V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 Estratégias Competitivas do Setor Hoteleiro de Santa Maria-RS Resumo No atual mundo competitivo, as principais mudanças que estão transformando a economia. No ramo hoteleiro não é diferente, tendo em vista que, cada vez mais as empresas necessitam oferecer melhores ambientes e maiores vantagens a seus clientes. Determinar as melhores formas de contornar possíveis ameaças, e obter vantagens em relação aos concorrentes, leva a necessidade do desenvolvimento de estratégias competitivas, e é esse o foco deste estudo. Este artigo tem como objetivo geral analisar como as empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria estão formulando suas estratégias. Os objetivos específicos são: destacar como se dá o processo de formulação das estratégias empresariais nas empresas pesquisadas; identificar quais as opções estratégias utilizadas pelas empresas pesquisadas, e; determinar a consistência das metas e políticas proposta, visando à adequação das estratégias empresariais. No que tange os procedimentos metodológicos, está pesquisa classifica-se como quantitativa, descritiva e um estudo de campo. Este assunto é de grande relevância para as empresas do ramo, pois estão num mercado de grande competitividade. Palavras-chave: Estratégias; Gestão; Hoteleiro. 1. Introdução O setor hoteleiro é muito importante para a economia brasileira, pois, estima-se que a hotelaria nacional tenha um faturamento da ordem de U$ 2 bilhões de dólares ano, e uma representatividade de empregos de mais de um milhão, e a oferta de aproximadamente um milhão de apartamentos em todo o país. (ABIH, 2007) De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de hotéis - ABIH, o setor hoteleiro do Brasil vem experimentando uma forma diferente de aferir seu crescimento. Há regiões aonde o crescimento do setor vem sendo expressivo, como por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro da região sudeste. No entanto, São Paulo que é da mesma região, vem do máximo empatando com os dados obtidos pelo Rio de Janeiro. Dir-se-ia que vem existindo um crescimento da ordem de 8 a 10% que oscila de região para região, para mais ou para menos. O turismo de negócios é forte e expressivo para todo o Brasil, este tanto a nível nacional como internacional tem crescido em níveis superiores a 10%, a taxas que se situam em torno de 15% ao ano. (ABIH, 2007) Em virtude da relevância do setor para a economia nacional, os argumentos em favor de uma nova perspectiva sobre as estratégias competitivas continuam a exigir atenção. As velhas maneiras de competir, e grande parte do saber convencional a respeito das organizações, estão sendo derrubadas por uma convergência de forças: os mercados estão se fragmentando em segmentos mais estreitos de clientes, enquanto a concorrência está se globalizando (DAY, 1990). Tendo em vista que o ritmo de mudanças no mercado ultrapassou a velocidade com a qual uma empresa gerenciada de forma convencional pode reagir, poucas empresas estão isentas das pressões advindas do mercado. Neste contexto, ressalta-se que cada empresa tem que desenvolver sua resposta, na forma de uma estratégia que especifique como a empresa pretende competir nos mercados que escolheu para atender. Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), ao assumir que a estratégia diz respeito tanto à organização como ao ambiente, que a essência da estratégia é complexa, que a estratégia afeta o bem-estar geral da organização, que ela envolve questões tanto de conteúdo quanto de processo, que elas não são puramente deliberadas, que elas existem em diferentes V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 níveis e que elas envolvem exercícios conceituais e analíticos, a estratégia tem como objetivo, pelo menos fixar a direção, focalizar o esforço, definir a organização e prover consistência às ações. Para Coutinho e Ferraz (1994) tanto o desempenho quanto a eficiência são resultados de capacitações acumuladas e estratégias competitivas adotadas pelas empresas, em função de suas percepções quanto ao processo concorrencial e ao meio ambiente econômico em que estão inseridas. Neste contexto, tem-se o desafio de se estabelecer estratégias dentro de uma perspectiva sistêmica, ou seja, considerando todas as forças e fatores que interagem com a organização. Essa visão ampara-se nas abordagens de Porter (1986) ao ressaltar que para quem na luta por participação de mercado, a competição não se manifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a competição em um mercado, tem suas raízes em sua respectiva economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes estabelecidos nesse setor em particular. Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor industrial. Embasados nessas abordagens, o presente estudo tem como problemática responder a seguinte questão: Como as empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria estão formulando suas estratégias? Para tanto o propósito deste estudo é analisar como as empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria estão formulando suas estratégias. Assim sendo, o estudo servirá para em nível de conhecimento e de uma melhor percepção de estratégias empresariais em específico no setor pesquisado. Visando alcanças o objetivo acima descrito, a presente pesquisa amparou-se nos seguintes objetivos específicos: Destacar como se dá o processo de formulação das estratégias empresariais nas principais empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria; Identificar quais as opções estratégias utilizadas pelas empresas pesquisadas; Determinar a consistência das metas e políticas proposta, visando à adequação das estratégias empresariais; Este assunto é de grande relevância para as empresas do ramo, pois estão num mercado de grande competitividade. As estratégias competitivas são fundamentais, pois através delas as empresas lançam ao ambiente nos quais estão inseridas, onde são capazes de conquistar seus clientes tendo vista quais são os seus pontos fortes e fracos e também o surgimento de novas oportunidades e ameaças. Justifica ser feito em Santa Maria devido este estudo nunca tenha ocorrido na cidade, onde existem grandes e pequenas empresas do ramo. Este estudo pode trazer uma grande contribuição para os empresários da região por mostrar a realidade das grandes empresas de Hotelaria de Santa Maria. Este trabalho é importante para a formação em Administração, pois se vincula à linha de pesquisa do curso em Gestão Estratégica da Inteligência Organizacional. 