VOTO do Engenheiro Civil Domingos de Saboya Barbosa Filho , da Sociedade Brasileira de Engenharia de Avaliações – SOBREA PRELIMINAR – As considerações e modificações introduzidas refletem exclusivamente a opinião e o entendimento pessoal do signatário e não, necessariamente, da entidade representada ABNT/CB- 02 2º PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 14653-2 MAIO 2010 Preliminarmente, faço presente a necessidade de inserção nesta norma das definições diferenciadas entre Amostra Aleatória e Amostra Acidental, certo de que essa distinção não está bem identificada na linguagem corrente e sequer distinguida nos dicionários correntes. Assim: 1– Amostra aleatória simples e amostra acidental. Numa amostragem, o que se deseja é fazer um juízo sobre uma população e suas características sem efetivamente examiná-la exaustivamente. Neste caso, conforme as circunstâncias, é dimensionada e extraída uma Amostra Aleatória (AA) ou uma Amostra Acidental (AAc). Faz-se, então, uma amostragem. Há um distanciamento enorme entre o que deve ser entendido por Amostra Aleatória ou Amostra Aleatória Simples (AAS) e uma Amostra Acidental (AAc). A Econometria pauta-se fundamentalmente no escopo da ‘amostragem acidental’ e não na ‘amostragem aleatória simples’ que se impõe para, exemplificando, os procedimentos de controles de qualidade. Exemplifico maisi: I. quando o que se está visando é estimar, através da amostra, os parâmetros da população, o rigor do procedimento é muito grandeii. Na AAS, o ato da amostragem, extraída de uma população (ou universo) está circunscrita a um rígido procedimento de experimentos (ou eventos) que: a. são “escolhidos”, eleitos ao acaso ou ‘sorteados’ em um ato aleatório, rigoroso; b. podem ser repetidos indefinidamente; c. a observação colhida em um experimento não permite esperar qual será o resultado do próximo evento; d. todos os eventos que compõem uma amostra foram obtidos e observados em idênticas condições e foram ou são rigorosamente equiprováveis; e. supõe-se sempre ser a população infinita. Caso seja finita, necessariamente um experimento específico observado não é eliminado porém reposto para a extração de uma nova escolha; isto é, ele poderá 1 ser escolhido (ao acaso) novamente. A literatura acadêmica e a técnica apresentam inúmeros exemplos e situações em que essas amostragens são feitas, desde pesquisas de opinião pública, passando pela qualificação da produção de uma safra até ao controle de qualidade de uma linha de produção, etc. Somente para rememorar, as amostras são dimensionadas, em tais casos, com os recursos trazidos pelas desigualdades de Chebyshev. II. na AAc o ato da amostragem não cumpre os rigores da AAS. A amostragem menos importante quando estamos tentando identificar relações entre variáveis” e “esse tipo de problema é muito menos sensível à não‐aleatoriedade da amostra”iii. Alinho aqui ‘aleatória’ “é as diferenças capitais: a. os eventos são parcialmente trazidos a público ou são expostos ao observador; b. todos os eventos observados têm um custo, no mínimo com respeito ao tempo despendido na identificação e na observação; c. no caso do mercado imobiliário somente uma parte mostra-se em ‘oferta’ e as transações são, geralmente, viesadas; d. as informações colhidas são registradas com distorções também por ignorância ou tendenciosidade dos informantes; e. uma vez concluída a amostragem (o levantamento de dados de mercado), a fase da pesquisa (análise de dados, estudo de funcionais e modelagem) pode revelar situações complexas de comportamento entre as variáveis explanatórias trazendo em seu bojo implicações devidas: i. às outras variáveis que constituem a nebulosa não identificada e chamados de “erros acidentais”; ii. as imperfeições das medidas e mal definidas pelos ‘pesquisadores de campo’ e distorções de informantes e resumidos em “erros sistemáticos”; e iii. tudo acrescido pelo próprio comportamento errático do ser humano (proprietários, informantes e agentes) que se resume em “erro essencialmente aleatório”. O refinamento na própria