QUÍMICA ANALÍTICA AMBIENTAL 1º período de 2014 Aula S02: Validação em Análises Ambientais Prof. Rafael Sousa Departamento de Química – UFJF www.ufjf.br/baccan 1 NA QUÍMICA (ANALÍTICA) AMBIENTAL ... Monitoração física, química e biológica de um ecossistema Várias amostras Águas “ar” AMOSTRAS DE TIPOS DIFERENTES Solos Sedimentos Diferentes tipos de ferramentas (coleta, armazenamento e análise) 2 NA QUÍMICA (ANALÍTICA) AMBIENTAL ... Sonda multiparâmetros (fisico-químicos) Portabilidade de equipamentos característica importante e desejável (amostragem + análise) FRX LIBS Cromatógrafo gasoso 3 NA QUÍMICA ANALÍTICA AMBIENTAL ... Compostos orgânicos– gama maior de analitos Figura – Cromatógrafo portátil* sendo utilizado para medidas de VOCs pela CETESB “CROMATOGRAFIA GASOSA” TÉCNICA MUITO IMPORTANTE EM QAA (*) FONTE: 4 http://www.cetesb.sp.gov.br/gerenciamento-de-riscos/emergencias-quimicas/84-cromatografo-a-gas-portatil, acessado 05-05-13. EMBORA a portabilidade de equipamentos seja real para várias análises, A maioria das análises não pode ser feita em campo ... Muitos analitos precisam sofrer transformações químicas e passar por métodos de purificação para tornar possível a sua determinação AMOSTRAGEM ADEQUADA Outra consideração importante: Variabilidade “natural” na composição de amostras do mesmo tipo (Validação !) 5 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS IMPORTÂNCIA Garantir a confiabilidade dos resultados Avaliando, sistematicamente, o processo de aquisição dos dados analíticos Permite conhecer o método - Exatidão - Precisão (principalmente) LEMBRAR QUE A ANÁLISE SE INICIA NA AMOSTRAGEM Etapa em que ocorrem a maior parte dos erros - Erros comuns na amostragem - “Tamanho” da amostra (heterogêneas) - Escolha inadequada do ponto de coleta - Horário da coleta (estação do ano, ...) 6 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS O escopo de uma análise ambiental envolve 1- Definição do problema analítico 2- Definição do ponto de amostragem - Georreferenciamento das amostras 3- Coleta da amostra - Protocolos específicos (matriz) Não existe uma regra que define: - número - quantidade - frequencia da amostragem - O analista deve ser minucioso na descrição (e na repetição) do procedimento 7 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS O escopo de uma análise ambiental envolve 1- Definição do problema analítico 2- Definição do ponto de amostragem 3- Coleta da amostra 4- Transporte das amostras para o laboratório - Armazenagem adequada à amostra e analitos 5- Análise propriamente dita da amostra (etapa principal da validação) 6- Descartar as amostras após a sua “morte” (tempo máximo em que a amostra é estável) 7- Avaliar os dados analíticos - Recursos estatísticos são ferramentas úteis (às vezes, indispensáveis) 8 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS O escopo de uma amostragem ambiental envolve 1- Definição do problema analítico 2- Definição do ponto de amostragem 3- Coleta da amostra 4- Transporte das amostras para o laboratório 5- Análise propriamente dita da amostra (etapa principal da validação) 6- Descartar as amostras após a sua “morte” 7- Avaliar os dados analíticos Considerar os parâmetros analíticos mais importantes - Exatidão - Precisão - Limites de detecção e quantificação Dependem da “Curva de calibração padrão” 9 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Exatidão - Grau de concordância entre o VALOR MEDIDO e o VALOR VERDADEIRO - Expressa em “porcentagem de recuperação” % rec.= concentração esperada x 100 concentração verdadeira quanto mais próximo de 100% MAIS EXATA é a medida/ análise - QUAL é o valor verdadeiro para os analitos em uma amostra ambiental ? 10 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Exatidão - Grau de concordância entre o VALOR MEDIDO e o VALOR VERDADEIRO - Expressa em “porcentagem de recuperação” % rec.= concentração esperada x 100 concentração verdadeira quanto mais próximo de 100% MAIS EXATA é a medida/ análise - QUAL é o valor verdadeiro para os analitos em uma amostra ambiental ? Geralmente não é conhecido ! % rec. é determinada por meio de uma “fortificação da amostra” (experimento de adição e recuperação de analito) % rec. = concentração amostra fort. – concentração amostra original x 100 concentração esperada correspondente à fortificação 11 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Exatidão - Com QUANTO FORTIFICAR a amostra ? - Com quantidades de analito entre 0,5 e 2 vezes o teor obtido na amostra original - Algumas recomendações (do Professor) - Testar mais de um