2. O Setor Hoteleiro no Brasil De acordo com dados obtidos no Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil - FOHB (2007), o setor hoteleiro no Brasil começou a se formar uma entidade organizada a partir do século XIX (1870), quando se adotou o Primeiro Sistema de Classificação em cinco categorias no país, ao atual sistema de classificação, gerenciado com responsabilidade compartilhada entre o Ministério do Turismo e a ABIH Nacional - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. A Hotelaria Brasileira vem experimentando conceitos que vão da administração familiar aos modernos sistemas de gestão. Da ostentação do superluxo à praticidade e preços enxutos dos hotéis econômicos e super-econômicos, um novo perfil aos poucos vai sendo delineado no mercado. O setor hoteleiro é um dos segmentos da economia que mais cresceu nos últimos anos. De acordo com pesquisa realizada pela agência Hotel On Line, em 2004 o desenvolvimento V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 atingiu 3,7% e do total do parque hoteleiro nacional, só os estabelecimentos urbanos, direcionados para turistas de negócios ou lazer, representam 55,18%. Um estudo realizado pelo Banco Central mostra que no primeiro semestre de 2005 os estrangeiros deixaram no país US$ 2,166 bilhões. Segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas o número total de desembarque de vôos internacionais cresceu 28,3% em janeiro desse ano e os novos empreendimentos em construção de hotéis de 2004/2005 representaram um investimento conjunto e total de R$ 2,6 bilhões. Associação Brasileira de Indústria de hotéis - ABIH (2007), atualmente, o parque hoteleiro nacional possui hoje aproximadamente 25 mil meios de hospedagem, e deste universo 18 mil são hotéis e pousadas, desses empreendimentos, metade está em São Paulo e no estado do Rio – 25% no nordeste, com destaque para a Bahia. No geral, 70% são empreendimentos de pequeno porte. Neste contexto, muitas matérias trazem inovações, o que é certo e que de cada 10 empregos da população ativa uma é de turismo, o que já é um número expressivo e razoável, levando em conta que os outros segmentos têm força e representatividade. Na concepção de Oliveira (2005) pode parecer pouco técnico agregar aspectos afetivos ao ambiente de negócios, entretanto, este é um grande diferencial e que pode ser utilizado por Pousadas e pequenos Hotéis. Destaca também que todos os tipos de estabelecimentos, independente do seu tamanho, podem oferecer um diferencial e para isso, a formulação de estratégias competitivas torna-se indispensável. 3. Estratégias Empresariais De acordo com Mintzberg e Quinn (2001) estratégia é o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüências de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças no ambientes antecipadas e providências contingentes realizadas por oponentes inteligências. Estratégia é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar os objetivos e os desafios da empresa. É importante procurar estabelecer estratégias alternativas para facilitar as alterações dos caminhos ou ações de acordo com as necessidades. A finalidade das estratégias empresariais é estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos estabelecidos pela empresa. (OLIVEIRA, 1988, p. 20). Segundo conceito clássico, desenvolvido por Henri Fayol (1990), “o gestor é definido pelas suas funções no interior da organização: é a pessoa a quem compete a interpretação dos objetivos propostos pela organização e atuar, através do planejamento, da organização, da liderança ou direção e do controle, a fim de atingir os referidos objetivos.” Daqui se conclui que o gestor é alguém que desenvolve os planos estratégicos e operacionais que julga mais eficazes para atingir os objetivos propostos, concebe as estruturas e estabelece as regras, políticas e procedimentos mais adequados aos planos desenvolvidos e, por fim, implementa e coordena a execução dos planos através de um determinado tipo de comando. O autor Caravantes (2005), define planejamento como sendo onde a organização deseja estar no futuro e como chegar lá, definindo objetivos, decidindo as tarefas e a utilização dos recursos necessários para atingi-los. O planejamento ocorre nos três níveis da organização: o estratégico, tático e operacional. O planejamento estratégico é aquele que tem um impacto significativo na organização como um todo e que, em geral, implica a alocação de um volume maior de recursos e uma visão temporal mais dilatada. Os níveis táticos e operacionais estão basicamente voltados para a implementação dos planos estratégicos. V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 Para Henry Mintzber e Quinn (2001) a palavra estratégia há muito tem sido usada implicitamente de várias maneiras, mesmo que tenha sido definida tradicionalmente em apenas uma. Assim sendo cinco definições de estratégia são apresentadas: Estratégia como plano: é um guia ou curso de ação para o futuro (estratégia pretendida); Estratégia como padrão: corresponde a consistência em comportamento ao longo do tempo (estratégia realizada); Estratégia como posição: é a localização de produtos em determinados mercados; Estratégia como Perspectiva: é a maneira fundamental de uma organização fazer as coisas.; Estratégia como truque (manobra): específica para enganar o opositor.. Na concepção de Porter (1986) o desenvolvimento de uma estratégia competitiva é o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa irá competir, quais deveriam ser suas metas e quais as políticas necessárias para levarem-se a cabo estas metas. Segundo o mesmo autor o método clássico para a formulação de estratégias demonstra que a estratégia competitiva é uma combinação dos fins (metas) que a empresa busca e dos meios (políticas) pelos quais ela está buscando chegar lá. A roda da estratégia competitiva é um dispositivo para a articulação dos aspectos básicos da estratégia competitiva de uma empresa em uma única página. Ainda na concepção de Porter (1986) a formulação de uma estratégia competitiva envolve