7 INTRODUÇÃO Administrar uma empresa nos dias de hoje tem-se tornado para muitos empresários uma enorme preocupação, a globalização dos negócios e produtos vem trazendo para a empresa uma corrida acirrada em busca de mais qualificações, inovações e pioneirismo. Tão importante quanto ter produtos de extrema qualidade e saber administrar o fator humano existentes nas empresas. Saber adotar políticas de recursos humanos adequados a cada situação e a cada cultura organizacional tornase cada vez mais desafiador para os administradores. Estruturar um setor de recursos humanos e adotar boas políticas de apoio aos funcionários faz-se tão necessário quanto estruturar um setor financeiro na empresa. Indiferente ao tamanho da empresa, introduzir sistemas que tragam mais conhecimento e bem estar ao trabalhador, fazendo com que este consiga se adaptar a realidade cultural e ao clima organizacional é de vital importância. Neste novo contexto de organização onde a competitividade esta acima de tudo, as pessoas deixam de ser o problema das organizações para ser a solução de seus problemas, deixam até de ser o recurso organizacional mais importante para se tornar o parceiro principal do negócio. Realmente hoje as pessoas nas organizações são as principais fontes de conhecimento, e o principal desafio para as organizações é gerir pessoas que estejam comprometidas com ela. Visando isto, este trabalho procura pesquisar as micro empresas do setor que possuem deficiência ou inexistência de políticas de recursos humanos nas empresas. 8 1 DELINEAMENTO DA PESQUISA 1.1 Objetivo Geral Analisar as políticas de Recursos Humano praticadas nas micro empresas do setor de confecção do vestuário. 1.2 Objetivos Específicos Identificar as políticas de Recursos Humanos praticadas nas empresas. Propor políticas de Recursos Humanos para micro empresas. Descrever situações onde se façam necessários introduzir políticas de Recursos Humanos. 1.3 Justificativa A informalidade com que as empresas tratam o setor de Recursos Humanos dentro das micro empresas nos dias de hoje precisam ser melhoradas. Faz-se necessário, então, estudos aprofundado sobre políticas de Recursos Humanos e suas implicações nas organizações e em especial nas micro empresas. 9 Mas justifica-se ainda a importância deste trabalho quando no panorama atual de globalização da economia, gerir pessoas tem papel fundamental na determinação do nível competitivo das organizações. Avaliar este aspecto e subsidiar outras empresas é o objetivo desta pesquisa. 10 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 Gestão de Pessoas Quando as organizações são bem-sucedidas, elas tendem a crescer ou, no mínimo, sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital, incremento de tecnologia, atividade de apoio etc.; além disso, provoca o aumento do número de pessoas, bem como a necessidade de se intensificar a aplicação de seus conhecimentos, habilidades e destrezaz indispensáveis à manutenção e competitividade do negócio. Com tudo isto se assegura que os recursos materiais, financeiros e tecnológicos sejam utilizados com eficiência e eficácia. E as pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional: elas passam a construir a competência básica da organização, a sua principal vantagem competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e fortemente competitivo (CHIAVENATO,1999, p.4). Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo nas pessoas que os entendem e que sabem criá-los, desenvolvê-los, produzi-los. Em vez de investirem diretamente nos clientes, elas estão investindo nas pessoas que os atendem e os servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. As pessoas passam a construir o elemento básico do sucesso empresarial. Fala-se hoje em estratégia de recursos humanos como a utilização deliberada das pessoas para ajudar a ganhar ou manter uma vantagem auto- 11 sustentada da organização em relação aos concorrentes que disputam o mercado. A estratégia constitui o plano global ou a abordagem geral que a organização adota para assegurar que as pessoas possam cumprir adequadamente a missão organizacional (CHIAVENATO,1999, p.4). 