CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia de São Sebastião Cursos Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial CARLOS ALBERTO VAZZOLER A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA FIDELIZAR OS CLIENTES: estudo de caso de uma escola de idiomas na cidade de São Sebastião. São Sebastião 2014 CARLOS ALBERTO VAZZOLER A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA FIDELIZAR OS CIENTES: estudo de caso de uma escola de idiomas na cidade de São Sebastião. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Profª Dra. Maria do Carmo Cataldi Muterle São Sebastião 2014 CARLOS ALBERTO VAZZOLER A IMPORTÂNCIA DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA FIDELIZAR OS CLIENTES: estudo de caso de uma escola de idiomas na cidade de São Sebastião. Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 08/12/2014 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ Profª Dra. Maria do Carmo Cataldi Muterle _________________________________________________________ Prof. Ms. Ricardo de Lima Ribeiro _________________________________________________________ Prof. Ms. Adriano Teixeira Bastos Neto MÉDIA FINAL: ___________________ Dedico este trabalho aos meus três tesouros Carlos Eduardo, Caio e Ana Beatriz e a minha esposa Daniela que sempre confiaram em minha capacidade e persistência mesmo em tempos de adversidades. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, agradeço a Deus que me deu forças e saúde para, mais uma vez, atingir esta nova meta em minha vida. Aos meus familiares, esposa e filhos, meu mais eterno voto de amor e respeito pela paciência pela minha falta de companhia, pela dedicação e ajuda nos momentos em que mais precisei afim de concluir este trabalho. À minha querida orientadora Profa. Dra. Maria do Carmo Cataldi Muterle e à Profa. Me. Marlette Cassia Oliveira Ferreira pela infinita paciência, amizade, companhia e fornecimento de conhecimento, apoio, credibilidade e tempo dispensado sem mesmo ter a obrigação de fazê-lo. Por fim, também gostaria de agradecer aos demais professores e colaboradores da Fatec de São Sebastião quanto da escola Fisk pela oportunidade de convivência, pelo compartilhamento de conhecimento e experiência de vida, e principalmente pela amizade que se perpetuará. A administração de serviços é um enfoque organizacional global que faz da qualidade do serviço, tal como sentida pelo cliente, a principal força motriz do funcionamento da empresa. Karl Albrecht RESUMO A pesquisa surge da necessidade de se identificar a importância da qualidade de prestação de serviços para fidelizar os clientes. Justifica-se por não haver registrada nenhuma pesquisa relacionada à qualidade de prestação de serviços na escola de idiomas Fisk de São Sebastião e pela oportunidade de crescimento e aprendizado para o pesquisador. O objetivo foi identificar e avaliar percepção de qualidade, satisfação e fidelização dos clientes em relação ao serviço prestado. Os procedimentos metodológicos adotados foram a pesquisa bibliográfica, a pesquisa quantitativa, exploratória e descritiva, com aplicação de um questionário como instrumento de levantamento de dados do estudo de caso. Utilizou-se a técnica de amostragem não probabilística por acessibilidade e conveniência. Este levantamento teve como população alvo os alunos com idade igual ou superior a 14 anos. Serviuse da ferramenta SERVQUAL adaptada para avaliar as dimensões de tangibilidade, confiabilidade, segurança, atendimento e empatia, somente considerando os itens de percepção. Os resultados obtidos para as cinco dimensões de qualidade foram: tangibilidade com 89,29%, empatia com 92,64%, confiabilidade com 94,03%, segurança com 95,03% e atendimento com 96,02%. As demais variáveis receberam as seguintes avaliações: percepção de satisfação com 93,11%, intenção de fidelização com 89,66% e percepção de qualidade com 91,86%. O trabalho permitiu concluir que é importante monitorar a percepção do cliente sobre a qualidade da prestação de serviço oferecida pela empresa. Este procedimento viabiliza a obtenção de dados relevantes sobre as reais necessidades e desejos dos clientes, propicia o aperfeiçoamento dos serviços oferecidos e amplia a relação de parceria cliente/empresa. Palavras-chave: Comportamento do cliente. Qualidade. Serviços. Fidelização. ABSTRACT The research emerged from the necessity of identifying the quality service importance to build the customer’s loyalty. It is justified because there is no recorded research related to quality service at the Fisk languages school in São Sebastião and it is the opportunity for the researcher to improve and learn. The objective was to identify and evaluate perceptions of quality, satisfaction and loyalty in relation to the service provided. The methodological procedures were the bibliographic research, the quantitative, exploratory and descriptive research with a questionnaire as a tool for the study case data collection; it was used the non-probability sampling technique for accessibility and convenience. The target of this survey were students aged 14 and over. It was served up by the SERVQUAL tool which was adapted to evaluate the quality dimensions of tangibility, empathy, security, reliability and attendance, considering only the items of perception. The study revealed that it is important to monitor customer’s perceptions about the company’s quality service delivery. The results for the five quality dimensions were: tangibility with 89.29%, empathy with 92.64%, reliability with 94.03%, security with 95.03% and attendance with 96.02%. The other variables received the following ratings: perception of satisfaction with 93.11%, intention loyalty with 89.66% and quality perception with 91.86%.This procedure allows for the generation of relevant data on the real necessities and desires of customers, allows the improvement of offered services and expands the partnership customer/company. Keywords: Customer behavior. Quality. Services. Loyalty. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Figura 1: Hierarquia de necessidades de Maslow............................... 26 Figura 2- A Avaliação da qualidade do serviço.................................................... 61 Figura 3- Modelo conceitual de Qualidade em Serviços..................................... 62 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Perfil das idades dos entrevistados................................................... 88 Gráfico 2 - Distribuição dos alunos por bairro..................................................... 89 Gráfico 3 - Distribuição dos alunos por região.................................................... 90 Gráfico 4 - Distribuição dos alunos entrevistados por gênero.......................... 90 Gráfico 5 - Distribuição dos alunos por escolaridade......................................... 91 Gráfico 6 - Definição das classes sociais das famílias dos entrevistados....... 92 Gráfico 7 - Composição dos idiomas cursados pelos alunos............................ 93 Gráfico 8 - Comparativo entre tempo total de estudo e tempo de estudo no Fisk........................................................................................................ 94 Gráfico 9 - Meios de comunicação que influenciaram os alunos...................... 95 Gráfico 10 - Faixa etária dos alunos entrevistados............................................... 116 Gráfico 11 - Local de residência dos alunos ......................................................... 117 Gráfico 12 - Gênero dos alunos............................................................................... 117 Gráfico 13 - Grau de instrução dos alunos............................................................. 118 Gráfico 14 - Classificação nas classes econômicas............................................. 119 Gráfico 15 - Composição percentual dos idiomas cursados pelos alunos......... 120 Gráfico 16 - Tempo total de estudo em idiomas.................................................... 120 Gráfico 17 - Tempo que o aluno estuda na escola Fisk........................................ 121 Gráfico 18 - Meios de comunicação que conduziram o aluno à escola Fisk...... 122 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - O processo de compra do consumidor.............................................. 40 Quadro 2 - Intenção de lealdade dos consumidores............................................ 73 Quadro 3 - Questões relacionadas à teoria........................................................... 80 Quadro 4 - Instrumental SERVQUAL adaptado à escola de idiomas................. 82 Quadro 5 - Grau de Satisfação............................................................................... 83 Quadro 6 - Grau de intenção de fidelidade............................................................ 83 Quadro 7 - Qualidade em serviço........................................................................... 84 Quadro 8 - Perfil do pesquisado e segmentação de mercado............................ 86 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores de Z............................................................................................. 77 Tabela 2 - Valores estimados para p e q................................................................ 78 Tabela 3 - Escala Likert de 7 pontos....................................................................... 81 Tabela 4 - Classificação de classes sociais........................................................... 84 Tabela 5 - Atribuição de pontos para a posse de bens........................................ 85 Tabela 6 - Educação do chefe da família................................................................ 85 Tabela 7 - Resultado e análise de desempenho de tangibilidade resumido...... 96 Tabela 8 - Resultado e análise de desempenho de confiabilidade resumido.... 97 Tabela 9 - Resultado e análise do desempenho de atendimento resumido....... 98 Tabela 10 - Resultado e análise do desempenho de segurança resumido.......... 99 Tabela 11 - Resultado e análise do desempenho de empatia resumido............... 100 Tabela 12 - Resultado e análise do desempenho de satisfação resumido........... 101 Tabela 13 - Resultado e análise de desempenho de fidelização resumido.......... 102 Tabela 14 - Resultado e análise das afirmativas de desempenho de qualidade.. 103 Tabela 15- Apuração do desempenho de tangibilidade........................................ 123 Tabela 16 - Apuração do desempenho de confiabilidade...................................... 124 Tabela 17 - Apuração do desempenho de atendimento......................................... 125 Tabela 18 - Apuração do desempenho de segurança............................................. 126 Tabela 19 - Apuração do desempenho de empatia................................................. 127 Tabela 20 - Apuração do desempenho de satisfação............................................. 128 Tabela 21 - Apuração do desempenho de fidelização............................................ 129 Tabela 22 - Apuração do desempenho de qualidade.............................................. 130 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ................................................................................. 16 1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 17 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 17 1.3.2 Objetivos específicos..................................................................................... 17 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 17 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................... 18 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR . .......................................................... 19 2.1 CONCEITOS ....................................................................................................... 19 2.1.1 Consumidor ou Cliente .................................................................................. 19 2.1.2 Produto ............................................................................................................ 20 2.1.3 Comportamento do consumidor ................................................................... 20 2.2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR.... 21 2.3 A IMPORTÂNCIA DO COMPORTAMENTO PARA AS EMPRESAS .................. 24 2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DE COMPRA ............ 25 2.4.1 Fator psicológico ........................................................................................... 26 2.4.2 Fatores culturais ............................................................................................ 29 2.4.3 Fatores sociais .............................................................................................. 31 2.4.4 Fatores pessoais ........................................................................................... 32 2.4.5 Influência de Marketing ................................................................................. 34 2.4.6 Fatores situacionais ...................................................................................... 36 2.4.7 Freios .............................................................................................................. 37 2.5 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR ............................................. 37 2.5.1 Papeis do comprador ............................................................................. 37 2.5.2 Tipos de comportamento de compra ........................................................... 38 2.5.3 Os estágios do processo de decisão de compra ....................................... 39 3 A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE E A IMPORTÂNCIA PARA O SERVIÇO ......... 42 3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ......................................................... 42 3.1.1 A era da inspeção. ......................................................................................... 42 3.1.2 A era do controle estatístico. ....................................................................... 43 3.1.3 A era da garantia da qualidade. .................................................................... 43 3.1.4 A era da Qualidade Total............................................................................... 43 3.1.5 A era da gestão estratégica da qualidade - Sistema da qualidade. .......... 45 3.2 A QUALIDADE E O JAPÃO................................................................................ 47 3.3 GERENCIAMENTO DA QUALIDADE ................................................................ 49 3.4 QUALIDADE NA ATUALIDADE ......................................................................... 50 3.5 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COM QUALIDADE ............................................... 51 3.5.1 Conceito de serviço e qualidade em serviços. ........................................... 51 3.5.2 Características principais do serviço. ......................................................... 54 3.5.3 Desafios para a gestão de serviços. ............................................................ 57 3.5.4 Aspectos da qualidade na prestação de serviços ...................................... 60 3.5.5 A ferramenta SERVQUAL.............................................................................. 66 3.5.6 A conquista da satisfação dos clientes pela qualidade em serviços ....... 70 3.5.7 A conquista da fidelização pela satisfação do cliente ............................... 71 4 METODOLOGIA ................................................................................................... 74 4.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................. 74 4.2 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 75 4.3 ÁREA E UNIVERSO DO ESTUDO E POPULAÇÃO DA AMOSTRA ................. 75 4.3.1 Área e universo do estudo de caso ............................................................. 75 4.3.2 População da amostra ................................................................................... 76 4.3.3 Tamanho da amostra ..................................................................................... 77 4.3.4 Procedimento e técnica da coleta de dados................................................ 78 4.3.5 Apresentação do questionário ..................................................................... 80 4.3.6 Detalhamento do questionário ..................................................................... 81 4.3.6 .1 Detalhamento das alternativas em escala Likert .......................................... 81 4.3.6.2 Determinação do potencial de consumo segundo ABEP (2013) ..................84 4.3.6.3 Determinação do perfil e segmentação de mercado......................................85 4.3.7 Pré-teste do questionário .............................................................................. 86 4.3.8 Aplicação do questionário............................................................................ 87 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 88 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DO FISK .............................................. 88 5.1.1 Percepções sobre os cursos de idioma dos entrevistados ....................... 92 5.1.2 Meios de comunicação que favorecem a publicidade na escola Fisk ...... 94 5.1.3 Apresentação dos resultados do constructo SERVQUAL adaptado ........ 96 5.1.4 Apresentação dos resultados do constructo satisfação adaptado ......... 101 5.1.5 Apresentação dos resultados do constructo da intenção de fidelização102 5.1.6 Apresentação dos resultados do constructo qualidade .......................... 103 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 105 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 107 APÊNDICES ........................................................................................................... 112 Apêndice A: Modelo do questionário aplicado na escola Fisk de idiomas ...... 112 Apêndice B: Tabulação dos dados. ..................................................................... 115 15 1 INTRODUÇÃO Como afirmam Lovelock e Wright (2002) o setor de serviços atualmente representa uma importante parcela do Produto Interno Bruto (PIB) de um país, e gera mais empregos que os demais setores produtivos. Por sua grande importância e pela própria exigência do mercado consumidor, a prestação de serviço com qualidade, valor agregado e direcionado para o mercado consumidor são requisitos imprescindíveis para uma empresa fornecedora. No cenário econômico atual, com a concorrência acirrada e com os produtos físicos vendidos se tornando cada vez mais próximos em qualidade, durabilidade, preço e outros atributos, a prestação em serviços passa a ocupar uma posição de destaque para as empresas dos mais variados portes, seja nas grandes ou pequenas cidades. A ênfase está no tratamento das relações comerciais com o consumidor ou cliente. No presente trabalho considera-se sinônimo consumidor e cliente, apesar apresentar pequenas diferenças nos conceitos do capítulo 2 da revisão de literatura. Albrecht (1992) afirma que para cativar este cliente e conseguir sua preferência continuada, ou seja, conseguir sua fidelidade, a filosofia da empresa precisa estar voltada ao cliente. A estratégia, o sistema e as pessoas que fornecem o serviço precisam estar em consonância para satisfazer as necessidades, desejos e expectativas dos clientes, colocando-o no centro de suas atenções. Sendo assim, o foco das empresas de serviço passa a ser: conquistar o consumidor e torná-lo fiel para garantir sua sobrevivência e prosperidade, além de possibilitar a manutenção no mercado consumidor competitivo atual. Por meio da identificação dos atributos mais importantes do serviço oferecido aliado ao conhecimento do comportamento de consumo de seus clientes a empresa pode conquistar sua parcela de mercado e alocar seus esforços para alcançar uma performance melhor. Para tanto, o presente trabalho tem como tema a importância da qualidade de prestação de serviços para fidelizar os clientes. Para alcançar a qualidade e fidelização desejada torna-se essencial que as empresas conheçam o comportamento dos clientes e seu perfil, a percepção de qualidade que eles têm sobre seu desempenho, monitorar o nível de satisfação e o 16 grau de fidelização. Estes clientes são a principal fonte de renda e de informação que a empresa dispõe. Com conhecimento das informações, os gestores podem tomar as melhores decisões, definir suas estratégias e direcionar seus esforços e recursos para manter e/ou ampliar a preferência continuada dos clientes e aproveitar oportunidades no mercado competitivo. A cidade de São Sebastião conta com três escolas de idioma na modalidade de franquia que a população pode escolher para estudar. Todas elas localizam-se no centro da cidade e oferecem preços similares de serviço. Portanto, proporcionar um serviço de qualidade com o atendimento adequado pode proporcionar o diferencial competitivo. Considerando este contexto, escolheu-se uma das escolas para propor um estudo de caso com intuito de conhecer detalhes do comportamento de consumo, o grau de satisfação e de fidelização atual dos seus alunos, e identificar e analisar a percepção de qualidade que eles têm a respeito do desempenho da prestação de serviço da escola. O presente trabalho limitou-se a investigar o estabelecimento de ensino de idiomas foco do estudo de caso. Por razão de se utilizar a amostra não probabilística para a coleta de dados com uso de um questionário formal, não se pode generalizar os resultados. Estes resultados e análise destinam-se somente ao ambiente pesquisado. 1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA Este trabalho se justifica por não haver registrada nenhuma pesquisa relacionada à qualidade de prestação de serviços no estabelecimento foco do estudo de caso. Foi também, para este pesquisador, uma oportunidade de crescimento e aprendizado executar o estudo de caso e contribuir com o levantamento de informações relevantes para utilização na gestão de marketing da escola de idiomas. A importância desta pesquisa deve-se à necessidade crescente dos estabelecimentos comerciais locais melhorarem constantemente a qualidade da 17 prestação de serviços oferecido aos clientes, segundo os princípios da qualidade total conforme sustenta o embasamento teórico deste trabalho. 1.2 PROBLEMA Como os clientes percebem a prestação de serviços de uma empresa para que esta possa atendê-los de forma satisfatória e torná-los fiéis? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo geral A pesquisa tem como objetivo geral identificar e descrever percepção de qualidade, satisfação e intenção de fidelização dos clientes em relação ao serviço prestado pela escola de idiomas. 1.3.2 Objetivos específicos Como objetivos específicos definiu-se: a) Estudar o comportamento dos consumidores para entender alguns detalhes sobre seu comportamento de compra, além da qualidade e prestação de serviços; b) Descrever o perfil dos consumidores da escola de idiomas e identificar alguns fatores que influenciam no seu comportamento; c) Apresentar o instrumento SERVQUAL e identificar as dimensões de qualidade no estudo de caso segundo a percepção dos clientes; d) Identificar e medir o grau de satisfação e intenção de fidelização dos clientes. 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os procedimentos metodológicos adotados neste trabalho, amparados pela pesquisa bibliográfica, consistiram na pesquisa descritiva, que conduziram a 18 aplicação de um questionário como instrumento de levantamento de dados para o estudo de caso, onde foram utilizadas perguntas fechadas, mistas, dicotômicas e de múltipla escolha. A técnica de amostragem considerada foi a não probabilística por acessibilidade e conveniência. Este levantamento teve como população alvo os alunos clientes da Escola Fisk de São Sebastião com idade igual ou superior a 14 anos. Para descrever a percepção dos clientes sobre a qualidade dos serviços prestados no estudo de caso pesquisado foi utilizada como base a ferramenta SERVQUAL (Service Quality - Qualidade em Serviços) adaptada para o ramo de atividade da escola de idioma. Foram avaliadas as dimensões de tangibilidade, confiabilidade, segurança, atendimento e empatia, somente considerando os itens de percepção. Nos quesitos de satisfação, intenção de fidelização e qualidade foram utilizadas questões adaptadas dos autores citados para a escala likert. Para definir o perfil do entrevistado, seu potencial de consumo e alguns dados demográficos utilizaram-se os critérios de classificação econômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP (2013) - e fatores que influenciam o comportamento do consumidor. 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: nos capítulos 2 e 3 apresentam-se os assuntos relacionados às teorias do comportamento do consumidor, origem e evolução da qualidade, qualidade na prestação de serviço, a escala SERVQUAL e suas dimensões de percepção de qualidade em serviços, satisfação e fidelização. O capítulo 4 destaca todo o procedimento metodológico para alcance do objetivo proposto e detalhamento do questionário aplicado. No capítulo 5 são apresentados os dados coletados da pesquisa com as teorias relacionadas e discutidas. Por último, são apresentadas as considerações finais do pesquisador que aborda a importância de monitorar a percepção do cliente sobre a qualidade da prestação de serviço da empresa para construir uma relação de parceria duradoura. 19 2 2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR. CONCEITOS Para uma melhor compreensão do assunto comportamento do consumidor e sua relevância para o presente trabalho, é conveniente observar os conceitos específicos de alguns autores conhecidos e também da própria legislação. 2.1.1 Consumidor ou Cliente Barbosa Jr (2014, s.p.) expõe que o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo segundo, define consumidor como: "toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final". Para Kotler (2009, p. 111) os consumidores “são as pessoas e organizações que compram produtos para utilizar ou para incorporar a outro produto”. Benjamin apud Pajoli (1994), em sua abordagem econômica, explica que consumidor se trada do indivíduo, grupo de indivíduos ou instituições responsáveis pelo ato de consumo de bens finais e serviços. Em uma abordagem psicológica, tem-se a explanação de Alpa in Filomeno apud Pajoli (1994) que considera consumidor o individuo que tem suas reações estudadas com a finalidade de se distinguir critérios de produção e motivação interna que o levem ao consumo de produtos e serviços. Sendo assim, pode-se observar que o consumidor é a pessoa que toma a decisão de compra ou que consome um produto e se beneficia do mesmo como o usuário final. Buchmann (2005) define cliente como a pessoa que adquire produtos de empresas para seu próprio consumo ou distribuição dos mesmos. Pode-se concluir que há uma sutil distinção entre cliente e consumidor, onde o primeiro é aquele indivíduo que compra um produto ou serviço para oferecer a outro individuo ou mesmo consumí-lo, o segundo é aquele indivíduo que consome o bem ou serviço oferecido. Para este trabalho, adota-se as palavras consumidor e cliente como sinônimas, pois a maioria dos autores estudados utilizam esta convenção quando tratam de prestação de serviços. 