considerar quatro fatores básicos, que determinam os limites daquilo que a companhia pode realizar com sucesso. De acordo com o mesmo autor, os pontos fracos e os pontos fortes da companhia são o seu perfil de ativos e as qualificações em relação a concorrência. Os pontos fracos e fortes combinados com os valores pessoais de uma organização determinam os limites internos (à companhia) da estratégia competitiva que uma organização pode adotar com pleno êxito. Os limites externos são determinados pelo mercado (indústria) e pos seu meio ambiente mais amplo. As ameaças e oportunidades do mercado definem o meio competitivo, com seus riscos subseqüentes e as oportunidades potenciais. Neste contexto, estes quatro dados, forças e fraquezas, ameaças e oportunidades, devem ser considerados antes de uma empresa desenvolver um conjunto realista e exeqüível de metas e políticas. Para Mintzber e Quinn (2001) podem-se extrair do processo de estratégia empresarial dois aspectos importantes, inter-relacionados na vida real, mas separáveis para efeito de análise. O primeiro é a formulação das estratégias e o segundo é a implementação. As principais atividades da formulação estratégica incluem: a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da empresa, adicionando-se algumas estimativas de risco às alternativas. Antes de ser feita a escolha os pontos fortes e fracos da empresa devem ser avaliados juntamente com os recursos disponíveis. As alternativas estratégicas que resultam de oportunidades equivalentes a capacidades em um nível aceitável de risco é o que se pode chamar de estratégia econômica. No que se refere a implementação da estratégia, ela é composta de uma série de subatividades basicamente administrativas, tais como: mobilização de recursos adequada; estrutura organizacional adequada; processos organizacionais de medição de desempenho, de remuneração e de desenvolvimento gerenciais, e sistema de incentivos e controle; e liderança efetiva. Morgan (1989) defende que as organizações adaptam-se ao ambiente (visão contingencial) ou são “selecionadas” pelo ambiente em termos de sobrevivência (ecologia populacional). O ambiente externo pode ser classificado em operacional (ambiente de tarefa, ambiente de ação direta ou microambiente) e macroambiente (ambiente geral ou de ação indireta). Hall (1984) trata a variável ambiente externo de duas formas: (i) em termos de seu conteúdo, incluindo condições tecnológicas, legais, políticas, demográficas e culturais; e, (ii) em termos de uma perspectiva mais analítica, incluindo as dimensões estabilidade e turbulência. V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 Como já foi ressaltada, a essência de uma estratégia é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente. Para tanto, os aspecto principal do meio ambiente de uma empresa é o mercado ou os mercados em que ela compete e, neste é neste ponto básico que se encontram as diferentes habilidades das empresas em lidar com estes mercados. Neste contexto, o grau de concorrência em um mercado depende de cinco forças competitivas básicas. Para Porter (1986) as cinco forças competitivas; ameaças de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes, refletem o fato de que a concorrência em um mercado não está limitada aos participantes estabelecidos. Clientes, fornecedores, substitutos e os entrantes potenciais são todos concorrentes para as empresas no mercado, podendo ter maior ou menor importância, dependendo das circunstâncias. Uma vez diagnosticada as forças que afetam a concorrência em um mercado e suas causas, a empresa está em posição para identificar seus pontos fracos e fortes em relação ao mercado. Neste contexto, uma estratégia competitiva efetiva assume uma ação ofensiva ou defensiva de modo a criar uma posição defensável contra as cinco forças competitiva. De modo amplo, de acordo com Porter (1986) isto compreende uma série de abordagens possíveis: Posicionar a empresa de modo que suas capacidades proporcionem a melhor defesa contra o conjunto existente de forças competitivas; Influenciar o equilíbrio de forças através de movimentos estratégicos e, assim, melhorar a posição relativa da empresa, ou; Antecipar as mudanças nos fatores básicos das forças e responder a elas, explorando, assim, a mudança através da escolha de uma estratégia apropriada ao novo equilíbrio competitivo antes que os rivais a identifiquem. De acordo com Oliveira (1988) através da identificação dos fatores internos e externos è empresa a organização pode definir melhor suas estratégias, de forma a nortear suas decisões da seguinte forma: • Sobrevivência: é utilizada nos casos em que o ambiente e a organização encontram-se em situações adversas, ou seja, predominam internamente os pontos fracos e no ambiente as perspectivas são desfavoráveis. Este tipo de estratégia leva à redução dos investimentos e das despesas, podendo até mesmo acarretar a liquidação do negócio. • Manutenção: dá-se quando a empresa identifica um ambiente com predominância de ameaças, porém seus fatores internos são fortes o suficiente para possibilitar a manutenção de sua posição de produto/mercado conquistada até o momento. Há busca da manutenção da estabilidade do produto/mercado, a proteção do nicho conquistado ou a especialização em determinado segmento do mercado. • Crescimento: ocorre nos casos em que há predominância de pontos fracos, mas que visualizam as crescentes oportunidades existentes no ambiente. Busca-se a inovação, a internacionalização, joint venture e/ou a expansão do produto/mercado. • Desenvolvimento: há a predominância de pontos fortes na organização e de oportunidades no ambiente externo. Procuram-se novos mercados e clientes, diferentes dos conhecidos atualmente, ou procurar novas tecnologias diferentes daquelas que a empresa domina. As empresas descobriram várias maneira de atingirem seus objetivos, e a melhor estratégia para ima dada empresa é uma solução única que reflete suas circunstâncias particulares. No sentido mais amplo de acordo com Porter (1986) podemos encontrar três estratégias genéricas internamente consistentes para criar uma posição defensável a longo prazo e superar os concorrentes em um mercado. Estas opções estratégicas podem ser a de liderança de custos, a diferenciação ou a de foco (enfoque) nos