2.1.1 O Contexto da Gestão de Pessoas O Contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações, e estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar sucesso. De um lado, o torna considerável tempo de vida e de esforço das pessoas, que dele dependem para sua subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, quase impossível, em face da importância e impacto que nelas provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações onde trabalham para atingir os seus objetivos pessoas e individuais. Crescer na vida e ser bem-sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. De outro lado, as organizações dependem direta e indiretamente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir os seus objetivos globais e estratégicos. Com toda certeza, as organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das partes depende da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos. Uma relação de duradoura simbiose entre pessoas e organizações (CHIAVENATO,1999, p.4). Dentro desse contexto, fica difícil estabelecer uma separação entre o comportamento das pessoas e o das organizações. As organizações funcionam através das pessoas que delas fazem parte, que decidem e agem em seu nome. Vários termos são utilizados para definir as pessoas que trabalham nas organizações: funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores, operários, recursos humanos, colaboradores, associados, talentos humanos, capital humano, capital intelectual etc. Quase sempre esses termos são utilizados de maneira vaga e imprecisa para se referir às pessoas que trabalham nas organizações. Muitas organizações classificam os funcionários em mensalistas e horistas para separar o 12 pessoal que trabalha nos escritórios e nas fábricas, respectivamente (CHIAVENATO,1999, p.4). As organizações apresentam uma incrível variedade. Elas podem ser indústrias, comércios, bancos, financeiras , hospitais, universidades, lojas, prestadoras de serviços etc. Podem ser grandes, médias e pequenas quanto ao seu tamanho. Podem ser públicas ou privadas quanto à sua propriedade. Quase tudo que a sociedade necessita é produzido através de organizações. Vivemos em uma sociedade de organizações, pois nascemos nelas, aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e passamos a maior parte de nossas vidas dentro delas (CHIAVENATO,1999, p.4-5). Até pouco tempo atrás, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitante. Acreditava-se que os objetivos das organizações – como lucro, produtividade, eficácia, maximização da aplicação de recursos físicos e financeiros, redução de custos – eram incompatíveis com os objetivos das pessoas – como melhores salários e benefícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalho e no emprego, desenvolvimento e progresso pessoal. A solução empregada era do tipo ganhar-perder: se parte leva tudo, a outra fica sem nada. Em uma situação de recursos limitados e escassos, se uma parte ganha mais, ela o faz à custa da outra. Sem dúvida, era uma solução limitada, estreita e com pouca visão. Verificou-se que, as a organização quer alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível, ele precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando. Modernamente, a solução do tipo ganhar-ganhar no jogo de interesses envolvidos é a preferida . trata-se de uma solução que requer negociação, participação e sinergia de esforços (CHIAVENATO,1999, p.5). Assim, o contexto em que se situa a Gestão de Pessoas é representado pelas organizações e pelas pessoas. Em resuma, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e conflito. Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pessoal isolado. As organizações para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto. Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas. Termos como empregabilidade e 13 empresabilidade são usados para mostrar, de um lado, a capacidade das pessoas de conquistar e manter seus empregos e, de outro, a capacidade das empresas para desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e competitiva de seus membros (CHIAVENATO,1999, p.5). 2.1.2 Aspectos Fundamentais da Moderna Gestão de Pessoas Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais: 1. As pessoas como seres humanos: dotados de personalidades própria, profundamente diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezaz e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da organização (CHIAVENATO,1999, p.7-8). 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais: como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos (CHIAVENATO,1999, p.8). 3. As pessoas como parceiros da organização: capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. – na expectativa de colher retornos desses investimentos – como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento somente de justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendência certamente será a manutenção ou aumento do investimento. Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia 14 das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos (CHIAVENATO,1999, p.8). 