amostra, ‘no voltar ao campo’ é uma façanha de reduzida possibilidade e, mais das vezes, impossível quanto a deslocamentos, custos incorridos, tempo transcorrido, cenários alterados e prazos pré-definidos; f. o objetivo na amostragem é a obtenção do maior número possível do segmento do mercado envoltório do bem estudado ou avaliando no contexto de uma avaliação individual ou agrupada; g. o prazo estabelecido é limitado, não podendo se estender à conveniência de melhor aferição, cruzamento de informações, tanto pelas exigências de um contrato como, igualmente importante, pelos 2 escassos recursos financeiros conferidos à amostragem; Vê-se, portanto, que há razões para que se distinga uma Amostra Aleatória de uma Amostra Acidental. Notam-se, inclusive, situações conflitantes ou que podem se contrapor ao se proceder a uma Amostragem Acidental: ambas necessitam de um planejamento meticuloso que, para a extração de AAc faz contraponto aos prazos exíguos, com comprometimento dos rigores pretendidos (de fundamentação e de precisão) e à remuneração da qual se alocam recursos para cobrir os ônus dos levantamento de dados e sua extração (usualmente chamada de ‘garimpagem’). Desta forma, em quase totalidade dos casos (salvo raras e honrosas situações; digase: sempre devidas ao mero acaso!), as amostras são apresentadas com imperfeições que levam a condições contraditórias (colinearidades, trocas de sinais, auto-regressões, etc. que são características destas e não das populações estudadas. Feito isto, passo às considerações do texto do projeto em análise: Em 3 – Termos e definições, solicito inserir como sinalizado no texto: Em 3.1 , a palavra ‘efetiva’: “APROVEITAMENTO EFICIENTE – aquele recomendável e tecnicamente possível para o local, numa data de referência, observada a tendência efetiva mercadológica nas circunvizinhanças, entre os diversos usos permitidos pela legislação pertinente” Justifico – É usual confundir uma tendência observada com a um futuro visionado [do HOUAISS: ter visões, fantasiar. Exemplifico: admitir um futuro local nobre próximo a um lixão; um local bucólico vizinho a uma pedreira em operação.] Em 3.7 – inserir a sinonímia ‘categórica’ ao tipo de variável “CÓDIGOS AJUSTADOS – escala extraída por meio de modelo de regressão, com a utilização de variáveis dicotômicas ou categóricas, para diferenciar as características qualitativas dos imóveis” Justifico – São freqüentes as tentativas de interpolar variáveis de estado, dicotômicas, e está se tornando encontradiço o termo ‘categórico’ expressando que são duas situações absolutas: ou sim ou não e não há terceira hipótese. Usuários “habilidosos” tendem a encontrar meios termos ou mesmo, pasmem!, extrapolar como um falso refúgio da técnica para justificar um entendimento pessoal. Em 3.23 – Estrutura de Mercado, alterar para (sinalizado no texto): estrutura do mercado – decomposição analítica da concentração dos agentes predominantes no mercado Justifico – Melhor definição. A concentração é a informação que se colhe do conhecimento da estrutura. Item 3.28 – Gleba Urbanizável, substituir ‘através’ por por meio de, a evitar o uso de “através de” que vem sendo aplicado erroneamente quando o sentido não é o de cruzar por dentro. Assim, Gleba Urbanizável – terreno passível de receber obras de infra- 3 estrutura urbana, visando o seu aproveitamento eficiente, através por meio de loteamento, desmembramento ou implantação de empreendimento Item 3.34 –Imóvel Com Vocação Urbana, optar por melhor definição: – imóvel com vocação urbana – imóvel fora do perímetro urbano em local com características, uso, ocupação, acesso e melhoramentos públicos disponíveis, que possibilitam sua utilização imediata para fins urbanos Item 3.46 padrão construtivo – qualidade das benfeitorias em função das especificações dos de projetos, materiais, execução e mão-de-obra efetivamente utilizados na construção Item 3.56– quota parte – número ou valor atribuído a uma fração ideal Em definições que sejam transcrições de textos legais entendo que a fonte deve ser mencionada