custos ou na diferenciação: V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 • Liderança de Custos: é considerada por muitos autores como a responsável pela popularização da curva de experiência, ou seja, o alcance da liderança no custo total frente aos concorrentes através de uma política funcional, orientada para a minimização dos custos e despesas. • Diferenciação: a organização procura se destacar com um estilo de produto/serviço inigualável sob diversos aspectos, como exemplo, projeto ou imagem da marca, tecnologia, peculiaridades, rede de fornecedores, dentre outros. • Enfoque: visa a atingir um determinado grupo de compradores, um segmento da linha de produto ou um determinado mercado geográfico. A organização dirige seus produtos ou serviços para atender um alvo específico de forma mais eficiente e mais efetiva que seus concorrentes. As três estratégias diferem em outras dimensões além das diferenças funcionais. Sua colocação em prática som sucesso exige diferentes recursos e habilidades. As estratégias também implicam em arranjos organizacionais diferentes, procedimentos de controle e sistemas criativos. Algumas implicações comuns das estratégias genéricas nestas áreas podem ser observadas na figura 01. Além destas opções estratégicas Porter (1986) estabelece algumas dimensões a partir das quais uma empresa pode montar suas opções estratégicas, tais como: Especialização em uma linha de produto e/ou segmento de mercado; Identificação da marca, principalmente através de publicidade; Integração vertical seja para frente ou para trás; Seleção de canais de distribuição; Qualidade do produto e liderança tecnológica; Políticas de preços e posicionamento de custos, tanto no que se refere à manufatura, distribuição ou serviços associados; Na concepção de Minzberg e Quinn (2001) após a definição da estrutura estratégica, critérios de avaliação tornam-se indispensáveis para os eu sucesso. Estes incluem sua clareza, impacto motivacional, consistência material, compatibilidade com o meio ambiente, adequação á luz dos recursos, grau de risco, equiparação aos valores pessoas de figuras exponenciais, horizonte de tempo e praticabilidade. Manter a iniciativa, a concentração, ser flexível, ter uma liderança coordenada e comprometida, lidar com surpresas e ter segurança, são outros quesitos importantes para o seu sucesso. A avaliação das estratégias apresenta-se como uma análise de planos e resultados de planos que se ocupa basicamente da missão precípua do empreendimento, uma busca de defeitos críticos baseados em critérios tais como a sua consistência; sua consonância; as vantagens competitivas e; sua viabilidade. Seus resultados são a rejeições, a modificações ou a ratificação de estratégias existentes. A capacidade de uma empresa em manter sua posição competitiva, pode ser entendida por gerentes que possam manter uma visão dual de estratégia e avaliação de estratégia. V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 ESTRATÉGIA GENÉRICA • Liderança no Custo Total Diferenciação • • • • • • • • • • Enfoque • • RECURSOS E HABILIDADES REQUERIDOS Investimento de capital sustentado e acesso ao capital. Boa capacidade de engenharia de processo. Supervisão intensa da mão-de-obra. Produtos projetados para facilitar a fabricação. Sistema de distribuição com baixo custo. Grande habilidade de marketing. Engenharia de produto. Tino criativo. Grande capacidade em pesquisa básica. REQUISITOS ORGANIZACIONAIS COMUNS • Controle de custo rígido. • Relatórios de controle freqüentes e detalhados. • Organização e responsabilidades estruturadas. • Incentivos baseados em metas estritamente quantitativas. • Forte coordenação entre funções em P&D, desenvolvimento do produto e marketing. • Avaliações e incentivos subjetivos em vez de medidas quantitativas Reputação da empresa como líder em • Ambiente ameno para atrair qualidade ou tecnologia. mão-de-obra altamente qualificada, cientistas ou Longa tradição na indústria ou combinação pessoas criativas. ímpar de habilidades trazidas de outros negócios. • Combinação das políticas acima dirigidas para a meta Forte cooperação dos canais. estratégica em particular. Combinação das políticas acima dirigidas para a meta estratégica em particular. Figura 01: Outros requisitos das estratégias genéricas. Fonte: Fonte: PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Ed. Campus. Rio de Janeiro, 1986. p. 54. Para Minzberg e Quinn (2001) um ponto que reúne dois conceitos críticos da formulação da estratégia paira na a essência competitiva, a idéia de que as empresas precisam formar manter e usar em suas formulações de estratégia, que são competências fundamentais nas quais contribuem valores singulares para os clientes (vantagem competitiva), e quais atividades poderiam ser compradas externamente com maior eficiência. O outro ponto reside no conceito de terceirização da estratégia, a qual envolve a análise de questões referentes à vantagem competitiva, ao custo de transação, quanto às formas de vulnerabilidade, quanto ao grau de controle das fontes e aos riscos estratégicos. Neste contexto, tais estratégias, quando combinadas inteligentemente, os dois conceitos proporcionam melhores retornos de capital, riscos menores, maior flexibilidade e melhores respostas às necessidades dos clientes a um custo menor. Na concepção de Lerner (2002) após a identificação das oportunidade e ameaças do ambiente da empresa e dos pontos fracos e fortes da empresa, esses quatro dados devem ser considerados antes de uma empresa desenvolver um conjunto realista e exeqüível de metas e políticas e neste contexto, a adequação de uma estratégia competitiva pode ser determinada com o teste das metas e das políticas quanto a sua consistência, como pode ser observado na figura 02. V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 CONSISTÊNCIA INTERNA • As metas são mutuamente alcançáveis? • Será que as políticas operacionais básicas dirigem-se para as metas? • Será que as políticas operacionais básicas reforçam-se mutuamente? AJUSTE AMBIENTAL • Será que as metas e as políticas exploram as oportunidades da indústria? • Será que as metas e as políticas abordam as ameaças da industria até o grau possível com os recursos disponíveis? • Será que a oportunidade das metas e as políticas refletem a