
a nível humano e social.
I.
INTRODUÇÃO
«As reacções do cérebro de pessoas que jogam computador
excessivamente são semelhantes às das pessoas viciadas em
álcool e cannabis», explica Ralf Thalemann
pensar em
noutra coisa que não seja no seu vício.
Praticamente toda a energia e tempo são consagrados à
satisfação do seu hábito e a mente apenas se concentra num
único objectivo.
A.2) Perda de Controlo
O víciado torna-se em um escravo da sua própria
dependência. Deixa de ser ele a decidir, mas sim a combulsão
que dita o seu comportamento. Os viciados apesar de tudo,
sentem que podem abandonar a sua dependência a qualquer
momento, mas quando as circunstâncias obrigam a deixar o
vicio, sentem enormes dificuldades.
A.3) Negação
Quando se pensa em vícios que prejudicam as pessoas a nível
social e consequentemente a nível psicológico, normalmente
associamos ao álcool, drogas e jogos que envolvem dinheiro.
Estes vícios, fazem com que as pessoas percam o controlo das
suas vidas. A prioridade destas pessoas passa a ser o seu
vício, prejudicando as suas famílias, carreiras e
consequentemente as suas vidas. Analisando de forma séria a
nossa sociedade, poderemos considerar que estes são os
efeitos causados pelos jogos de computador, quando estes são
utilizados de forma excessiva. Como tal, estamos a falar de
um novo vicio que não para de crescer, o vício dos jogos de
computador.
Á medida que vão acumulando problemas os víciados
começam por negar duas coisas: que perderam o controlo e
que as dificuldades que possuem estão relacionadas com o
seu vicio. Chegam mesmo a minimizar a questão, ou evitão o
problema, tentando iludir responsabilidades.
A.4) Sofrimento Pscicológico
Apesar de num fase inicial o vicio trazer satisfação, acaba por
ter efeitos negativos. Acaba por se converter em um efeito por
necessidade, e não por prazer, tendo influências negativas no
trabalho, relações e a nível financeiro.
A)Vício
A dependência de uma substância tóxica ou de determinados
jogos ou práticas tem consequências negativas, embora não se
possa considerar todas as pessoas que consomem ou incorrem
neste tipo de comportamento se transformem ou sejam
víciados.
É preciso estabelecer um distinção entre buso e abuso.
Segundo peritos é preciso estabelecer 4 principios cognitivos
para se poder indicar quando o consumo se converteu em
vício. Esses princípios são a obsessão, perda de controlo da
própria vida, negação, sofrimento psicológico.
II.
PORQUE AS PESSOAS SE VICIAM NO JOGO
«Desafio, prisão e desespero», Descrição do vício, por
Miguel, jogador compulsivo
As pessoas sentem prazer no jogo, devido à complexidade do
mesmo. Ao longo que se vai jogando, vai-se querendo aplicar
novas competências, para se tentar ser o melhor. Mas o
problema, não reside no jogo em si mesmo, mas no facto de
que quando se esta a jogar, não se está a realizar outras
actividades.
A.1) Obsessão
O comportamento da pessoa é obsessivo, e impede a pessoa de
Não se pode pensar no vício como algo de novo na sociedade,
até porque Theodore Zeldin, historiador da Universidade de
Oxford, surpreende ao escrever na obra “História da vida
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Problemas sociais e humanos criados pelo vício dos jogos de computador
Íntima” uma reflexão paradoxal: no México dos Astecas, a
maioria dos escravos oferecia-se para sê-lo. Motivo? A
dependência de “patolli”, um jogo de dados, tornava-os
incapazes de se responsabilizar pela própria vida, pelo que
assinavam um contrato de escravidão e ofereciam a liberdade
(que já consideravam perdida), a um amo que os alimentasse
e mantivesse.
Por este exemplo, verifica-se que o problema não reside nos
jogos de computador, mas no vício em geral e nas pessoas que
têm propensão para se viciarem mais facilmente em algo que
lhes proporciona prazer. A pessoa torna-se viciada quando
experimenta uma adaptação neurológica. O cérebro reage
quando se interrompe o jogo, começando então a funcionar
normalmente, mas o problema é quando é necessário cada vez
mais tempo de jogo, para o cérebro começar a funcionar
normalmente após se deixar o jogo.
