Características das alianças aqui discutidas: •Os participantes continuam independentes depois da formação da aliança. •Compartilham benefícios da aliança e o controle sobre o desempenho das tarefas atribuídas. •Fazem contribuições contínuas em tecnologia, produtos e outras áreas estratégicas. •Cada parceiro deve estar disposto a abrir mão de um pouco de controle, •Existem alguns riscos potenciais associados com o fortalecimento de um concorrente de outro país. •É uma das maneiras mais rápidas e baratas de desenvolver um estratégia global, •Os altos custos de desenvolvimento de produto podem forçar uma empresa a procurar parceiros, •As exigências de tecnologia de muitos produtos atuais significam que uma só empresa pode não dispor das habilidades, capital ou know-how para fazer tudo sozinha. Joint-ventures são alianças voltadas para um único mercado ou para um problema específico. Parcerias desenvolvem uma estratégia a longo prazo, com a finalidade de alcançar a liderança mundial perseguindo custos mais baixos, e o relacionamento é recíproco – cada parceiro possui forças específicas que compartilha com os outros, a aprendizado ocorre para todas as partes. Missão: alianças bem-sucedidas criam situações ganha-ganha. Estratégia: a empresa pode estabelecer alianças separadas com ≠ parceiros – a estratégia deve ser estabelecida antecipadamente, evitando conflitos. Governança: discussão e consenso – igualidade. Cultura: conjuntos de valores compartilhados. Organização e administração: estabelecimento de linhas claras de autoridade. O desafio é compartilhar habilidades suficientes para criar vantagens em relação a empresa fora da aliança enquanto se evita a transferência maciça das habilidades centrais para o parceiro. As empresas devem selecionar com cuidado as habilidades e tecnologias que passarão a seus parceiros. Devem desenvolver mecanismos de segurança contra as transferências informais e não-intencionais de informações. Muitas empresas têm decidido comprar de terceiros o produto que vendem. Apesar de muitas se suprirem em países com baixo custo de mão-de-obra, mesmo empresas domésticas estão terceirizando tarefas, para alcançar maior eficiência. Elas terceirizam a produção ou as atividades de serviços na cadeia de valor para empresas que podem fornecer o produto a um custo menor do que se fosse fabricado internamente. Essas empresas podem estar em desvantagem em uma aliança com um fornecedor, especialmente se as habilidades de fabricação forem a qualidade atraente do produto. Infelizmente a empresa de marketing, a excelência de fabricação de uma empresa representa uma capacidade multifacetada que não se transfere facilmente. Os gerentes e engenheiros de países ricos devem aprender a ser mais atenciosos e receptivos e superar a síndrome do “não foi inventado aqui”. Devem começar a pensar como aprendizes, e não como professores. Ao mesmo tempo, devem ser menos ávidos em mostrar os êxitos de engenharia de seus laboratórios. Para limitar a transparência, algumas empresas envolvidas em alianças estabelecem um setor de colaboração. Muito parecido como um porteiro que canaliza solicitações de acesso a pessoas e a informações. Esse sistema desempenha importante função de controle, que protege contra transferências nãointencionais. Um relatório da McKinsey esclareceu um pouco mais sobre os problemas específicos de alianças entre empresas ocidentais e japonesas. Muitas vezes, os problemas entre os parceiros tinham menos que ver com os níveis objetivos de desempenho do que com a sensação de desilusão mútua e oportunidades perdidas. O estudo identificou 4 áreas de problemas comuns: Cada parceiro tinha um sonho diferente, os parceiros japoneses viam-se saindo da parceria como líderes em seus negócios ou entrando em novos setores e construindo uma nova base para o futuro, enquanto o parceiro ocidental buscava retornos financeiros rápidos e livres de risco. A segunda área de preocupação é o equilíbrio entre os parceiros. Cada um deve contribuir para a aliança, e cada um deve