20 2.1.2 Produto Os autores Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 296) citam que produto “é tudo que uma pessoa recebe, seja favorável ou desfavorável, em uma relação de troca”. Seguindo esse conceito, Levitt (1990) afirma que o produto pode ser tangível – bem físico; intangível – um serviço ou uma ideia; ou combinação dos três. Por tangível pode-se considerar um objeto concreto, que pode ser experimentado – visto, tocado, cheirado, degustado e testado. O produto intangível é aquele abstrato, que raramente pode ser testado ou experimentado com antecedência, somente no ato de sua execução. Para fazer o bem físico, serviços variados são incorporados ao seu valor total. 2.1.3 Comportamento do consumidor Paixão (2009, p.23) define comportamento do consumidor como “o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, ideias, ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. Para Mowen e Minor apud Paixão (2009, p. 24) “o comportamento do consumidor é o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e ideias”. Engel, Blackwell e Miniard apud Paixão (2009, p. 24) defendem que o comportamento do consumidor “são atividades com que as pessoas se ocupam quando obtêm e consomem produtos e serviços”. Já Kotler (1995) afirma que o comportamento do consumidor é o estudo da forma como as pessoas, grupos ou organizações selecionam, compram, usam e descartam produtos para satisfazer suas necessidades e desejos. Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 126) consideram comportamento do consumidor “o processo que um consumidor percorre para tomar decisões de compra, bem como para usar e dispor de bens e serviços. Também inclui os fatores que influenciam as decisões de compra e o uso de produtos”. 21 Karsaklian apud Paixão (2009, p. 24) observa que, “como o consumidor é dotado de personalidade, cada qual identifica e percebe o mundo de várias formas (percepção), reagindo automaticamente ao contexto através dos sentidos”. Camargo (2010, p. 160-164) apresenta uma visão de comportamento de consumo focada na tese de que o ser humano é biológico em sua natureza humana interna. Por esta razão ele carrega todos seus instintos que evoluíram pela sua necessidade de adaptação anatômica e fisiológica às mudanças do ambiente. Instintos este que influenciam muito todo seu comportamento. Pelo livre-arbítrio, o indivíduo tem a capacidade de decidir o processo de compra, seja por instinto ou pela emoção. As reações são provocadas pelo “sistema límbico, cérebro pré-frontal e sistema nervoso”. Ao sistema límbico cabem “as funções ligadas diretamente com a afetividade e o humor”, onde as decisões são mais emotivas e sentimentais. O córtex pré-frontal controla os impulsos de consumo. E o sistema nervoso “intermedia os imputs de informação com os outputs comportamentais”. Giglio (2005, p. 11) acrescenta que na área da Biologia “a explicação do consumo leva em consideração tanto variáveis internas, quanto externas, tais como pressões de adaptação”. Sheth, Mittal e Newman (2001) afirmam que o comportamento do cliente vai além do comportamento do consumidor. O cliente tem uma nova perspectiva e estrutura baseada nos seus valores. Valores estes estabelecidos de acordo com os papeis que a pessoa pode assumir. Lamb, Hair e McDaniel (2004, p.10) explicam que valor para o cliente consiste na “taxa dos benefícios em relação ao sacrifício necessário para obter esses benefícios”. Pode-se perceber que o comportamento do consumidor é o processo que leva o consumidor a tomar a decisão de comprar, adquirir, utilizar e dispor dos bens ou serviços que satisfaçam suas necessidades, desejos e expectativas, assim como todos os eventos que acontecem, seja eles internos ou esternos, desde sentir a necessidade de um bem ou serviço, da busca por ele, até sua disposição final. 2.2 HISTÓRICO DOS ESTUDOS DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O interesse em estudar o comportamento do consumidor vem de muitos anos. Giglio (2005) cita que Marx, há 160 anos já estudava a essência da posse, o que gerou o estudo sobre a sociedade de consumo. 22 Foram formuladas hipóteses sobre as relações de troca e consequentemente houve várias tentativas com o intuito de explicar o comportamento de compra das pessoas. Estes estudos foram se intensificando a medida que os indivíduos foram ganhando força por meio dos avanços nas leis, políticas e tecnologia. Continua Giglio (2005), na década de 50, iniciaram-se as primeiras investigações sobre os consumidores na tentativa de descobrir respostas para suas preferências por determinadas marcas e na tentativa de evidenciar algumas explicações para determinados comportamentos tomando-se por base o contexto social dos pesquisados. Na década de 60, vários estudos foram desenvolvidos e teorias parciais foram elaboradas na tentativa de explicar os vários fatores que conduzem o indivíduo ao processo de compra. Schiffman e Kanuk (2000 apud Vieira (2002, s.p.) afirmam que: Este campo surgiu na década de 60, por meio da influência de escritores como Ferber (1958), Katona (1960), Howard (1963), Newman (1963) e Engel (1968), que visavam identificar as variáveis que rodeiam o consumidor, bem como as suas atitudes inconstantes perante diferentes produtos. Com o passar dos anos, essa área de estudo foi tomando sua sustentação e credibilidade, posteriormente sendo sugerida uma disciplina em programas de mestrado e doutorado de todo o mundo (Holbrook, 1987). Zülzke (1991) acrescenta que foi um período em que os países industrializados criaram muitas normas, atos, leis de regulamentação do comércio, propaganda, segurança e iniciou-se a preocupação com a qualidade dos bens e serviços produzidos pelas empresas. O marketing agressivo até então praticado pelas empresas passou a sofrer maior pressão por parte dos consumidores. Na década de 70, com o avanço tecnológico dos meios de comunicação favoreceu maior troca de informações, e consequentemente, propiciou o aumento da conscientização e formação de grupos de consumidores, que passaram a participar mais ativamente nos processos decisórios e democráticos em diversos países. Neste período, muitas teorias foram desenvolvidas com o objetivo de entender a nova demanda global. São exemplos: Modernismo ou positivismo - entendia que as pessoas tomavam suas decisões de compra de forma racional após a consideração de alternativas, ou seja, como o consumidor recebe, armazena e faz uso das informações de consumo e, posteriormente, conseguiu-se descobrir como era o processo de consumo, o que 23 viabilizou a inclusão de certas influências no processo de compra. Giglio (2005) avalia que o positivismo cria explicações inflexíveis ou de certa forma estagnadas por não acompanhar as mudanças constantes do comportamento humano; Interpretativismo ou experiencialismo – favoreceu maior entendimento sobre os motivos que ainda não eram manifestados no comportamento de consumo. Passou-se a questionar o positivismo e rejeitar a complexidade do mundo cultural e social do indivíduo. Chevarria e Gomes (2013, p. 12) concluíram que “o observador não julga a realidade diretamente, mas sim a sua própria interpretação desta realidade. Interpretação esta que está sujeita as construções sociais e individuais, deste observador”; Iniciaram-se os estudos sobre o processo de tomada de decisão de compra dos consumidores. Novos pontos de vista subjetivos foram analisados, tais como: a necessidade de consumo do indivíduo; a influência da emoção, estado de espírito, personalidade e prazer sensorial e o efeito da combinação destes fatores na hora da decisão de compra (ZÜLZKE, 1991). Kotler (2001) enfatiza que, a partir da década de 90, com a tendência de estabilização da economia e o mercado globalizado, o consumidor passou a ser considerado elemento chave essencial para que as empresas desenhassem seus planos estratégicos conforme investigação de mercados segmentados. O intuito principal era o conhecimento e compreensão das tendências de consumo a fim de produzir bens e serviços direcionados a estas necessidades. A perspectiva de futuro para as empresas reside em elaborar cenários partindo do conhecimento prévio das expectativas, desejos e intranquilidades dos consumidores com auxílio de grandes bancos de dados para elaborar bens e serviços que atendam a esta demanda em tempo menor que os concorrentes e com maior valor agregado. Diante deste novo contexto, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) apresentam de forma brilhante os novos desafios que as empresas enfrentarão com o novo estágio do Marketing que chamaram de 3.0. A globalização que foi impulsionada pelo avanço na tecnologia de informação colocou fim na era do marketing centrado no produto (marketing 1.0), obrigou a empresa a voltar sua atenção para o consumidor e suas escolhas (marketing 2.0), chega ao seu terceiro estágio. Com a nova onda tecnológica que teve como principal fator a elevação das mídias sociais, as influências entre os indivíduos e grupos se intensificaram e formaram uma comunidade participativa. As pessoas passam a criar e consumir ‘notícias, ideias e 24 entretenimento’. Por sua vez, as empresas passam a abordar o ser humano como ponto principal, com o marketing voltado para a valorização dos consumidores, cujo objetivo é ‘fazer do mundo um lugar melhor’, e na qual a lucratividade tem como compensação a responsabilidade corporativa. 2.3 A IMPORTÂNCIA DO COMPORTAMENTO PARA AS EMPRESAS Com maior estoque de conhecimento, pode-se direcionar o produto/serviço da empresa ao segmento de mercado consumidor que ela irá concentrar seus esforços produtivos. Por meio do conhecimento prévio de determinado grupo de consumidores, suas características, preferências, opiniões e atitudes fica mais fácil colocar em disponibilidade um produto/serviço com características específicas para melhor atender a demanda. Lamb, Hair e McDaniel (2004) justificam que a importância de se estudar o comportamento está na necessidade dos profissionais de marketing tem para desenvolver os compostos de marketing de suas empresas apropriados ao mercado-alvo, uma vez que as preferências dos consumidores pelos produtos/serviços estão se alterando muito rapidamente. Kotler (1995, p.178) completa que: Um consumidor ativo estará inclinado a buscar mais informações. É de interesse do profissional de marketing conhecer quais as principais fontes de informações que o consumidor recorrerá e a influência relativa de cada uma delas sobre a decisão de compra subsequente. Este estudo aplica-se também às micro e pequenas empresas que não tem um profissional dedicado ao marketing. Estas precisam estar em consonância com o fluxo contínuo de mudanças nos comportamentos de compra dos seus clientes para oferecer ao mercado produtos/serviços que atendam a demanda. Esta postura pode evitar prejuízos, endividamentos ou direcionamento de seus produtos/serviços a um público errado. Ainda referenciando Kotler (1995), o entendimento adequado das preferências do consumidor favorece ao aproveitamento de oportunidades que surgem no mercado onde a empresa atua, viabiliza a prospecção de novos mercados, favorece a descoberta de necessidades dos consumidores ainda não atendidas que podem ser mais rentáveis, facilita o desenvolvimento de novas 25 estratégias de negócio, ou mesmo permite melhor atualização em relação à mudança de expectativas, valores e gostos dos consumidores. Day (1990, p. 27) afirma que “as escolhas estratégicas têm efeitos de onda de longo alcance por toda organização”. Elas é que definem os fatores principais para alcançar o sucesso, pois são traçados planos de execução e alocados recursos financeiros e humanos na expectativa de lucro e crescimento. Com maior conhecimento sobre o consumidor, o produto pode conter mais atributos, maior valor agregado e consequentemente atender de forma mais apropriada aos anseios e expectativas (KOTLER, 1995). O preço do produto que afeta variáveis psicológicas do indivíduo pode ser estudado e executado com menor custo para atender a disposição de pagamento por parte do consumidor (KOTLER, 1995). A colocação do produto nos locais de venda depende do conhecimento prévio do consumidor, uma vez que a logística de distribuição gera custos e estes precisam ser reduzidos para tornar o produto mais competitivo (KOTLER, 1995). Por último, a comunicação precisa conter mensagens que consigam atingir de forma efetiva seu público-alvo para evitar custos desnecessários que tornem seus produtos/serviços pouco competitivos ou mesmo indesejados (KOTLER, 1995). 2.4 FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DE COMPRA Kotler (1995) enfatiza que o propósito de marketing é atender e satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. E compreender os fatores que influenciam o comportamento destes consumidores, que os diferenciam em suas atitudes de compra, pode fornecer pistas para as empresas. Com estas pistas, os gerentes conseguem segmentar o mercado, posicionar e diferenciar os produtos/serviços, analisar o ambiente e desenvolver estudo de pesquisa de mercado. Destacam-se a seguir alguns dos principais fatores de influência que embasam o estudo de caso proposto pesquisados nos textos de Kotler (1995), Lamb, Hair e McDaniel (2004), Kotler e Armstrong (2007), Ferrell e Hartline (2009), Paixão (2009), entre outros. 26 2.4.1 Fator psicológico Para compreender o comportamento do ser humano é preciso fazer uma investigação de suas necessidades, uma vez que o seu processo de tomada de decisão de compra tem como base a percepção das necessidades não satisfeitas. Ferrell e Hartline (2009, p.163) citam que “uma necessidade ocorre quando o nível atual de satisfação de um indivíduo fica abaixo do desejado. O desejo é querer um produto específico que vá satisfazer a necessidade”. Então, estas necessidades têm origem no estado de pressão psicológica que o indivíduo está inserido, seja por querer ser valorizado, reconhecido ou mesmo para se sentir integrado a um grupo. Quando esta necessidade se intensifica e se torna um desconforto para a pessoa (desejo), ela se motiva a agir para alcançar determinado objetivo. A forma de agir da pessoa é afetada pelo modo como ela percebe a situação em que está envolvida. São apresentados a seguir alguns dos fatores psicológicos que afetam o comportamento dos consumidores: Motivação - é uma força interior particular de cada pessoa que se modifica a cada instante por toda a vida que levará a buscar seus objetivos e expectativas, sejam elas fisiológicas (fome, frio, sede, sono) ou psicológicas (reconhecimento ou autoestima). Kotler (1995, p.170) define motivo como “uma necessidade que é suficientemente insistente para levar a pessoa a agir”. Para compreender esse comportamento, muitas teorias foram desenvolvidas. As principais, pesquisadas nas obras dos autores Kotler(1995) e Paixão(2009) são: o Teoria da motivação de Maslow – Segundo este estudioso, as necessidades humanas obedecem a uma hierarquia. A figura 1 a seguir demonstra esta hieráquia em forma de uma pirâmide: Figura 1: Hierarquia de necessidades de Maslow Fonte: Serrano (2011, s.p.) 27 No momento em que uma necessidade se realiza, surge outra em seu lugar e as pessoas vão sempre buscando meios para satisfazê-las. Em ordem de importância estão as necessidades fisiológicas ou básicas (sobrevivência – fome, sede, sono), de segurança (sobrevivência física como moradia), sociais (aceitação no grupo social, família, afeto, amor), auto estima (aprovação social, prestígio), e auto realização (realização como pessoa). O processo é flexível, pois pode haver momentos em que a pessoa pode sentir necessidades abaixo ou acima das que está executando. Para que exista o ato de compra, o consumidor precisa estar motivado para comprar ou mesmo que o processo de compra lhe proporcione a motivação; o Teoria da motivação de Freud – o modelo psicanalítico freudiano explica que as foças psicológicas que expressam o comportamento das pessoas são inconscientes, por esta razão as pessoas não podem compreender todas suas motivações. Com elucida Paixão (2009) a personalidade das pessoas é constituída de três forças psicológicas: o ID que é a fonte de energia dos impulsos instintivos (busca de prazer); o superego que funciona como árbitro, é a fonte interna das proibições e valores da sociedade; o ego que funciona como sistema de equilíbrio entre as duas forças anteriores. Estas forças são responsáveis pelo sentimento de culpa na hora da compra. Culpa esta relacionada com a economia (comprar o que não precisa), saúde (faz mal à saude), moral (contra princípios morais) e responsabilidade social (ambientalmente corretas); o Teoria de aprendizagem de Pavlov – desenvolveu o modelo de aprendizagem. Esta aprendizagem acontece fazendo com que o indivíduo se habitue a uma condição (estímulo-resposta). Kotler apud Paixão (2009, p. 48) cita que o estímulo “encontra-se no ambiente e nas pessoas e determina quando, onde e por que as respostas ocorrem”, resposta “é a reação aos estímulos”, e reforço é o “estímulo à repetição de uma determinada resposta”; o Modelo de valor de Kotler – tem como base a hipótese de que as pessoas compram da empresa que entrega um valor total maior do que o custo total para o consumidor. Paixão (2009, p.50) afirma que estão contidos na análise fatores como “valor do produto, do serviço oferecido, do atendimento, da 28 imagem da empresa, entre outros”. Poter apud Paixão (2009, p.50) define valor como “montante que o comprador está disposto a pagar por aquilo que uma empresa lhe fornece como qualidade do produto”; o Teoria de behaviorista – a teoria aborda que o ser humano é moldado pelo ambiente em que vive e os estímulos, as recompensas e as punições recebidas constroem seu comportamento. (PAIXÃO, 2009). Percepções - Kotler (1995, p. 172) explica que “percepção é o processo por meio do qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma imagem significativa do mundo”. Significa que indivíduo age de modo específico conforme recebe as informações que o ajudam na hora da compra. Continua Kotler (1995) que as pessoas podem ter percepções diferentes no que se refere ao produto/serviço. A primeira, chamada de atenção seletiva, se refere ao volume de informação que uma pessoa consegue captar em relação à grande quantidade de estímulos comerciais a que ela está exposta a todo o momento. Os estímulos mais percebidos pela pessoa são os ligados às suas necessidades atuais, aos locais em que estão ou mesmo quando se deparam com grandes divergências (Exemplo: desconto superior ao da maioria). O segundo é a distorção seletiva, indica que a pessoa interpreta da sua própria maneira uma informação recebida. O terceiro é a retenção seletiva, onde as pessoas têm a tendência de reter as informações que apoiam suas crenças e atitudes. É por esta razão que se tem mais facilidade de lembrar de detalhes de produtos/serviços que mais se gosta e esquecer de detalhes de outros produtos/serviços semelhantes de outras marcas. Aprendizado - Grande parte do que o indivíduo conhece é aprendida. Karsaklian apud Paixão (2009, p. 54) entende que aprendizagem “é uma modificação relativamente durável do comportamento em virtude da experiência passada”. Toda experiência vivida por este indivíduo causa mudanças em seu comportamento. Como resultado ele passa a reconhecer diferenças em estímulos semelhantes, que de um lado podem ser generalizados (acreditar que qualquer carro de determinada marca é bom) ou podem ser discriminados (o carro de uma marca X é melhor que a marca Y). 29 Crenças e Atitudes - “A crença é um pensamento descritivo que uma pessoa sustenta sobre algo” (KOTLER, 1995, p. 173). A crença tem por base o conhecimento, a opinião ou fé, pode ter uma quantidade de emoções ou não, mas ela é que determina na pessoa uma representação mental sobre as marcas e produtos. Kotler e Armstrong (2007, p.125) definem atitude como “as avaliações, os sentimentos e as tendências relativamente correntes de uma pessoa quanto a um objeto ou uma ideia”. As atitudes fazem com que as pessoas tendam a gostar ou não de um objeto ou ideia, podendo se aproximar ou se afastar deles. Fica muito difícil mudar de atitude, pois elas ser referem a padrões que para serem alterados exigem modificações difíceis em outras atitudes. 2.4.2 Fatores culturais As pessoas possuem valores, hábitos, crenças e costumes próprios que são aprendidos e compartilhados por um determinado grupo social em que vivem e que tem como objetivo principal preservar sua existência (PAIXÃO, 2009). Do convívio cultural é possível perceber a personalidade peculiar de uma sociedade em particular que externa sua bagagem de conhecimentos específicos, valores comuns, percepções e preferências. Nela incluem-se grupos com seus próprios modos de comportamento, valores e interesses, chamadas de classes sociais (PAIXÃO, 2009). Como afirmam Rocha e Rocha (2007, p. 72): No decorrer das últimas duas décadas, porém, uma verdadeira e silenciosa revolução no entendimento do comportamento do consumidor e dos processos de consumo está em andamento. Tal revolução consiste em que a cultura passou a ocupar um espaço central no pensamento de marketing, não mais para explicar diferenças de práticas de marketing de determinados povos ou grupos vistos como “exóticos”, mas como forma de entender a essência do processo de consumo. Sob essa perspectiva, todo ato de consumo é visto como impregnado de significado simbólico, sendo o lócus em que se reafirmam, entre outras questões, identidade, pertencimento, hierarquia, status e poder. Com uma investigação e entendimento das váriáveis culturais que compõe um determinado grupo social, os profissionais de marketing posicionam e viabilizam a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor. Estes valores direcionados 30 entregues oferecem melhoria da eficácia das vendas e a ascensão destes produtos/serviços no mercado. Os fatores culturais de uma sociedade que influenciam o comportamento do consumidor podem ser divididos em: Cultura – compõe as percepções, preferências, valores e comportamentos de um indivíduo aprendidos desde sua infância no ceio de sua família e no convívio com outras pessoas nas várias instituições escolares, religiosas, profissionais, de lazer, etc. Kotler e Armstrong (2007) citam que a cultura é o fator mais importante para determinar o desejo e o comportamento das pessoas. O comportamento de uma pessoa que vive em sociedade é adquirido primeiramente de sua família, depois de outras instituições importantes que este tem contato durante sua vida. São adquiridos valores básicos, percepções, desejos e comportamentos específicos do grupo cultural que o indivíduo está inserido; Subcultura – é considerada a subdvisão da cultura, fornece a identificação e socialização de forma mais específica aos membros da sociedade (KOTLER e ARMSTRONG, 2007). Classifica-se a partir da nacionalidade, religião, região geográfica ou grupo racial a que pertencem. Grande parte das subculturas formam segmentos de mercado que necessitam de produtos/serviços específicos; Classe Social – é a extratificação social de uma sociedade. São divisões homogêneas, duradouras e hierarquicamente ordenadas. Para Kotler e Armstrong (2007, p.115) as classes sociais são “divisões de uma sociedade relativamento permanentes e ordenadas cujos membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares”. Pode ser representada de acordo com seu nível de renda, ocupação, área de residência, grau de instrução, entre outras características. Os membros de cada classe social possuem preferências claras por produtos/serviços de marcas específicas em áreas distintas (vestuário, móveis, imóveis, lazer, etc) e preferências pelo uso dos diferentes meios de comunicação (rádio, tv, internet, jornal, etc). Favorece a investigação dos nichos de mercado (é o seguimento de mercado ou público que ainda não tem suas necessidades particulares exploradas, ou foram pouco exploradas). Os valores culturais são influenciados por fatores econômicos e sociais (PAIXÃO, 2009). Com o passar do tempo, as várias mudanças geradas pela constante modificação da sociedade globalizada causam variações de comportamento, valores e costumes tanto individuais como dos grupos sociais. 31 Como consequência, o comportamento de consumo também se altera de forma mais rápida, o que justifica a necessidade constante de atualização dos estudos sobre o comportamento do consumidor pelas empresas. 2.4.3 Fatores sociais Representa o ambiente social em que as pessoas estão inseridas e de sua necessidade em manter relações com outras pessoas para sobreviver (PAIXÃO, 2009). A combinação das experiências individuais com a experiência de outras pessoas cria a contínua realidade do grupo social. São especificamente fatores sociais: Grupos de referência - Paixão (2009) aborda que estes grupos são compostos por um conjunto social que influi direta ou indiretamente o comportamento de um de seus componentes. Os grupos que influenciam de forma direta são chamados de ‘grupo de afinidade’ e são subdivididos em: primários – compostos pela família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho; e secundários – como os grupos religiosos, profissionais e associações de classe. Os grupos de referência indireta são aqueles aos quais a pessoa não pertence, porém podem influenciar de forma positiva, chamados de grupo de aspiração, e de forma negativa, onde o comportamento do grupo é recusado pela pessoa, chamados de grupo de dissociação. Estes grupos de referência influenciam em especial sobre a escolha da marca de um produto/serviço por meio de recomendações, conversas, críticas, sugestões, elogios, provocações, e outras formas. Quanto maior for a confiança no grupo e menor o conhecimento sobre o produto/serviço, maior será a interferência do grupo sobre a pessoa; Família - Composta de pessoas que vivem na mesma residência e são os mais influentes. Kotler e Armstrong (2007, p.119) afirmam que “a família é a mais importante organização de consumo da sociedade e é amplamente pesquisada”. Os estudos estão focados nos papéis e na influência do marido, da esposa e dos filhos nos processos de compra, que com o passar do tempo se alteram rapidamente. Kotler (1995, p.165) subdivide a família em dois grupos sociais: a ‘família de orientação’ formada pelos pais e irmãos e ‘família de procriação’ composta pelo cônjuge e filhos. Este é o grupo social mais importante para a atividade de compra. A mulher, atualmente, ocupa posição cada vez mais 32 importante e de influência no ceio da família, pois passou a contribuir financeiramente e ter maior poder de compra e opinião dentro de casa; Papeis e status - O indivíduo participa de muitos grupos sociais, e em cada um deles participa em uma determinada posição social. A esta posição que a pessoa desempenha se chama de papel, e cada papel carrega um status equivalente. As pessoas tendem a escolher produtos/serviços que comunicam seus papeis e status na sociedade. Kotler e Armstrong (2007) explicam que o papel desempenhado por uma pessoa na sociedade é a atividade que ela exerce junto aos demais componentes dentro do grupo social e status é a estima que este grupo dispensa a esta pessoa. 