no texto, evitando-se a remissão. Assim, constar como inserido no texto, no... Item 3.62 – terrenos acrescidos de marinha – terrenos formados, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha (DL 9760 de 5/9/1946, Sç II, art.3º) Item 3.63 – terrenos de marinha – terrenos, em uma profundidade de 33 m, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de 1831, sendo os situados no continente, na costa marítima, nas ilhas e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés, ou contornando as ilhas situadas em zonas onde se faça sentir a influência das marés (DL 9760 de 5/9/1946, Sç II, art.2º) Com respeito a ‘arbítrio’, a menos que se queira ‘inovar’ com base em interpretação hermenêutica, significa que é uma decisão que depende exclusivamente da vontade como rezam os dicionários. Então, “valor arbitrado” será aquele que depende exclusivamente da vontade de quem decide, o ‘avaliador’. Fora disto é inovação! Com base nesta interpretação submeto a alteração do texto do .... Item 3.69 – valor arbitrado – valor pontual adotado como resultado final da avaliação, dentro dos preferentemente contido nos limites do campo de arbítrio Antes mencionei ao se fazer referência a dicotomia a conveniente inserção do termo ‘categórica’. Agora na definição proponho: Item 3.74 – variável dicotômica ou categórica – variável que assume apenas dois valores duas posições sem alternativa de uma terceira, como: falsa ou verdadeira, ‘zero’ ou ‘um’, ‘sim’ ou ‘não’, ‘uma coisa’ ou ‘outra coisa’, ‘um número’ ou ‘outro número’. 4 Substituir o termo ‘utilização inadequada’ posto que utilizar não limita a especificação do emprego de uma coisa; mas já o uso é restrito à finalidade do objeto. Um martelo é usado para pregar, mas um ‘alicate’ ou uma pedra podem ser utilizados para igual finalidade. Então, ... Item 3.78 – vício de utilização – vício que decorre de utilização inadequada uso inadequado ou falha na manutenção Aqui há o rigor de uma assertiva. Há a afirmação de um uso economicamente. Isto é presunção sobre algo onde preside a incerteza. Quem garante? Daí sugerir para o Item 3.78 – vocação do imóvel – uso economicamente presumivelmente mais adequado de determinado imóvel em função das características próprias e do entorno, respeitadas as limitações legais Ou simplesmente: Item 3.78 – vocação do imóvel – uso mais adequado de determinado imóvel em função das características próprias e do entorno, respeitadas as limitações legais Passando agora para o item 7 – ATIVIDADES BÁSICAS 7.3.5 Situações especiais 7.3.5.1 – Vistoria por amostragem – onde cita: “amostragem aleatória”. Há que se guardar o rigor no sentido restrito do que seja aleatório. Melhor será não qualificá-la ou, contrariamente, informar com rigor a maneira de dimensionar o tamanho da amostra admitindo-se um ‘erro’ previamente estabelecido, como se pode usar pela desigualdade de Tchebyshev. Para não complica mais, sugiro então não qualificá-la, Assim, recomendo o texto mais brando, inserindo no texto, como abaixo, “pode-se estabelecer”: 7.3.5.1 – Vistoria por amostragem – Na avaliação de conjunto de unidades autônomas padronizadas, é permitida vistoria interna por amostragem aleatória ?????? de uma quantidade definida previamente pelas partes ou, se houver omissão no contrato, pode-se estabelecer de um percentual mínimo de 10 % do total das unidades de cada bloco ou conjunto de unidades de mesma tipologia. (Dimensionar o tamanho da amostra???) Ainda sobre o item acima, a instituição que credenciar avaliadores poderá estabelecer procedimentos consentâneos para dimensionar e definir a forma da extração de amostras. Passando agora para o item 8.2 – Métodos para identificar o valor de um bem, de seus frutos e direitos 5 Em 8.2.1.4.2 Tratamento por fatores – O tratamento por fatores é aplicável a uma amostra composta por dados de mercado com as características mais próximas possíveis do imóvel avaliando. Os fatores devem ser calculados por metodologia científica, como citado em 8.2.1.4.3, justificados do ponto de vista teórico e prático, com a inclusão