nível de fortificação - Realizar o procedimento antes do preparo da amostra - Aguardar “um tempo” para integração do analito com a matriz 12 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Precisão - Grau de concordância entre medidas individuais de uma mesma população Método de análise C preciso e exato ! B preciso mas inexato A impreciso e inexato valor verdadeiro Conc. do analito 13 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Precisão - - Grau de concordância entre medidas individuais de uma mesma população Expressa “desvio padrão” (S) desvio padrão relativo (RSD) diferença percentual relativa (RPD) N S= i=1 (xi – x )2 N-1 RPD = RSD = S X (X1 – X2) x 100 X x 100 14 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Exatidão + Precisão = Análises quantitativas de boa qualidade Limites de DETECÇÃO e QUANTIFICAÇÃO - Limite de detecção do método (MDL) É a conc. mínima que pode ser medida e reportada com 99% de confiança de que a conc. do analito é maior do que “zero” (EPA, 1984). Cálculo: 1- Matriz livre de analito: reagentes (branco) 2- Fortificação do branco de 3 – 5x o teor esperado para o MDL 3- Análise do branco fortificado ( n > 7) MDL = S x t , onde t 99%, 6 graus de liberdade = 3,143 15 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Limites de DETECÇÃO e QUANTIFICAÇÃO - Limite de detecção do método (MDL) Cálculo: 1- Matriz livre de analito: reagentes (branco) 2- Fortificação do branco de 3 – 5x o teor esperado para o MDL 3- Análise do branco fortificado ( n > 7) MDL = S x t , onde t 99%, 6 graus de liberdade = 3,143 - matriz (≠ matrizes: ≠ métodos) MDL é específico - instrumento 16 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Limites de DETECÇÃO e QUANTIFICAÇÃO - Limite de detecção do método (MDL) NÃO SE UTILIZA resultados no nível do MDL ! Apenas no nível do LIM. DE QUANTIFICAÇÃO PRÁTICO (PQL) PQL é a menor conc. que pode ser determinada com confiabilidade atendendo a níveis de precisão e exatidão durante condições operacionais de rotina (EPA, 1996). Cálculo: PQL = (2x a 10x) MDL Recomendação: O valor do PQL deve ser o 1º ponto da curva de calibração padrão 17 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Curva de calibração É um gráfico da Resposta instrumental x Concentração do analito : absorbância sinal elétrico área de pico, ... Absorbância (ua) Padrões Abs= 48,3x + 0,24 r= 0,9987 Branco 0 Concentração (mg L-1) 1 18 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Curva de calibração Características desejáveis: - utilizar várias soluções padrões (n > 5) - trabalhar preferencialmente com regressões lineares Abs= 48,3x + 0,24, r= 0,9987 sensibilidade “b” deve ser sempre “pequeno” IMPORTANTE: - O parâmetro “sensibilidade” é diferente do parâmetro “detectabilidade” - Métodos mais sensíveis devem ser preferidos 19 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Curva de calibração Características desejáveis: - utilizar várias soluções padrões (n > 5) - trabalhar preferencialmente com regressões lineares - necessária para TODOS os métodos instrumentais (principalmente espectroscópicos e cromatográficos) Recomendação prática: - Na rotina a necessidade de recalibrações deve ser avaliada analisando-se padrões ou amostras de referência 20 VALIDAÇÃO EM ANÁLISES AMBIENTAIS Curva de calibração Recomendação prática: - Na rotina a necessidade de recalibrações deve ser avaliada analisando-se padrões ou amostras de referência - Realizar a calibração na mesma sequencia do lote de amostras - Atentar-se ao uso de diluições diferentes para amostras do mesmo lote Os resultados finais terão correções diferentes ! BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO 21 NESSE CONTEXTO, OS PRINCÍPIOS DA QUÍMICA ANALÍTICA AMBIENTAL Amostragem adequada Uso de métodos apropriados ao nível do(s) analito(s) a serem quantificados Garantir a confiabilidade dos resultados (ensaios de validação) - Conhecendo os níveis da EXATIDÃO e PRECISÃO A dotar procedimentos “amigos” do ambiente sempre que possível 22 Dúvidas ? Comentários ? ? Bibliografia Consultada 1- BAIRD, C. Química Ambiental, São Paulo, Bookman, 2ª ed., 2005. 2- http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/introd.pdf. Acessado em 13/11/2012. 5- ZHANG, C. Fundamentals of Environmental Sampling and Analysis, New Jersey, Wiley & Sons, 2007. 6 - Santos, F. J., Galceran, M. T. The Application of Gas Chromatography to Environmental Analysis, Trend Anal. Chem. 21 (2002) 672. 8- NASCENTES, C. C.; COSTA, L. M., Química Ambiental, Universidade Federal de Minas Gerais, 23 2011, p. 1 – 43.