depender do outro em um grau que justifique a participação na aliança. O parceiro mais atraente no curto prazo, provavelmente, é uma empresa já estabelecida e competente em seu negócio, com necessidade de adquirir algumas novas habilidades tecnológicas. O maior parceiro no longo prazo, no entanto, provavelmente será um participante menos competente ou que não seja do ramo. Outra causa comum de problemas é a perda por atrito, causada por diferenças de filosofia gerencial, expectativas e abordagens. Todas as funções dentro da aliança podem ser afetadas e, como conseqüência, o desempenho sofrerá. O estudo também descobriu que metas de curto prazo podem ter como resultado que o parceiro limite a quantidade de pessoas que aloca para a aliança. O resultado é a amnésia corporativa: as metas originais do empreendimento são perdidas cada vez que um grupo novo de gerentes assume. CFM International/GE/Snecma – uma história de sucesso: a Commercial Fan Moteur (CFM) International, uma parceria entre a divisão de motores a jato da GE e a Snecma empresa estatal aeroespacial francesa. A GE estava motivada a obter acesso ao mercado europeu para poder vender motores para a Airbus Industries, além dos custos de desenvolvimento, que era mais do que ela podia arriscar sozinha. Enquanto a GE se concentrava no projeto de sistemas e no trabalho de alta tecnologia, o lado francês lidava com ventiladores, propulsores e outro componentes. A parceria resultou no desenvolvimento de um novo motor de muito sucesso, que tem gerado bilhões de dólares para 125 clientes diferentes. A aliança deu certo devido à química pessoal entre 2 executivos de alto nível, Gerhard Neumann, da GE, e o falecido general René Ravaud, da Snecma. A parceria prospera, apesar das diferentes visões com relação ao sistema administrativo e o gerenciamento . Brian Rowe, vice-presidente sênior do grupo de motores da GE, observa que os franceses gostam de trazer executivos graduados de fora do setor, enquanto a GE aproveita pessoas experientes de dentro da organização. Os franceses também preferem abordar a resolução de problemas com grandes quantidades de dados, enquanto os norte-americanos podem ter uma abordagem mais intuitiva. AT&T/Olivetti – um fracasso: em teoria, uma parceria, na década de 80, parecia ter tudo para vencer – a missão coletiva era capturar uma fatia importante do mercado global de processamento de informações de comunicações. A Olivetti tinha o que parecia ser uma forte presença no mercado europeu de equipamentos para escritório. Os executivos da AT&T, que acabavam de participar da partilha das unidades de negócios regionais de sua empresa, visavam ao crescimento no estrangeiro, tendo a Europa como ponto de partida. A AT&T prometeu a seu parceiro 260 milhões de dólares e acesso a seu microprocessador e à sua tecnologia de telecomunicações. A parceria exigia que a AT&T vendesse os computadores e os equipamentos de comutação na Europa. Alicerçado a aliança, havia a expectativa de que sinergias surgiriam da união de empresas de 2 setores diferentes: comunicações e computadores. Infelizmente, essa visão não foi mais que uma esperança: a Olivetti não tinha uma força real no mercado de computadores nem experiência ou capacidade de vender equipamentos de comunicação. A tensão disparou quando as vendas não atingiram os níveis esperados. O executivo da AT&T, Robert Kavner, citou diferenças culturais e de comunicação como fatores importantes que levaram à ruptura da aliança. A Europa Central, o Leste Europeu, a Ásia, o México, a América Central e a América do Sul oferecem oportunidades animadoras para empresas que buscam entrar em mercados gigantescos e pouco explorados. Uma alternativa óbvia para entrar nesses mercados é a aliança estratégica. Os parceiros trocarão acesso ao mercado por know-how, mas a questão de as alianças serem a melhor maneira de obter acesso ao mercado deve ser avaliada com cuidado. Na China, as empresas multinacionais são obrigadas a ter parceiros locais, e muitas delas estão indo relativamente