de validação, quando pertinente. Devem caracterizar claramente sua validade temporal e abrangência regional e ser revisados no prazo máximo de quatro anos ou em prazo inferior, sempre que for necessário. Podem ser: a) calculados e divulgados, juntamente com os estudos que lhe deram origem, pelas entidades técnicas regionais reconhecidas, conceituadas em 3.20, bem como por universidades ou entidades públicas com registro no sistema CONFEA/CREA, desde que os estudos sejam de autoria de profissionais de engenharia ou arquitetura; Essa discriminação restringe o concurso de profissionais de nível superior capacitados a proceder pesquisas, estudos e cálculos com tratos sociais, urbanísticos e até antropológicos por meio de métodos quantitativos,ou econométricos que permitam definir indicadores analíticos de mercado imobiliário. Reconhecemos que as melhores ‘cabeças’ nem sempre estão contidos nas fronteiras propostas nessa alínea “a”. Faz parecer a criação de uma reserva de mercado que pode ser contestada por ferir a Constituição. [ TEMA A SER ANALISADO ] Com respeito ao item 8.2.1.5.3 ... Proponho as alterações 8.2.1.5.3 – Quando a amplitude do 8.2.1.5.3 Quando a amplitude do campo de arbítrio não for suficiente campo de arbítrio não for suficiente para absorver as influências não para absorver as influências não consideradas, o modelo é insuficiente consideradas, o modelo é para que a avaliação possa atingir o grau insuficiente para que a avaliação mínimo se enquadrar em graus de possa atingir o grau mínimo de fundamentação no método comparativo direto de dados de mercado. Esse fato fundamentação no método deve ser consignado no laudo e ser comparativo direto de dados de inserido um item de ‘discussão de mercado, esse fato deve ser comportamento do modelo’ adotado que consignado no laudo traduza sua coerência no intervalo amostral Justifico: Há situações no trato cotidiano que o modelo, tanto porque o tempo dado ao levantamento de dados como a pesquisa e modelagem não levam extrair um suporte 6 de fundamentação protocolar, normativo. A discussão do modelo vis a vis cada variável poderá dar ao profissional abordar analiticamente o modelo e dele resgatar justificativa para sua decisão. Com respeito ao Item 8.2.2 – Método involutivo – O método involutivo, conforme definido em 8.2.2 da ABNT NBR 14653-1:2001, compreende as etapas descritas em 8.2.2.1 a 8.2.2.10. 8.2.2.2 Projeto hipotético Na concepção do projeto hipotético, o engenheiro de avaliações deve verificar o aproveitamento eficiente para o imóvel avaliando, como definido em 3.1. 8.2.2.3 Pesquisa de valores A pesquisa de valores deve ser realizada segundo os preceitos do método comparativo direto de dados de mercado, conforme 8.2.1, e tem como objetivo estimar o valor de mercado do produto imobiliário projetado para a situação hipotética adotada e sua variação ao longo do tempo. No caso do item 8.2.2.4 – Previsão de receitas – apresento as alterações: As receitas de venda das unidades As receitas de venda das unidades do do projeto hipotético são calculadas projeto hipotético são calculadas a partir dos resultados obtidos em 8.2.2.3, a partir dos resultados obtidos em considerados a eventual valorização 8.2.2.3, considerados a eventual imobiliária inferida, a forma de valorização imobiliária, a forma de comercialização identificada na conduta comercialização e o tempo de do mercado e o tempo de absorção em face da evolução conjuntural no absorção no mercado. mercado e evidências de seu desempenho. Justifico: Apesar dos fundamentos do diagnóstico do mercado estarem ressaltados adiante, em 8.2.2.8 – prazos, este empenho vem sendo sistematicamente negligenciado e trocados por citações vazias que mais iludem do que se mostram responsáveis. Temos visto menções de valorizações territoriais de 2%a.m. para grandes glebas onde o crescimento geral do município não atinge esse nível no ano ou períodos diversos! O método involutivo tem sido tratado levianamente e valores encontrados depõem contra o profissional desabituado a responder por tais atos... fica