2.4.4 Fatores pessoais As atitudes de compra das pessoas são influenciadas pelas variáveis pessoais tais como ocupação, idade, condição econômica, estágio do ciclo de vida, personalidade e autoimagem (PAIXÃO, 2009). Estas variáveis apresentam alguns detalhes como seguem: Idade e estágio no ciclo de vida - O modo que cada pessoa consome se altera conforme a posição que ocupa no ciclo de vida da família e conforme sua idade. Foram estabelecidos nove estágios para o ciclo de vida familiar tradicional que compreendem: “solteiro, recém-casado, ninho cheio I, ninho cheio II, ninho cheio III, ninho vazio I, ninho vazio II, sobrevivente solitário em atividade profissional e sobrevivente solitário aposentado”. (PAIXÃO, 2009, p. 40). Kotler e Armstrong (2007) apontam que, hoje em dia, os profissionais de marketing também estão analisando e trabalhando com estágios alternativos e não tradicionais como casais homossexuais, casais não casados, casais sem filhos, pais solteiros, filhos adultos que voltam a morar com os pais, entre outros; Ocupação e circunstâncias econômicas - São fatores relacionados à profissão, renda percebida e recebida pelos indivíduos. Nos casos de maior rentabilidade familiar o consumo tende a aumentar, e nas crises econômicas ou em períodos de redução de renda familiar há uma tendência de redução no consumo (PAIXÃO, 2009); 33 Estilo de vida - É o estudo sobre a maneira que as pessoas dispõem de seu dinheiro e seu tempo. Referem-se às atividades, interesses e opiniões pessoais. Kotler e Armstrong (2007, p.120) definem estilo de vida como “o padrão de vida de uma pessoa expresso na sua psicografia”. O padrão de vida é avaliado nas dimensões da atividade (trabalho, hobbies, compras, esportes, compromisso social), interesse (comida, moda, família e lazer) e opinião (sobre si mesmo, das questões sociais, das empresas e dos produtos/serviços). Como afirma Paixão (2009) pela análise psicográfica são classificados diferentes grupos de consumidores por meio de medição e categorização dos estilos de vida. Em relação a esta classificação e segmentação de mercado, pode-se utilizar diferentes formas de estudo como: o VALS (Values and Lifestyle – valores e estilo de vida) da Stanford Research Institute (SRI) - é “o inventário psicográfico utilizado por empresas norteamericanas para segmentar mercados que serve como base para desenvolver novos produtos e estratégias de comunicação”. (PAIXÃO, 2009, p. 42). Psicografia é a ciência que mede e classifica o estilo de vida do consumidor. Existem dois sistemas Vals. O primeiro tem como base teorias psicológicas, motivacionais e de desenvolvimento, particularmente na hierarquia das necessidades de Maslow. O Vals1 dividiu a população americana em nove grupos, com base nas identidades que as pessoas almejam e praticam por meio de seus comportamentos de mercado. Este sistema define três categorias básicas de valores para os consumidores: os impulsionados pelas necessidades, os direcionados externamente e os direcionados internamente. O Vals2 classifica os adultos norte-americanos em oito grupos distintos, que tem como objetivo identificar a relação exclusiva que existe entre as atitudes do consumidor e o comportamento de compra. Ele tem como base duas dimensões: auto orientação (princípios, status e ação) e recursos (estudo, autoconfiança, saúde, renda, nível de energia e inteligência); o LOV (List Of Values – Lista de valores) – este sistema foi desenvolvido por Kahle em 1986 e tem por finalidade a avaliação dos valores que são dominantes no indivíduo. Este sistema estabelece uma escala de nove valores: “senso de pertinência, diversão e entretenimento, relações afetuosas, auto realização, ser respeitado, entusiasmo, senso de realização, segurança e auto respeito”. (PAIXÃO, 2009, p.43); 34 o RVS (Rokeach Value Survey - Escala de valores Rokeach) desenvolvida pelo autor Rokeach em 1973, baseia-se no uso de duas listas de 18 valores, onde os consumidores devem classificar conforme sua ordem de importância. Tem como objetivo determinar a relação entre os valores, atitudes e comportamentos e está embasada nas necessidades intrínsecas dos indivíduos, e não nos estímulos internos (PAIXÃO, 2009, p.43-44). Personalidade - para Kotler (1995), personalidade trata-se do conjunto de traços psicológicos distintos de uma pessoa que a conduzem a expressar respostas consistentes e estável na interação com o ambiente, resulta na foram da pessoa perceber, sentir e agir. É o conjunto de características psicológicas diferentes que existem em cada pessoa e que determinam seu comportamento diferenciado na hora da compra ou na sua relação com o ambiente em que vive; Autoconceito - Com a velocidade e quantidade das inovações e informações que os indivíduos estão sujeitos, é necessário conhecer deles se adquirem produtos/serviços conforme a imagem que tem de si próprios (autoconceito real), ou como gostariam de ser visto pelos outros em seu grupo (autoconceito ideal), ou mesmo que se formam embasados nos produtos/serviços que compram para serem “aprovados e valorizados” pelos outros de seu grupo (autoconceito dos outros). Os consumidores vão às compras para buscar marcas que “satisfaçam seu ego ou seu desejo” (PAIXÃO, 2009, p.56). Além disso, também estão interessados em receber aprovação social para se sentirem valorizados. 2.4.5 Influência de Marketing Para Kotler e Armstrong (2007, p.4) o marketing “é o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles para capturar seu valor em troca”. O marketing tem a finalidade de criar trocas lucrativas e induzir as pessoas ao processo de compra. Por meio dos componentes do composto de marketing - produto, preço, praça e promoção - são criadas estratégias que procuram estimular diretamente o comportamento do consumidor. Resumidamente temos as explicações dos autores Kotler e Armstrong (2007) sobre a influência de cada item do composto de marketing no comportamento do consumidor: 35 O produto pode afetar o comportamento de compra por ser uma novidade, por sua complexidade, pela qualidade percebida, pela sua aparência física, por sua embalagem ou rótulo, e mesmo pela adaptabilidade às necessidades específicas do comprador; O preço influencia diretamente na decisão de compra de rotina ou limitada, onde o principal item de avaliação é o menor preço. Os produtos em liquidação, com descontos e em oferta são os preferidos de muitas pessoas. Já para os produtos/serviços mais caros e de luxo, o preço passa a ser apenas um dos atributos importantes na análise do processo de compra; A praça (ou canal de distribuição) interfere no processo de duas formas. A primeira refere-se à disponibilidade ou facilidade de encontrar o produto/serviço no mercado consumidor. É mais importante para a tomada de decisão rotineira ou limitada uma vez que, na falta da marca do produto/serviço preferido, pode haver a escolha por outro do concorrente. A segunda é a seleção de canais pelos quais os produtos/serviços são oferecidos que influenciarão a percepção dos consumidores sobre a imagem dos produtos. Quando os canais de distribuição são definidos pela empresa para ofertar um produto/serviço ao consumidor, este deve estar em consonância com as características dos produtos/serviços da empresa e direcionado ao tipo de consumidor alvo. Como exemplo, não se oferece variados tipos de alimentação sofisticada e mais cara em um restaurante que atende uma classe de trabalhadores que consomem fast-food (comida rápida); A promoção também influencia o processo de compra nos seus mais variados estágios. Uma mensagem bem elaborada e no veículo de comunicação adequado ao público que se pretende atingir pode facilitar a lembrança de necessidades, desejos e expectativas ainda não realizados nos consumidores e tornar a venda mais lucrativa para a empresa. Lovelock e Wright (2002) afirmam que os compostos de comunicação de marketing para serviços são divididos em duas categorias: as comunicações pessoais, se dão pelo diálogo direto entre profissionais e clientes e abrange as vendas, atendimento ao cliente, treinamento e boca a boca (comentários positivos ou negativo feitos entre os clientes sobre a prestação de serviço ou produto); e comunicação impessoal, onde as mensagens são direcionadas ao público-alvo efetivo ou potencial. Kotler (1995) enfatiza que além dos veículos tradicionais de 36 marketing como imprensa escrita, televisão, rádio, mala direta, telemarketing, por exemplo, o consumidor conta com a comunicação on-line. A internet facilita a busca por informações que são capazes de influenciar as várias etapas do processo de compra e estimular ainda mais seus desejos e expectativas das pessoas. As informações favorecem tanto a busca pelos produtos/serviços, como tornam mais ágeis os processos de compra e consumo. 2.4.6 Fatores situacionais Paixão (2009) explica que são fatores de tempo relativamente curto, que ocorrem no ambiente de atividade de consumo e que influenciam o comportamento do consumidor. Como exemplo de influências situacionais a autora considera: Ambiente físico - É o local físico de onde se realiza a atividade de consumo. Podem influenciar no processo de compra a localização, espaço físico, cor, ruído, clima, iluminação, decoração, disposição de mercadorias, posição das pessoas ou produtos, disponibilidade de tempo para atendimento, sonorização, entre outros; Ambiente social - Situação em que outras pessoas interagem com o consumidor e entre si no momento de consumo. Podem ocorrer diferentes tipos de influência quando o consumidor está sozinho, acompanhado, o tipo de comunicação trocada entre as partes, estabelecimento cheio ou vazio, tipo de relacionamento vendedor x comprador; Tempo - As pessoas são influenciadas de acordo com a disponibilidade de tempo que tem para fazer compras. A pressa, o intervalo entre compra, o período do dia, o intervalo de tempo para recebimento de salário, a maneira como a pessoa gasta seu tempo afetam o processo de compra; Tarefa - São os motivos que levam as pessoas a comprar ou consumir um produto/serviço em determinada situação. Por exemplo, comprar ou trocar de presente, se preparar para uma viagem, ir acampar, são tarefas que motivam as pessoas a consumir; Estados antecedentes ou condições momentâneas - É o estado de espírito ou psicológico momentâneo que a pessoa traz para a atividade de consumo. O estado de humor, a saúde física ou mental, o nível de energia, condições financeiras, fome e sede. Algumas destas situações podem conduzir o 37 consumidor a fazer compras por impulso. Como exemplo, tem-se a situação de ir ao supermercado com fome, pode-se correr o risco de comprar mais do que o necessário. 2.4.7 Freios É uma forma de resistência que a pessoa apresenta antes de tomar uma atitude. Segundo Karsaklian apud Paixão (2009, p.57) os freios se classificam dois tipos: Inibições: forças que fazem com que o indivíduo domine uma motivação na compra ou no uso de determinado produto por sentir-se desconfortável na presença dos demais; Medos: vinculados a pensamentos internos, tais como riscos físicos ou financeiros. Pode-se considerar estas condições limitadoras, em que uma pessoa deixa seu sentido dominar o ímpeto do consumo. 2.5 O PROCESSO DE COMPRA DO CONSUMIDOR Com conhecimento dos fatores que influenciam o consumidor ao processo de compras, é necessário desenvolver uma breve compreensão dos papeis desempenhados pelo comprador, os tipos de comportamento de compra e dos estágios processo que tem início no reconhecimento de uma necessidade até o estado de pós-compra. Para abordar este assunto usa-se com referência o material dos autores Dubois (1993), Kotler (1995), Sheth, Mittal e Newman (2001); Kotler e Armstrong (2007), Ferrell e Hatline (2009) e Paixão (2009). 2.5.1 Papeis do comprador Kotler (1995, p.175) distingue cinco papeis assumidos pelas pessoas em uma decisão de compra: Iniciador - a pessoa que primeiro sugere a ideia de comprar o produto ou serviço específico; 38 Influenciador - pessoa cujos pontos de vista ou sugestões influenciam a decisão. Podem ser pela propaganda, amigos e parentes; Decisor - pessoa que decide sobre qualquer componente de uma decisão de compra: se deve comprar, o que, como e onde comprar; Comprador - pessoa que faz a compra; Usuário - pessoa que consome ou usa o produto/serviço. A empresa utiliza-se desta identificação para definir o design do produto ou serviço que será inserido no seu mercado-alvo, para elaborar a mensagem publicitária e alocar orçamento promocional (KOTLER, 1995). 2.5.2 Tipos de comportamento de compra Por meio de investigações, definiu-se que para cada tipo de decisão de compra tomada, dependendo do tipo de produto/serviço a ser adquirido, o comportamento do consumidor se diferencia. Nas decisões mais complexas são envolvidos mais participantes e mais considerações são feitas pelo comprador, já nas decisões mais rotineiras menores são os participantes e análise. Por esta razão, serão apresentados os tipos de comportamento de compra definidos por Kotler e Armstrong (2007, pp.125-126): Comportamento de compra complexa – situação em que o consumidor está muito envolvido no processo de compra e percebe grande diferenciação entre as marcas de produtos ofertados. O alto envolvimento pode-se apresentar quando o produto/serviço tem um valor financeiro considerável, os riscos a ele relacionados são elevados, tem frequência de compra baixa ou mesmo muito significante. Assim, o consumidor passará por um processo de aprendizado, desenvolverá suas crenças e atitudes, para finalmente decidir sobre a compra de forma racional. Um exemplo a ser citado é a colocação dos filhos em uma escola particular, serão vários atributos como custo x benefício, qualidade de ensino, horário, localização, atividades extracurriculares, entre outras; Comportamento de compra com dissonância cognitiva reduzida – ocorre quando o consumidor está muito envolvido com a compra que tem valor financeiro alto, pouco comum ou que envolve risco, mas possui pouca diferenciação entre as marcas. O comprador pesquisará no mercado os produtos/serviços disponíveis 39 e efetuará a compra, será atraído pelo preço e vantagem oferecida pelo vendedor. Poderá sofre o desconforto pós-compra (dissonância) caso perceba desvantagens da marca ou opiniões favoráveis a outras marcas. Como exemplo, pode-se citar uma contratação de pintura residencial, onde encontramos poucas opções, com preços diferenciados, e fica a incógnita do serviço finalizado; Comportamento de compra habitual – este comportamento ocorre quando há pouco envolvimento do consumidor pela frequência de consumo e há pouca diferenciação entre as marcas, inclusive de preço. As escolhas são mais pela familiaridade da marca anunciadas por meio tradicional de publicidade, com televisão, jornal ou revistas e de forma repetitiva, muito por imagem para ser mais facilmente lembrado. Um bom exemplo é o leite condensado, que muitas vezes é associado a marca; Comportamento de compra em busca de variedade – nesta situação ocorre um baixo envolvimento e alta percepção de diferenças entre as marcas. Há uma alternância de marcas alta pela necessidade de experimentação das variadas opções. A marca líder de mercado utiliza uma estratégia de encorajar o comportamento habitual pela diminuição do espaço em prateleiras e falta do produto e frequência de propaganda. As menores investirão no incentivo à busca por variedade oferecendo preços menores, ofertas especiais, desconto, amostras grátis e campanhas publicitárias que levem o consumidor a degustação. O exemplo a ser considerado é a utilização de celulares pré-pagos, onde pode-se alternar de operadora, manter seu número e experimentar as várias “vantagens” oferecidas. 2.5.3 Os estágios do processo de decisão de compra Após conhecer todo o processo de influência no comportamento de consumo e o próprio modo que geralmente o consumidor utiliza para comprar, passaremos a conhecer os cinco estágios que o consumidor basicamente se depara com uma situação de compra nova e complexa. Na condição de compra como as rotineiras, alguns estágios são eliminados. Os atores Kotler (1995); Kotler e Armstrong (2007); Sheth, Mittal e Newman (2001); Ferrell e Hartline (2009), Paixão (2009), Dubois (1993) descrevem de forma 40 similar as etapas do processo de compra. Para ilustrar a sequência dos estágios de forma resumida será usado o quadro explicativo dos autores Ferrell e Hartline (2009, pp. 161-162): Quadro 1 - O processo de compra do consumidor Estágio do processo de Questões fundamentais compra Reconhecimento da necessidade Busca de informações Avaliação de alternativas Decisão de compra Avaliação póscompra Necessidades e desejos do consumidor não é a mesma coisa. Um a compreensão das necessidades do consumidor é essencial para a segmentação do mercado e o desenvolvimento do programa de marketing. Os profissionais de marketing devem criar estímulos apropriados para promover o reconhecimento da necessidade. Os consumidores confiam mais nas fontes internas e pessoais de informação do que nas externas. A quantidade de tempo, esforço e gastos dedicados à busca de informações depende de: (1) o grau de risco envolvido na compra, (2) a experiência que o consumidor tem com a categoria do produto e (3) o custo real da busca em termos de tempo e dinheiro. Os consumidores limitam suas escolhas potenciais a um conjunto evocado de alternativas adequadas que possam atender às suas necessidades. Os consumidores traduzem suas necessidades me desejos por produtos ou marcas específicas. O s consumidores avaliam os produtos como pacotes de atributos com diversas capacidades de satisfazer às suas necessidades. Os profissionais de marketing devem assegurar que seu produto esteja no conjunto evocado de alternativas potenciais. Os profissionais de marketing devem tomar providências para entender os critérios de escolha dos consumidores e a importância que estes dão a atributos específicos do produto. A intenção de compra de um consumidor e o ato efetivo de compra são conceitos distintos. Vários fatores podem impedir que a compra efetiva ocorra. Os profissionais de marketing devem assegurar-se de que seu produto esteja disponível e oferecer soluções que aumentem a utilidade de posse. Avaliação pós-compra é a ligação entre o processo de compra e o desenvolvimento de relacionamento de longo prazo com o consumidor. Os profissionais de marketing devem acompanhar de perto as respostas dos consumidores (encanto, satisfação, insatisfação, dissonância cognitiva) para monitorar o desempenho do produto e sua capacidade de atender às expectativas destes. Fonte: Ferrell e Hartline (2009, pp.161-162). Apresenta-se neste quadro a possível sequência das atividades que os consumidores adotam basicamente na hora de tomar a decisão de compra. Em algumas circunstâncias, como no caso de compra de produtos de menor vulto, rotineiros ou por lealdade a marca, alguns estágios do processo são pulados (FERRELL e HATLINE, 2009). Também algumas etapas durante o processo de compra podem ser executadas simultaneamente como analisar o lugar mais apropriado para a compra e definição do produto/serviço a ser comprado. 41 A procura por informações pode ser passiva, onde o nível de atenção e receptividade é maior. Ou ativa, onde a busca de informação tem várias origens: interna – de acordo com as experiências pessoais e memórias; pessoais – recomendações de amigos, família ou colegas de trabalho; e externas – propaganda pelos diversos meios de comunicação, sites, embalagens, vitrines e outros (KOTLER, 1995). Para o profissional de marketing entender, mensurar ou fazer influência na fase de avaliação de alternativa é uma atividade das mais difíceis porque, como afirmam Ferrell e Hartline (2009, p. 165) “os consumidores baseiam sua avaliação em vários critérios diferentes, que geralmente equivalem a vários atributos dos produtos.” Além de que a prioridade dos critérios pode se alterar durante o processo de decisão de compra. Kotler e Armstrong (2007) complementam que podem ainda surgir dois fatores entre a intenção de compra e a decisão de compra. O primeiro, é a ‘atitude dos outros’ que consiste na recomendação de alguém que seja importante para a pessoa. Esta opinião pode interferir positiva ou negativamente no processo de compra. A segunda, refere-se a ‘situação inesperada’ que são eventos inesperados que podem alterar a intenção de compra. Neste sentido pode-se citar como exemplo uma alteração de preço repentina ou mesmo uma alteração salarial do consumidor. Por fim, a fase do comportamento pós-compra é que irá determinar se o produto/serviço atendeu ou não as expectativas do consumidor em relação ao desempenho percebido. Kotler e Armstrong (2007, p. 128) citam que “praticamente todas as grandes compras resultam em uma dissonância cognitiva – ou desconforto gerado por um conflito pós-compra”. Conflito este que representa se beneficiar por ter comprado certa marca usufruir de suas vantagens e ter evitado as desvantagens da outra marca, como também de ter adquirido as desvantagens da marca adquirida e ter perdido as vantagens da outra marca. Caso as expectativas sejam atendidas ou superadas, as compras podem se repetir e se transformar em relacionamentos duradouros. No caso de insatisfação, o cliente pode usar a propaganda boca a boca negativa para divulgar sua insatisfação com os produtos/serviços da empresa (KOTLER, 1995). Para evitar a perda de clientes, as empresas precisam estar atentas a estes estágios e agir proativamente para melhorar a qualidade do processo como um todo. Assuntos estes que serão abordados no próximo capítulo. 42 3 A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE E A IMPORTÂNCIA PARA O SERVIÇO 3.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE Aildefonso (2006, p. 02) afirma que “a qualidade não é tema novo”, esteve e continua cada vez mais presente na vida do homem. E para se chegar ao serviço de qualidade, faz-se necessário abordar alguns acontecimentos significativos e personalidades marcante para o assunto. Para tanto, foi utilizado o material do autor citado no presente trabalho como base para pontuar abordar a origem e a evolução da qualidade, assim como os principais acontecimentos. Segundo Aildefonso (2006), pode-se detectar indícios da qualidade na produção agrícola há mais de 2,3 milhões de anos, quando era necessário o constante aperfeiçoamento de técnicas de trabalho e produção para obtenção de safras maiores e melhores motivados pela necessidade de sobrevivência e segurança do ser humano. Esta evolução continua a medida que as relações sociais e econômicas se tornam mais complexas. Continua Aildefonso (2006), que com o passar do tempo, as melhorias de qualidade foram notadas no aprimoramento das ferramentas de trabalho, na construção de casas com maior durabilidade, no mapeamento e controle de territórios, nos métodos de medição, pintura, tapeçaria, escultura, arquitetura, indústria artesanal e indústria manufatureira de porcelana, pólvora, bússola, tecidos de seda, natural, chá, papel e tipografia, entre outros. Seguindo a cronologia de Aildefonso (2006, pp. 03-15), é apresentada a seguir a evolução da qualidade contemporânea iniciada no século XX, que transformou o ‘controle tradicional’ na ‘moderna administração da qualidade total’. Segundo Aildefonso (2006, pp. 03-15), a fase evolutiva da qualidade se divide em cinco fases distintas: 3.1.1 A era da inspeção Nas fábricas, com o advento da produção em massa (início do século XX), surgiu o trabalho de inspeção final de produto com a intensificação do uso de técnicas de controle estatístico de qualidade por meio de técnica de amostragem. O lote de produção era qualificado de acordo com a inspeção nas amostras daquele lote. 43 3.1.2 A era do controle estatístico Walter A. Shewhat, dos laboratórios Bell, foi o precursor da aplicação da estatística no controle de qualidade, criador do controle estatístico de processo (anos 30 e 40). Técnicas estas que se intensificaram nas indústrias americanas por exigência dos militares com o advento da Segunda Guerra Mundial com a criação dos órgãos de controle de qualidade. Foram criados cursos de controle de qualidade para capacitar os integrantes destes órgãos e também das empresas fornecedoras do governo americano. Surge Willian Eduards Deming, engenheiro especialista em amostragem e discípulo de Walter A. Shewhart, que junto com Joseph Juran revolucionariam as empresas japonesas do pós-guerra em matéria de qualidade. Shewhart também criou o ciclo de melhoria contínua (anos 70 e 80), chamado de ciclo PDCA (Plan-planejar/ Do–fazer, executar/ Check –examinar, analisar / Act – agir, ajustar). Em 1961, Feigenbaum apresentou o novo conceito de controle de qualidade baseado na prevenção dos problemas ao invés de sua correção que chamou de TQC: Total Quality Control - Controle Total da Qualidade. 3.1.3 A era da garantia da qualidade Após o período da Segunda Guerra, aumenta a exigência pela qualidade levando as empresas a manter o uso das técnicas de prevenção de problemas e das ferramentas estatísticas. Incluíram-se novos conceitos, habilidades e técnicas gerenciais, pois por meio de estudos foram identificados que 80% dos problemas de qualidade eram falhas de gerenciamento e comunicação entre os departamentos e os níveis hierárquicos da empresa. O cliente passa a impor, por meio de contrato, que o fornecedor lhe entregue produtos/serviços com qualidade estabelecida por especificações de normas e de requisitos técnicos e contratuais. Garantia esta que se iniciava com controle de qualidade desde o projeto, produção, entrega e utilização satisfatória pelo cliente. 