III. THE AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION (AMA)
IV. VÍCIO EM JOGOS DE COMPUTADOR É SEMELHANTE AO
DO ÁLCOOL E CANNABIS
“Os jogos de computador em excesso viciam tanto o cérebro
como o álcool ou a cannabis, defendem especialistas da
Charité University Hospital Berlin”
Num estudo efectuado, demonstrou-se que os efeitos dos jogos
de computador no nosso cérebro, são semelhantes aos efeitos
produzidos pelo álcool ou cannabis. Os jogos de computador,
devem ser encarados como uma maneira de divertir o jogador.
Quando os jogos são utilizados de forma excessiva, o cérebro
faz com seja libertado o neuro-transmissor dopamina que é o
responsável pela sensação de felicidade e recompensa. Esta
sensação é a mesma que determinadas drogas viciantes
provocam. Esta libertação constante provoca a chamada
“memória viciada”, que ocorre em 1 em cada 10 jogadores,
onde são armazenadas as experiências positivas.
«Verdadeira prisão on-line», diz um viciado em
jogos on-line
V. INFLUÊNCIA DOS JOGOS
Um estudo realizado pela AMA, demonstrou danos
excessivos sobre os jogadores compulsivos. Alguns jogos,
podem tornar as pessoas mais violentas, ou mesmo torna-las
socialmente incapazes. Um uso excessivo do jogo, pode
provocar a substituição do sono para se poderem manter a
jogar. Estas pessoas perdem a noção da realidade e mentem
sobre a extensão do seu jogo eliminando das suas vidas tudo o
que não tenha haver como o seu vício, como escola, trabalho e
relações. A pessoa começa a sentir a necessidade de jogar
cada vez mais, para se sentir capaz de viver. Se a pessoa não
tiver acesso ao jogo tem tendência a começar a ficar irritada e
mesmo violenta. Para os jogadores, apenas o mundo da
fantasia começa a fazer com que eles se sintam melhores.
Posteriormente alguns sinais físicos começam a aparecer,
como dores de costas e pescoço, dores de cabeça, olhos secos,
falta de comer, abandono da higiene pessoal, entre outros
problemas.
Devido a estes problemas, estamos a falar de um vício sério,
que tem de ser tratado como um problema de saúde, tanto a
nível físico como psicológico. Tendo em conta que os
computadores estão por toda a parte, o tratamento deve ser
igual ao tratamento “do vício da comida”, pois “tem-se de
aprender a viver com a comida sem cometer excessos”. Como
os viciados em jogos não podem evitar os computadores,
devem aprender a usa-los com responsabilidade.
“Depois de o menino passar três dias e três noites a
jogar, ele ficou maluco”, afirmaram os pais
Apesar de tudo, existem vozes discordantes sobre o estudo
efectuado pela AMA, por acreditarem que o vicio do jogo em
excesso não tem os mesmos efeitos para o corpo e mente que
uma pessoa viciada em drogas ou em cannabis. Para estas
pessoas, que se baseiam em estudos que estão a ser realizados
pela “APA” (American Psychiatric Association), para
medirem o nível de controlo que o excesso do jogo de
computador pode ter sobre a pessoa, o vício dos jogos de
computador tem é grande influência mental na personalidade
de pessoa.
Muitos psiquiatras, afirmam que os jogos são uma grande
arma poderosa, que podem construir personalidades e
controlar a mente de milhares de pessoas em todo o mundo.
Assim, consideram que apesar de este vício ser tão grave com
o vício das drogas ou álcool, não tem características idênticas.
Apesar de tudo, nos dias de hoje já existe uma “associação de
anónimos dos jogos” (“Online Gamers Anonymous”).
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VI. QUANDO O VIRTUAL PASSA PARA A REALIDADE
“Quando os danos provocados pelo jogo começam a ser
visíveis aparecem as dívidas, as mentiras, a agressividade,
que destroem as relações familiares e a carreira
profissional, além dos problemas de depressão...”, afirma o
psicólogo Pedro Hubert
Muitos jogadores compulsivos, passam a viver em torno do
jogo, deixando de ter a sua vida real, para passarem viver de
forma virtual. Foi o caso de um sul-coreano de 38 anos, que
jogou durante 10 dias seguidos. Este homem, viveu apenas
para o jogo durante estes dias, ao ponto de passado este tempo
ter morrido de esgotamento quando tentava iniciar mais uma
partida do seu jogo.