por isso mesmo... E os magistrados em ações judiciais, crédulos e confiantes em seus peritos, acolhem verdadeiros assaltos que aumentam o estupor de quem analisa essas peças. O método involutivo é um trabalho que peca, de início, pela imprecisão porque ousa estimar no presente o resultado do que espera ocorrer no futuro. Mesmo nos casos em que o projeto não é hipotético, mas real e ‘aprovado’, ainda assim ele é impreciso. Seja estático (com modelos que definimos como ‘comportados’), seja dinâmico estimado via processos estocásticos, com fluxos de caixa levantados e analisados ou estudados, a imprecisão é muito grande. Reproduzo texto de manifestação de um moderador de 7 grupo de discussão, extraído em 05 de março de 2007: “Riscos da aplicação do método involutivo –............aplicando corretamente [grifei] o método involutivo ... os avaliadores experientes estão cansados de rever estudos incorretos de aplicação do método involutivo, que, em alguns casos, viram manchetes de jornais e revistas ....” Acontece que temos registros de ‘avaliadores experientes’ não aplicarem corretamente o MÉTODO INVOLUTIVO. Com isto, soma-se a negligência às imprecisões do futuro previsto, que só a Deus pertence. O rigor normativo estabelecido em 8.2.2.4, como proponho, não eliminará as incertezas do futuro, mas apertará um pouco mais as cavilhas dos negligentes, principalmente ‘avaliadores experientes’, e dará ensejo a cobranças de austeridade como contrapartida de melhor reconhecimento à qualidade de avaliações. Em 8.2.2.6 – Previsão de despesas adicionais sugiro a guisa de lembrança inserir “seguros” na alínea “c” 8.2.2.6 – Podem ser incluídas, quando pertinentes, entre outras, as seguintes despesas: a) de compra do imóvel; b) de administração do empreendimento, inclusive vigilância; c) com impostos, taxas e seguros; d) com publicidade; e) com a comercialização das unidades. Anexo A (Normativo) Proponho um reexame deste ANEXO A em face do que ficar entendido como Amostra Aleatória e Amostra Acidental. Meu entendimento é que há neste anexo “A” – principalmente sendo ele normativo – uma orientação acadêmica ou condições que suportem prazos e escala diferentes do usual e levando ao uso inadequado no ‘submundo’ das massivas avaliações correntes e cotidianas, profissionais, feitas em prazos exíguos e em condições descoladas do procedimento acadêmico. O procedimento acadêmico é necessário, porém entendido como um farol a guiar o exercício profissional 8 Não obstante, prossigo o exame e meu voto, atendo-me ao que está neste projeto em discussão: A.1 Introdução ..................................... Em A.1.2 a apresentação das naturezas circunstanciais das variáveis independentes poderia ser mais sistematizada como proposto: A.1.2 – No modelo linear para representar o mercado, a variável dependente é expressa por uma combinação linear das variáveis independentes, em escala original ou transformadas, e respectivas estimativas dos parâmetros populacionais, acrescida de erro aleatório, oriundo de: – efeitos de variáveis não detectadas e variações do comportamento humano – habilidades diversas de negociação, de variáveis irrelevantes não incluídas desejos, necessidades, compulsões, no modelo; caprichos, ansiedades, diferenças de – imperfeições acidentais de observação poder aquisitivo, entre outros – ou de medida; imperfeições acidentais de observação – variações erráticas do comportamento ou de medida e efeitos de variáveis humano, como habilidades diversas de irrelevantes não incluídas no modelo negociação, desejos, necessidades, compulsões, caprichos, ansiedades, diferenças de poder aquisitivo, entre outros A.2 Pressupostos básicos ........................ b) independentemente do tipo de variável deve-se atentar para o equilíbrio da amostra; [DEFINIR “EQUILÍBRIO DA AMOSTRA!!!