2.1.3 Objetivos da Gestão de Pessoas As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas a seus funcionários. As organizações bem-secedidas estão percebendo que somente podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros, principalmente o dos empregados. Quando uma organização está realmente voltada para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença. A Gestão de Pessoas nas organizações é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas – empregados, funcionários, recursos humanos ou qualquer denominação utilizada – para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. Os nomes – como departamento de pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimento de talentos, capital humano ou capital intelectual – são utilizados para desenvolver a unidade, o departamento ou a equipe relacionada com a gestão de pessoas. Cada qual reflete uma maneira de lidar com as pessoas. O termo administração de Recursos Humanos (ARH) ainda é o mais comum de todos eles (CHIAVENATO,1999, p.8-9). As pessoas podem ampliar ou limitar as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançadas, é necessário que os gerentes tratem as pessoas como elementos básicos para a eficácia organizacional (CHIAVENATO,1999, p.9). Os objetivos da Gestão de Pessoas são variados. A ARH deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios: 1. Ajudar a organização a alcançar sues objetivos e realizar sua missão: A maneira de RH é um componente fundamental da organização de hoje. Antigamente, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcionários e, 15 assim, obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivos e resultados. Não se pode imaginar a função de RH sem se conhecer os negócios de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na ARH. O principal objetivo desta é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e realizar sua missão (CHIAVENATO,1999, p.9). 2. Proporcionar competitividade à organização: Isto significa saber empregar as habilidades e capacidades da força de trabalho. A função da ARH é fazer com que as forças das pessoas sejam mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e empregados (CHIAVENATO,1999, p.9). 3. Proporcionar a organização empregados bem treinados e bem motivados: quando um executivo diz que o propósito da ARH é “construir e proteger o mais valioso patrimônio da empresa: as pessoas”, ele está se referindo a este objetivo da ARH. Dar reconhecimento às pessoas e não apenas dar dinheiro é o que constitui o elemento básico da motivação humana. Para melhorar o seu desempenho, as pessoas devem perceber justiça nas recompensas que recebem. Recompensar pessoas que não tenham um bom desempenho. Tornar claros os objetivos e o modo como eles são medidos. As medidas de eficácia da ARH – e não apenas a medida do chefe – é que devem proporcionar as pessoas certas na fase certa do desempenho de um trabalho e no tempo certo para a organização (CHIAVENATO,1999, p.9). 4. Aumentar a auto-atualização e a satisfação dos empregados no trabalho: Antigamente, a ênfase era colocada nas necessidades da organização. Hoje, apesar dos computadores e dos balanços contábeis, os empregados precisam ser felizes. Para que sejam produtivos, os empregados devem sentir que o trabalho é adequado às suas capacidades e que estão sendo eqüitativamente. Para os empregados, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas dependem a maior parte de suas vidas no trabalho e isto requer uma estreita identidade com o trabalho que fazem. Empregados satisfeitos não são necessariamente os mais produtivos, 16 mas empregados insatisfeitos tendem a se desligar da empresa, se ausentar freqüentemente e produzir pior qualidade do que empregados satisfeitos. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são fortes determinantes do sucesso organizacional (CHIAVENATO,1999, p.9). 5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho: Qualidade de vida no trabalho (QVT) é um conceito que se refere aos aspectos da experiência do trabalho, como estila de gerência, liderança e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas. Um programa de QVT procura estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades individuais do empregado e tornar a organização um local desejável e atraente. A confiança do empregado na organização também é fundamental para a retenção e fixação do pessoal (CHIAVENATO,1999, p.9-10). 6. Administrar a mudança: Nas últimas décadas, houve um período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas. Essas mudanças e tendências trazem novas abordagem, mais flexíveis e ágeis, que devem ser utilizadas para garantir a sobrevivência das organizações. Os profissionais da ARH devem saber lidar com as mudanças, se querem realmente contribuir para sua organização. São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, programas, procedimentos e soluções (CHIAVENATO,1999, p.10). 7. Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável: Toda atividade de ARH deve ser aberta, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas e seus direitos básicos devem ser garantidos. Os princípios éticos devem ser aplicados a todas as atividades da ARH. Tanto as pessoas como as organizações devem seguir padrões éticos e de responsabilidade social. A responsabilidade social não é uma exigência feita somente às organizações, mas também, e principalmente, (CHIAVENATO,1999, p.10). às pessoas que nelas trabalham 17 2.1.4 O Que é a Gestão de Pessoas? Em seu trabalho, cada administrador – seja ele, um diretor, gerente, chefe ou supervisor – desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. A ARH está relacionada a todas essas funções do administrador. A ARH refere-se às políticas e práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, a saber: 1. Análise e descrição dos cargos. 2. Desenho de cargos. 3. Recrutamento e seleção de pessoal. 4. Admissão de candidatos selecionados. 5. Orientação e integração de novos funcionários. 6. Administração de cargos e salários. 7. Incentivos salariais e benefícios sociais. 8. Avaliação do desempenho dos funcionários. 9. Comunicação aos funcionários. 10. Treinamento e desenvolvimento de pessoal. 11. Desenvolvimento organizacional. 12. Higiene, segurança e qualidade de vida na trabalho. 13. Relações com empregados e relações sindicais. Essas políticas e práticas podem ser resumidas em seis processos básicos (CHIAVENATO,1999, p.11-12). 2.1.5 Os Seis Processos da Gestão de Pessoas Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas são os seguintes: 1. Processos de Agregar Pessoas: são os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados 18 processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas (CHIAVENATO,1999, p.12). 2. Processos de Aplicar Pessoas: são os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho (CHIAVENATO,1999, p.12). 3. Processos de Recompensar Pessoas: são os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remunerações e benefícios e serviços sociais (CHIAVENATO,1999, p.12). 4. Processos de Desenvolver Pessoas: são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e consonância (CHIAVENATO,1999, p.12). 5. Processos de Manter Pessoas: são os processos utilizados para criar ambientais e psicológicas satisfatórias para atividades de pessoas. Incluem administração das disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção sindicais (CHIAVENATO,1999, p.12). 6. Processos de Monitorar Pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informação gerenciais (CHIAVENATO,1999, p.12). Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizados. Um processo de agregar pessoas malfeito passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais intenso para compensar as suas falhas. Se o processo de recompensar pessoas é falho, ele exige um processo de manter mais intensos. Além do mais, todos esses processos são desenhados de acordo com a exigências das influências externas e das influências organizacionais internas para obter a melhor compatibilidade entre si (CHIAVENATO,1999, p.12-13). 19 2.1.6 A Estrutura do Órgão de Gestão de Pessoas Antigamente, os órgãos de ARH eram tradicionalmente estruturados dentro do esquema de departamentalização funcional que predominava nas empresas. A estrutura funcional privilegia a especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental, mas produz conseqüências indesejáveis como a subobjetivação (os objetos departamentais tornam-se mais importantes que os objetivos globais e organizacionais), que funciona como uma força centrífuga de esforços, e a enorme dificuldade de cooperação interdepartamental (os departamentos mais se separam e brigam do que cooperam entre si) que impede a visão sistêmica e a obtenção de sinergia (CHIAVENATO,1999, p.13). No exemplo anterior, cada divisão aglutina profissionais especializados em suas funções específicas. Aparentemente, essa especialização traz vantagens pela concentração e integração de profissionais. Mas essas vantagens são toldadas pela orientação para objetivos de cada função. O resultado é uma acentuada subobjetivação: privilegiam-se os objetivos divisionais e departamentais em detrimento dos objetivos empresariais. Além disso, embora a estrutura funcional favoreça a coordenação intradepartamental, ela dificulta enormemente a coordenação interdepartamental. Torna-se difícil obter a cooperação e colaboração dos diversos departamentos em assuntos mais amplos, e cada órgão funciona como uma entidade organizacional definitiva, permanente, separada das demais em uma rígida divisão do trabalho global (CHIAVENATO,1999, p.13-14). Com a abordagem sistêmica, a velha tradição cartesiana de dividir, segmentar e separar foi substituída por uma nova maneira de organizar a empresa. A ênfase agora está em juntar e não mais separar. O foco não está mais nas tarefas, mas nos processos. Não mais nos meios, mas nos fins e resultados. Não mais em cargos individualizados, separados e confinados, mas no trabalho conjunto feito por equipes autônomas e multidiciplinares. Os movimentos de reorganização empresarial, como a reengenharia e o downsizing, provocaram a substituição da organização funcional pela organização em rede de equipes voltadas para 20 processos. Isto também está ocorrendo na Gestão de Pessoas (CHIAVENATO,1999, p.14). 