A Questão Ética e o Controle Gerencial GRUPO: Claudia Bastos Formigone Elizabeth Hyosook Cho Jun/2006 1 A questão ética e o controle gerencial “Os sistemas de controle gerencial influenciam o comportamento das pessoas e têm como propósito central assegurar a congruência de objetivos”. (ANTHONY E GOVINDARAJAN, 2002, p.140) 2 Abordagem Conceitual – O que é? ethiké, ethos ; moralis, mos (mores) Ambas designam o mesmo objeto: o costume e o hábito. Sinônimos, devido à presença dos costumes nos comportamentos individuais. Moral como limitação, ética como possibilidade. Moral como algo vindo de fora, ética como algo vindo de dentro. 3 A Questão Ética A importância da ética para as organizações: Instrumento de controle que reforça os interesses do sistema econômico dominante (Vázquez); Instrumento imposto pela sociedade para restringir as ações dos agentes econômicos (Homann); Norte e guia da atividade econômica ( Arruda); Norteadora da conduta humana (Alves). 4 Abordagem procedimental - Como? Guias gerais de Conduta (empresas): Guia: S.m. Livro ou publicação de instruções acerca de algum ramo especial de serviço ou de qualquer outro assunto. Código de Ética (profissionais): Coleção de regras e preceitos. (Novo Dicionário FOLHA/AURÉLIO) “ Os Códigos de Ética raramente indicam o que fazer ou não fazer, e tampouco sugerem o comportamento adequado em uma situação específica; ao contrário, eles fornecem diretrizes gerais”. (GARRISON & NOREEN, p.19) 5 Código de Conduta das Empresas Principais razões de quem adota um comportamento antiético: A organização espera um comportamento antiético; Todos os outros são antiéticos; O comportamento antiético é o único meio de progredir. GARRISON & NOREEN apud McCuddy (2001, p.19) 6 Código de Conduta da GE Obedeça às leis e regulamentos aplicáveis à nossa conduta nos negócios em todo o mundo. Seja honesto, justo e confiável em todas as suas atividades e relacionamentos na GE. Evite qualquer conflito de interesses entre assuntos profissionais e pessoais. Através da liderança em todos os níveis, mantenha uma cultura na qual a conduta ética seja reconhecida, valorizada e exemplificada por todos os colaboradores. 7 O Código de Ética Profissional do Contabilista - CEPC Resolução CFC Nº 803/96 É constituído de cinco capítulos que são: Deveres e proibições, o valor dos serviços profissionais, os deveres em relação aos colegas e à classe, e as penalidades a quem descumpre as normas. Considerações: Os princípios fundamentais que regem o exercício profissional do contabilista sintetizam os valores que , de acordo com o entendimento da classe , devem nortear a conduta profissional 8 Código de Ética Profissional do Contabilista Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais; Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; 9 Abordagem Utilitarista - Para que? “Não há sociedade que progrida com firmeza, que se mantenha politicamente consistente, que ofereça bem-estar social a seus membros, nem profissão que se imponha pelo produto de seu trabalho, que angarie respeito de todos, que se faça reconhecer pelos seus próprios méritos, sem ... Ética”. FIPECAFI (1997, p.11) 10 Estilos de Direção Os estilos de direção dependem substancialmente das suposições que os administradores têm a respeito do comportamento humano dentro da empresa e são responsáveis pelo esquema de planejamento e pelo desenho organizacional que o implementa. 11 Estilos de Direção (Concepções da Natureza Humana segundo McGregror) Teoria X As As As As As pessoas são preguiçosas e indolentes; pessoas evitam o trabalho; pessoas evitam a responsabilidade, afim de se sentirem mais seguras; pessoas precisam ser controladas e dirigidas; pessoas são ingênuas e sem iniciativa. Teoria Y As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer; O trabalho é uma atividade tão natural como brincar e descansar; As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios; As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas; As pessoas são criativas e competentes. 