3.1.4 A era da Qualidade Total Iniciou-se na década de 60 com Feigenbaum e a conceituação de Controle Total da Qualidade, onde o centro das atenções passa a ser o cliente e fica a cargo 44 da empresa de forma sistêmica (como um todo) garantir a qualidade dos produtos/serviços oferecidos. O que significa que cada colaborador, desde a alta administração ao “chão de fábrica” da empresa deve estar envolvido com a tarefa de gerar produtos/serviços com qualidade aos clientes. Em 1968 no Japão, esta mesma forma de gestão das empresas (TQC), recebe a denominação de CWQC – Company Wide Quality Control ou Controle da Qualidade Total por Toda Empresa. Mais tarde, em 1986, no ocidente, passa a ser utilizado então o termo TQM – Total Quality Management ou Gerenciamento da Qualidade Total. Aildefonso (2006, p.10) define gestão da qualidade total como: Um conjunto integrado e sistêmico de procedimentos que visam coordenar as ações das pessoas de uma organização, com o objetivo de se melhorar continuamente a qualidade de produtos e de serviços, a qualidade dos processos e a qualidade de vida na organização, dentro de um enfoque preventivo. Ainda referenciando o autor (2006, p.15) ressalta-se que: TQC, CWQC ou TQM são termos correlatos que indicam um modo de organização de empresas para ofertar serviços ou produzir produtos que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, buscando a plena satisfação dos diversos públicos envolvidos com a empresa – acionistas, empregados, fornecedores, clientes e comunidade. Nesta época histórica, destacaram-se quatro movimentos característicos referentes à qualidade (AILDEFONSO, 2006): A quantificação dos custos de qualidade - Joseph Juran apud Aildefonso (2006) estabeleceu que, para se conseguir qualidade, deve-se considerar dois tipos de custos: os inevitáveis relacionados à prevenção – inspeção, amostragem, classificação e outras iniciativas de controle da qualidade; e os evitáveis que estão relacionados aos defeitos e falhas de produtos/serviços que necessitam de retrabalho, causam desperdícios, dispêndio financeiro e desgaste da imagem da empresa; Engenharia da confiabilidade – este conceito de confiabilidade teve origem indústria aeronáutica e elétrica americana. O propósito era garantir desempenho adequado e confiabilidade do produto por longo período de tempo pela prevenção, identificação e correção dos defeitos e falhas já nos projetos. Foi 45 muito utilizado nas indústrias nuclear, aeroespacial e petroquímica motivados pela prevenção de acidentes e para evitar perda financeira; Programas motivacionais Zero Defeito – idealizado na década de 60 pela Martin Company, fabricante de mísseis para o exército americano, a qual forneceu os produtos sem defeito algum. O feito foi conseguido por meio de estímulos à força de trabalho para baixar o índice de defeitos, além de inspeções e testes mais intensos. Esta filosofia do zero defeito se embasou no estímulo à motivação e colaboração dos trabalhadores para eliminação dos defeitos em seu produto/serviço; Círculos de Controle da Qualidade (CCQ) – iniciado no Japão pós-guerra, como parte do programa de “apoio” americano à reconstrução daquele país e para vencer os vários obstáculos de envolvimento com a qualidade. Estes círculos eram constituídos por equipes formadas por funcionários de vários setores da empresa e estudiosos que se reuniam de forma voluntaria para estudar, analisar e resolver problemas, a princípio de qualidade, que depois se estendeu para produtividade, segurança, custos, entre outros. O objetivo era chegar próximo ao “zero erro”. O professor Kaoru Ishikawa, foi um dos seus principais estimuladores. Ele, junto com várias equipes japonesas que compunham a JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers – União de Cientistas e Engenheiros Japoneses), que era o centro das atividades de controle de qualidade no Japão, apoiados pelos engenheiros americanos Deming e Juran, desenvolveram modernas formas de controle de qualidade, a organização da produção como sistema just-in-time (produção do produto no momento em que se faz o pedido de compra) para evitar ocupação de espaço com estoque e paralização de capital, o controle de produção por cartão (chamado kanban) e a técnica de melhoria de limpeza e organização do local de trabalho chamado de 5S (os “cinco sensos”). 3.1.5 A era da gestão estratégica da qualidade - Sistema da qualidade Nos anos 80 e 90, a qualidade ganhou maior notoriedade em muitas empresas pelo mundo. Os esforços das empesas se intensificaram no estímulo das pessoas a trabalhar pela qualidade. 46 Na da visão de gestão estratégica, a qualidade amplia suas fronteiras na empresa, pois passa a ser considerada algo mais que uma simples característica do produto/serviço e exclusividade de um único departamento, se torna a responsabilidade de todas as pessoas e abranger todos as áreas de operação da empresa (visão sistêmica). Envolve a ação integrada das pessoas, máquinas, informações e os mais variados recursos que compões a administração do sistema de qualidade da empresa. A função principal deste sistema de qualidade está em garantir a satisfação do cliente e, simultaneamente, garantir a lucratividade da empresa. Para tanto, o fornecedor da empresa também é considerado parte integrante do sistema, uma vez que participa ativamente com seus produtos/serviços como insumo no processo produtivo de garantia da qualidade. Com a expansão dos mercados e formação dos blocos econômicos, as empresas ampliaram suas áreas de atuação e de aquisição de insumos, o que gerou a necessidade de geração de normalizações internacionais de qualidade que regulassem o comércio internacional de forma padronizada e que fossem aceitas e respeitadas pelos países participantes, afim de atender as demandas dos clientes de forma mais organizada. Hargreaves et al (2007) destacam que em 1947, foi criada a International Organization for Standartization (ISO) – Organização Internacional de Padronização, órgão privado, sem fins lucrativos, onde participam 132 países. A entidade é dividida em comitês técnicos (TC - Technical Commitee) que cuidam da normalização específica de cada setor da economia. No ano de 1987, o Comitê Técnico 176 (ISO TC 176 - ISO Technical Commitee 176) aprovou as primeiras cinco normas orientadoras relativas a questões de qualidade que foram identificadas como série ISO 9000 com a finalidade de uniformizar o comércio internacional. Estas normas simplificaram o livre comércio, viabilizaram a diminuição de custo nos negócios, estabeleceram e padronizaram regras, metodologia de ensaio de produtos, testes, avaliações e procedimentos de certificação. Atualmente, a ISO se encarrega de gerar as normas internacionais sobre produtos/serviços comuns a todos os países. Rodrigues, Leal e Hargreaves (1997) informam que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Comitê Brasileiro da Qualidade. Este órgão se constitui no fórum nacional de normalização voluntária e é membro fundador da ISO. 47 Também representa o Brasil naquela instituição, executa traduções das normas para o português, participa e colabora na criação das normas, executa a divulgação e exerce o controle no Brasil. 3.2 A QUALIDADE E O JAPÃO O conceito de qualidade tem origem nos Estados Unidos, mas a gestão da qualidade surgiu com êxito e se desenvolveu no Japão no período pós-guerra. Após a segunda grande guerra mundial, o Japão que estava totalmente destruído e sob ocupação dos Estados Unidos, recebeu a incumbência de melhorar a qualidade na indústria de telecomunicação e implantar o controle estatístico de qualidade no setor de comunicação (AILDEFONSO, 2006). Foram enviados técnicos e engenheiros para dar suporte a esta reestruturação. Dentre eles, estavam os engenheiros Willian Edwards Deming e Josef M. Juran, ex-alunos de Walter Shewhart, criador das cartas de controle e controle estatístico da qualidade (AILDEFONSO, 2006). Na época, Deming, por meio das suas palestras, conseguiu sensibilizar os empresários e o governo locais da importância de se fazer o controle estatístico dos processos, ao invés de somente controlar a qualidade por inspeção nos produtos finais (AILDEFONSO, 2006). Juran, também por meio de palestras, influenciou os ouvintes sobre a importância da alta e média gerência no Controle da Qualidade (AILDEFONSO, 2006). Como a população tem uma grande disciplina e respeito pela liderança, a filosofia de melhoria de qualidade nos processos se difundiu em grande escala e foi implementada nas empresas com as ferramentas de qualidade ensinadas por Deming e Juran. Não se pode esquecer das contribuições da equipe da JUSE e Kaoru Ishikawa junto aos americanos para conceber o novo modelo de controle de qualidade que superou até mesmo os padrões americanos e ocidentais (AILDEFONSO, 2006). Esta filosofia obteve grande sucesso e as empresas japonesas se tornaram extremamente competitivas em relação ao mundo. Deming foi considerado uma das 48 maiores personalidades no que se refere a qualidade e passou a difundir sua filosofia por todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos (AILDEFONSO, 2006). Saraiva (2009, p.87-95) apresenta os quatorze princípios da filosofia de qualidade de Deming: Criar constância de proposito – conseguir a melhoria do produto/serviço e torna-lo competitivo; Adotar nova filosofia – aprender as responsabilidades e assumir a liderança da mudança; Acabar com a dependência em relação à inspeção – eliminar a inspeção em massa por meio da qualidade incorporada ao processo e com qualificação dos recursos humanos; Minimizar custo total – eliminar negócios com base no preço, ter um pequeno número de fornecedores e manter com eles uma relação de longo prazo e baseada na lealdade e confiança e eliminar desperdícios; Melhorar o sistema – melhorar de forma contínua a produtividade, aumentar eficiência e reduzir os custos sempre; Instituir a formação – todos componentes da empresa devem conhecer claramente suas funções e papéis, sentir-se parte da equipe e orgulho da atividade profissional; Adotar e instituir a liderança – melhorar a forma como o supervisor ajuda as pessoas, as máquinas e os instrumentos de forma a realizar bem o trabalho; Acabar com o medo – para executar um trabalho eficaz e competitivo, as pessoas não podem ter medo ou ser ameaçados; Eliminar as barreiras entre os departamentos – estimular o trabalho em equipe e de forma integrada; Eliminar slogans, exortações e metas – eliminar campanhas para pedir zero defeito ou novos níveis de produtividade; Eliminar as quotas de trabalho – eliminar a gestão por números, objetivos impostos; trocar por uma liderança com sabedoria e inteligência; Promover o orgulho pelo trabalho – remover as barreiras que inibem o trabalhador ter orgulho do seu trabalho e da sua responsabilidade pela qualidade; Auto melhoria - buscar sempre por novos conhecimentos e capacitação por novos métodos e equipamentos; 49 A transformação é tarefa de todos – todos devem envolver-se para executar serviços com qualidade. A melhoria contínua, base do processo de Gestão da Qualidade Total visa lucratividade, sobrevivência das empresas em um mundo globalizado, com baixos custos de produção, treinamento e qualificação de mão de obra, além da conscientização dos colaboradores que a empresa vive como um sistema integrado com a finalidade de entregar maior valor agregado aos clientes (AILDEFONSO, 2006). 3.3 GERENCIAMENTO DA QUALIDADE Uma empresa pode gerir seus processos usando de ferramentas, como exemplo a Sistema de gestão da Qualidade, onde empresas Certificadoras reconhecem o sistema através de auditorias periódicas. Como afirmam Hargreaves et al (2007, p.89) “as auditorias são usadas para determinar em grau os requisitos do sistema de gestão da qualidade foram atendidos e para avaliar a eficácia do sistema, identificando oportunidade de melhoria”. A alta administração tem que estar totalmente envolvida para que a certificação tenha êxito e garanta que realmente se obtenha ganhos reais e não somente uma estrutura usada para propaganda sem sentido. Como pode ser confirmado por Hargreaves et al (2007, p.87): Através de ações de liderança, a alta administração pode criar um ambiente onde as pessoas sintam-se totalmente à vontade e no qual o sistema de gestão da qualidade possa operar eficazmente. Os princípios de gestão da qualidade podem ser adotados pela alta administração como base para sua função. Vários procedimentos devem ser documentados com o intuito de se padronizar o sistema, garantindo assim que o serviço seja feito de uma mesma maneira, dependendo em grande parte do fator humano. Desta forma, o treinamento é fator primordial nesta sistemática adotada, sendo um dos requisitos para obtenção do certificado como pode ser observado por Hargreaves et al (2007, p.94) é o “treinamento do pessoal nas atividades que afetem a qualidade dos produtos e serviços”. 50 A busca pela melhoria contínua deve ser implementada, os erros devem ser investigados e suas causas básicas eliminadas por meio de ações corretivas eficazes, com o objetivo de evitar a sua repetição. Processo pelo qual a qualidade deve ser o cerne da questão a ser buscado, sempre como alvo a excelência. Hargreaves et al (2007, p.95) completam que “[...] dentre os novos procedimentos que a empresa adotou, está a chamada ação corretiva”. Antes da implementação da ISO, algumas falhas cometidas por algum departamento da empresa devem ser corrigidas caso a caso, com uma análise mais profunda de suas causas básicas. Uma ferramenta de análise muito utilizada é o Diagrama de Ishikawa. Esta ferramenta auxilia na identificação, análise das causas básicas de problemas ocorridos na empresa para viabilizar sua resolução de forma definitiva. A empresa de menor capacidade econômica pode optar pela implementação de sistema certificável adotando os princípios da norma que a auxilie no gerenciamento da qualidade, sem realizar a certificação em si. Segundo Hargreaves et al (2007) a qualidade da gestão das empresas pode ser reconhecida através de prêmios especialmente propostos para estimular as organizações a desenvolver um sistema de gestão de qualidade. 3.4 QUALIDADE NA ATUALIDADE A qualidade atualmente é uma das estratégias de competição nas empresas e em vários setores. Ela está intensamente unida à produtividade, aos avanços dos resultados e ampliação do lucro, por meio de diminuição de perdas e do desperdício, do envolvimento de todo pessoal na empresa e consequente motivação. O que pode ser observado por Moller (2001, p.3): “[...] investir em qualidade produz: menos defeitos, produtos melhores, posição financeira melhor, maior bem-estar, menor giro de pessoal, menos absenteísmo, clientes satisfeitos e uma imagem melhor.” Para Hargreaves et al (2007, p.12) “[...] a qualidade passou a ser o principal diferencial não só dos produtos em si, mas, sobretudo, dos serviços oferecidos pelas empresas”. A qualidade dos produtos pode ser copiada pela concorrência e logo pode se tornar competitiva ao mesmo nível, já o serviço irá depender muito intimamente da pessoa que irá prestá-lo e de sua capacidade e habilidade em tratar o cliente. 51 Já Albrecht (1999, p. 66) define qualidade como “[...] uma medida da extensão até a qual uma coisa ou experiência satisfaz uma necessidade, resolve um problema ou adiciona valor para alguém”. Ele levanta um questionamento sobre a qualidade praticada até então, que a trata como um conceito de imaterialidade ou uma filosofia, de uma crença ou um compromisso. A qualidade para o século XXI continua Albrecht (1999, p.66) “[...] é uma medida que reflete um julgamento definitivo de valor recebido”. Esta qualidade inclui essencialmente tanto os fundamentos subjetivos como os objetivos, englobam as medidas tangíveis e intangíveis conjuntamente, ou seja, os conceitos de qualidade e serviços são inseparáveis. 3.5 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO COM QUALIDADE 3.5.1 Conceito de serviço e qualidade em serviços Albrecht (1999, p. 66) conceitua que “serviço é o trabalho feito por uma pessoa em benefício de outra”. O serviço bem prestado se torna diferencial e agrega valor para a empresa. Para Hargreaves et al (2007, p. 9) “serviço é o resultado de pelo menos uma atividade desempenhada, necessariamente, na interface do fornecedor com o cliente. É geralmente intangível”. O desempenho das atividades de negócio com qualidade desejada pelo cliente irá determinar a continuidade da relação comercial. Já Kotler (1995, p. 403) define que “um serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulta na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico”. Pode-se concluir que o serviço está presente na relação comercial de qualquer empresa, seja fornecedora de bens ou exclusivamente prestadora de serviços. Grönroos (1993, p. 36) manifesta que: Serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre cliente e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s). 52 O autor acrescenta que a prestação de serviço pode variar na sua forma de intangibilidade e precisa solucionar o problema dos clientes. Soares e Correa (1994, p4) explicam que “serviço é o atendimento aos anseios e necessidades dos clientes, com finalidade maior de facilitação da vida humana. Serviço é toda atividade que facilita a vida do cliente”. Neste sentido, podese notar que todo serviço precisa agradar ao cliente e fornecer valor, deixando-o mais satisfeito. Lamb Jr, Hair Jr e McDaniel (2004, p. 298) expõem que “serviço é o resultado da aplicação de esforços humanos ou mecânicos a pessoas ou objetos. Os serviços envolvem uma ação, um desempenho ou um esforço que não pode ser possuído fisicamente”. A ação e desempenho são intangíveis, mas passivos de medição para agradar aos clientes. Já Lovelock e Wright (2002, p.05) apresentam duas definições de serviços que capturam sua essência: Serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção. Serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de mudança desejada no – ou em nome do – destinatário do serviço. O intuito geral é o benefício e satisfação do cliente e o fornecimento de valor agregado. Lovelock e Wright (2002) afirmam que o setor de serviços engloba a maior parte da economia atualmente, representam mais de 50% de participação do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil e estão acima dos 60% em países como Estados Unidos e Canadá. Portanto, podemos considerar que o serviço gera grande parte da receita do Brasil como de muitos outros países pela geração de empregos e movimentação financeira. Uma causa deste aumento da importância do serviço foi gerada pela reestruturação de processos produtivos e necessidade de minimizar custos do setor industrial imposto pelo avanço tecnológico e pelas transformações da economia globalizada. Qualidade depende das percepções de cada pessoa e de outros fatores como cultura, produto ou serviço. Segundo Las Casa (1999) os clientes têm a 53 percepção do serviço prestado de forma diferenciada, uma vez que a qualidade do serviço é variável de acordo com o tipo de pessoa. Necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta definição, sendo que “há uma fonte de estímulos para a percepção, além de fatores tais como necessidades, estado de ânimo, etc.” (LAS CASAS, 1999, p.17). Lovelock e Wright (2002, p.106) descrevem qualidade do serviço como “avaliações cognitivas de longo prazo, por parte dos clientes, sobre a entrega do serviço de uma empresa”. Os clientes fazem a comparação entre o que esperavam receber (expectativa) com o que realmente receberam após a obtenção do serviço prestado pela empresa conforme suas convicções e definem o grau de sua satisfação para avaliar a qualidade do serviço. Quando recebem o serviço pela primeira vez, a base de julgamento tem como referência a informação de conhecidos ou propaganda da empresa. Caso já tenha experiências anteriores em relação ao serviço, se baseia na memória para avaliar esta qualidade. Para Kotler (2001) as fontes básicas para uma empresa prestar serviços com qualidade são: a facilidade de acesso à comunicação, a capacidade dos colaboradores, a confiabilidade na empresa e em seus serviços prestados, a receptividade, a segurança nos serviços, a tangibilidade, o entendimento e conhecimento do cliente. A qualidade nos serviços prestados no comércio em São Sebastião, não difere do restante do mundo como pode ser observado nos Estados Unidos: “o país como um todo está muito insatisfeito com os serviços que adquirem”. (DENTON, 1990, p.2) Na qualidade total em serviços um dos fatores principais para uma empresa alcançar resultados esperados é a procura constante pela satisfação dos clientes, tanto internos como externos. Na análise de Las Casas (1999, p.20) “a qualidade total em serviços engloba, além dos clientes externos, todos os que com ela interagem, ou seja, funcionários e administradores”. Os clientes internos são os colaboradores de cada setor da empresa que, por meio de sua interação no processo interno da empresa, contribuem de forma direta ou indireta para que o serviço entregue ao cliente esteja conforme desejado ou que supere as expectativas. Albrecht (1999, p.67) estabelece uma visão mais ampla ao definir qualidade em serviço que chama de Serviço de Qualidade Total que é “um estado de coisas no 54 qual uma organização entrega valor superior aos seus apostadores: seus clientes, seus proprietários e seus funcionários”. Esta definição engloba uma filosofia empresarial, com sua maneira específica de liderança, colabora para o envolvimento coletivo dos colaboradores na prestação de serviços que abrangem a qualidade e o valor fornecido aos clientes como orientação principal da empresa. Nesta filosofia são empregados métodos de trabalho com o objetivo de se atingir metas estratégicas, onde os clientes recebem valores superiores, que por sua vez recompensam a empresa com sua “preferência continuada”, que se traduz em fidelidade. 3.5.2 Características principais do serviço Lovelock e Wright (2002, p.31) classificam serviços da seguinte forma: Grau de tangibilidade ou intangibilidade – por serviço tangível pode-se considerar aquele processo realizado em algo físico, que é capaz de ser tocado, segurado, preservado no tempo, como exemplo pode-se citar o conserto de uma televisão. Para o processo que abrange a parte maior de intangibilidade, ou seja, os serviços que são impossíveis de serem tocados ou apropriados como os bens físicos, moldam a natureza do sistema de entrega de serviço e afetam o papel dos funcionários e a experiência dos clientes. Como exemplo tem-se a aquisição de conhecimento fornecida por professor de idioma; Destinatário direto do processo de serviço – serviços prestados e destinados diretamente ao cliente. Como exemplo, tem-se o corte de cabelo. A natureza do encontro de serviços entre os prestadores e seus clientes varia a medida do envolvimento do cliente no processo de serviço; Lugar e tempo de entrega do serviço – no projeto do sistema de serviço, deve ser estabelecido se os clientes precisam ir até o estabelecimento prestador de serviço ou se o serviço será entregue no local estabelecido pelo cliente. Também deve ser analisado o canal de interação com o cliente - físico ou eletrônico - suas preferências relativas ao momento de compra e utilização, custos relativos de opções diferentes e sazonalidade; Personalização versus padronização – na personalização são desenvolvidos serviços com características específicas para atender as necessidades e 55 preferências de cada cliente. Já na padronização diminui-se a variedade dos serviços prestados e o cliente escolhe uma dentre as opções oferecidas. Um exemplo de personalização é quando o barbeiro faz a barba do cliente do jeito que ele gosta. Na padronização, o cliente escolhe uma opção de apólice de seguro que mais lhe convier dentre as oferecidas pela seguradora; Natureza da relação com os clientes – os autores abordam que na relação formal empresa/cliente é necessário fazer um cadastro individual para acompanhamento de longo prazo. Como exemplo, tem-se programas de fidelidade, serviços bancários, matrícula na escola, entre outros. Por outro lado tem-se a relação mais informal, ou seja, composta de transações passageiras sem registro de cliente, como nos salões de beleza e lavanderia; Medida na qual a oferta e a demanda estão em equilíbrio – é a medida que o pessoal e as instalações da empresa estão ocupados sem estar sobrecarregados e os clientes recebem bom serviço sem atrasos. Alguns setores de serviço trabalham com demanda constante de serviços ao logo do tempo e outros setores não. Nos casos em que a demanda é flutuante ou variável pode-se ajustar a capacidade da empresa ao nível de demanda ou precisa-se criar estratégias de marketing para prever, administrar ou uniformizar a demanda para equilibrar com a capacidade da empresa. Como exemplo tem-se a empresa de prestação reparo de aparelhos de ar condicionado; Medida na qual, instalações, equipamentos e pessoal participam da experiência do serviço – conforme os clientes entram em contato com os elementos tangíveis no sistema de prestação de serviço da empresa, suas experiências com os serviços são moldadas. Como exemplo tem-se a escola de idiomas. Para Kotler (1995), Hoffman e Bateson (2008), Kotler e Armstrong (2007), Gianesi e Corrêa (1996), o serviço se diferencia dos bens pelas seguintes características: Intangibilidade – os serviços não podem ser observados, provados, apalpados, ouvidos, cheirados e nem estocados ao serem adquiridos. Os clientes procuram indícios da qualidade prestada no serviço por meio de aspectos tangíveis como a localização da empresa, o atendimento dos funcionários, a qualidade dos equipamentos utilizados para execução do trabalho, o material de comunicação 56 que deve sugerir eficiência e rapidez, dos símbolos como uma boa marca que referencia a agilidade, e preço adequado ao valor esperado pelo cliente; Inseparabilidade – jamais se pode separar o serviço adquirido do fornecedor e da maneira como este é percebido (profissionalismo, aparência e conduta), o serviço é produzido e consumido simultaneamente, ou na pior das hipóteses, temse mentalmente a presença física do cliente. A relação entre o fornecedor e o cliente é um atributo especial do marketing de serviços, portanto afeta diretamente o resultado do serviço (KOTLER, 1995); Variabilidade ou heterogeneidade – nenhum serviço é exatamente igual ao outro, os prestadores de serviço não conseguem manter a mesma atuação em situações diferentes e o cliente não é igual a outro. O que faz com que a qualidade em serviço não consiga alcançar sempre 100% de perfeição. Para maximizar o controle de qualidade, os autores sugerem algumas providências, tais como: investimento em seleção e treinamento de funcionários; padronização dos processos de prestação de serviços ou customizar; e monitorar a satisfação dos clientes por meio de sistemas de sugestão, reclamação ou pesquisa e comparação de compra; Perecibilidade – os serviços não podem ser armazenados para venda ou utilização posterior, são simultâneos e o tempo é limitante. Quando a demanda é estável, a empresa pode antecipar a prestação do serviço. Quando é instável flutuante, como nos picos de picos de demanda, Sasser apud KOTLER (1995), Hoffman e Bateson (2008) sugerem algumas estratégias: inserir diferenciação de preços para períodos de baixa demanda, aumentar demanda nos períodos mais fracos de movimento, oferecer serviços complementares ou alternativos nos horários de pico, oferecer sistema de reserva, contratar funcionários extras para os momentos de pico, estabelecer rotinas de eficiência para os períodos de pico (funcionários executarem tarefas básicas), estimular cliente a participar mais nas tarefas (ex.: preencher suas próprias fichas cadastrais), desenvolver serviços compartilhados (exemplo: compra coletiva de insumos de um grupo de empresas), utilizar terceiros para apoiar o serviço, e planejar investimento em instalações para futura expansão da empresa. 57 3.5.3 Desafios para a gestão de serviços Algumas empresas do setor de serviços, setor este que representar atualmente o maior percentual em participação do PIB e gera muitos empregos para a população de um país, conforme apontado anteriormente por Lovelock e Wright (2002), deveria dar a devida atenção à experiência dos consumidores e preservar a qualidade na prestação de serviço, ainda não chegou a este patamar. Albrecht (1992) classifica a prestação de serviços em muitos estabelecimentos medíocre, pois continuam dispensando pouca atenção às expectativas dos clientes e deixando a qualidade praticamente ao acaso. Diante deste fato, o autor estudou várias informações sobre a insatisfação dos clientes em relação aos seus fornecedores de serviços e elaborou sete categorias de elementos de reclamação que chamou de ‘sete pecados do serviço’, que seguem: 1. Apatia – a pessoa responsável pelo atendimento ao cliente, que está na linha de frente, tem uma atitude de pouco caso na hora do contato com o cliente ao invés de servi-lo; 2. Dispensa – situação em que o atendente procura se livrar do cliente menosprezando suas necessidades ou seus problemas, faz o jogo de empurrá-lo para outra pessoa ou setor para não ter trabalho ou perder tempo; 3. Frieza – quando o responsável pelo atendimento trata o cliente com hostilidade, rispidez, tratamento nada amigável, com falta de atenção a solicitação do cliente; 4. Condescendência – tratar o cliente com uma atitude “paternalista”, ou seja, como se o cliente fosse uma criança, sem qualificação para entender de assunto nenhum; 5. Automatismo – o funcionário atende como se fosse uma máquina, seguindo procedimentos padronizados sem mostrar afetividade ou respeito pelos clientes; 6. Livro de regras – o funcionário coloca as regras e normas da empresa acima da satisfação do cliente. Ele não tem a liberdade para prestar um bom serviço, pois não pode abrir exceções ou usar o bom senso. Representa o típico funcionário que não é pago para pensar; 7. Passeio – o funcionário da empresa faz o cliente passar por vários setores e falar com várias pessoas para tentar a resolução dos problemas. Muito comum atualmente nas empresas de telefonia móvel, fixa e setor público. 