habilidade do meio em absorver as ações? • Será que as metas e as políticas respondem aos interesses mais amplos da sociedade? AJUSTES DE RECURSOS? • Será que as metas e as políticas se ajustam aos recursos à disposição da companhia em relação à concorrência? • Será que a oportunidade das metas e das políticas reflete a habilidade da organização em modificarse? COMUNICAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO • Será que as metas foram bem compreendidas pelos principais implementadores? • Será que existe uma congruência suficiente entre as metas e as políticas e os valores dos principais implementadores, de modo a assegurar um compromisso? • Será que existe capacidade gerencial suficiente para permitir uma implementação efetiva? Figura 02: Teste de consistência Fonte: LERNER, Walter, Como planejar e organizar negócios competitivos. IOB, São Paulo, 2002. p. 19. Para Lerner (2002) as amplas considerações abordadas no teste de consistência acima apresentado, em uma estratégia competitiva efetiva podem ser traduzidas em um método generalizado para a formulação da estratégia. 3. Metodologia de Pesquisa No que tange os a abordagem do problema a presente pesquisa classifica-se quantitativa, Para a realização da pesquisa quantitativa, foram escolhidos os hotéis: Hotel Continental Santa Maria; Hotel Morotin e Itaimbé Palace Hotel, pois suas características são semelhantes, assim sendo, foram selecionados através dos aspectos que cada um compete, sendo assim, três hotéis da cidade de Santa Maria. No que se refere aos objetivos à pesquisa se classifica como exploratória e descritiva. A primeira fase da pesquisa de caráter exploratório utilizou-se de pesquisa bibliográfica por que houve uma vasta consulta ao material didático para melhor conhecimento e aperfeiçoamento sobre o assunto abordado. A segunda fase de caráter descritivo, conforme Gil (1999), pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, ainda, o estabelecimento de relações entre variáveis. De acordo com os procedimentos técnicos a presente pesquisa classifica-se como uma pesquisa de campo, porque foi realizada a pesquisa junto aos gestores das organizações, e se caracterizou também como qualitativa, pois algumas questões foram comentadas. Para a coleta dos dados foi desenvolvido um questionário com perguntas fechadas, o qual será aplicado aos gerentes das empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria, o qual será dividido em três partes principais: Processo de formulação das estratégias empresariais nas empresas pesquisadas; Levantamento das opções estratégias utilizadas pelas empresas pesquisadas e; Determinação da consistência das metas e políticas proposta, visando à adequação das estratégias empresariais; V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 O questionário teve como base as principais tipologias de estratégia competitivas, dentre elas a tipologias de Porter (1986), Mintzberg (2001) e Oliveira (1988). O questionário foi aplicado em forma de entrevista estruturada aos gerentes responsáveis pelas informações necessárias das principais empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria. Os dados foram coletados durante visitas realizadas nos hotéis, nesta oportunidade o pesquisador conversou com os donos ou gerentes dos empreendimentos preenchendo o questionário de coleta, esclarecendo qualquer questão que viesse a surgir. 4. A Formulação das Estratégias Empresariais no Setor Hoteleiro de Santa Maria-RS Partindo do objetivo de destacar como se dá o processo de formulação das estratégias empresariais nas principais empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria, foi aplicado um questionário que serviu também de roteiro para entrevista, o qual foi aplicado ao gerente responsável pelas informações pertinentes à pesquisa. Segundo Kaplan e Norton (2004, p. 5), “não existem duas organizações que pensem sobre estratégia da mesma maneira”, o que leva a concluir que o modelo a ser escolhido deve seguir a linha de cultura, aprendizado e conhecimento da organização. Com relação ao primeiro item analisado, constatou-se que em geral as empresas têm consciência, ou pelo menos quase sempre, dos fatores básicos para o seu sucesso, tendo em vista as oportunidades e ameaças do setor, e procuram-se adaptar aos fatores econômicos, políticos, sociais, ambientais governamentais que possam apresentar como oportunidades ou ameaças para o mercado. A tabela 01 apresenta as respostas das empresas denominadas A, B e C, no que tange sobre o processo de formulação da estratégia. Tabela 01: Processo de Formulação da Estratégia. Variáveis Pesquisadas/ Respostas das Empresas Empresa A Quase Sempre Quase Sempre Empresa B Sempre Empresa C Quase Sempre Quase Sempre 1. A empresa tem consciência dos fatores básicos para o seu sucesso competitivo, tendo em vista as oportunidades e ameaças para o seu setor? 2. A empresa procura monitorar a adapta-se aos fatores políticos, Sempre econômicos, sociais, ambientais e governamentais que podem apresentar-se como oportunidades e ameaças ao seu mercado? 3. A empresa monitora as capacidades e limitações de seus concorrentes Sempre Sempre Quase existentes e potenciais e seus prováveis movimentos futuros? Sempre 4. Dada a análise da concorrência, a empresa conhece e administra seus Sempre Sempre Quase pontos fracos e fortes em relação aos concorrentes presentes e futuros? Sempre 5. As estratégias da empresa são formuladas com base na análise de seus Nem Sempre Sempre pontos fracos e fortes com relação ä concorrência e as oportunidades e Sempre QQ ameaças de seu mercado? Fonte: Pesquisa Estratégias Competitivas Setor Hoteleiro (Santa Maria, 2007). Observaram-se nas entrevistas realizadas junto às empresas pesquisadas que, elas geralmente procuram monitorar as capacidades e limitações dos concorrentes existentes e potenciais, bem como seus prováveis movimentos futuros, para a formulação de suas estratégias. Para tanto, as informações advindas da análise da concorrência, servem de base para a administração de seus pontos fracos e fortes em relação aos concorrentes e ao seu mercado. A força ou ponto forte de uma organização é uma característica interna que facilita o cumprimento de seus missão e objetivos. A fraqueza ou ponto fraco é uma deficiência interna capaz de