2.2 As Micro, Pequenas e Médias Empresas – O Que São? As micro, pequenas e médias empresas são formas específicas de organização econômica em atividades industriais a de serviços que combinam capital, trabalho e meios de produção para obter um bem, ou serviço, que se destina a satisfazer as necessidades de um determinado setor em um mercado consumidor. Os critérios para essa definição variam nos países, de acordo com o número de trabalhadores, o volume de negócios , os ativos totais de resultados e o grau de independência (MELLO, 1994, p.1). Essas empresas caracterizam-se pelas múltiplas funções assumidas pelo empresário, dentro e fora do estabelecimento. Uma das tarefas da concepção integral de desenvolvimento é facilitar a concentração do empresário na gestão gerencial da empresa (MELLO, 1994, p.1). O predomínio da visão de curto prazo e o fraco associativismo político e social são outros problemas do empresário, que deve entender a necessidade de associar-se para exportar e para superar as limitações da escola, sem descuidar-se de três temas básicos: mercado, qualidade e preço (MELLO, 1994, p.1). As micro, pequenas e médias empresas geram 60% dos 40 milhões de empregos do país, 2,5% do total das exportações, representam 21% do PIB e significam 98% dos estabelecimentos comerciais, industriais e agrícolas nacionais, sem contabilizar a economia informal. Além de ser grandes geradoras de riquezas as pequenas e médias empresas, gastam cerca de quarenta vezes menos do que as grandes empresas, promovendo todo tipo de incentivo (MELLO, 1994, p.1-2). 2.2.1 A Organização Empresarial 21 As pequenas e médias empresas são caracterizadas por múltiplas funções do empresário dentro e fora da empresa. Sua concentração exclusiva no trabalho gerencial é parte da concepção integral de desenvolvimento. Os problemas mais comuns das micro e pequenas empresas são sua fraqueza política, associativa e social e a mentalidade de curto prezo. Para superar suas limitações de escala e conseguir exportar, as empresas têm como alternativa a associação em consórcios, sem descuidar-se do mercado, da qualidade e do preço (MELLO, 1994, p.2). 2.2.2 Diferencial Competitivo As micro, pequenas e médias empresas apresentam uma série de vantagens inerentes a sua estrutura, como a grande capacidade de aproveitar os recursos humanos; a concentração em produtos nos quais tenha a máxima competitividade de acordo com a tendência da demanda; a facilidade de adaptação às mudanças e oportunidades do mercado; as contribuições para uma melhor distribuição de renda em favos dos segmentos mais pobres da população; a agilização em satisfazer demandas de consumo, incluídas as das médias e grandes empresas e as do setor público marcado pela descentralização e a flexibilidade no manejo de custos frente as escalas de produção (MELLO, 1994, p.3). 2.2.3 Dificuldade Como relevantes podemos destacar os seguintes óbices: poder de negociação econômica, financeira e política; a carência de recursos para investimentos para obter igualdade de oportunidades diante de outras empresas; o difícil acesso a informações sobre processos técnicos produtivos; a menor competitividade causada pela baixa escala de produção e pela produtividade limitada; o fraco associativismo e a pequena representatividade diante da pouca atenção do Estado e a carência de mecanismo de créditos apropriados, que sejam ágeis, suficientes e oportunos (MELLO, 1994, p.3). 22 2.2.4 Fator Tecnológico As micros e pequenas empresas devem adotar uma grande flexibilidade na aplicação, adaptação e inovação da tecnologia, já que a velocidade das mudanças as expõe à obsolescência. Como as empresas são incapazes de abordar a investigação básica e de gerar novas tecnologias, eles devem ter acesso a oferta tecnológica competitiva (MELLO, 1994, p.4). A transferência de tecnologia, fator essencial para o desenvolvimento sócio-econômico de um país, será cada vez mais acessível aos países menos desenvolvidos, graças a redução do tamanho dos equipamentos e dos custos de produção. Sua introdução nas pequenas empresas desses países deve enfrentar a resistência ligada à personalidade e ao comportamento dos indivíduos e a normas socioculturais. A resistência de ordem técnica está ligada a forma de implantação das novas tecnologias (MELLO, 1994, p.4). As empresas que tenham o bom senso de conectar-se ao avanço tecnológico terão grandes possibilidades de transações a negócios. Um dos pontos cruciais derivados desta resolução será o aumento da delegação de responsabilidade, sob a forma de contratos e subcontratos para as micros e pequenas empresas (MELLO, 1994, p.4). A orientação