58 Davidow e Uttal (1991) atribuem a mediocridade no serviço prestado pelas empresas a três fatores: a maioria dos gerentes não compreendem a causa básica da insatisfação dos clientes por não conseguir enxergar sua seriedade; as medidas de avalição do serviço e de satisfação dos clientes apuradas pelas empresas são confusas e levam os gerentes a analisar o problema de forma menos grave do que realmente deveriam ser observadas; muitos gerentes ainda conceituam serviço de forma obsoleta e limitada, o que dificulta a lidar eficazmente com os problemas e elaborar boas estratégias. A prestação de serviço com qualidade se tornou um fator imprescindível tanto para a sobrevivência das empresas como para se diferenciar dos concorrentes. E os clientes são seu principal ativo, cujo valor só aumenta com o passar do tempo, desde que, sejam atendidas suas expectativas e necessidades (ALBRECHT, 1992). O gerenciamento de serviços se resume em “fazer o serviço de maneira certa” (ALBRECHT e ZEMKE, 2002, p.70). Se o funcionário se mostrar capacitado e habilidoso em resolver o problema na visão do cliente, melhor será sua impressão em relação à empresa e mais propaganda positiva ele fará aos outros. A qualidade do gerenciamento dos serviços depende da integração de toda a força de trabalho da empresa em prol dos objetivos estratégicos e da entrega de valor aos clientes. As pessoas do atendimento de linha de frente (front office) tanto quanto as de retaguarda (back room) devem estar sincronizadas e motivadas para prestar um serviço de qualidade e se diferenciar da concorrência. Albrecht (1992) afirma que são os funcionários da empresa, seja de forma direta ou indireta, é que administram os eventos da entrega de serviço aos clientes. Cada momento de interação com o cliente é chamado de hora ou momento da verdade. Continua Albrecht (1992), o momento da verdade é a circunstância em que o cliente entra em contato com a empresa, seja por qualquer meio de contato, e consegue ter uma noção da qualidade oferecida por ela. Estes momentos da verdade acontecem várias vezes entre um cliente e a empresa. Porém alguns deles tem uma maior importância que outros por ser tratar de situações onde a atenção do cliente está mais ativa e há uma maior oportunidade de análise. São nestes momentos que a prestação de serviço determinará o sucesso ou o fracasso da empresa. Segundo o autor, alguns dos momentos da verdade podem ser considerados de muito críticos para a percepção dos clientes. 59 Para identificar os momentos ou horas da verdade que mais podem influenciar na análise e percepção dos clientes, Albrecht (1992) idealizou o ciclo de serviços, que se constitui em uma representação gráfica, um mapa, da sequência de eventos mais relevantes de contato do cliente com a empresa, sob o ponto de vista dele. É uma forma de ajudar o prestador de serviço a executar o serviço como um ‘fluxo de experiências interligadas’ do modo como o cliente vê. O ciclo tem início no primeiro ponto de contato do cliente com a empresa, que pode ser um anúncio de propaganda ou uma opinião de um colega e finaliza temporariamente quando o cliente considera o serviço concluído. São as tarefas – os principais momentos da verdade - que compõe a interface direta com o cliente. A ideia é combinar cada momento da verdade com os estágios particulares das experiências dos clientes. É uma ferramenta que proporciona a impressão do cliente sobre a qualidade do serviço prestado pela empresa. “O mapa daí resultante será exclusivo de seu negócio específico e estará sujeito a variações de um para outro cliente, entre as diferentes versões de um serviço específico ou de uma situação para outra”. (ALBRECHT,1992, p.77). Albrecht (1992, pp.31-33) concebeu o ‘Triângulo do serviço’ que é um modelo de administração de serviços bem-sucedidos que coloca o cliente no centro das atenções do sistema de gestão integrado da empresa. Trata-se de uma imagem gráfica que representa a interação de três elementos-chave da empresa necessário para prover um serviço de qualidade ao cliente. Para Hoffman e Bateson (2008, p.29) o Triangulo de serviços é uma “[...] estrutura que suporta o modelo de gerenciamento orientado para o mercado, representando os relacionamentos entre os sistemas, a estratégia de serviço e as pessoas, com o cliente no centro do triângulo, interagindo com cada grupo”. Os elementos citados por Albrecht (1992) são: Estratégia de serviço bem concebida – conceber ou aperfeiçoar uma ideia que conduza os membros da empresa a trabalhar para atender as reais preferências dos clientes; Pessoal da linha de frente (front office) orientado ao cliente – o estímulo e apoio da administração ao pessoal que entrega o serviço ajuda a mantê-los com foco nas necessidades do cliente, o que amplia a capacidade de atendimento e favorece de forma positiva a análise do cliente sobre a qualidade do serviço 60 prestado, amplia a possibilidade de retorno para novas compras e o leva a fazer propaganda positiva a outras pessoas; Sistema voltado para o cliente – os sistemas que compões o processo de entrega de serviços ao cliente são desenvolvidos para atender apropriadamente as necessidades e expectativas dos clientes. As instalações, políticas internas, procedimentos e métodos de trabalho, sistema de comunicação são dedicados a proporcionar a satisfação dos clientes. Trata-se de um conjunto de fatores de fácil compreensão, mas, como enfatiza Albrecht (1992, p. 33), exige um “[...] esforço de gestão ativa desses três fatores críticos”. Complementam Hoffman e Bateson (2008) que a empresa por estar orientada para o mercado, deveria ter sua organização baseada nas pessoas que servem e atendem os clientes e intensificar seu foco na prestação do serviço de qualidade superior para obter de suas estratégias a vantagem que irá diferenciá-la dos concorrentes. 3.5.4 Aspectos da qualidade na prestação de serviços Conforme as características do serviço apresentadas anteriormente, nota-se que a qualidade não pode ser avaliada antes da compra. O cliente estabelece seu julgamento partindo das expectativas que tem dos serviços a serem adquiridos em relação satisfação ou não do serviço prestado. Parasuraman, Zeithlaml e Berry (1988) citam que a percepção da qualidade em serviços pelo consumidor parte do princípio da comparação entre a expectativa do que serviço que uma empresa pode oferecer (o que seria ideal) com sua percepção do desempenho obtido pela empresa na prestação do serviço (o que ocorreu realmente). Expectativas estas, definidas pelos autores na literatura de qualidade em serviço como uma visão de desejos e necessidades dos consumidores. As expectativas são provenientes de necessidades pessoais, de experiências vividas anteriormente ou de uma conversa com outra pessoa. Gianesi e Corrêa (1996) explicam que a qualidade em serviços se configura da seguinte maneiras na percepção do cliente: Qualidade inaceitável – quando a prestação de serviço recebida não atendeu as suas expectativas; Qualidade satisfatória – quando o serviço prestado atendeu suas expectativas; e 61 Qualidade ideal – quando o serviço prestado supera suas expectativas. Estes resultados são apresentados a seguir em forma gráfica: Figura 2: A Avaliação da qualidade do serviço Expectativas do cliente antes da Expectativas superadas Qualidade ideal compra do serviço Expectativas atendidas Qualidade satisfatória Expectativas não atendidas Qualidade inaceitável Percepção do cliente sobre o serviço prestado Fonte: Adaptado de Gianesi e Corrêa (1996) Hoffman e Bateson (2008) apresentam o modelo de quebra de expectativa (expectance disconfirmation model) que definem de forma simples se o cliente está satisfeito ou não com os serviços prestados. Após comparação das expectativas com relação as percepções do serviço prestado, o cliente pode considerar se suas expectativas foram confirmadas, significa que ele está satisfeito com o serviço. Quando a percepção e expectativa não forem iguais, há uma quebra de expectativa. Esta quebra de expectativa pode ser positiva, quando as percepções excedem as expectativas, que gera a satisfação e favorece a propaganda positiva boca a boca e a retenção do cliente pela empresa. Quando as expectativas estão abaixo da percepção do cliente, o resultado é a quebra de expectativa negativa, gera a insatisfação e como consequência o cliente pode deixar de comprar da empresa e fazer a propaganda boca a boca de forma negativa, incentivando seus parentes ou conhecidos a evitar os serviços da empresa. Lovelock e Wright (2002, p. 107) explicam que quando a qualidade de serviço que a empresa presta avaliada pelos clientes está abaixo do padrão considerado adequado segundo suas convicções, “[...] ocorre uma discrepância – ou lacuna na qualidade – entre o desempenho do fornecedor de serviço e as expectativas do cliente”. Estas lacunas podem aparecer nas diversas fases de contato com o cliente durante a prestação do serviço, ou seja, nos vários momentos da verdade dentro do ciclo de serviço. 62 As lacunas (GAPs) foram estudas por Parasuraman, Zeithaml, e Berry (1985) que desenvolveram um modelo conceitual de cinco GAPs de qualidade em serviços, como ilustrado na seguinte figura: Figura 3: Modelo conceitual de Qualidade em Serviços Fonte: Parasuraman, Berry e Zeithaml (1991, p. 337) Para uma melhor compreensão, as lacunas (GAPs) se apresentam nas seguintes atividades: Gap 1 – diferença entre as expectativas e a gestão dos clientes. É a discrepância ou lacuna entre o que a gerencia da empresa considera ser a expectativa dos seus clientes e que estes, por sua vez, esperam do serviço prestado. Chamada pelos autores Lovelock e Wright (2002, p.108) e Hoffman e Bateson (2008, p.360) de “lacuna de conhecimento”. Para o estreitamento da lacuna é necessário conhecer detalhadamente o cliente e elaborar uma estrutura operacional de serviço que seja eficiente e eficaz (HOFFMAN e BATESON, 2008). Parasuraman et al. (1991) citam que são três fatores que influenciam as lacunas de qualidade: a. A orientação de pesquisa de mercado – até que ponto os gestores da empresa se esforçam para compreender as necessidades e expectativas dos clientes; b. Comunicação ascendente – estímulo e facilidade de comunicação entre o pessoal da linha de frente e os níveis hierárquicos superiores; c. Nível de gestão – empresa muito hierarquizada, dificulta contato e troca de informações entre a alta administração e o pessoal de linha de frente. 63 Gap 2 – diferença entre a percepção gerencial das expectativas do cliente com as especificações da qualidade do serviço entregue. Significa não ter padrões de qualidade na prestação de serviço que atendam realmente as necessidades dos clientes. Lovelock e Wright (2002, p.108) e Hoffman e Bateson (2008, p.361) chamam de ‘lacuna de padrões’. As possíveis soluções segundo estes autores são a criação uma cultura de qualidade do serviço e padrões de qualidade eficazes que resolvam realmente os problemas dos clientes. Parasuraman et al. (1991) apontam quatro influências nesta lacuna: a. Compromisso de gestão de qualidade de serviço – a gerência não acreditar que consiga satisfazer seus clientes tratando a qualidade em serviços como um objetivo estratégico; b. Estabelecimento de metas – falta de estabelecimento de um processo formal de definição de metas de qualidade em serviços; c. Padronização de tarefas – falta de tecnologia e programas de treinamento para padronizar as tarefas de prestação de serviços com qualidade; d. Percepção de viabilidade – os gestores não acreditam que as expectativas dos clientes podem ser atendidas. Gap 3 – diferença entre a especificação de qualidade do serviço com o serviço efetivamente entregue. Significa possuir a habilidade de executar o serviço conforme suas especificações. Lovelock e Wright (2002, p.108) denominam de ‘lacuna de entrega’ e Hoffman e Bateson (2008, p.364) de ‘lacuna de execução’. A empresa necessita analisar o seu desempenho junto aos clientes para ter certeza que oferece um serviço adequado. Parasuraman et al. (1991) apresentam os seguintes fatores que influenciam a qualidade: a. Trabalho em equipe – disposição dos funcionários para se reunir e cumprir um objetivo comum; b. Adequação do cargo ao empregado – correspondência entre as habilidades dos funcionários aos cargos e funções ocupadas, capacidade de fazer um serviço dentro das especificações; c. Controle percebido – até que ponto os funcionários percebem que estão sob controle e que podem agir de forma flexível; 64 d. Sistemas de controle de supervisão – até que ponto os funcionários são recompensados ou avaliados pelo serviço prestado (comportamento) ao invés de ser recompensado ou avaliado pela quantidade produzida; e. Conflito de papeis – percepção dos funcionários de que não podem satisfazer todas as demandas de todas as pessoas, sejam seus clientes internos ou externos, sentimento de incapacidade para executar o serviço de forma adequada. f. Conflito de ambiguidade – os empregados ficam indecisos sobre o que os gerentes e supervisores esperam deles e como fazer para satisfazer aquelas expectativas. Gap 4 – diferença entre a prestação de serviço que é prometida por meios de comunicação variados aos consumidores e o serviço que é entregue realmente. É a famosa ‘propaganda enganosa’, prometer o que não pode cumprir. Para reduzir ou eliminar esta lacuna, é necessário que a empresa cumpra suas promessas anunciadas ou analise melhor sua comunicação para evitar o desapontamento dos clientes. Lovelock e Wright (2002, pp.108-109) englobam três lacunas neste sentido. A primeira, ‘lacuna nas comunicações internas’, é a diferença de julgamento do setor de venda e propaganda sobre os atributos do serviço e o que realmente é entregue. A segunda, ‘lacuna nas percepções’, é a diferença entre o que é entregue ao cliente e o que ele percebe ter recebido. A terceira ‘lacuna na interpretação’ é a diferença entre a promessa de campanha publicitária da prestadora de serviço e o que o cliente julga que a comunicação da empresa ofereceu. Hoffman e Bateson (2008, p.364) batizaram de ‘lacuna de comunicações’. Parasuraman et al. (1991) destacam os seguintes fatores que influenciam a qualidade: a. Comunicação horizontal – representa o fluxo de comunicação e coordenação entre os diversos departamentos que entram em contato com o atendimento ao cliente, ou mesmo entre a sede da empresa e suas filiais de serviços; b. Tendência para o excesso de promessas – prometer em excesso para ganhar o cliente do concorrente e não conseguir cumprir a promessa. Gap 5 – diferença entre a expectativa que o cliente tem do serviço da empresa prestadora e sua percepção do serviço entregue. Estas expectativas são geradas 65 por necessidades pessoais, experiências passadas, comunicação boca a boca, propaganda e preço, ou seja, por fatores que influenciam o comportamento de compra do consumidor. Esta lacuna representa a medida de desempenho da empresa prestadora de serviço baseada no julgamento do cliente. Esta lacuna é uma resultante das lacunas organizacionais (Gaps 1 a 4). Os autores citados a chamam de ‘Lacuna de serviço’. Hoffman e Bateson (2008) afirmam que esta lacuna é o resultado do desempenho das discrepâncias anteriores. Ela diminui ou aumenta na proporção em que as demais também se alteram. Além das lacunas na qualidade em serviços, Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995), entre outros, apresentam outros critérios utilizados pelos clientes para avaliar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas que são as dimensões da qualidade. Elas estão sintetizadas em cinco dimensões que são: 1. Tangibilidade - são os elementos físicos, como móveis, escritório, equipamentos e disposição física, formulários, aparência física dos empregados, roupas e uniformes. Refere-se à apresentação de tudo que o cliente pode visualizar ligado a empresa prestadora de serviço; 2. Confiabilidade – é a capacidade do provedor de serviços de realizar as promessas feitas ao cliente de forma precisa e confiável dentro do prazo e no local desejado; 3. Atendimento (ou compreensão, responsividade, sensibilidade, resposta) - é a habilidade de compreender os problemas e a complexidade dos clientes e ter o compromisso de fornecer os serviços prontamente. Ser prestativo, ter vontade de ajudar os clientes e fornecer o serviço rapidamente; 4. Segurança (ou garantia) – é a habilidade e competência do funcionário para atender o cliente com cortesia e habilidade para transmitir a ele credibilidade e segurança nas operações da empresa; 5. Empatia - é a disposição do empregado em atender o cliente com carinho, oferecer atenção individualizada. É a capacidade que a empresa tem em “se colocar no lugar do cliente” para oferecer um serviço digno de confiança e que atenda plenamente suas expectativas. 66 3.5.5 A ferramenta SERVQUAL Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988) desenvolveram o instrumento de múltiplos pontos destinado a medir as percepções dos clientes sobre a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas. Esta qualidade em serviços percebida pelos clientes é resultado da comparação entre as suas expectativas ou desejos em relação ao real desempenho de serviço prestado pelos provedores de serviço. A princípio, os estudos com base em uma pesquisa exploratória identificaram que os critérios de avaliação da qualidade em serviços dos clientes se apoiavam em dez dimensões, compostas por: confiança, tangibilidade, capacidade de resposta, comunicação, credibilidade, segurança, competência, cortesia, acesso e compreensão e conhecimento do cliente. E com os estudos se consolidaram nas cinco dimensões citadas acima: tangibilidade, confiabilidade, atendimento, segurança e empatia (PARASURAMAN, ZEITHALM e BERRY,1988) Continuam Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988), o processo de desenvolvimento da escala começou com a elaboração de uma infinidade de itens para abordar as dimensões de qualidade e partiam de duas instruções: um para medir a expectativa dos clientes sobre as empresas de serviço, em geral, que se classificavam dentro de uma categoria de serviços investigada e outra para medir a percepção dos mesmos clientes sobre a qualidade de serviços de uma empresa em particular que estava sendo avaliada. Foram investigadas empresas de cinco categorias – conserto de eletrodomésticos e manutenção, serviços bancários de varejo, telefonia de longa distância, corretagem de títulos e cartões de crédito. Com a obtenção dos resultados, foi possível testar, refinar e aprovar o instrumento de medição da qualidade em serviços mais confiável e válido que é utilizado atualmente, o instrumento, a escala SERVQUAL – Service Quality (Qualidade em Serviços). Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988) explicam que o instrumento é projetado para utilização abrangente em um conjunto de empresas prestadoras de serviço, proporciona uma estrutura adequada para análise das expectativas e percepções dos clientes abrangendo as cinco dimensões de qualidade em serviço. A escala pode ser adaptada e ajustada para atender as necessidades de determinada empresa. Tem o formato de cinco dimensões para que a empresa consiga analisar o nível de qualidade de serviço em cada dimensão ou em todas. Ou mesmo possibilita 67 classificar os clientes em vários seguimentos de qualidade percebida com base nas suas pontuações individuais. Na forma refinada, a escala SERVQUAL contém 22 itens que abordam as cinco dimensões de qualidade: tangíveis, confiabilidade, atendimento, segurança e empatia. Sendo que as duas últimas dimensões englobam itens que representam as sete dimensões originais (comunicação, credibilidade, segurança, competência, cortesia, compreensão e conhecimento dos clientes e acesso). Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988) mostram que a ferramenta é composta de um questionário que possui 22 itens distribuídos nas cinco dimensões de qualidade. Um conjunto de 44 frases, sendo as primeiras 22 referentes às expectativas do cliente quanto ao desempenho ideal do serviço e as outras 22 se referem às percepções do cliente quanto ao serviço prestado realmente pela empresa foco do estudo. Os dois conjuntos são respondida por meio da escala Likert de 7 pontos, escolhendo-se os números entre 01 (discordo fortemente) e 07 (concordo fortemente) para cada pergunta. São calculadas médias para cada item (expectativas e percepções) após realização da pesquisa. A diferença (GAP) entre as médias das respostas obtidas para a expectativa e para a percepção é que resultarão no índice de satisfação dos clientes para cada item analisado. Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988) concluem que quando surge o Gap negativo, indica que a percepção do cliente sobre a qualidade do serviço prestado pela empresa está abaixo de suas expectativas, o serviço da empresa está apresentando falhas que levam a insatisfação. Por outro lado, o GAP positivo indica que o serviço prestado atende às expectativas dos clientes e os deixam satisfeitos. Serão apresentados a seguir, os itens da pesquisa SERVQUAL conforme Parasuraman, Zeithaml e Berry(1991), Hoffiman e Bateson (2008, pp. 367-372). Sobre as expectativas: E1. Eles deveriam ter seus equipamentos atualizados. E2. Suas instalações físicas deveriam ser visualmente atraentes. E3. Seus empregados deveriam estar bem vestidos e parecerem limpos. E4. A aparência das instalações físicas dessas empresas deveria estar de acordo com o tipo de serviço prestado. E5. Quando essas empresas prometem fazer algo em determinado tempo, eles deveriam fazê-lo (cumpri-lo). 68 E6. Quando os clientes têm problemas, essas empresas deveriam ser simpáticas e reconfortantes (tranquilizador). E7. Essas empresas deveriam ser seguras. E8. Eles deveriam providenciar seus serviços no momento que prometem fazê-lo. E9. Eles deveriam manter seus registros com precisão. E10. Eles não deveriam ser esperados a dizer aos clientes exatamente quando os serviços serão realizados. (-) E11. Não é uma realidade para os clientes esperar pronto atendimento dos empregados dessas empresas. (-) E12. Seus empregados nem sempre tem que estar dispostos a ajudar os clientes. (-) E13. Tudo bem se eles estão muito ocupados para responder prontamente às solicitações dos clientes. (-) E14. Os clientes deveriam ser capazes de confiar nos empregados dessas empresas. E15. Os clientes deveriam ser capazes de se sentir seguros nas suas transações com os empregados dessas empresas. E16. Os empregados deveriam ser educados. E17. Os empregados deveriam obter apoio adequado de suas empresas para fazer bem o seu trabalho. E18. Dessas empresas não deveria ser esperado o fornecimento de atendimento personalizado aos clientes. (-) E19. Não se pode esperar dos empregados dessas empresas o fornecimento de atendimento personalizado aos clientes. (-) E20. Não é realista esperar que os funcionários saibam quais são as necessidades de seus clientes. (-) E21. Não é realista esperar que essas empresas tenham os melhores interesses para com seus clientes no coração. (-) E22. Eles não deveriam esperar ter horários de funcionamento conveniente para todos os clientes. (-) Notas: Os itens são distribuídos entre as cinco dimensões de tangibilidade (itens E1 a E4), confiança (E5 a E9), capacidade de resposta (E10 a E13), garantia (E14 a E17), e empatia (E18 a E22). (-) denota itens de código invertido. 69 Os itens de percepção são compostos a seguir: P1. XYZ possui equipamentos modernos. P2. As instalações físicas da XYZ são visualmente atraentes. P3. Os empregados da XYZ estão bem vestidos e parecem limpos. P4. A aparência das instalações físicas da XYZ está conservada de acordo com o serviço oferecido. P5. Quando XYZ promete fazer algo em certo tempo, realmente o faz. P6. Quando tem algum problema, a XYZ é simpática/solidária e tranquilizadora. P7. XYZ é de confiança. P8. XYZ fornece o serviço no tempo prometido. P9. XYZ mantém seus registros de forma correta. P10. XYZ não informa exatamente quando os serviços serão realizados. (-) P11. Você não recebe pronto atendimento dos empregados da XYZ. (-) P12. Os empregados da XYZ não estão sempre dispostos a ajudar os clientes. (-) P13. Os empregados da XYZ estão muito ocupados para responder aos pedidos dos clientes prontamente. P14. Você pode confiar nos empregados da XYZ. P15. Você se sente seguro em negociar com os empregados da XYZ. P16. Os empregados da XYZ são educados. P17. Os empregados da XYZ recebem suporte adequado da XYZ para fazer bem seu trabalho. P18. XYZ não lhe dá atenção individual. (-) P19. Os empregados da XYZ não lhe dão atenção pessoal. (-) P20. Os empregados da XYZ não sabem quais são suas necessidades. (-) P21. XYZ não tem os melhores interesses como objetivo. (-) P22. XYZ não tem os horários de funcionamento convenientes a todos clientes. (-) Notas: Os itens são distribuídos entre as cinco dimensões de tangibilidade (itens P1 a P4), confiança (P5 a P9), capacidade de resposta (P10 a P13), garantia (P14 a P17), e empatia (P18 a P22). 