prejudicar o cumprimento de sua missão e objetivos. (LOBATO, 2004) Avaliar as forças e fraquezas da organização é realizar o diagnóstico interno que ajuda a de0finir os tipos de estratégias que podem ser adotadas pela organização. Isso porque, V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 enquanto as oportunidades e ameaças indicam o que deve ser feito, as forças e fraquezas indicam o que pode ser feito. (LOBATO, 2004) Tendo em vista os principais pontos fracos e fortes relacionados pelas empresas pesquisadas com relação à concorrência pode-se citar: a estrutura que possuem, localização da empresa, tempo no mercado e tradição conquistada pelas empresas em mercado de atuação. Barretto (2000, p. 48) cita que os hotéis são um dos principais equipamentos turísticos, tanto de negócios como de lazer, sendo que sem o conjunto destes equipamentos (hotéis, alojamentos extra-hoteleiros, transportadoras e agências), os eventos turísticos não aconteceriam. Quanto aos recursos que as empresas possuem para se ter como pontos fortes ou fracos, Lobato (2004, p. 60) cita que tais recursos poder ser tangíveis, como máquinas, equipamentos e instalações; ou intangíveis, como marca, patentes, a confiança por parte dos funcionários e a tradição no mercado. Com relação às oportunidades e ameaças do mercado hoteleiro, as empresas pesquisadas relacionaram como principais ameaças: a entrada de grandes redes hoteleiras no mercado, uma vez que elas terão um poder de barganha muito mais amplo, e também em relação a marca e reconhecimento, um hotel igual o outro, em termos de atendimento e estrutura. Outra ameaça do mercado é justamente o fato de que a cidade de Santa Maria, pra ser mais preciso, os agentes da cidade não incorporarem o fator localização para segmentar um projeto de turismo. Na verdade, a ameaça quanto a isso é de que outras cidades vizinhas façam isso antes. Como principal oportunidade citada, é o fato de Santa Maria estar posicionada em no centro do estado, possuindo diversas universidades, sendo assim, um ponto relevante para que se façam encontros, evento na cidade, tanto de instituições públicas quanto privadas. Em relação a isso, ocorre que entidades políticas locais estão promovendo um projeto para a realização de uma estrutura para que esses tipos de eventos possam a ser realizados em Santa Maria, e está aí a oportunidade do turismo de negócio aumentar, e por que não citar também, o turismo de lazer, uma vez que a região tem vários lugares interessantes para a distração e lazer. 5. As Opções Estratégicas do Setor Hoteleiro de Santa Maria-RS Com o objetivo de identificar quais as opções estratégias utilizadas pelas principais empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria, na tabela 02, são apresentadas as repostas coletadas junto às empresas, sobre as opções estratégias adotadas pelas organizações do presente estudo, tendo como base a liderança no custo total, diferenciação ou enfoque. Pode-se notar que, nesse quesito, houve diferentes posicionamentos em relação à opção estratégica das empresas frente ao mercado. Tabela 02: Opções Estratégicas. Variáveis Pesquisadas/Respostas Empresas LIDERANÇA NO CUSTO TOTAL: 1. A estratégia da empresa consiste em atingir a liderança no custo total em seu mercado através de um conjunto de políticas funcionais orientadas para este objetivo básico? 2. O custo baixo em relação aos concorrentes é a escolha central de toda a estratégia, embora qualidade, assistência e outras áreas não possam ser ignoradas? 3. A empresa tem intensa atenção administrativa voltada ao controle de custos para atingir suas metas? 4. A estratégia de baixo custo produz para a empresa retornos acima da média de seu mercado de atuação? Empresa A Empresa B Empresa C Nem Sempre Sempre Sempre Nem Sempre Nem Sempre Nem Sempre Sempre Sempre Sempre Nem Sempre Nem Sempre Nem Sempre V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 5. A estratégia de baixo custo defende a empresa contra compradores poderosos porque os compradores só podem exercer seu poder para baixar os preços ao nível do concorrente mais eficiente? 6. A estratégia de baixo custo proporciona defesa contra fornecedores poderosos, trazendo maior flexibilidade para enfrentar os aumentos de custos dos insumos? 7. Uma posição voltada a baixo custo coloca a empresa em uma posição favorável em relação aos produtos substitutos de seus concorrentes no mercado? DIFERENCIAÇÃ0: 8. A estratégia da empresa consiste em diferenciar os produtos e serviços oferecidos pela empresa, criando algo que seja considerado único ao âmbito de seu mercado? 9. A estratégia de diferenciação traz retorno acima da média do mercado, pois cria uma posição defensável para enfrentar forças competitivas? Nem Sempre Nem Sempre Quase Sempre Quase Sempre Sempre Quase Sempre Sempre Nem Sempre Sempre Sempre Sempre Sempre Sempre Quase Sempre Quase Sempre 10. A diferenciação proporciona isolamento contra a rivalidade Às Vezes Nem Quase competitiva, a medida que proporciona a lealdade dos consumidores? Sempre Sempre 11. A diferenciação produz margens mais altas com as quais é Quase Sempre Quase possível lidar com o poder dos fornecedores e claramente ameniza o Sempre Sempre poder dos compradores? 12. A diferenciação proporciona melhor posicionamento para a As Vezes Quase Sempre empresa com relação aos substitutos do que a concorrência? Sempre 13. A lealdade do consumidor advinda da estratégia de diferenciação e Às Vezes Sempre Às Vezes a necessidade de um concorrente superar a supremacia da empresa colocam barreiras de entrada? ENFOQUE: 14. A empresa enfoca estratégias diferentes (custo X diferenciação) Sempre Sempre Sempre para diferentes nichos/segmentos de mercado? Fonte: Pesquisa Estratégias Competitivas Setor Hoteleiro (Santa Maria, 2007). Como pode ser observada na tabela acima, no que tange a estratégia de liderança no custo total, a maioria das empresas enfocou que não focarem sua escolha apenas neste tipo de estratégia. Para a maioria das empresas a estratégia de baixo custo visa defendê-las de compradores poderosos, como também proporciona defesa de grandes fornecedores. Outro fato reside na constatação de que, uma posição voltada a baixo custo pode proporcionar uma posição favorável em relação a produtos substitutos de seus concorrentes no