Por vezes os jogos também incutem ideias distorcidas da
realidade, levando pessoas a cometer actos tresloucados para
imitarem os seus ídolos dos seus jogos. O estudante de
medicina Mateus da Costa Meira de 24 anos, disparou tiros
contra 40 pessoas que assistiam a um filme. O jovem mais
tarde, assumiu que tentou repetir os mesmos movimentos de
um jogo, “Duke Nukem”. Outro caso, foi o de Keith Flaig, de
14 anos que, esfaqueou a garganta de Nicholas Watts, seu
amigo. De seguida, encontra uma pistola guardada em sua
casa e dispara contra a irmã de Nicholas de 10 anos.
Posteriormente, foi à procura da mãe do seu amigo e matou-a
com um tiro. Por último, e com a mesma arma, Keith
suicidou-se. Este crime, que ocorreu nos EUA, teve como
principal “suspeito”, o jogo com que os adolescentes jogavam,
“Hell'”.
Outros casos, são pessoas que se deixam controlar pelos
jogos. Um jovem, que jogava Nintendo, seguiu as ordens, que
segundo ele, eram dadas pelo diabo. O jovem acabou por
atear fogo ao seu próprio corpo. Também há casos, de jogos
que servem para viciar de uma forma propositada a mente das
pessoas. Neste caso, o grande exemplo é o “Doom”, jogo
licenciado pelos militares americanos, com o objectivo de
treinar os soldados para matar. Este é um jogo na primeira
pessoa, onde a pessoa que joga, assume literalmente a
identidade de quem dispara.
De Dezembro de 2006 a Dezembro de 2007, o volume de
dinheiro gasto em jogos na net, aumentou 370%. Isto deve-se
em parte a internet estar cada vez mais acessível, fazendo
com que os hábitos dos portugueses sofram alterações,
passando estes mais tempos a jogar on-line, principalmente
nos jogos que envolvem intercâmbio (jogador contra jogador),
que está a ter um crescimento muito acima da média.
Ainda assim, muitos sites de jogos on-line, oferecem várias
funcionalidades aos clientes, como determinar os limites do
depósito e das perdas, estabelecerem limites temporais às
sessões de jogo e auto excluir-se da possibilidade de jogar.
Neste tipo de jogos, os jogadores entre os 30 e 40 anos são os
que mais jogam, havendo também uma maior tendência para
estes serem mais compulsivos em relação ao jogo. Em relação
às mulheres, tem havido um crescimento, principalmente a
nível do póquer.
VIII. CONCLUSÃO
Os jogos são uma forma de entretimento. E como tal, não
devem passar de uma forma de nos divertimos ou
aprendermos alguma coisa. Também pode servir para o
exercício da mente e até melhorar a auto-estima.
Quando se joga de forma controlada, pode-se ter a vantagem
de os jogadores que sofrem de certas fobias poderem
conseguir controlar ou mesmo superar os medos graças aos
jogos. Mas o jogo em excesso pode arruinar vidas. Contudo,
quando se joga em excesso, pomos em risco a saúde mental.
Pode-se resistir durante muito tempo, ou mesmo pouco
tempo, mas ninguém conhece o seu próprio limite ao ponto de
se poder considerar imune. Um excesso de jogo pode provocar
convulsões, suicídios, depressões, loucuras e até mortes.
O mais importante e nunca ter nenhum vício,
independentemente de este parecer de início inofensivo. O
ideal é fazer de tudo um pouco, ou seja viver. Se quiser jogar,
jogue, mas não faça da sua vida o jogo.
VII. JOGOS A DINHEIRO NA NET
Life is game, play it well and you will never lose.
“Os jogos na Internet são o pior de tudo. É ter o vício em
casa ou no trabalho disponível a qualquer momento”,
contou à Lusa um jovem que não revelou o nome
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IX. REFERÊNCIAS
http://www.highbeam.com/doc/1P2-6428423.html
http://ciberia.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=id.
stories/5109
http://www2.uol.com.br/ohayo/v3.0/games/materias/junho27
_games.shtml
http://manassesqueiroz.blogspot.com/2005/12/jogoseletrnicos-podem-matar.html
 http://psig.wordpress.com/category/jogos/
http://www.olganonboard.org/
 Jornal Notícias, Artigo
 Jornal Metro, Artigo
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