70 3.5.6 A conquista da satisfação dos clientes pela qualidade em serviços Kotler (1995) afirma que a satisfação do cliente é o resultado do atendimento de suas expectativas, seus desejos pelo fornecedor de serviços. Para que a empresa consiga atingir estes resultados, os princípios da qualidade em serviços necessitam estar enraizados na sua estrutura. Princípios estes, já abordados neste trabalho que são: fácil acesso, facilidade de comunicação, competência dos colaboradores, confiança e segurança nos serviços prestados, credibilidade, tangibilidade, conhecimento do consumidor, entre outros. Hoffman e Bateson (2008) enfatizam que o cliente é a principal razão da existência da empresa e é de extrema importância medir constantemente o nível de sua satisfação. Continuam Hoffman e Bateson (2008, 333-334), que existem dois modos de realizar estas medições: Modelo indireto - propõe o monitoramento da satisfação por meio dos “[...] recordes de vendas, lucros e reclamações de clientes”. Segundo os autores não é conveniente realizar somente este tipo de monitoramento, pois pode causar maior insatisfação por falha na detecção real percepção de qualidade que o cliente espera ou mesmo por deixar de solucionar as reclamações, corre-se o risco de perdê-lo para a concorrência e receber propaganda negativa; Modelo direto - executado pelas ‘pesquisas de satisfação dos clientes’. É mais proativo e consegue-se classificar o desempenho da empresa para executar as mudanças necessárias rumo ao atendimento das expectativas e desejos dos clientes. Hoffman e Bateson (2008) complementam que é Importante que se faça o monitoramento simultâneo. Machleit el al (1994) elaboraram o construto para a gradação da percepção de satisfação dos clientes de uma empresa. São afirmativas adaptáveis a realidade de cada empresa de serviço para uso na escala Likert. Seguem abaixo as afirmativas: 1. I enjoyed shopping at the store (Eu gostei de fazer compras na loja); 2. I was satisfied with my shopping experience at the store (Eu estou satisfeito com a minha experiência de compra na loja); 3. Given a choice, I would probably not go back to the store (reverse coded) (Podendo escolher, eu provavelmente não retorno para a loja (codigo reverso); 71 4. I would recommend the store to other people (Eu recomendaria a loja para outras pessoas). Este construto é utilizado para avaliar a percepção de qualidade nas empresas que tem espaço limitado para atendimento ao consumidor. Ele testa como uma dimensão de tangibilidade afeta a satisfação da pessoa. Utiliza a escala Likert para obter a opinião dos respondentes. Hoffman e Bateson (2008) mencionam que os métodos utilizados para a coleta de dados variam de empresa para empresa, o que importa é que se consiga apurar o índice de satisfação confiável que viabilize o contínuo aperfeiçoamento do serviço/produto para atender as expectativas dos clientes e, se possível, conseguir seu encantamento. Não é uma tarefa fácil alcançar a satisfação do cliente, porém é possível e compensador, uma vez que se trata do maior patrimônio da empresa. A empresa que está direcionada e comprometida em atender de forma satisfatória os seus clientes garante a continuidade da relação comercial e consegue benefícios. Lovelock e Write (2002) relatam que são variados os benefícios que a empresa pode alcançar com a satisfação da qualidade do serviço prestado, tais como: redução de custos com a eliminação de falhas, redução de custos para atrair novos clientes, afasta o cliente da concorrência, dissemina e promove a propaganda boca a boca positiva, sustenta a fidelização dos clientes e pode criar vantagens sustentáveis, proporciona maior retorno financeiro, etc. 3.5.7 A conquista da fidelização pela satisfação do cliente Kotler (1995) assegura que custa muito caro conquistar novos clientes do que reter um cliente atual. Desenvolver um relacionamento duradouro focando sua fidelização é um processo que envolve mais a habilidade geral da equipe de colaboradores da empresa. Mesmo que possa parecer mais agradável e desafiador a busca por novos clientes, além do custo alto, o sucesso pode ser de curto prazo. Atender as necessidades dos clientes atuais se torna uma tarefa mais fácil, porque já se consegue identificar quem são, onde estão e o que desejam. A retenção do cliente se refere a “focalizar os esforços de marketing da empresa na base dos clientes existente” (HOFFMAN E BATESON, 2008, p. 421). 72 Significa que as empresas devem se empenhar em satisfazer os clientes atuais para conseguir um relacionamento de prolongado. Para que os esforços da empresa sejam reconhecidos pelo cliente, ela necessita de habilidades para redesenhar seu negócio e oferecer serviços diferentes da concorrência com valor agregado adequado para ambos os lados (LOVELOCK e WRITE (2002). Assim, torna-se possível converter o relacionamento comercial entre fornecedor e cliente em uma verdadeira parceria. Bretzke (2000) elucida que para se estreitar a relação de parceria, o processo de geração de valor ao cliente necessita de um investimento inicial em comunicação integrada e mais personalizada focada ao cliente. O objetivo, segundo a autora, é criar uma mensagem única ao cliente e ter um canal de relacionamento mais direto. Hoffman e Bateson (2008, p.427-430) apoiam os investimentos para reter clientes, pois estes geram muitos benefícios, tais como: “[...] até 95% dos lucros se originam de clientes de longo prazo, e são derivados das vendas, custos operacionais reduzidos e recomendações”. Continua o autor, as táticas para conquistar o cliente se resumem em: ter sempre em mente que a empresa existe para satisfazer os clientes, contatar o cliente para construir o relacionamento, solidificar a confiança mutua e agir com honestidade, treinar os clientes tanto nos equipamentos fornecidos como nos meios de contato, estar sempre presente quando for solicitado, oferecer serviços proativos e monitorar a prestação de serviço e o nível de satisfação. Parasuraman et al (2005) realizaram estudos que analisaram a influência da qualidade do serviço prestado pelo comércio eletrônico e a percepção da qualidade de informação recebida pela internet que influenciam diretamente na intenção de fidelidade dos clientes. Este constructo se apresenta em questões que servem para monitorar a percepção de lealdade dos consumidores em relação aos prestadores de serviço da internet. Estão apresentadas na tabela a seguir: 73 Quadro 2 – Intenção de lealdade dos consumidores. Texto original Tradução How likely are you to: Qual a probabilidade de você: Say positive things about this site to other Dizer coisas positivas sobre este site para outras people? pessoas? Recommend this site to someone who seeks Recomendar este site para alguém que procura your advice? o seu conselho? Encourage friends and others to do business with this site? Incentivar amigos e outras pessoas a fazer Consider this site to be your first choice for future transactions? Considerar este site para ser sua primeira Do more business with this site in the coming months? Fazer mais negócios com este site nos próximos negócios com este site? escolha em futuras transações? meses? Fonte: adaptado de Parasuraman et al.(2005) No próximo capítulo que se segue apresenta-se a metodologia aplicada ao estudo de caso seguindo o embasamento teórico exposto. 74 4 4.1 METODOLOGIA TIPO DE ESTUDO A pesquisa objeto deste trabalho é quantitativa, pois como afirma Kauark et al (2010) trabalha com fatos, ou seja, tem como escopo a observação sistemática, é bem delimitado, específico e passível de medição. O método inicial de levantamento de dados utilizado foi a pesquisa bibliográfica. Vergara (2010, p.43) define que a pesquisa bibliográfica “é o estudo sistematizado com base em material publicado em livros, revistas, jornais ou redes eletrônicas” que fornece embasamento primário às demais pesquisas. A literatura específica sobre os assuntos abordados foi consultada em livros, artigos, teses, jornais e revistas especializadas em meio eletrônico e físico. Este estudo preliminar permitiu o aprofundamento de conhecimento a respeito do tema escolhido e sustentação dos fundamentos teóricos na revisão de literatura, facilitou o planejamento correto da pesquisa de campo, análise e interpretação dos dados coletados. Como afirma Vergara (2010), a pesquisa exploratória tem por finalidade a análise do ambiente a ser pesquisado para viabilizar o acumulo e estruturação do conhecimento a respeito da população a ser estudada. Para construção do conhecimento específico e obtenção de maior contato com o estabelecimento de ensino pesquisado foi utilizada a pesquisa exploratória. Esta investigação forneceu os elementos de estudo para a elaboração do questionário aplicado à população alvo, assim como ao levantamento de dados necessário para a execução do presente trabalho. A pesquisa descritiva foi utilizada para caracterizar a população estudada, definir as variáveis objeto de estudo e de coleta de dados, assim como conhecer a opinião dos entrevistados por meio de questionário sobre o assunto proposto no estudo de caso. Para Kauark et al (2010, p.28) a pesquisa descritiva “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de 75 relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.” 4.2 ESTUDO DE CASO Yin (2001, p.35) explica que “o estudo de caso, como outras estratégias de pesquisa, representa uma maneira de se investigar um tópico empírico seguindo-se um conjunto de procedimentos pré-especificados”. Na cidade de São Sebastião, existem três escolas de idiomas que atuam no centro da cidade. Todas atuam na modalidade de Franchising que é o sistema de parceria empresarial, onde a franqueadora vende seu ‘Kow-How’ (conhecimento de negócio) à terceiros que são chamados franqueados. O estudo foi realizado na escola de idiomas que se interessou pelo projeto apresentado. A análise ocorreu em um estabelecimento comercial real que busca informações de forma organizada e concreta de seus clientes sobre seu desempenho geral. Os resultados esperados são: maior facilidade de investigação para proporcionar uma melhor tomada de decisão por parte de seus proprietários e modificação no contexto atual para conseguir maior fidelização de seus clientes. A categoria de monografia que melhor se encaixou foi o estudo de caso. Pela necessidade mercadológica e facilidade das empresas em ouvir a opinião dos próprios clientes sobre seu desempenho, inclusive com custos reduzidos, torna a pesquisa viável. E ainda contribui para a adoção de novas ações de refinamento do processo de prestação de serviços que conduzem à melhoria contínua de qualidade. 4.3 ÁREA E UNIVERSO DO ESTUDO E POPULAÇÃO DA AMOSTRA 4.3.1 Área e universo do estudo de caso O estabelecimento foco da pesquisa foi a Escola de idiomas Fisk em São Sebastião. A escola tem como nome de razão social Ramalho & Abreu e Lima Escola de Idiomas Ltda-ME. Conforme informou a proprietária, a escola foi adquirida pelos atuais proprietários no ano de 2010. Localiza-se à Rua Vereador Mário 76 Olegário Leite, n° 178, no centro da cidade. Conta com uma equipe de 11 funcionários, distribuídos da seguinte forma: 7 professores e 2 funcionários administrativos, 1 da limpeza e 1 monitor. Atende atualmente a 222 alunos matriculados (LIMA, 2014). A escola ministra aulas de inglês, espanhol e português para crianças com idade a partir dos sete anos, jovens e adultos. Os cursos incluem desde os níveis mais básicos aos mais avançados, além de cursos personalizados, conversação, preparatório e outros. Fornecem aos clientes a opção de estudo em grupo ou individualizado (LIMA, 2014). Funciona das 08:00 às 21:00 horas de segunda a quinta-feira, das 08:00 às 20:30 horas na sexta-feira e das 08:00 às 15:00 horas aos sábados. É uma instituição privada, tipo franquia de pequeno porte que atende ao mercado local (LIMA, 2014). 4.3.2 População da amostra Malhotra (2012, p.271) define população-alvo a “coleção de elementos ou objetos que possuem as informações procuradas pelo pesquisador e sobre as quais devem ser feitas inferências”. A população-alvo considerada para a presente pesquisa são os alunos matriculados que estudam na escola de idiomas. Malhotra (2012, p. 272) complementa que, definida a população-alvo, precisase estabelecer o arcabouço amostral, ou seja, “uma lista ou conjunto de instruções para identificar a população-alvo”. Seguindo esta orientação, foram utilizadas informações do cadastro de alunos matriculados na escola de idiomas para identificação da população amostral. A população amostral considerada no estudo é composta pelos alunos clientes da escola de idiomas com idade igual ou superior a 14 anos. O pesquisador e os proprietários da escola definiram este perfil de idade devido aos indivíduos possuírem maior discernimento para compreender e responder as questões apresentadas. Do total de 117 alunos matriculados na escola com este perfil de idade, 100 responderam os questionários que foram validados. 77 4.3.3 Tamanho da amostra Malhotra (2012) refere-se ao tamanho da amostra como o estabelecimento do número de elementos a serem incluídos no estudo seguindo-se uma técnica apropriada para sua definição. Bruni (2011) explica que existe uma variedade de cálculos para se definir o tamanho da amostra. Em princípio, se faz necessário estabelecer se a população do estudo é finita ou infinita, se as variáveis utilizadas são qualitativas ou quantitativas e o nível de confiança desejado para o estudo. No presente caso, considerou-se a população amostral finita, uma vez que se conhece seu valor, com variáveis qualitativas, podem ser descritas por números, e como nível de confiança estabeleceu-se 95% com 5% de erro, que é um valor recomendado pela literatura. Tabela 1 - Valores de Z Nível de Confiança 99% 95% 90% 80% Valor de Z 2,57 1,96 1,64 1,28 Fonte: Bruni (2011, p.195) Segundo Bruni (2011, p.196) a equação utilizada para o cálculo da amostra para a população finita e estudo de variáveis qualitativas é a seguinte: n = Z² p.q.N Z² p.q+(N-1).e² Onde: n = número de elementos da amostra Z= variável padronizada associada ao nível de confiança p = proporção amostral de sucesso e = erro amostral q = proporção amostral de fracasso 78 Bruni (2011, p.195) mostra que para executar este cálculo, é preciso que se estipule o valor para p e q. Quando não é possível a estimativa destes valores, podem-se utilizar os valores conforme tabela abaixo: Tabela 2 - Valores estimados para p e q p q p.q 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0,00 0,09 0,16 0,21 0,24 0,25 0,24 0,21 0,16 0,09 0,00 Fonte: Bruni (2011, p.195). Para executar o cálculo amostral do estudo de caso na escola de idiomas, que conta com uma população total de 222 alunos, sendo 117 classificadas como a população amostral (N), sugere-se um p e q de 0,50, onde a relação resultante (p.q) é de 0,25. O nível de confiança estabelecido em 95%, ou seja, Z = 95% que na tabela de Bruni (2011, p.180) representa 1,96 e por fim aceita-se um erro amostral de 5% tem-se a equação: 1,96² x 0,25x117 112,3668 n = _______________________ = ___________ 1,96² x 0,25+ (117-1) 0,05² 1,2504 = 89,8647 ≈ 90 alunos 4.3.4 Procedimento e técnica da coleta de dados. Vergara (2010) apresenta vários tipos de amostragem da população amostral. Dentre elas, tem-se a não probabilística por acessibilidade que trata de selecionar a amostra pela simplicidade de alcance às pessoas da empresa e sem uso dos procedimentos estatísticos. A técnica de coleta de amostra pertinente à pesquisa foi a amostragem não probabilística por acessibilidade e conveniência. 79 Malhotra (2012) explica que a amostra não probabilística é aquela que se garante na avaliação do pesquisador para selecionar os elementos da amostra e evita técnicas de amostragem aleatória. Bruni (2011) completa que na amostra acidental ou por conveniência, a população alvo do estudo é selecionada pelo pesquisador dada a facilidade de acesso. Há necessidade de cautela para evitar a formação de amostras com grande número de características similares. Como as características avaliadas pela pesquisa são mais homogêneas, a estratégia escolhida se adequa ao uso. A população alvo foi selecionada pela idade, ou seja, o questionário foi aplicado aos alunos com idade igual ou superior a 14 anos. Dentre os 222 alunos matriculados, foram selecionados 117 com este perfil. Uma lista com o nome dos alunos que satisfaziam esta característica foi fornecida pela escola para controle, conhecimento do horário de aula e das turmas dos alunos. Este procedimento facilitou o acesso aos entrevistados e acelerou o cumprimento da meta da pesquisa junto à população amostral. Além da pesquisa bibliográfica e uma rápida entrevista com a proprietária da escola, o instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário formal estruturado respondido pela população amostral. Vergara (2010, p.52) caracteriza o questionário como uma “série de questões apresentadas ao respondente, por escrito, de forma impressa ou digital”. Ele pode ser aberto, onde as pessoas pesquisadas colocam suas respostas de forma livre, pouco ou não estruturada; fechado, onde a pessoa seleciona ou escolhe a melhor alternativa de acordo com seu sentimento; e por escala, quando se quantifica as respostas. Malhotra (2012) afirma que a coleta de dados estruturada com uso de um questionário formal com respostas fixas é o método mais utilizado em pesquisa de marketing e que atinge resultados satisfatórios. Tem como vantagem a simplicidade de aplicação, os dados obtidos são mais confiáveis, a análise e interpretação dos dados são mais fáceis. O autor também aponta algumas desvantagens, principalmente quando as perguntas abordam assuntos de ordem motivacional (informações pessoais ou delicadas) ou assuntos que o entrevistado desconhece. Nestes casos, há uma tendência de hesitação por parte do entrevistado em responder o questionário. Tendo em mente estas premissas, o questionário 80 apresentado a seguir foi elaborado com o devido cuidado para evitar a perda de qualidade e efetividade em suas respostas. 4.3.5 Apresentação do questionário O questionário elaborado é composto por 46 questões objetivas, que contém questões abertas, pouco e não estruturadas e questões fechadas de múltipla escolha e em escala. As perguntas foram dispostas de forma randômica. A seleção da ordem randômica foi gerada no site random.org, seção de geração de sequência randômica. O quadro a seguir apresenta relação da teoria com as questões, tipos e seus respectivos autores. Quadro 3 - Questões relacionadas à teoria Teoria Questões 09, 21, 26, 33, 42, Escala Likert de 7 pontos Intenção de fidelidade 04, 05, 11, 12, e 15. 02, 32, 41e 44 Escala Likert de 7 pontos Escala Likert de 7 pontos Aberta Qualidade serviço Influência de Marketing no processo de compra e composto de comunicação de marketing. Potencial de consumo Tabela de graduação da posse de bens Grau de instrução 20 08, 10 e 19 29 34 e 35 38 07, 18, 25, 31, 40, Parasuraman, Zeithalm e Berry (1988) Parasuraman et al. (1991) Hoffman e Bateson (2008) Lovelock e Wright (2002) Las Casas (1994) Kotler (1994 e 1993). Parasuraman et al. (2005) 01, 14, 22, 27, 36, 45. Segmentação mercado – dados demográficos Perfil do consumidor 06, 17, 24, 30, 39, Autor e ano Percepção da qualidade em serviços pelo instrumento SERVQUAL Satisfação 03, 16, 23, 28, 37, Tipo Aberta Dicotômica Múltipla escolha Escala Likert de 7 pontos 13 Múltipla escolha 46 Grade Machleit et al. (1994) Kotler e Armstrong (2007) Paixão (2009) Kotler e Armstrong (2007) Gianesi e Corrêa (1996) Kotler e Armstrong (2007) Ferrel e Hartline (2009) Lamb, Hair e McDaniel (2004) Lovelock e Wright (2002) Kotler (1995) ABEP (2013) 43 Múltipla escolha Fonte: Elaborado pelo autor. 81 4.3.6 Detalhamento do questionário O questionário contém 35 perguntas no estilo de escala Likert de sete pontos. Markoni e Lakatos (1999) citam que a escala Likert tem como objetivo conhecer o comportamento e atitude do respondente e graduá-la por meio da escolha de possibilidades em uma escala psicométrica de respostas que variam da total concordância até a total discordância sobre uma determinada assertiva. Malhotra (2012, p.222) completa que a escala Likert contém “características de descrição, ordem e distância”. A escala é composta de uma frase afirmativa que permite a gradação conforme apresentado a seguir: Tabela 3 - Escala Likert de 7 pontos Escala Likert - frases afirmativas 7 Concordo Totalmente 6 Concordo moderadamente 5 Concordo ligeiramente 4 Nem concordo/ Nem discordo 3 Discordo ligeiramente 2 Discordo moderadamente 1 Discordo totalmente Fonte: Adaptado de Malhotra (2012, p. 222) 4.3.6.1 Detalhamento das afirmativas em escala Likert. No instrumento SERVQUAL, Parasuraman et al (1988) utilizaram em seu trabalho a escala Likert, pois é uma técnica das mais populares e confiáveis para medir o comportamento e atitudes das pessoas. Suas opções de respostas variam de um extremo a outro (discordo totalmente a concordo totalmente), em uma escala que permite conhecer o nível de opinião dos entrevistados e expressá-los em números. Com estes resultados podem-se extrair possíveis alternativas para melhoria ou aproveitamento de oportunidades de mercado para uma empresa prestadora de serviços. O instrumento contempla a avaliação de cinco dimensões de qualidade em serviços (tangibilidade, confiabilidade, atendimento, segurança e empatia). Para aplicação na população amostral da escola de idiomas, o instrumental foi adaptado em todas as cinco dimensões de qualidade em serviços. Foram utilizados somente os itens que abordam a percepção da qualidade e descartados 82 os itens da expectativa, uma vez que se optou por conhecer o desempenho da empresa na visão dos clientes. Também foram incluídos quatro itens retirados da literatura de Hoffman e Bateson (2008), Lovelock e Wright (2002) e distribuídos pelas cinco dimensões, o que se chegou a um total de 26 afirmativas apresentadas a seguir: Quadro 4- Instrumental SERVQUAL adaptado à escola de idiomas Empatia Segurança Atendimento Confiabilidade Tangíveis Dimensões Questões n° 06 16 21 26 31 37 14 17 36 39 40 23 24 25 30 42 45 01 03 09 18 27 07 22 28 33 Tradução e adaptação cultural A escola possui equipamentos modernos e atualizados. O espaço físico da sala de aula é adequado, silencioso, iluminado e arejado. Os funcionários são bem vestidos e têm boa aparência. As áreas de convivência são adequadas para a integração dos alunos. Você está satisfeito com o serviço de limpeza da escola. As instalações físicas da escola possuem boa aparência (salas, banheiros, sala vídeo, etc.). A escola se preocupa em oferecer conteúdo didático atualizado a você. Os serviços oferecidos pela escola são realizados no tempo prometido (como exemplos temos: devolução de tarefas, devolução de avaliações, etc.) Na sua percepção, os professores são bem instruídos e experientes no idioma de estudo. A escola cumpre o conteúdo programado do ano letivo. A escola expõe com clareza o conteúdo programático da aula. Os professores e funcionários são educados e atenciosos. A secretaria da escola está sempre disposta a atendê-lo quando você solicita algum tipo de documento (Ex.: declarações, comprovante de pagamento, boletim de avaliação bimestral, outros). Se você tem problemas ou dúvidas, os professores estão dispostos a ajudá-lo. Os funcionários solucionam suas dúvidas ou dos seus pais. As aulas sempre começam no horário marcado. Os professores demonstram preocupação com você. Você tem confiança nos serviços oferecidos pela escola. A escola oferece um serviço de qualidade. A escola mantém o cadastro de alunos atualizados (endereço, telefone, aniversário). Os professores mantêm a disciplina dentro da sala de aula. Os professores e funcionários da escola demonstram segurança e domínio do conteúdo. A escola está comprometida com os interesses que você como cliente manifesta. Você é sempre informado em relação ao início do ano letivo e ao término. O horário de atendimento da escola é conveniente para todos. A escola oferece atenção individual para o aluno. Fonte: Adaptada de Parasuraman et al (1988), Hoffman e Bateson (2008), Lovelock e Wright (2002) 83 Para o construto satisfação foram empregadas as afirmativas abaixo retiradas do artigo de Machleit et al. (1994): Quadro 5 – Grau de Satisfação Questões N° 41 Escala em inglês Tradução e adaptação cultural I enjoyed shopping at the store. I was satisfied with my shopping experience at the store Given a choice, I would probably not go back to the store (reverse coded) I would recommend the store to other people 32 02 44 Eu sinto prazer em estudar nesta escola Eu fico satisfeito com a minha experiência de estudo nessa escola. Tendo como escolher, eu provavelmente continuaria a estudar nesta escola. Eu recomendaria esta escola para outras pessoas. Fonte: Adaptada de Machleit et al. (1994) Para o construto intenção de fidelidade foram elaboradas as afirmativas abaixo retiradas do artigo de Parasuraman et al. (2005): Quadro 6 – Grau de intenção de fidelidade Questões N° 04 11 12 05 15 Escala em inglês Tradução do inglês Tradução e adaptação cultural How likely are you to: Qual a probabilidade de você: Dizer coisas positivas sobre este site para outras pessoas? Recomendar este site para alguém que procura o seu conselho? Incentivar amigos e outras pessoas a fazer negócios com este site? Considerar este site para ser sua primeira escolha em futuras transações? Fazer mais negócios com este site nos próximos meses? (Afirmativas adaptadas) Say positive things about this site to other people? Recommend this site to someone who seeks your advice? Encourage friends and others to do business with this site? Consider this site to be your first choice for future transactions? Do more business with this site in the coming months? Falo coisas positivas sobre a escola para outras pessoas. Eu sempre recomendo esta escola para quem procura meu conselho. Eu incentivo sempre meus amigos a estudarem nesta escola. Eu considero esta escola a minha primeira opção em estudar língua estrangeira. Continuarei a estudar idiomas nesta escola na próxima fase. Fonte: Adaptada de Parasuraman et al. (2005). 84 Para o construto qualidade em serviços foi elaborada a afirmativa abaixo referente a Gianesi e Corrêa (1994) com uso da Escala Likert. Quadro 7 - Qualidade em serviço Questão N° 38 Indicada O serviço oferecido pela escola possui um alto nível de qualidade. Fonte: Adaptada de Gianesi e Corrêa (1996). 4.3.6.2 Determinação do potencial de consumo segundo a ABEP (2013) A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – ABEP (2013) - define o regramento do potencial de consumo da população brasileira. Para definir a posição da população em classes sociais conforme o poder de compra das famílias, a entidade estabelece que de acordo com a posse de alguns bens móveis e imóveis, contratação de empregada mensalista e pelo nível de instrução do chefe da família pode-se alocar os indivíduos em determinada classe social. Seguiu-se este critério para analisar o potencial de consumo da população amostral pesquisada. As tabelas apresentadas a seguir mostram a classificação e pontuação padrão que servem de base para o cálculo e alocação da população amostral analisada na pesquisa: Tabela 4 - Classificação de classes sociais Classes Pontos Classe A1 42 a 46 pontos Classe A2 35 a 41 pontos Classe B1 29 a 34 pontos Classe B2 23 a 28 pontos Classe C1 18 a 22 pontos Classe C2 14 a 17 pontos Classe D 8 a 13 pontos Classe E 0 a 7 pontos Fonte: ABEP (2013) 85 Tabela 5 - Atribuição de pontos para a posse de bens Variáveis Televisão em cores Rádio 0 0 0 Quantidade de itens 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Banheiro Automóvel Empregados mensalistas Máquina de lavar roupa 0 0 0 0 4 4 3 2 5 7 4 2 6 9 4 2 7 9 4 2 Videocassete/DVD e/ou BluRay Geladeira 0 2 2 2 2 0 4 4 4 4 Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex) 0 2 2 2 2 4 4 4 Fonte: ABEP (2013) Tabela 6 - Educação do chefe da família Nível Pontos Analfabeto/Fundamental 1 incompleto (antes do 5° Ano) 0 Fundamental completo (5°ano) / Fundamental 2 incompleto (antes 9°ano) 1 Fundamental 2 completo (9°ano) / Médio incompleto 2 Médio completo/ Superior incompleto 4 Superior completo 8 Fonte: ABEP (2013) 4.3.6.3 Determinação do perfil e segmentação de mercado Para analisar este quesito, incluíram-se algumas perguntas abertas não estruturadas e semiestruturadas e de múltipla escolha. Elas estão representadas na tabela a seguir. 86 Quadro 8 - Perfil do pesquisado e segmentação de mercado Questão Tipo Questão 08 Aberta não estruturada Qual (is) idioma(s) estrangeiros você estuda atualmente? 10 Aberta semiestruturada Qual sua idade? n° Misto (múltipla escolha e aberta) 13 Por qual meio ficou sabendo da escola quando entrou na escola de idiomas? 19 Aberta semiestruturada Há quanto tempo estuda nesta escola? 20 Aberta não estruturada Qual bairro da cidade você mora? 29 Dicotômica Qual seu sexo? 34 Múltipla escolha 35 Múltipla escolha Quanto tempo você estuda língua estrangeira? Qual o seu grau de instrução? Fonte: Elaborado pelo autor. 