mercado. No entanto, a maioria das empresas pesquisadas destaca ter intensa atenção administrativa voltada ao controle de custos para atingir suas metas, porém, observaram que este controle não proporciona retornos acima da média de seu mercado de atuação. Observase que, devido ao setor e pelas empresas pesquisadas estarem entre as maiores na cidade de Santa Maria, a escolha estratégica, apenas focada em lideranças em custos, não garante um retorno e posicionamento seguro no seu mercado de atuação. Como pode ser observado na tabela 02, no que se refere à estratégia de diferenciação a maioria das empresas buscam diferenciar seus produtos e serviços oferecidos, criando assim algo que seja considerado único para o mercado. Diferenciação do produto significa que as empresas tem sua marca identificada e desenvolvem um sentimento de lealdade com seus clientes, originados do esforço passado de publicidade, serviço ao consumidor, diferenças dos produtos, ou por terem entrado primeiro no mercado. A diferenciação cria uma barreira à entrada forçando os entrantes a efetuar despesas pesadas para superar os vínculos estabelecidos com os clientes. Este esforço em geral acarreta prejuízos iniciais e por um longo tempo. (PORTER, 2001) Observou-se que para a maioria das empresas acreditam que a diferenciação cria uma posição defensável para enfrentar forças competitivas, e que esta opção pode proporcionar um V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 razoável isolamento contra a rivalidade competitiva, trazendo assim, retornos acima da média do mercado. Observou-se que, no que tange a obtenção de margens mais altas, com base na diferenciação, para a maioria das empresas quase sempre estas resultam dos resultados advindos das negociações com os fornecedores, fato que, pode amenizar o poder dos compradores. Segundo Ghemawat (2000, p. 40), a ameaça representada por substitutos à lucratividade de uma empresa depende das proporções relativas preço/qualidade dos diferentes tipos de produtos ou serviços aos quais os clientes podem recorrer para satisfazer a mesma necessidade básica. Destaca-se que no âmbito da maioria das empresas, nem sempre a lealdade dos consumidores provém da estratégia de diferenciação, e sim, das necessidades de superar a supremacia dos concorrentes, tornando-se desta forma uma barreiras de entrada. Para tanto, devido ao setor de atuação e ao posicionamento das empresas pesquisadas, destaca-se que se torna imprescindível a constante busca em oferecer, produtos e serviços de qualidade de visem diferenciar as empresas em um setor altamente competitivo. No que se refere à estratégia de enfoque observou-se que, na maioria das empresas pesquisadas procuram direcionar as estratégias para diferentes nichos/segmentos de mercado. No entanto, destaca-se que as empresas têm seu enfoque mais voltado para a diferenciação de seus produtos e serviços, tendo em vista a segmentação de seus mercados, como por exemplo o investimento na qualidade dos produtos e serviços, com alas para diferentes públicos, na busca da criação de clientes potenciais bem como da lealdade de seus clientes atuais. 6. Consistências das Metas e Políticas para a Adequação Estratégica Tendo em vista o objetivo de determinar a consistência das metas e políticas proposta, visando à adequação das estratégias empresariais, das principais empresas do setor hoteleiro da cidade de Santa Maria, na tabela 03 são apresentados as variáveis pesquisadas e, acerca destes quesitos pôde-se constatar que as empresas pesquisadas apresentam diferentes posicionamentos internos em relação às estratégias competitivas que o mercado lhes impõe. Na tabela abaixo se pode observar as variáveis que influenciam na consistência das metas e políticas para a adequação estratégica das empresas, tais como: o ambiente interno da organização; no ajuste ambiental, relacionado ao seu mercado; na comunicação e implementação destas metas e; dos ajustes dos recursos necessários para a implementação das metas. Tabela 03: Teste de Consistência. Variáveis Pesquisadas\Respostas das Empresas CONSISTÊNCIA INTERNA 1. As metas formuladas pela empresa para o alcance de seus objetivos são alcançáveis? 2. As políticas operacionais básicas, que são os meios para o alcance dos objetivos, dirigem-se para estas metas (fins)? AJUSTE AMBIENTAL 3. As metas e as políticas da empresa exploram as oportunidades do mercado? 4. As metas e as políticas procuram abordar as possíveis ameaças do mercado? 5. As metas e as políticas respondem aos interesses mais amplos da sociedade? COMUNICAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO. 6. As metas foram bem compreendidas pelos principais implementadores? Empresa A Empresa B Empresa C Nem Sempre Quase Sempre Sempre Sempre Às Vezes Sempre Às Vezes Quase Sempre Quase Sempre Sempre Sempre Sempre Sempre Sempre Quase Sempre Às Vezes Sempre Quase Sempre V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 7. Existe congruência suficiente entre as metas e as políticas e os valores Quase Quase Sempre dos principais implementadores, de modo a assegurar um compromisso? Sempre Sempre 8. Existe capacidade gerencial suficiente para permitir uma implementação Quase Sempre Sempre efetiva? Sempre 9. Existe uma comunicação e comprometimento efetivo de todas as áreas da Quase Sempre Quase empresa visando a integração das mesmas as metas e políticas da empresa? Sempre Sempre 10. As metas são implementadas e controladas de forma planejada, gerando Sempre Sempre Quase um feedback (retorno) sobre sua aplicação? Sempre AJUSTE DE RECURSOS 11. As políticas e metas da empresa se ajustam aos recursos ä disposição da Nem Sempre Quase companhia em relação á concorrência? Sempre Sempre 12. Será que a oportunidade das metas e das políticas reflete a habilidade da Às Quase Quase organização em modificar-se? Vezes Sempre Sempre Fonte: Pesquisa Estratégias Competitivas Setor Hoteleiro (Santa Maria, 2007). • • • • Com relação as variáveis acima apresentadas, pode-se destacar: Sobre a consistência interna: Observou-se que a maioria das empresas, extrapolam em suas metas, ou seja, as metas formuladas não estão sendo alcançadas, somente para uma empresa isso está sendo possível. Porém, todas elas destacaram que as políticas operacionais básicas, sempre, ou quase sempre