12 Tomada de Decisão “A subjetividade que a tomada de decisões implica pode estar baseados em valores e interesses pessoais que nem sempre são as regras de conduta moral da organização.” (ALVES, 2005, p.30) 13 Fatores que podem afetar o comportamento ético da direção Fatores Individuais: Nacionalidade, gênero, idade, educação, experiência profissional, a personalidade, as crenças e os valores. Fatores Situacionais (forças que geram pressões nos indivíduos e que são capazes de incentivá-los ou não, à pratica moral): Culturas organizacionais, influência do grupo de trabalho e valores sociais 14 Cultura Convicções, atitudes, normas, relacionamentos e presunções comuns aceitas implícita ou explicitamente e evidenciados em toda a organização. Influências: Executivo-chefe : Personalidade e políticas. Funcionários : Sindicalização. 15 Influência do Grupo Influência do grupo através de: Recompensas e punições; Código de Ética. 16 Valores sociais Os administradores não devem se comprometer com práticas que possam denegrir a imagem da empresa, Também devem assegurar que todos os padrões ambientais e legais sejam respeitados, a fim de que a saúde e a segurança da comunidade e dos trabalhadores sejam respeitados. 17 O papel da Controladoria Operar informações e projetar e operar sistemas de controle; Preparar demonstrações e relatórios financeiros; Preparar e analisar relatório de desempenho e auxiliar na interpretação desses relatórios; Supervisionar os procedimentos contábeis e da auditoria interna, estabelecer salvaguardas contra furtos e desfalques. 18 Conflitos de interesse do controller Controller da matriz Controller da matriz Gerente da unidade Controller da unidade Gerente da unidade Controller da unidade 19 Padrões de conduta do controller Competência; Sigilo; Integridade; Objetividade; Resolução de conflito ético. Padrões de Conduta Ética dos Profissionais de Contabilidade Gerencial e Administração Financeira IMA – Institute of Management Accountants dos EUA 20 Questões comportamentais no controle gerencial A redução da incerteza trazida do nível institucional para o ambiente de tarefa é função da gerência. Esta possui como meio de direção de pessoas a motivação, a liderança e a comunicação. 21 Questões comportamentais no controle gerencial A Motivação São forças ativas impulsionadoras traduzidas em palavras como “ desejos e receios”. 22 Fatores Motivacionais (Satisfacientes) Conteúdo do cargo (como o indivíduo se sente a respeito de seu CARGO) 1. O trabalho em si 2. Realização 3. Reconhecimento 4. Progresso profissional 5. Responsabilidade Fatores Higiênicos (Insatisfacientes) Conteúdo do cargo (como o indivíduo se sente a respeito de sua EMPRESA) 1. As condições de trabalho 2. Administração da empresa 3. Salário 4. Relações com o supervisor 5. Benefícios e serviços sociais Fonte: Andrew F. Sikula 23 Questões comportamentais no controle gerencial A liderança Motivar as pessoas a fazerem aquilo que precisa ser feito. Tendência dos seguidores de seguirem aqueles que eles percebem com instrumentais para satisfazerem os seus próprios objetivos pessoais e necessidades. 24 Questões comportamentais no controle gerencial A comunicação É o intercâmbio de pensamentos e de informações para proporcionar compreensão mútua e confiança, além de boas relações humanas. 25 Responsabilidade social Extensão da responsabilidade profissional pessoal; O respeito aos usuários das demonstrações contábeis; Prestar todas as informações contábeis requeridas pelos órgãos fiscalizadores; Transparência é a matéria prima a partir da qual é gerado o produto contábil. 26 Os principais casos que abalaram a imagem do capitalismo Enron WorldCom Xerox Merck A gigante norte-americana de energia pede concordata em dezembro de 2001, após reconhecer práticas contábeis duvidosas que inflaram o volume de negócios do grupo e dissimularam uma dívida de US$ 22 bilhões. A gigante das telecomunicações revelou no final de junho fraude contábil de US$ 3,8 bilhões. Despesas foram registradas como investimentos durante cinco trimestres. O grupo reconheceu no final de junho que seu resultado antes dos impostos era inferior em US$ 1,4 bilhão ao publicado anteriormente, para o período de 1997 a 2001. A segunda maior companhia farmacêutica dos EUA registrou, nos últimos três anos, receitas de US$ 14 bilhões de uma de suas subsidiárias, a Medco, que, na verdade, nunca foram recebidas. 