bem. Atualmente, as 200 maiores joint-ventures da China estão crescendo a uma taxa de 38%, com margem após impostos de 8% ao ano. Apesar do gasto com investimentos ser compreensível em países em desenvolvimento, muitas empresas multinacionais têm levado a estratégia de longo prazo longe demais e estão repensando seus esforços de joint-venture na China. Rick Yan diz: “Se você não estiver ganhando dinheiro na China agora, terá poucas chances de ganhar um dia, se não mudar a sua estratégia”. Ele conclui que as empresas toleram resultados ruins no curto prazo por uma crença errônea de que representarão sucesso no futuro. Ele descobriu que sucesso é uma questão de capacidade gerencial, escala de massa crítica e carteira de produto, do que o tempo de permanência. A Coca-Cola teve sucesso, enquanto a Pepsi-Cola não. Não basta ter um sócio local: o marketing e a administração também são fundamentais. Um mercado na Europa Central com potencial interessante é a Hungria. Ela já tem o sistema financeiro e comercial mais liberal da região. Também tem fornecido incentivos de investimento a ocidentais, especialmente a indústrias de alta tecnologia. Essa antiga economia comunista tem sua cota de problemas. A recente joint-venture da Digital com o Instituto de Pesquisa Húngaro para Física e a empresa de projetos de sistemas de computador supervisionada pelo estado Szamalk é um exemplo. Apesar de o empreendimento ter sido formado para que a Digital pudesse vender e prestar serviços para seus equipamentos na Hungria, a importância real do empreendimento era impedir a clonagem dos computadores da Digital pelas empresas da Europa Central. O keiretsu japonês é uma aliança entre negócios ou grupo de empreendimentos que parece um clã de guerra, em que famílias de negócios se juntam para lutar por participação de mercado. Eles existem em um espectro amplo de mercados, como mercado de capitais, de bens primários e de componentes. São essencialmente cartéis que têm a aprovação do governo. Constituíam menos de 0,01% de todas as empresas do Japão, mas representavam 78% do valor de capitalização das ações da bolsa de Tóquio, 1/3 do capital empresarial do país e ¼ de seu faturamento. Podem bloquear os fornecedores estrangeiros e resultar em preços mais altos para os consumidores japoneses, mas também proporcionam estabilidade corporativa, compartilhamento de risco e garantia de emprego. Há seis grandes keiretsus no Japão. A empresa de relacionamento, dizem, é a próxima fase na evolução da aliança estratégica. Agrupamentos de empresas em setores e países diferentes serão mantidos ligados por metas comuns que os encorajem a agir como uma única empresa. Serão superalianças entre gigantes globais. Elas poderão valer-se de fartos recursos financeiros, evitar regulamentos antitruste e, com bases domésticas em todos os mercados importantes, gozar a vantagem de ser “nativas” em quase toda parte. Esse tipo de mudança não é impulsionado simplesmente pela mudança tecnológica, mas por uma necessidade política de ter várias bases domésticas. Outra perspectiva sobre o futuro das estratégias cooperativas vê o surgimento da empresa virtual. Ela parecerá uma entidade única com vastos recursos, mas, na realidade, será o resultado de numerosas colaborações reunidas somente quando necessárias. Poderia combinar competências gêmeas de boa relação custobenefício com capacidade de resposta, assim, ela poderia perseguir com facilidade a filosofia glocal (pensar globalmente, agir localmente). Isso reflete a tendência à customização em massa. A empresa virtual só será possível graças à tecnologia atual, com bancos de dados distribuídos, redes e sistemas abertos, que possibilitam todos os tipos de fluxo de dados exigidos por uma empresa virtual. Existirá também a produção de produtos virtuais, que existem praticamente antes de serem fabricados, com o conceito, o projeto e a fabricação armazenados na mente das equipes participantes, em computadores e linhas de produção flexíveis, podendo contar com membros em vários países.