são os meios para o alcance dos objetivos, e dirigem-se para estas metas. No que se refere ao ajuste ambiental: Destaca-se que a maioria das empresas explora as oportunidades e abordam as possíveis ameaças que o mercado lhe impõe, mas quase sempre as metas e as políticas das empresas respondem aos interesses do mercado. No que tange a comunicação e implementação: Na presente pesquisa, foi constatada que as empresas pesquisadas têm certas dificuldades para que as metas sejam bem compreendidas pelos principais implementadores, e que quase sempre, na maioria das empresas, existe congruência entre as metas, políticas e valores, para que se assegure o compromisso dos implementadores. Destaca-se também que, para a maioria das empresas, sempre há capacidade gerencial suficiente para permitir uma implementação efetiva das estratégias, e que quase sempre existe uma comunicação e comprometimento efetivo de todas as áreas da empresa, visando à integração das mesmas, para seguirem as metas e as políticas das empresas. Outro ponto reside na constatação de que para a maioria das empresas, as metas são implementadas e controladas, de modo a gerar um feedback sobre sua aplicação. Quanto ao ajuste de recursos: Observou-se que para a maioria das empresas as políticas e metas das empresas quase sempre visam o ajuste dos recursos á disposição da companhia em relação á concorrência. Outro ponto é que, para a maioria das empresas, quase sempre a oportunidade das metas e das políticas reflete a habilidade da organização em modificar-se. Mintzberg e Quinn (2001) sugerem que a estratégia escolhida pela organização deve ser criativa e inovadora, assegurando seu êxito nos negócios atuais, ao mesmo tempo em que constrói as competências essenciais do amanhã. O autor alerta que a estratégia realizada de uma organização nem sempre coincide com a estratégia pretendida, devido às constantes mudanças verificadas no atual ambiente contínua entre cinco dimensões: estratégia pretendida, estratégias deliberadas, estratégias emergentes, estratégias realizadas e estratégias não realizadas. Estratégia, pra Quinn (2001), é um modelo ou um plano que integra os principais objetivos, políticas e seqüências de ação num todo sinérgico. Para o autor, uma estratégia bem formulada apóia o líder e distribui os recursos da organização numa postura única e viável, V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 baseada nas competências e deficiências internas relativas na antecipação de alterações do meio ambiente e nas mudanças contingenciadoras dos concorrentes. Pode-se desta forma destacar que, as empresas pesquisadas consideram que as estratégias competitivas adotadas por elas são adequadas para o atingimento de seus objetos e metas estabelecidas pela empresa, sendo que, enquanto a empresa A tem mais deficiências nos recursos, a empresa B se apresenta com maiores capacidades e com um conhecimento mais amplo de onde está inserida. Como também a empresa C destaca ter plena convicção de que as estratégias refletirem a imagem da empresa. 5. Conclusões Tendo em vista o objetivo geral de conhecer as estratégias que os hotéis pertencentes a presente pesquisa utilizam para se sobressair aos concorrentes propiciando aos clientes maiores benefícios, conforto e praticidade, pode se concluir que as empresas pesquisadas têm uma visão geral sobre o mercado santa mariense, porém, ás empresas não mostram-se preparadas para enfrentar eventuais concorrentes externos, conforme o próprio relato das empresas pesquisadas. Quanto ao processo de formulação das estratégias, nota-se que as empresas sempre estão voltadas aos concorrentes existentes, porém não aos concorrentes futuros. Este fato demonstra que as empresas planejam suas estratégias totalmente voltadas para apenas um cenário, sendo que se este cenário mudar, não estariam preparadas para administrar esta mudança. No entanto, em alguns pontos as empresas demonstraram consciência das ameaças e oportunidades do seu mercado em uma visão geral, e esperam que as adversidades que estão por vir será de responsabilidades políticas e ou econômicas. Nas opções estratégicas que as empresas utilizam, algumas têm direções mais voltadas ao custo baixo, outras exclusivamente para a diferenciação, mas, todas procuram oferecer produtos únicos, que seus concorrentes não ofereçam, tentando também se prevenir de produtos substitutos. Esta observação demonstra que as empresas têm pleno conhecimento de seus concorrentes e de seus valores, assim elas tendem a segmentar seu mercado, tendo em vista que cada empresa tem o seu público alvo. Para que as estratégias competitivas tenham êxito, primeiramente os colaboradores internos da empresa necessitam compreende-las e assegurarem um compromisso com as mesmas, e neste ponto, notou-se a existência de certa compreensão e compromisso nas empresas pesquisadas. No entanto, mesmo as empresas que possuem uma equipe formada com um forte compromisso, as dificuldades ainda são imensas, pois estas vêem as metas e objetivos como algo que extrapola as dimensões e capacidade da empresa e da equipe. Mas esta dificuldade não é a maior limitação, e sim o gerenciamento dos recursos disponíveis e dos métodos de que estas metas estão sendo alocadas pela empresa em relação à concorrência. Outro ponto fraco reside na constatação de as empresas pesquisadas não tem um interesse especial voltado ao turismo de passeio, apenas para o turismo de negócios, isso é um ponto fraco do ambiente em que estão inseridas, uma vez que se fosse analisado o ambiente, seria detectado que outra localidade de menor porte, já se volta para essa visão, o que torna o mercado santa mariense despreparado estruturalmente para assegurar tais turistas. O trabalho mostrou que, num mercado altamente competitivo, as empresas tendem cada vez mais a analisarem o ambiente em que estão inseridas e as suas capacidades e limitações para que formulem suas estratégias para ora suprir o mercado ora para expandi-lo. 6. Referências • ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Perfil da Hotelaria Nacional. Disponível em: http://www.abih.com.br – Acesso em: 23 abr. 2007. V Simpósio de Gestão e Estratégia em Negócios Seropédica, RJ, Brasil, Setembro de 2007 • BARRETOS, Margarita. 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