} c) os erros são variáveis aleatórias com variância constante, ou seja, são homocedásticos; d) os erros são variáveis aleatórias com distribuição normal; e) os erros são não autocorrelacionados, isto é, são independentes sob a condição de normalidade; Em “h” há uma locução viciosa de duas negativas que levam a uma afirmação positiva. Sugiro eliminar simplesmente “nenhum” ou inserir ‘alguma’. Pode ser usual no Brasil, mas gera confusão de interpretação em traduções e em outros países de língua portuguesa. h) não deve existir nenhuma correlação alguma entre o erro aleatório e as variáveis independentes do modelo. 9 i) possíveis pontos influenciantes, ou aglomerados deles, devem ser investigados e sua retirada fica condicionada à apresentação de justificativas. A.2.1 Verificação dos pressupostos do modelo A.2.1.1 Linearidade Recomenda-se ser analisado, primeiramente, o comportamento gráfico da variável dependente em relação a cada variável independente, em escala original. Isto pode orientar o avaliador na transformação a adotar. Existem formas estatísticas de se buscar a transformação mais adequada, como, por exemplo, os procedimentos de Box e Cox. As transformações utilizadas para linearizar o modelo devem, tanto quanto possível, refletir o comportamento do mercado, com preferência pelas transformações mais simples de variáveis, que resultem em modelo satisfatório. Após as transformações realizadas, se houver, examina-se a linearidade do modelo, pela construção de gráficos dos valores observados para a variável dependente versus cada variável independente, com as respectivas transformações. A.2.1.2 Normalidade A verificação da normalidade pode ser realizada, entre outras, por uma das seguintes formas: a) pelo exame de histograma dos resíduos amostrais padronizados, com o objetivo de verificar se sua forma guarda semelhança com a da curva normal; b) pela análise do gráfico de resíduos padronizados versus valores ajustados, que deve apresentar pontos dispostos aleatoriamente, com a grande maioria situados no intervalo [-2; +2]. c) pela comparação da freqüência relativa dos resíduos amostrais padronizados nos intervalos de -1; +1 , -1,64; +1,64 e -1,96; +1,96 , com as probabilidades da distribuição normal padrão nos mesmos intervalos, ou seja, 68 %, 90 % e 95 %; d) pelo exame do gráfico dos resíduos ordenados padronizados versus quantis da distribuição normal padronizada, que deve se aproximar da bissetriz do primeiro quadrante; e) pelos testes de aderência não-paramétricos, como, por exemplo, o quiquadrado, o de Kolmogorov-Smirnov ajustado por Stephens e o de JarqueBera. 10 A.2.1.3 Homocedasticidade A verificação da homocedasticidade pode ser feita, entre outros, por meio dos seguintes processos: a) análise gráfica dos resíduos versus valores ajustados, que devem apresentar pontos dispostos aleatoriamente, sem nenhum padrão definido; b) pelos testes de Park e de White. 35/51 A.2.1.4 Verificação da autocorrelação O exame da autocorrelação deve ser precedido pelo pré-ordenamento dos elementos amostrais, em relação aos valores ajustados e, se for o caso, às variáveis independentes possivelmente causadoras do problema. Sua verificação pode ser feita, entre outros procedimentos, pela análise do gráfico dos resíduos cotejados com os valores ajustados, que deve apresentar pontos dispersos aleatoriamente, sem nenhum padrão definido. A.2.1.5 Colinearidade ou multicolinearidade A.2.1.5.1 Uma forte dependência linear entre duas ou mais variáveis independentes provoca degenerações no modelo e limita a sua utilização. As variâncias das estimativas dos parâmetros podem ser muito grandes e acarretar a aceitação da hipótese nula e a eliminação de variáveis fundamentais. A.2.1.5.2 Para verificação da multicolinearidade deve-se, em primeiro lugar, analisar a matriz das correlações, que espelha as dependências lineares de primeira ordem entre as variáveis independentes, com atenção especial para resultados superiores a 0,80. Como também é possível ocorrer multicolinearidade, mesmo quando a matriz de correlação apresenta coeficientes de valor baixo, recomenda-se, também, verificar o correlacionamento de cada variável com subconjuntos de outras variáveis independentes, por meio de regressões auxiliares ou pela Análide da Variância Particionada. Justifico: – Análise análoga pode ser feita com o exame da analise da variância particionada. A.2.1.5.3 Para tratar dados na presença de multicolinearidade, é recomendável que sejam tomadas medidas corretivas, como a ampliação da amostra ou adoção de técnicas estatísticas mais avançadas, a exemplo do uso de regressão de componentes principais. A.2.1.5.4 Nos casos em que o imóvel avaliando segue os padrões estruturais do modelo, a existência de multicolinearidade pode ser negligenciada. A.2.1.6 Pontos influenciantes ou “outliers” A existência desses pontos atípicos pode ser verificada pelo gráfico dos resíduos versus cada variável independente, como também em relação aos 11 valores ajustados, ou usando técnicas estatísticas mais avançadas, como a estatística de Cook para detectar pontos influenciantes. A.3 Testes de significância A.3.1 O nível de significância máximo admitido nos demais testes estatísticos (aqueles não citados na Tabela 1) não deve ser superior a 10%. A.3.2 A significância de subconjuntos de parâmetros, quando pertinente, pode ser testada pela análise da variância particionada, com a utilização do teste da razão de verossimilhança. (???????????????). A.3.3 Os níveis de significância utilizados nos testes citados em A.3 serão compatíveis com a especificação da avaliação. Comentário: Os testes de hipóteses feitos na análise de variância são montados sobre relações de qui-quadrados (Snedecor) A.4 Poder de explicação – Em uma mesma amostra, a explicação do modelo pode ser aferida pelo seu coeficiente de determinação. Devido ao fato de que este coeficiente sempre cresce com o aumento do número de variáveis independentes e não leva em conta o número de graus de liberdade perdidos a cada parâmetro estimado, é recomendável deve-se considerar também sempre o coeficiente de determinação ajustado. A.5 Variáveis dicotômicas – Toda variável que assuma apenas dois valores, independentemente de ser qualitativa, quantitativa ou proxy, deve ser tratada como variável dicotômica ou categórica, vedada extrapolação ou interpolação, nesta situação. É usual a variável categórica ou dicotômica assumir os valores 0 e 1 na forma linear 36/51 A.6 Códigos alocados Os critérios da construção dos códigos alocados devem ser explicitados, com a descrição necessária e suficiente de cada código adotado, de forma a permitir o claro enquadramento dos dados de mercado e do imóvel avaliando. A escala será composta por números naturais consecutivos em ordem crescente (1, 2, 3...), em função da importância das características possíveis na formação do valor, com valor inicial igual a 1. Não é necessário que a amostra contenha dados de mercado em cada uma das posições da escala construída. 12 Recomenda-se a utilização prévia da análise de agrupamento de dados para a construção dos códigos alocados. É vedada a extrapolação ou a interpolação de variáveis expressas por códigos alocados. A.7 Códigos ajustados Admite-se que os códigos sejam extraídos da amostra por meio de modelo de regressão com a utilização de variáveis dicotômicas, desde que haja pelo menos três dados por característica. É vedada a extrapolação ou a interpolação de variáveis expressas por códigos ajustados. i – O dicionário Aurélio não distingue diferença entre Amostra Randômica (aleatória) e Acidental. A rigor, há distinções! – A Prática da Pesquisa; Prentice-Hall de Cláudio de Moura Castro - Trabalhou no IPEA/INPES e foi Coordenador Técnico do Programa ECIEL, passando em seguida a Diretor Geral da CAPES. Foi também Secretario Executivo do CNRH / IPEA. No exterior, foi Chefe da Divisão de Políticas de Formação da OIT (Genebra), Economista Senior de Recursos Humanos do Banco Mundial, passando para o BID como Chefe da Divisão de Programas Sociais. Ao aposentar-se do BID em fins do ano 2001, assumiu a posição de Presidente do Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras. É articulista da Revista Veja. iii – A Prática da Pesquisa (em minha edição - da McGraw-Hill, de 1978 - às páginas 78). Nova edição em 2006 e reimpressão em junho de 2008. ii 13