27 Fonte:10/07/02- Zero Hora/Economia Escândalos contábeis: Legalidade x Ética Segundo o economista Paul Krugman: “Um sistema que retribui maravilhosamente os seus diretores pelo sucesso tenta esses executivos, que controlam a maioria das informações acessível a terceiros, a fabricarem a aparência de sucesso”. Segundo David Skeek e William Stuntz, professores de Direito de Harvard: “ Leis penais fazem com que as pessoas se preocupem com o que é legal, em vez de se preocuparem com o que é ético”. “Questões morais foram transformadas em questões técnicas jurídica. No mundo atual, é mais provável que os executivos se preocupem com o que é possível fazer do que com o que é justo e honesto”. “O resultado é que os que atuam fora da ética se safam da punição porque buscam modos originais de burlar a lei. Executivos honestos terminam copiando os mesmos truques legais dos executivos desonestos. Essa é a conseqüência lógica de confiar exageradamente na lei penal e pouco nas normas éticas”. 28 Reações: • Sarbanes-Oxley: regras rígidas na divulgação das informações. • Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, elaborado em 1999 pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCGC). Grandene, Sabesp, Natura, CCR e CPFL energia. • Expansão do Novo Mercado, segmento da Bolsa cujas regras de listagem constituem o que se considera o estado da arte em Governança Corporativa. • Empresários descobriram que o compromisso com a transparência rende empréstimo mais barato e prêmio adicional para as ações negociadas em Bolsa. Vale também um reconhecimento de instituições no mercado, premiando os esforcos das companhias em se tornarem mais amigáveis com clientes, fornecedores, funcionários, governos e investidores. 29 FOLHA DE SÂO PAULO, 15 de fevereiro de 2004. Fraudes corporativas e mudanças tributárias aumentam demanda por profissionais O impacto da fraude corporativa gerou um efeito colateral: colocou em foco contabilistas, auditores e controladores. Aumentaram as fiscalizações, o rigor no cumprimento dos princípios contábeis e as punições às más condutas. O segundo efeito é previsível: o surgimento de novas vagas, já que as empresas estão deixando o amadorismo de lado e contratando profissionais qualificados para orientar seus negócios. O consultor de gestão de negócios Carlos Bizarro avalia que "Os escândalos internacionais serviram para alertar mais o Brasil para a necessidade de ter bons controladores”. Para ele, a tendência é a popularização da figura do controlador no país. 30 Caixa Dois Embora a cultura do caixa dois (omissão de informações visando o não-pagamento de impostos) ainda seja comum no país, especialistas dizem acreditar que as empresas que sonegam tributos são cada vez mais evitadas pelos profissionais. Foi justamente essa cautela que fez com que A.N., 34, (não quer se identificar), recusar um convite para dirigir o departamento de contabilidade de uma companhia de São Paulo, cujo faturamento mensal é de R$ 3 milhões: "Fiz um levantamento do balanço e vi que a empresa possuía um caixa dois expressivo. Com base nisso, resolvi não aceitar a proposta. Prezo por contas transparentes, não me envolvo em casos assim", afirma o contador. SILVIA BASILIO RIBEIRO 31 Bibliografia ALVES, F.S. Adesão do Contabilista ao código de ética de sua profissão: um estudo empírico sobre percepções.Tese de Doutorado – FEA/USP.São Paulo:2005. ANTHONY , R.N; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de Controle gerencial.São Paulo: Atlas , 2002. CHIAVENATO,I. Administração de empresas: uma abordagem contigencial. 3. ed. São Paulo: Makron,1995. GARRISON, R.H.; NOREEN, E.W. Contabilidade gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. LISBOA, L. P. Ética geral e profissional em contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. 32 Bibliografia Gazeta Mercantil. As Melhores Relações com Investidores. Suplemento Especial .12/06/2006 Razão Contábil. Uma Exigência Global: pag 16 – 24 Nov/2004. Razão Contábil. Novo Mercado transparência total em troca da valorização pag 32 – 36 Nov/2004. Sites: http://www.fae.edu/elearning/TestLearning/AdmFinanceira/aula1_profa.%20 vanessa.pdf http://www.ge.com/files/usa/citizenship/compliance/spirit/portuguese_br.pdf http://www.cfc.org.br/resolucoes_cfc/RES_803.DOC http://www.acionista.com.br/noticias/zero_hora_10_07_02.htm 33