4.3.7 Pré-teste do questionário Marconi e Lakatos (2003) citam que antes da aplicação de um questionário, este deve passar por teste prévio afim de se identificar possíveis falhas, verificar sua consistência, ordenação, clareza, objetividade das perguntas, validade e fidedignidade. O pré-teste do questionário é um procedimento indispensável, pois possibilita a correção e adequação de alguma questão para posterior aplicação. O procedimento de pré-teste foi aplicado em 8 pessoas com idade igual e superior a 14 anos que estudam em uma escola de ensino médio na cidade de São Sebastião. Foram realizadas medições de tempo para avaliar o tempo médio de resposta e foi observado o nível de dificuldade no preenchimento do questionário para validar o conteúdo. Duas questões abertas foram revisadas devido à dúvida no preenchimento. O tempo médio gasto para responder o questionário foi de 9 minutos, sendo que o máximo foi de 14 minutos. 87 4.3.8 Aplicação do questionário Os questionários foram aplicados em sala de aula no período de 08 a 16 de setembro de 2014. Os proprietários da escola cederam 15 minutos ao final de cada aula para que os alunos com idade igual e superior a 14 anos pertencentes à população amostral respondessem aos questionários. Quando os alunos estavam reunidos na sala de aula, o pesquisador ou professor entregou os formulários, fez a explicação básica de preenchimento e solicitou o preenchimento pelos alunos. O controle dos alunos foi executado por meio de uma lista de presença fornecida pela secretaria da escola que continha o nome, turma e horário da aula. A aplicação dos questionários ficou sob a responsabilidade do pesquisador e dos professores da escola de idiomas. O tempo médio de resposta girou em torno de 12 minutos. Foram respondidos e considerados válidos 100 questionários. Após a coleta do material, os dados foram organizados, classificados, analisados, interpretados, discutido com base no material bibliográfico pesquisado e dispostos na forma de tabelas e gráficos estatísticos. Utilizou-se o aplicativo Google Drive (disponível na internet) para a tabulação dos dados e também o aplicativo Excel para a compilação dos dados e apresentação gráfica. Apresentação esta que figura no capítulo seguinte de resultado e discussão. 88 5 5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DO FISK Para caracterizar o perfil sociodemográfico do consumidor estudado na pesquisa e estabelecer a segmentação de mercado, foram pesquisadas as variáveis de idade, localidade, grau de instrução, gênero, aculturação em relação a idiomas estrangeiros e tempo de estudo de idiomas na escola pesquisada. A definição do potencial de compra foi analisada seguindo-se os critérios de classificação econômica da ABEP (2013) que, de forma padronizada, possibilitou definir com maior precisão a classe social dos entrevistados. Em relação à idade, constatou-se que 73,0% dos entrevistados têm 14 a 20 anos, 12,0% tem entre 21 a 30 anos, 9,0% tem 31 a 40 anos e apenas 3,0% situamse na faixa acima dos 40 anos, respeitando-se 3,0% que não respondeu, como apresentado no gráfico a seguir: Gráfico 1 – Perfil das idades dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Verifica-se que o maior público atendido pela escola situa-se na faixa etária abaixo dos 40 anos, o que representa 94% do total dos respondentes. No que tange ao local de moradia dos alunos entrevistados, podemos considerar que 17% moram no bairro Topolândia; 11% no São Francisco; com 8% têm-se os bairros de Barequeçaba, Centro da cidade e Pontal da Cruz; 5% moram no Porto Grande; com 4% cada têm-se os bairros Arrastão, Canto do Mar, Enseada 89 e Maresias; com 3% cada o bairro Portal da Olaria, a Reserva du Moulin e o Varadouro; com 2% tem-se os bairros Guaecá, Itatinga e Paúba; e com 1% cada estão os bairros de Barra do Una, Boiçucanga, Calhetas, Cigarras, Praia Grande e Toque Toque Pequeno, todos na cidade de São Sebastião. Contamos também com a participação de moradores de Ilhabela que somam 6% do total. São apresentados no gráfico a seguir: Gráfico 2 – Distribuição dos alunos por bairro Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. A cidade de São Sebastião tem uma extensão aproximada de 100 km e quando se considera a distribuição por região, pode-se obter o seguinte resultado: 38% dos alunos entrevistados moram na região norte, 35% moram na região central e 21% moram na região Sul. Pela proximidade ao centro da cidade de São Sebastião, a escola conta com moradores da cidade de Ilhabela na proporção de 6% do total dos alunos entrevistados. Kotler (1995) enfatiza que o propósito de marketing é atender e satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. 90 Pode-se notar que há possibilidade da escola direcionar o composto de marketing para obtenção de melhores resultados e ampliar a parcela de mercado, inclusive na Ilhabela e região sul de São Sebastião. Gráfico 3 - Distribuição dos alunos por região Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Dentre os alunos entrevistados, tem-se a predominância feminina, que corresponde à 57% do total, seguido por 43% do sexo masculino como apresentado a seguir: Gráfico 4 - Distribuição dos alunos entrevistados por gênero Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Tem-se uma diferença de 14%. A predominância do comportamento do sexo feminino pode influenciar mais o grupo na área psicológica, nas motivações, na forma de percepção, em suas crenças e atitudes que são acentuadas em relação ao sexo masculino. 91 Quanto à instrução dos alunos entrevistados, tem-se 49% que completaram o fundamental 2, ou seja, cursaram o primeiro grau (até 9° ano) e estão cursando o ensino médio; 29% tem o ensino médio completo e superior incompleto; 18% que já cursou o ensino superior; e apenas 4% que ainda não completou o ensino fundamental (até 9°ano). Como segue: Gráfico 5 – Distribuição dos alunos por escolaridade Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Karsaklian apud Paixão (2009, p.54) entende que aprendizagem “é uma modificação relativamente durável do comportamento em virtude da experiência passada”. Toda experiência vivida por este indivíduo causa mudanças em seu comportamento. Pela proporção apresentada, 78% são pessoas jovens que estão experimentando mudanças em seus comportamentos pela experiência que adquirem no contato com grupos sociais distintos (amigos, escola, família, etc). De acordo com a pontuação da ABEP(2013) para a definição do poder de compra dos entrevistados, obteve-se a seguinte classificação: 53% dos entrevistados, ou seja, mais da metade da população pesquisada compõe a Classe B (B1+B2); 24% compõe a Classe C (C1+C2); 20% compõe a Classe A (A1+A2); 2% compõe a Classe D e 1% compõe a classe E. São 97% dos entrevistados que se situam entre as classes A e C. Veja a seguir: 92 Gráfico 6 – Definição das classes sociais das famílias dos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Para Kotler e Armstrong (2007, p.115) as classes sociais são “divisões de uma sociedade relativamento permanentes e ordenadas cujos membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares”. A pesquisa demonstra que a tendência pelo estudo de idiomas se constitui em uma necessidade de aculturamento, avanços nos estudos, status e para alçar viagens ao exterior, atividade profissional, entre outros, uma vez que o poder de compra se ampliou favorecido pela estabilização economica no país. Nota-se que a classe C também está bucando o aperfeiçoamento educacional. 5.1.1 Percepções sobre os cursos de idioma dos entrevistados A seguir, apresenta-se informações referentes ao tempo de estudo dos alunos nos idiomas oferecidos pela escola e a comparação em relação ao tempo total de estudo em idiomas que este aluno possui em seu curriculum. No primeiro momento, tem-se a noção da composição de idiomas cursados pelos alunos pesquisados. Onde, 89% cursam somente inglês, 8% cursa inglês e espanhol, e 3% cursam somente espanhol. Nota-se que não foi informado nenhum outro idioma, o que pode ser uma oportunidade de mercado. 93 Gráfico 7 – Composição dos idiomas cursados pelos alunos Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Em referência ao tempo total de estudo de idiomas estrangeiros dos alunos entrevistados, independente da escola frequentada, pode-se citar que 35% estudam entre 1 e 3 anos; 25% estudam entre 3 e 5 anos; 22% estudam a mais de 5 anos; e 18% estuda idiomas a menos de 1 ano, independentemente do idioma cursado. Em relação ao tempo de estudo de idiomas na escola Fisk, pode-se afirmar que 36% estuda entre 1 e 3 anos; 24% estuda entre 3 e 5 anos; 23% estuda a menos de um ano; 16% estuda mais de 5 anos, independentemente do idioma cursado; e 1% do total de entrevistados não respondeu. Comparando estes dados, percebe-se que as curvas, tanto do tempo total de estudo de idiomas quanto para o tempo que o aluno estuda na escola Fisk, apresentam variações pequenas. Na comparação entre tempo total de estudo x tempo de estudo no Fisk, os alunos que estudam menos de um ano apresentam uma diferença de 5% (18% contra 23%), os que estudam acima dos 5 anos apresentam uma diferença de 6% (22% contra 16%). Já para os alunos que tem um tempo de estudo entre 1 e 3 anos e 3 e 5 anos, a diferença gira em torno de 1% (35% contra 36% e 25% contra 24%). A representação gráfica apresenta-se a seguir: 94 Gráfico 8 – Comparativo entre tempo total de estudo e tempo de estudo no Fisk Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. 5.1.2 Meios de comunicação que favorecem a publicidade na escola Fisk Com relação ao meio de comunicação que conduziu os alunos a estudarem na escola Fisk, tem-se: 34,01% a informação boca a boca, 31,29% a indicação de um amigo, 12,93% outros meios, 12,24% panfletos, 6,80% por site, e 2,72% rádio. Em relação aos outros meios de comunicação, foram citados pelos entrevistados: indicação de parentes próximos (pai, mãe e parentes), pesquisa pessoal nas escolas locais, propaganda na televisão, já conhecia a escola Fisk, pela necessidade em suas atividades, pela popularidade da marca Fisk. Kotler e Armstrong (2007) destacam que uma mensagem bem elaborada e no veículo de comunicação adequado ao público que se pretende atingir pode facilitar a lembrança de necessidades, desejos e expectativas ainda não realizados nos consumidores e tornar a venda mais lucrativa para a empresa. Além dos veículos tradicionais de marketing como jornais e televisão, por exemplo, o consumidor conta com a comunicação on-line, que facilita a busca por informações e que são capazes de influenciar as várias etapas do processo de compra e estimular ainda mais seus desejos e expectativas. As informações favorecem tanto a busca pelos 95 produtos/serviços, como tornam mais ágeis os processos de compra e consumo. Kotler e Armstrong (2007) complementam que podem ainda surgir dois fatores entre a intenção de compra e a decisão de compra. O primeiro é a ‘atitude dos outros’ que consiste na recomendação de alguém que seja importante para a pessoa. Esta opinião pode interferir positiva ou negativamente no processo de compra. A segunda refere-se a ‘situação inesperada’ que são eventos inesperados que podem alterar a intenção de compra. Na demonstração gráfica abaixo nota-se que os itens que mais conduziram os consumidores a estudar na escola Fisk foram a informação boca a boca e a indicação de amigos. Isto prova que consumidor satisfeito faz uma propaganda positiva a respeito de uma empresa. Já o insatisfeito, pode até conduzir a empresa ao fracasso. Gráfico 9 - Meios de comunicação que influenciaram os alunos Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Com os dados apurados acima, pode-se traçar o perfil geral dos alunos entrevistados da escola FISK de São Sebastião: são clientes que possuem idade inferior a 30 anos, com predominância do sexo feminino, que vive na região central e norte da cidade de São Sebastião. Estão cursando o ensino médio e superior, compõem as classes sociais B e C, estudam inglês entre um e cinco anos e foram 96 influenciados a estudar na escola FISK de São Sebastião por meio da comunicação boca a boca e pela indicação de amigos. 5.1.3 Apresentação dos resultados do constructo SERVQUAL adaptado Tabela 7 - Resultado e análise de desempenho de tangibilidade resumido Afirmativas de tangibilidade A escola possui equipamentos modernos e atualizados. Média Média (Pontos) (%) 5,73 81,86 O espaço físico da sala de aula é adequado, silencioso, 6,26 89,43 iluminado e arejado. Os funcionários da escola são bem vestidos e têm boa 6,63 94,71 aparência. As áreas de convivência são adequadas para a integração dos 6,22 88,86 alunos. Você está satisfeito com o serviço de limpeza da escola. 6,61 94,43 As instalações físicas da escola possuem boa aparência 6,05 86,43 (salas, banheiros, sala vídeo, etc.). Média geral 6,25 89,29 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Os aspectos tangíveis foram avaliados com um grau alto de percepção, atingiu a média geral de 6,25 pontos na escala de 7 pontos, que corresponde a 89,29%, que mostra acentuado grau de concordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 5,5 na escala de sete pontos ou acima de 80%. Pode-se notar que a avaliação geral de tangibilidade ficou abaixo das médias gerais das demais dimensões de qualidade em serviços, abaixo dos 90%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: os equipamentos com 81,86%, as instalações físicas com 86,43%, a adequação das áreas de convivência com 88,86%, o espaço físico das salas de aula com 89,43%, a limpeza com 94,43% e a aparência dos funcionários com 94,71%. Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995) abordam que a dimensão de tangibilidade trata da percepção da qualidade nos elementos concretos da empresa. Tratam-se 97 dos elementos físicos, como móveis, escritório, equipamentos e disposição física, formulários, aparência física dos empregados, roupas e uniformes. Refere-se à apresentação de tudo que o cliente pode visualizar ligado a empresa prestadora de serviço. As avaliações menores foram para a qualidade dos equipamentos, aparência das instalações e áreas de convivência e espaço físico das salas de aula. A escola foi montada em uma residência alugada e não há condição de alterar o layout para executar uma melhor estruturação devido a condições contratuais de locação. Algumas modificações foram observadas pelo pesquisador no intuito de atender recomendações do franqueador. Os consumidores buscam por uma experiência encantadora, principalmente com o ambiente onde passam algum tempo, como é o caso da escola de idiomas. Tabela 8 - Resultado e análise de desempenho de confiabilidade resumido Afirmativas de confiabilidade A escola se preocupa em oferecer conteúdo didático atualizado Média Média (Pontos) (%) 6,45 92,14 Os serviços oferecidos pela escola são realizados no tempo 6,53 93,29 a você. prometido. Na sua percepção os professores são bem instruídos e 6,79 97,00 experientes no idioma de estudo. A escola cumpre o conteúdo programado do ano letivo. 6,56 93,71 A escola expõe com clareza o conteúdo programático da aula. 6,58 94,00 Média geral 6,58 94,03 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Para os aspectos de confiabilidade tem-se uma avaliação geral média de 6,58 na escala de 7 pontos, que corresponde a 94,03%. O nível de concordância é muito bom. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,00 na escala de sete pontos ou acima de 90%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a preocupação em oferecer conteúdo atualizado com 92,14%, o tempo prometido de realização dos serviços com 93,29%, o conteúdo programático com 93,71%, clareza 98 no conteúdo programático com 94%, e em destaque apresenta-se a experiência e instrução dos professores com 97%. Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995) mencionam que a dimensão confiabilidade é a capacidade do provedor de serviços de realizar as promessas feitas ao cliente de forma precisa e confiável dentro do prazo e no local desejado. Nota-se que a percepção de confiabilidade dos alunos para com a escola Fisk está em alto nível em todos os itens apontados. Como a gestão de qualidade prima pela constante melhoria dos produtos/serviços, pode-se sugerir a aplicação de técnicas de administração do tempo e aprimoramento didático para ministrar aulas. Tabela 9 - Resultado e análise do desempenho de atendimento resumido Média Média (Pontos) (%) 6,80 97,14 6,69 95,57 dispostos a ajudá-los. 6,85 97,86 Os funcionários solucionam suas dúvidas ou dos seus pais. 6,67 95,29 As aulas sempre começam no horário marcado. 6,75 96,43 Os professores demonstram preocupação com você. 6,57 93,86 6,72 96,02 Afirmativas de atendimento Os professores e funcionários são educados e atenciosos. A secretaria da escola está sempre disposta a atendê-lo quando você solicita algum tipo de documento (Ex.: declarações, comprovante de pagamento, boletim de avaliação bimestral, outros). Se você tem problemas ou dúvidas, os professores estão Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Em relação aos aspectos de atendimento tem-se uma avaliação geral média de 6,72 na escala de 7 pontos, que corresponde a 96,02%. Com grau alto de concordância nas afirmativas, é a dimensão que recebeu a melhor avaliação. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,50 na escala de sete pontos ou acima de 93%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a preocupação dos professores com os alunos com 93,86%, a solução de dúvidas pelos funcionários 99 com 95,29%, o atendimento pela secretaria da escola com 95,57%, o horário de início das aulas com 96,43%, a educação e atenção dos professores e funcionários com os alunos com 97,14%, e a disposição dos professores em ajudar a esclarecer dúvidas e resolver problemas dos alunos com 97,86%. Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995) apontam que a dimensão de atendimento é a habilidade de compreender os problemas e a complexidade dos clientes e ter o compromisso de fornecer os serviços prontamente. Ser prestativo, ter vontade de ajudar os clientes e fornecer o serviço rapidamente. A qualidade de atendimento dos professores e funcionários da escola para com os clientes recebeu avaliação ótima. Pode-se notar que os gestores se preocupam em manter uma equipe de linha de frente que mantém um bom relacionamento com seus clientes. Albrecht (1992) afirma que são os funcionários da empresa, seja de forma direta ou indireta, é que administram os eventos da entrega de serviço aos clientes, ou seja, que atuam de forma satisfatória nos momentos da verdade. Tabela 10 - Resultado e análise do desempenho de segurança resumido Afirmativas de segurança Média Média (Pontos) (%) Você tem confiança nos serviços oferecidos pela escola. 6,55 93,57 A escola oferece um serviço de qualidade. 6,64 94,86 A escola mantém o cadastro dos alunos atualizado 6,65 95,00 (endereço, telefone, aniversário, etc). Os professores mantêm a disciplina dentro da sala de aula. 6,68 95,43 Os professores e funcionários da escola demonstram 6,74 96,29 segurança e domínio do conteúdo. Média geral 6,65 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. 95,03 100 Quanto aos aspectos de segurança tem-se uma avaliação geral média de 6,65 na escala de 7 pontos, que corresponde a 95,03%. É a segunda maior avaliação recebida dentre as cinco dimensões de qualidade. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a confiança nos serviços oferecidos aos clientes com 93,57%, a qualidade do serviço oferecido com 94,86%, a manutenção do cadastro atualizado com 95%, a disciplina mantida pelos professores na sala de aula com 95,43%, a segurança e domínio do assunto tratado em aula pelos professores com 96,29%. Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995) explicam que é a dimensão na qual os funcionários demonstram a habilidade e competência para atender o cliente com cortesia e habilidade para transmitir a ele credibilidade e segurança nas operações da empresa. Novamente a equipe da escola mostrou que está capacitada e se esforça para fornecer a segurança que o cliente espera. Sugere-se a modernização e automação do cadastramento dos alunos matriculados. Tabela 11 - Resultado e análise do desempenho de empatia resumido Média Média (Pontos) (%) 6,39 91,29 6,65 95,00 O horário de atendimento da escola é conveniente para todos. 6,46 92,29 A escola oferece atenção individual para o aluno. 6,44 92,00 6,49 92,64 Afirmativas de empatia A escola está comprometida com os interesses que você manifesta como cliente. Você é sempre informado em relação ao início do ano letivo e ao término. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Os aspectos de empatia receberam uma avaliação geral média de 6,49 na escala de 7 pontos, que corresponde a 92,64%. Percebe-se novamente um alto grau de concordância. Por ordem crescente de avaliação tem-se: o comprometimento com os interesses dos clientes com 91,29%, a atenção individual disponibilizada ao 101 cliente com 92%, a conveniência de horário de atendimento ao cliente com 92,29%, e disponibilidade de informação relacionada ao ano letivo recebeu 95%. Lovelock e Wright (2002), Hoffman e Bateson (2008), Parasuraman et al. (1991), Las Casas (1999), Kotler (1995) indicam que é a disposição do empregado em atender o cliente com carinho, oferecer atenção individualizada. É a capacidade que a empresa tem em “se colocar no lugar do cliente” para oferecer um serviço digno de confiança e que atenda plenamente suas expectativas. A escola desempenha a dimensão com alto grau de percepção de qualidade. Sinal que está atendendo às expectativas dos seus clientes, oferecendo um serviço digno de confiança e trabalhando para atender as necessidades e desejos de seus alunos. Sugere-se ouvir mais os clientes para desenvolver horários de atendimento personalizados, avançar no comprometimento com os interesses do cliente e na atenção individualizada. 5.1.4 Apresentação dos resultados do construto satisfação adaptado Tabela 12 - Resultado e análise do desempenho de satisfação resumido Afirmativas de satisfação Média Média (Pontos) (%) Tendo como escolher, eu provavelmente continuaria a estudar 6,44 92,00 nesta escola. Eu fico satisfeito com a minha experiência de estudo nessa 6,50 92,86 escola Eu sinto prazer em estudar nessa escola. 6,54 93,43 Eu recomendaria esta escola para outras pessoas. 6,59 94,14 Média geral 6,52 93,11 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. A pesquisa apresentou um resultado muito positivo no quesito satisfação dos clientes, recebeu uma avaliação geral média de 6,54 na escala de 7 pontos, que corresponde a 93,11%. Percebe-se um alto grau de concordância. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a intenção de continuar a estudar na escola com 102 92%, a satisfação em estudar na escola com 92,86%, o prazer em estudar na escola 93,43%, e a intenção de recomendar a escola a terceiros recebeu 94,14%. Kotler (1995) afirma que a satisfação do cliente é o resultado do atendimento de suas expectativas, seus desejos pelo fornecedor de serviços. A escola presta um serviço de qualidade e atende as expectativas de seus clientes, inclusive pode-se notar uma relação de longo prazo com muitos de seus clientes na relação tempo de estudo na escola Fisk apresentado anteriormente. Os alunos demonstram que estão contentes em permanecer na escola e tem a intenção de recomendá-la a outras pessoas, o que se torna uma propaganda boca a boca positiva. Lovelock e Write (2002) relatam que são variados os benefícios que a empresa pode alcançar com a satisfação da qualidade do serviço prestado. Os benefícios que a escola pode obter são: redução de custos com publicidade, diminuição de rotatividade de funcionários e menor perda de clientes para a concorrência. Assim pode-se investir em treinamento especializado, na infraestrutura e material didático mais moderno. 5.1.5 Apresentação dos resultados do construto da intenção de fidelização Tabela 13 - Resultado e análise de desempenho de fidelização dos alunos resumido Afirmativas de intenção de fidelização Falo coisas positivas sobre a escola para outras pessoas. Média Média (Pontos) (%) 6,47 92,43 Eu considero esta escola como minha primeira opção em 6,23 89,00 estudar idiomas. Eu sempre recomendo esta escola para quem procura minha 6,43 91,86 opinião. Incentivo meus amigos a estudarem nesta escola. 5,89 84,14 Continuarei a estudar idiomas nesta escola na próxima fase. 6,36 90,86 Média geral 6,28 89,66 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. A pesquisa apresentou resultado positivo no construto intenção de fidelização, recebeu uma avaliação geral média de 6,28 na escala de 7 pontos, que corresponde 103 a 89,66%. Percebe-se alto grau de concordância com as afirmativas. Por ordem crescente de avaliação tem-se: intensão do aluno a convidar colegas a estudar na escola recebeu 84,14%, o aluno considera a escola primeira opção de estudo recebeu 89%, a intensão de continuidade de estudo na escola recebeu 90,86%, a intensão de recomendação a terceiros pelo aluno recebeu 91,86%, e comentários positivos do aluno sobre a escola recebeu 92,43%. Kotler (1995) assegura que custa muito caro conquistar novos clientes do que reter um cliente atual. Bretzke (2000) elucida que para estreitar a relação de parceria com o cliente, o processo de geração de valor ao cliente necessita receber investimento inicial. Este investimento tem objetivo de aprimorar comunicação integrada e torna-la mais personalizada com foco no cliente. O objetivo, segundo a autora, é criar uma mensagem única ao cliente e ter um canal de relacionamento mais direto e efetivo. Pela avaliação na escola, nota-se que o sentimento de satisfação do aluno (93,11%) com a escola supera o da intenção de fidelidade (89,66%). Pode-se interpretar que, mesmo com os níveis de satisfação e fidelidade considerados privilegiados, para se chegar à parceria precisa-se de um trabalho mais intenso na área da comunicação e relacionamento. Pois os alunos podem fazer mais propagandas positivas a seus pares, assim como receber tratamento mais individualizado por parte da escola. 5.1.6 Apresentação dos resultados do construto qualidade Tabela 14 - Resultado e análise das afirmativas de desempenho de qualidade Afirmativa de qualidade Média Média (Pontos) (%) O serviço oferecido pela escola possui um alto nível de 6,43 91,86 qualidade. Média geral 6,43 91,86 Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. O item de qualidade, apesar de conter apenas uma afirmativa traduz o sentimento de um alto desempenho, ou seja, que a escola Fisk provém a seus clientes um nível de qualidade satisfatório. A avaliação geral média alcançou 6,43 na 104 escala de 7 pontos, que corresponde a 91,86%. Percebe-se que apenas 1% dos entrevistados tem um pequeno grau de discordância e os demais respondentes, que representa 99% do público entrevistado, expressou um elevado grau de concordância. Gianesi e Corrêa (1996) explicam que a qualidade em serviços se configura da seguinte maneiras na percepção do cliente: Qualidade inaceitável – quando a prestação de serviço recebida não atendeu as suas expectativas; Qualidade satisfatória – quando o serviço prestado atendeu suas expectativas; e Qualidade ideal – quando o serviço prestado supera suas expectativas. No caso da escola que recebeu a avaliação de 91,86%, alcançou a qualidade ideal, superou a expectativa dos seus clientes. Considera-se que ainda há possibilidades de melhoria contínua na sua gestão e estruturação física. 105 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada teve como objetivo geral identificar e avaliar a percepção de qualidade dos clientes em relação ao serviço prestado pela escola de idiomas Fisk da cidade de São Sebastião. Objetivo este alcançado de forma satisfatória após a entrevista de 100 alunos que forneceram suas opiniões por meio de um questionário estruturado. Os resultados obtidos para as cinco dimensões de qualidade em serviços são: tangibilidade com 89,29%, empatia com 92,64%, confiabilidade com 94,03%, segurança com 95,03% e atendimento com 96,02%. As demais variáveis receberam as seguintes avaliações: a percepção de satisfação com 93,11%, a intenção de fidelização com 89,66% e percepção de qualidade com 91,86%. Por ser a primeira avaliação dos alunos em relação à escola, os resultados alcançados acima de 89% em todas as variáveis pesquisadas, pode-se afirmar que o desempenho dos serviços prestados atende ao nível de qualidade desejado pelos clientes. Sendo assim, o problema levantado no estudo foi solucionado com louvor, pois a expectativa dos proprietários em relação a percepção dos clientes sobre seu desempenho e nível de fidelização foi intensa. Mesmo assim, a escola precisa continuar com o processo de melhoria na gestão de suas atividades direcionadas ao consumidor para se diferenciar da concorrência, ampliar sua participação de mercado e solidificar ainda mais a parceria duradoura com o cliente. Assim sendo, uma das principais contribuições deste estudo foi fornecer os subsídios por meio dos dados apurados para possibilitar avanços na qualidade dos serviços prestados. Também para demostrar o valor que a opinião do cliente representa para a empresa. Hoffman e Bateson (2008) enfatizam que o cliente é a principal razão da existência da empresa e é de extrema importância medir constantemente o nível de sua satisfação. Medir não somente a satisfação, como sua percepção de qualidade em relação ao desempenho da empresa e sua intenção de fidelização. Estudar também o comportamento deste consumidor que é cada vez mais afetado por fatores 106 internos ou externos a ele, além do atendimento da qualidade esperada que é sempre cobrado. É importante salientar que o estudo forneceu uma ferramenta de monitoramento para a escola que viabiliza consultas periódicas aos seus clientes. Diante dos resultados menores alcançados em tangibilidade com 89,29% e intenção de fidelização com 89,66%, sugere-se aos proprietários da escola que analisem a possibilidade de: Intensificar o relacionamento com os alunos, ouvir suas reclamações e sugestões, procurar resolvê-las e dar o feedback (retorno das informações), seja individualmente ou em grupo; Realizar novas pesquisas junto aos clientes para monitorar a qualidade e o grau de fidelização dos clientes e montar um banco de dados com as informações para medir os avanços; Estudar novas estratégias que estimulem os alunos a divulgar mais espontaneamente a escola em suas comunidades, pois foi o meio de comunicação que mais se destacou na pesquisa. Com o levantamento dos dados, pode-se montar um banco de dados consistente que, aliadas a outras ferramentas citadas por Albrecht (1992) como o ciclo de serviços e o triângulo do serviço, podem ser a base para as análises de desempenho e de gestão da empresa. Diante das limitações desta investigação já exposta na introdução pela impossibilidade de generalização dos resultados obtidos a outros estabelecimentos, sugere-se a aplicação de novas pesquisas em outros estabelecimentos prestadores de serviço da cidade ou mesmo do litoral norte de São Paulo. 107 REFERÊNCIAS ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critérios Padrão de Classificação Econômica Brasil. São Paulo: ABEP: 2013. AILDEFONSO, Edson C. Gestão da qualidade. Centro federal de educação tecnológica do Espírito Santo, 2006. Apostila de curso. Disponível em: ftp://ftp.cefetes.br/cursos/CodigosLinguagens/EAildefonso/HIST%D3RIA%20DA%20 QUALIDADE.pdf, Acesso em 01/04/2014. ALBRECHT, Karl. Revolução no serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. São Paulo: Pioneira, 1992. _________, Karl. A única coisa que importa: trazendo o poder do cliente para o centro de sua empresa. São Paulo: Pioneira, 1999. _________, Karl e ZEMKE, Ron. 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Não existe resposta certa ou errada. A sua participação é muito importante para a minha pesquisa. Observação: Não deixe nenhum campo sem resposta. Você tem confiança nos serviços oferecidos pela Tendo como escolher, eu provavelmente escola. continuaria a estudar nesta escola. 1 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente 1 Concordo totalmente A escola oferece um serviço de qualidade. 1 2 3 4 5 6 Eu considero esta escola como minha primeira opção em estudar idiomas. 1 2 3 4 5 6 A escola está comprometida com os interesses que você manifesta como cliente. 1 2 3 4 5 6 6 7 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente A escola possui equipamentos modernos e atualizados. 1 Concordo totalmente 5 Discordo totalmente 7 Discordo totalmente 4 Concordo totalmente 1 Concordo totalmente 3 Falo coisas positivas sobre a escola para outras pessoas. 7 Discordo totalmente 2 Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente Qual (is) idioma(s) estrangeiros você estuda atualmente? 7 Discordo totalmente Concordo totalmente A escola mantém o cadastro dos alunos atualizado (endereço, telefone, aniversário, etc). 1 2 3 4 5 6 Qual sua idade? 7 Discordo totalmente Concordo totalmente Eu sempre recomendo esta escola para quem procura minha opinião. 1 2 3 4 Discordo totalmente 5 6 _______________ anos Incentivo meus amigos a estudarem nesta escola. 7 1 Concordo totalmente Por qual meio ficou sabendo da escola quando entrou na escola de idiomas? (Pode selecionar mais de um item) Informação de outra pessoa (boca a boca) Rádio Indicação de um amigo Outros. Qual? ___________________________ 3 4 5 6 7 Concordo totalmente A escola se preocupa em oferecer conteúdo didático atualizado a você. Site Panfletos 2 Discordo totalmente 1 Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente 113 Continuarei a estudar idiomas nesta escola na próxima fase. 1 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente 1 Concordo totalmente Os serviços oferecidos pela escola são realizados no tempo prometido. Como exemplos temos: devolução de tarefas, devolução de avaliações, etc. 1 2 3 4 5 6 Há quanto tempo estuda nesta escola? __________ ano(s) __________ mês (es) Os funcionários da escola são bem vestidos e têm boa aparência. 2 3 4 5 6 Os professores e funcionários são educados e atenciosos. 1 2 3 4 5 6 Se você tem problemas ou dúvidas, os professores estão dispostos a ajudá-los. 1 2 3 4 5 6 Os professores e funcionários da escola demonstram segurança e domínio do conteúdo. 1 2 3 4 5 6 5 6 7 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente A secretaria da escola está sempre disposta a atendê-lo quando você solicita algum tipo de documento. (Ex.: declarações, comprovante de pagamento, boletim de avaliação bimestral, outros). 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente As áreas de convivência são adequadas para a integração dos alunos. 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente O horário de atendimento da escola é conveniente para todos. 1 Concordo totalmente 4 Discordo totalmente 7 Discordo totalmente 3 Você é sempre informado em relação ao início do ano letivo e ao término. 1 Concordo totalmente 2 ___________________________________ 7 Discordo totalmente 7 Concordo totalmente 1 Concordo totalmente 6 Qual bairro da cidade você mora? 7 Discordo totalmente 5 Discordo totalmente 1 Concordo totalmente 4 Os professores mantêm a disciplina dentro da sala de aula. 7 Discordo totalmente 3 Concordo totalmente 1 Concordo totalmente 2 Discordo totalmente 7 Discordo totalmente 1 O espaço físico da sala de aula é adequado, silencioso, iluminado e arejado. 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente Os funcionários solucionam suas dúvidas ou dos seus pais. Qual seu sexo? Masculino 1 Feminino Você está satisfeito com o serviço de limpeza da escola. 1 Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente 2 3 4 5 6 Concordo totalmente Eu fico satisfeito com a minha experiência de estudo nessa escola. 7 1 Concordo totalmente Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente 114 A escola oferece atenção individual para o aluno. 1 2 3 4 5 6 menos de 01 ano 7 Discordo totalmente Quanto tempo você estuda língua estrangeira? Concordo totalmente entre 01 e 03 anos entre 03 e 05 anos Mais de 05 anos Na sua percepção, os professores são bem instruídos e experientes no idioma de estudo. Qual o seu grau de instrução? Analfabeto/Fundamental 1 incompleto (antes do 5° Ano) 1 Fundamental completo (5°ano) / Fundamental 2 incompleto (antes 9°ano) 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente Fundamental 2 completo (9°ano) / Médio incompleto Médio completo/ Superior incompleto Superior completo As instalações físicas da escola possuem boa aparência (salas, banheiros, sala de vídeo, etc). 1 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente 1 Concordo totalmente A escola cumpre o conteúdo programado do ano letivo. 1 2 3 4 5 6 Eu sinto prazer em estudar nesta escola. 2 3 4 5 6 Discordo totalmente Analfabeto/Fundamental 1 incompleto (antes do 5° Ano) Fundamental completo (5°ano) / Fundamental 2 incompleto (antes 9°ano) Fundamental 2 completo (9°ano) / Médio incompleto Médio completo/ Superior incompleto Superior completo 5 6 7 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente As aulas sempre começam no horário marcado. 1 Qual o grau de instrução do chefe da família? 4 A escola expõe com clareza o conteúdo programático da aula. 7 Concordo totalmente 3 Concordo totalmente 1 Concordo totalmente 2 Discordo totalmente 7 Discordo totalmente 1 O serviço oferecido pela escola possui um alto nível de qualidade. 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente Concordo totalmente Eu recomendaria esta escola para outras pessoas. 1 Discordo totalmente 2 3 4 5 6 7 Concordo totalmente 115 Os professores demonstram preocupação com você. 1 2 3 4 5 6 Quantos dos itens a seguir você possui em sua casa? 0 7 Discordo totalmente Concordo totalmente 1 2 3 Televisão em cores Rádio Banheiro Automóvel Empregada doméstica mensalista Máquina de lavar Videocassete/DVD e/ou Blu-Ray Geladeira Freezer(aparelho independente ou parte da geladeira duplex) Apêndice B: Tabulação dos dados. Caracterização da população amostral da escola Fisk de São Sebastião Para caracterizar o perfil sociodemográfico do consumidor estudado na pesquisa e estabelecer a segmentação de mercado, foram estudadas as variáveis de idade, localidade, grau de instrução, gênero, aculturação em relação a idiomas estrangeiros, tempo de estudo de idiomas na escola pesquisada. A definição do potencial de compra foi analisada seguindo-se os critérios de classificação econômica da ABEP que, de forma padronizada, pode-se estabelecer com maior precisão a classe social dos entrevistados. Em relação à idade, constatou-se que 73,0% dos entrevistados tem 14 a 20 anos, 12,0 % tem entre 21 a 30 anos, 9,0% tem 31 a 40 anos e apenas 3,0% situamse na faixa acima dos 40 anos, respeitando-se 3,0% que não respondeu, como apresentado no gráfico 1 abaixo. Verifica-se que o público atendido pela escola é predominantemente jovem, com idades abaixo dos 31 anos. Este total representa 72,7% da população amostral. 4 ou mais 116 Gráfico 10 - Faixa etária dos alunos entrevistados Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. No que tange à localização dos alunos entrevistados, podemos considerar que 17% mora no Topolândia; 11% no São Francisco; com 8% cada os bairros Barequeçaba, Centro da cidade e Pontal da Cruz; com 5% no Porto Grande; com 4% cada tem-se os bairros Arrastão, Canto do Mar, Enseada e Maresias; com 3% cada o Portal da Olaria, a Reserva du Moulin e o Varadouro; com 2% tem-se os bairros Guaecá, Itatinga e Paúba; e com 1% cada estão os bairros de Barra do Una, Boiçucanga, Calhetas, Cigarras, Praia Grande e Toque Toque Pequeno, todos na cidade de São Sebastião. Contamos também com a participação de moradores de Ilhabela que somam 6% do total. Resultados que estão agrupados no gráfico abaixo. 117 Gráfico 11 - Local de residência dos alunos. Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Dentre os alunos entrevistados, tem-se a predominância feminina, que corresponde à 57% do total, seguido por 43% do sexo masculino. Gráfico 12 - Gênero dos alunos Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. 118 Quanto à instrução dos alunos entrevistados, tem-se 49% que completaram o fundamental 2, ou seja, cursaram o primeiro grau (até 9° ano) e estão cursando o ensino médio; 29% tem o ensino médio completo e superior incompleto; 18% que já cursou o ensino superior; e apenas 4% que ainda não completou o ensino fundamental (até 9°ano). Gráfico 13 - Grau de instrução dos alunos Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Seguindo a pontuação da ABEP 2013 para a definição do poder de compra dos entrevistados, tem-se a seguinte classificação: 53% dos entrevistados, ou seja, mais da metade da população pesquisada compõe a Classe B (B1+B2); 24% compõe a Classe C (C1+C2); 20% compõe a Classe A (A1+A2); 2% compõe a Classe D e 1% compõe a classe E. 119 Gráfico 14 - Classificação nas classes econômicas Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Preferência dos entrevistados em relação aos cursos oferecidos pela escola Fisk A seguir, apresentamos informações referentes ao tempo de estudo dos alunos nos idiomas oferecidos pela escola e a comparação em relação ao tempo de estudo em idiomas que este aluno possui em seu curriculum. No primeiro momento, tem-se a noção da composição de idiomas cursados pelos alunos pesquisados. Onde, 89% cursa somente inglês, 8% cursa inglês e espanhol, e 3% cursa somente espanhol. 120 Gráfico 15 – Composição percentual dos idiomas cursados pelos alunos Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Em referência ao tempo total de estudo de idiomas estrangeiros dos alunos entrevistados, pode-se citar que 35% já estuda entre 1 e 3 anos; 25% estuda entre 3 e 5 anos; 22% estuda a mais de 5 anos; e 18% estuda idiomas a menos de 1 ano, independente do idioma cursado. Gráfico 16 – Tempo total de estudo em idiomas Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. 121 Em relação ao tempo de estudo de idiomas na escola Fisk, pode-se afirmar que 36% estuda entre 1 e 3 anos; 24% estuda entre 3 e 5 anos; 23% estuda menos de um ano; e 16% estuda mais de 5 anos, independentemente do idioma cursado. Gráfico 17 – Tempo que o aluno estuda na escola Fisk Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Com relação ao meio de comunicação que conduziu os alunos a estudarem na escola Fisk, tem-se: 34,01% a informação boca a boca, 31,29% a indicação de um amigo, 12,93% outros meios, 12,24% panfletos, 6,80% por site, e 2,72% rádio. Em relação aos outros meios de comunicação, foram citados pelos entrevistados: indicação de parentes próximos (pai ou mãe), pesquisa pessoal nas escolas locais, propaganda na televisão, já conhecia a escola Fisk, pela necessidade em suas atividades, pela popularidade da marca Fisk. 122 Gráfico 18 – Meios de comunicação que conduziram o aluno à escola Fisk Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Tabulação das afirmativas referentes à escala Likert (01 a 07 pontos) nos construtos SERVQUAL, satisfação, qualidade percebida e intenção de fidelização. As tabelas a seguir apresentam as percepções de desempenho respondidas pelos 100 alunos entrevistados, contendo: A quantidade e o percentual de entrevistados por grau na escala likert; As médias e percentuais por afirmativa ou item; A média geral por variável estudada relacionada à escala e ao percentual de entrevistados. 123 Apresentação dos resultados e análise sobre as dimensões de qualidade do instrumento SERVQUAL adaptado à escola de idiomas Fisk. Tabela 15 – Apuração do desempenho de tangibilidade. N Escala Likert Afirmativas de (1 a 7 pontos) Média Tangibilidade (%) N° 6 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 0 1 0 11 22 45 21 % 0 1 0 11 22 45 21 O espaço físico da sala de Qtde 1 1 1 7 9 20 61 aula é adequado, silencioso, % 1 1 1 7 9 20 61 Qtde 0 1 0 2 5 16 76 % 0 1 0 2 5 16 76 As áreas de convivência são Qtde 1 0 0 5 14 29 51 adequadas para a integração % 1 0 0 5 14 29 51 Qtde 1 0 1 3 3 14 78 % 1 0 1 3 3 14 78 da Qtde 0 2 2 5 15 32 44 boa % 0 2 2 5 15 32 44 A escola possui equipamentos modernos e atualizados. 16 Média 5,73 81,86 6,26 89,43 6,63 94,71 6,22 88,86 6,61 94,43 6,05 86,43 6,25 89,29 iluminado e arejado. 21 Os funcionários da escola são bem vestidos e têm boa aparência. 26 dos alunos. 31 Você está satisfeito com o serviço de limpeza da escola. 37 As instalações escola físicas possuem aparência (salas, banheiros, sala vídeo, etc.) Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Os aspectos tangíveis foram avaliados com um grau alto de percepção, atingindo a média geral de 6,25 na escala de 7 pontos, que corresponde a 89,29%, onde nota-se poucos casos de discordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 5,5 na escala de sete pontos ou acima de 80%. Pode-se notar que a avaliação geral de tangibilidade ficou abaixo das médias gerais das demais dimensões de qualidade em serviços, abaixo dos 90%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: os equipamentos com 81,86%, as instalações físicas com 86,43%, a adequação das áreas de convivência com 88,86%, o espaço físico das salas de aula com 89,43%, a limpeza com 94,43% e a aparência dos funcionários com 94,71%. 124 Tabela 16 – Apuração do desempenho de confiabilidade Escala Likert Média (%) Confiabilidade 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 1 0 0 4 4 29 62 % 1 0 0 4 4 29 62 Qtde 1 0 0 4 2 25 68 no % 1 0 0 4 2 25 68 os Qtde 1 0 0 0 2 11 86 % 1 0 0 0 2 11 86 Qtde 0 1 0 2 5 23 69 % 0 1 0 2 5 23 69 Qtde 0 1 0 2 2 27 68 % 0 1 0 2 2 27 68 N° 14 Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de A escola se preocupa em oferecer conteúdos didáticos 6,45 92,14 6,53 93,29 6,79 97,00 6,56 93,71 6,58 94,00 6,58 94,03 atualizados a você. 17 Os serviços oferecidos pela escola são realizados tempo prometido. 36 Na sua professores percepção são bem instruídos e experientes no idioma de estudo. 39 A escola cumpre o conteúdo programado do ano letivo. 40 A escola expõe com clareza o conteúdo programático da aula. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Para os aspectos de confiabilidade tem-se uma avaliação geral média de 6,58 na escala de 7 pontos, que corresponde a 94,03%. Nota-se também a presença de poucos casos de discordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,00 na escala de sete pontos ou acima de 90%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a preocupação em oferecer conteúdo atualizado com 92,14%, o tempo prometido de realização dos serviços com 93,29%, o conteúdo programático com 93,71%, clareza no conteúdo programático com 94%, e em destaque apresenta-se a experiência e instrução dos professores com 97%. 125 Tabela 17 – Apuração do desempenho de atendimento Escala Likert N° 23 Média (%) Atendimento Os professores e funcionários são educados e atenciosos. 24 Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 0 1 0 1 2 8 88 % 0 1 0 1 2 8 88 1 0 0 4 1 11 83 6,80 97,14 6,69 95,57 6,85 97,86 6,67 95,29 6,75 96,43 6,57 93,86 6,72 96,02 A secretaria da escola está sempre disposta a atendê-lo Qtde quando você solicita algum tipo de documento (Ex.: declarações, comprovante de pagamento, boletim % 1 0 0 4 1 11 83 de avaliação bimestral, outros). 25 Se você tem problemas ou Qtde 1 0 0 1 1 4 93 dúvidas, os professores estão % 1 0 0 1 1 4 93 Qtde 1 0 0 4 3 9 83 % 1 0 0 4 3 9 83 Qtde 1 0 0 0 3 13 83 % 1 0 0 0 3 13 83 Qtde 1 0 0 2 4 23 70 % 1 0 0 2 4 23 70 dispostos a ajudá-los. 30 Os funcionários solucionam suas dúvidas ou dos seus pais. 42 As aulas sempre começam no horário marcado. 45 Os professores demonstram preocupação com você. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Em relação aos aspectos de atendimento tem-se uma avaliação geral média de 6,72 na escala de 7 pontos, que corresponde a 96,02%. Com a presença de poucos casos de discordância, é a dimensão que recebeu a melhor avaliação. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,50 na escala de sete pontos ou acima de 93%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a preocupação dos professores com os alunos com 93,86%, a solução de dúvidas pelos funcionários com 95,29%, o atendimento pela secretaria da escola com 95,57%, o horário de início das aulas com 96,43%, a educação e atenção dos professores e funcionários com os alunos com 97,14%, e a disposição dos professores em ajudar a esclarecer dúvidas e resolver problemas dos alunos com 97,86%. 126 Tabela 18 – Apuração do desempenho de segurança Escala Likert 01 Média (%) Segurança N° Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de 1 2 3 4 5 6 7 Você tem confiança nos Qtde 1 0 0 1 4 28 66 serviços oferecidos pela % 1 0 0 1 4 28 66 Qtde 1 0 0 1 3 21 74 % 1 0 0 1 3 21 74 Qtde 1 0 0 3 3 14 79 % 1 0 0 3 3 14 79 Os professores mantêm a Qtde 1 1 0 0 3 15 80 disciplina dentro da sala de % 1 1 0 0 3 15 80 Qtde 1 0 0 1 2 13 83 % 1 0 0 1 2 13 83 6,55 93,57 6,64 94,86 6,65 95,00 6,68 95,43 6,74 96,29 6,65 95,03 escola. 03 A escola oferece um serviço de qualidade. 09 A escola cadastro mantém dos atualizado o alunos (endereço, telefone, aniversário, etc). 18 aula. 27 Os professores funcionários da e escola demonstram segurança e domínio do conteúdo. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Quanto aos aspectos de segurança tem-se uma avaliação geral média de 6,65 na escala de 7 pontos, que corresponde a 95,03%. Também nota-se a presença de poucos casos de discordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,50 na escala de sete pontos ou acima de 93,5%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a confiança nos serviços oferecidos aos clientes com 93,57%, a qualidade do serviço oferecido com 94,86%, a manutenção do cadastro atualizado com 95%, a disciplina mantida pelos professores na sala de aula com 95,43%, a segurança e domínio do assunto tratado em aula pelos professores com 96,29%. 127 Tabela 19 – Apuração do desempenho de empatia Escala Likert Empatia 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 0 2 1 1 8 28 60 % 0 2 1 1 8 28 60 Você é sempre informado Qtde 1 1 0 2 2 14 80 em relação ao início do ano % 1 1 0 2 2 14 80 O horário de atendimento Qtde 2 1 0 4 2 21 70 da escola é conveniente % 2 1 0 4 2 21 70 Qtde 0 1 1 5 4 24 65 % 0 1 1 5 4 24 65 A escola está comprometida com os Média (%) N° 07 Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de 6,39 91,29 6,65 95,00 6,46 92,29 6,44 92,00 6,49 92,64 interesses que você manifesta como cliente. 22 letivo e ao término. 28 para todos. 33 A escola oferece atenção individual para o aluno. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Os aspectos de empatia receberam uma avaliação geral média de 6,49 na escala de 7 pontos, que corresponde a 92,64%. Também nota-se a presença de poucos casos de discordância e um alto grau de concordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,30 na escala de sete pontos ou acima de 91%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: o comprometimento com os interesses dos clientes com 91,29%, a atenção individual disponibilizada ao cliente com 92%, a conveniência de horário de atendimento ao cliente com 92,29%, e disponibilidade de informação relacionada ao ano letivo recebeu 95%. 128 Apresentação dos resultados e análise sobre a percepção de satisfação com a escola. Tabela 20 – Apuração do desempenho de satisfação Escala Likert N° 02 Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de (%) Satisfação 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 1 1 0 6 4 19 69 % 1 1 0 6 4 19 69 Eu fico satisfeito com a Qtde 1 0 1 0 8 24 66 minha experiência de estudo % 1 0 1 0 8 24 66 Qtde 0 1 0 3 4 24 68 % 0 1 0 3 4 24 68 Qtde 1 0 0 2 5 19 73 % 1 0 0 2 5 19 73 Tendo como escolher, eu provavelmente continuaria a Média 6,44 92,00 6,50 92,86 6,54 93,43 6,59 94,14 6,52 93,11 estudar nesta escola. 32 nessa escola. 41 Eu sinto prazer em estudar nessa escola. 44 Eu recomendaria esta escola para outras pessoas. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. A pesquisa apresentou um resultado muito positivo no quesito satisfação dos clientes, recebeu uma avaliação geral média de 6,54 na escala de 7 pontos, que corresponde a 93,11%. Percebe-se um pequeno número de respostas discordantes e alto grau de concordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 6,40 na escala de sete pontos ou iguais ou acima de 92%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: a intenção de continuar a estudar na escola com 92%, a satisfação em estudar na escola com 92,86%, o prazer em estudar na escola 93,43%, e a intenção de recomendar a escola a terceiros recebeu 94,14%. 129 Apresentação dos resultados e análise sobre a percepção de fidelização. Tabela 21 – Apuração do desempenho de fidelização dos alunos Escala Likert N° Média (1 a 7 pontos) Afirmativas de Média (%) Intensão de 1 2 3 4 5 6 7 fidelização 04 Falo coisas positivas Qtde 1 0 0 3 10 18 68 sobre a escola para % 1 0 0 3 10 18 68 Qtde 1 1 1 7 7 27 56 % 1 1 1 7 7 27 56 Qtde 1 0 1 5 8 16 69 % 1 0 1 5 8 16 69 Qtde 1 0 1 12 21 23 42 % 1 0 1 12 21 23 42 Qtde 4 0 0 6 4 14 72 % 4 0 0 6 4 14 72 6,47 92,43 6,23 89,00 6,43 91,86 5,89 84,14 6,36 90,86 6,28 89,66 outras pessoas. 05 Eu considero esta escola como minha primeira opção em estudar idiomas. 11 Eu sempre recomendo esta escola para quem procura minha opinião. 12 Incentivo meus amigos a estudarem nesta escola. 15 Continuarei a estudar idiomas nesta escola na próxima fase. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. A pesquisa apresentou resultado positivo no constructo intenção de fidelização, recebeu uma avaliação geral média de 6,28 na escala de 7 pontos, que corresponde a 89,66%. Percebe-se ainda um pequeno número de respostas discordantes e alto grau de concordância. Todos os itens investigados receberam avaliações acima de 5,80 na escala de sete pontos ou acima de 84%. Por ordem crescente de avaliação tem-se: o incentivo do aluno a convidar colegas a estudar na escola recebeu 84,14%, o aluno considera a escola primeira opção de estudo recebeu 89%, a continuidade de estudo na escola recebeu 90,86%, a recomendação a terceiros pelo aluno recebeu 91,86%, e comentários positivos do aluno sobre a escola recebeu 92,43%. 130 Apresentação dos resultados e análise sobre a percepção de qualidade. Tabela 22 – Apuração do desempenho de qualidade Escala Likert N° 38 escola possui um alto nível Média (%) Qualidade O serviço oferecido pela Média (1 a 7 pontos) Afirmativa de 1 2 3 4 5 6 7 Qtde 0 0 1 0 9 35 55 % 0 0 1 0 9 35 55 6,43 91,86 6,43 91,86 de qualidade. Média geral Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa. Este item de qualidade, apesar de conter apenas uma afirmativa traduz o sentimento de um alto desempenho, ou seja, que a escola Fisk provém a seus clientes um nível de qualidade satisfatório. A avaliação geral média alcançou 6,43 na escala de 7 pontos, que corresponde a 91,86%. Percebe-se que apenas 1% dos entrevistados tem um pequeno grau de discordância e os demais respondentes, que representa 99% do público entrevistado, expressou um elevado grau de concordância.