e a difusão tecnológicas devem estar a cargo de centros acadêmicos e de investigação, que ofereçam qualidade e experiência técnica para atender as consultas das micros, pequenas e média empresas (MELLO, 1994, p.4). Estratégias empresariais dirigidas à introdução de inovações de processos e produtos são necessárias para diferenciar cada vez mais a produção, e para reduzir a dependência tecnológica do exterior. Além disso, a difusão das tecnologias existentes deve ser incentivada; bem como a participação de organismos e de associações de empresas nacionais nos programas de inovação. Com isso, as empresas podem enfrentar a crescente competitividade exigida pela internacionalização da economia (MELLO, 1994, p.4-5). Ainda na área de inovações, o desenho industrial tem de incorporar instrumentos específicos, a cargo de entidade especializadas, para incentivar fatores 23 competitivos além do preço do produto, principalmente no campo dos chamados ativos intangíveis, fazendo com que as empresas consigam uma crescente diferenciação de seus produtos através do projeto, da imagem da marca e da qualidade (MELLO, 1994, p.5). Aqui mais uma vez sublinhamos a necessidade de as empresas se aglutinarem em grupos de características afins, ou que se complementem, como forma de aumentar sua competitividade ou de sobreviver a concorrência existente no market place global (MELLO, 1994, p.5). 2.2.5 Políticas de Incentivo O incentivo ao desenvolvimento da micro empresa de todo o setor informal da economia é necessário para criar empregos e combater a pobreza. Cabe garantir o desenvolvimento no âmbito social, tecnológico, financeiro, trabalhista e tributário, além de possibilitar uma infra-estrutura física, administração pública e a formação de recursos humanos para atingir as medidas de competitividade (MELLO, 1994, p.13). As políticas de incentivo justificam-se por seu conteúdo de eqüidade (igualdade de oportunidade) e pela possibilidade de eliminar as distorções que freiam o desenvolvimento da competitividade de seguimentos crescentes nas micro, pequenas e médias empresas (MELLO, 1994, p.13). Um elemento central das políticas setoriais deve induzir a uma reestruturação dos mecanismos de “poupança investimento”, que permita o fácil acesso das empresas aos recursos necessários para a modernização produtiva (MELLO, 1994, p.13). O programa básico de ação governamental de curto prazo tem de considerar o financiamento direto, a intermediação financeira, o desenvolvimento tecnológico, a capacitação de mão de obra e de assistência técnica e a constituição de um fundo para apoiar o desenvolvimento de incentivos e a prestação de assessoramento. O programa de médio e longo prazo propõe que, junto com a formulação de instrumentos específicos, sejam abordados os problemas de 24 eficiência institucional e da escassa disponibilidade de recursos (MELLO, 1994, p.13-14). O incentivo específico para as micro empresas deve combinar programas e políticas de apoio produtivo, de bem estar social e de caráter regulatório. A experiência mostra que programas de crédito são bem sucedidos. Com eles, a renda do beneficiário cresce de modo lento e se estabiliza quando diminuem as flutuações. Esse tipo de apoio, entretanto, só pode ser concedido às empresas organizadas que normalmente produzem bens e geram rendas mais altas que a média (MELLO, 1994, p.14). Medidas Complementares – Por suas características e limitações, as micros e pequenas empresas devem contar com um modelo de atenção de apoio de acordo com as necessidades específicas de formação gerencial, assistência técnica, financiamento e comercialização, que as transformem gradualmente em unidade produtivas mais avançadas. A capacitação, a assessoria e as tarefas de acompanhamento servirão como orientação na melhoria dos níveis de gestão. As linhas de créditos surgirão de acordo com as necessidades de investimentos, de capital de giro e das perspectivas de mercado (MELLO, 1994, p.14). 2.3 Organizações O ser humano é eminentemente social e interativo. Não vive isoladamente, mas em constante convívio e relacionamento com seus semelhantes. Devido as suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperarem para alcançar certos objetivos que a ação isolada não conseguiria. A organização, segundo Chiavenato (1998, p. 23) é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização. Há três requisitos que são básicos para a existência de uma organização: 1. Pessoas capazes de se comunicarem; 2. Pessoas dispostas a contribuir com ação conjunta; 25 3. Pessoas que estão a fim de alcançar um objetivo comum. Hospitais, empresas, sindicatos, fundações, escolas, igrejas, partidos políticos, associações comunitárias, o exército e o estado são exemplos de organizações. Elas permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos indivíduos; espirituais, intelectuais, econômicas, etc. As organizações estão em toda parte, organizam a vida de cada um e qualquer pessoa é chamada, quer para trabalhar numa destas organizações, quer para se relacionar com algumas delas ou muito simplesmente, para lá viver. Chiavenato (1998, p. 29) ainda cita um conceito mais amplo, Organizações são unidades sociais (ou agrupamentos humanos), intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos. Isto significa que as organizações são propositada e planejadamente construídas e elaboradas para atingir determinados objetivos, e também são reconstruídas, isto é, reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na medida em que se descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor esforço. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças. No fundo as organizações existem para cumprir objetivos que os indivíduos isoladamente não podem alcançar em face das suas limitações individuais. Assim as organizações são formadas por pessoas para sobreporem suas limitações individuais. Com as organizações, a limitação final não é mais a capacidade intelectual ou de força, mas a habilidade de trabalharem eficazmente com outros. 2.3.1 As Mudanças e Transformações no Cenário Mundial É de fundamental importância falar sobre a evolução que as organizações vem sofrendo a cada dia que passa. Desde os mais antigos modos rudimentares de transformar a matéria-prima em produto, o homem estabelece um modo de se organizar para que o trabalho fosse feito. 26 Chiavenato (1999) descreve como essas mudanças e modernizações ocorreram. Desde que o nosso velho ancestral Adão resolveu contrariar as recomendações do Criador, o trabalho tem sido uma constante na existência do ser humano. Ao longo de toda a história da humanidade sucedem-se os desdobramentos da atividade laboral do ser humano. Quem trabalha para quem, quem faz a guerra para quem, quem é escravo de quem, quem é o dominador, quem é o chefe e coisas do gênero mostram que o trabalho vem sendo desempenhado sob múltiplas formas e diferentes tipos e usos. Todavia, é a partir da Revolução Industrial que surge o conceito atual de trabalho. E é no decorrer do século XX que o trabalho recebeu a configuração que hoje está assumindo (CHIAVENATO, 1999, p.27). O século XX trouxe grandes mudanças e transformações que influenciaram poderosamente as organizações, a sua administração e o seu comportamento. É um século que pode ainda ser definido como o século das burocracias ou o século das fábricas, apesar da mudança que se acelerou nas últimas décadas. E, sem dúvida alguma, as mudanças e transformações que nele aconteceram marcaram indelevelmente a maneira de administrar as pessoas. Neste sentido, podemos visualizar ao longo do século XX três eras organizacionais distintas: a era industrial clássica, a era industrial neoclássica e a era da informação. A visão das características de cada uma delas nos permitirá compreender melhor as filosofias e as práticas para lidar com as pessoas que participam das organizações (CHIAVENATO, 1999, p. 27). 2.3.2 Era da Industrialização Clássica Este é o período após a Revolução Industrial e que se estendeu até meados de 1950, cobrindo a primeira metade do século XX. Sua maior característica foi a intensificação do fenômeno da industrialização em amplitude mundial e o surgimento dos países desenvolvidos ou industrializados. Nesse longo período de crises e de prosperidade, as empresas passaram a adotar a estrutura organizacional burocrática, caracterizada pelo formato piramidal e centralizador, com ênfase na 27 departamentalização funcional, na centralização das decisões no topo da hierarquia, no estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento das pessoas. A teoria clássica da administração e o modelo burocrático surgiram como a medida exata para as organizações desta época. O mundo se caracterizou por mudanças vagarosas, progressivas e previsíveis que aconteciam de forma gradativa, lenta e inexorável. O ambiente que envolvia as organizações era conservador e voltado para a manutenção do status quo. O ambiente não oferecia desafios devido ao relativo grau de certeza quanto às mudanças externas, o que permitia que as organizações se introvertessem e se preocupassem com os seus problemas internos de produção. A eficiência era a preocupação básica e, para alcançá-la, eram necessárias medidas de padronização e simplificação, bem como especialização da mão-de-obra para permitir escalas de produção maiores a custos menores. O modelo organizacional baseava-se em um desenho mecanístico típico da lógica do sistema fechado (CHIAVENATO, 1999, p.27-28). Nesse contexto, a cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para a conservação das tradições e valores tradicionais. As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros equipamentos e capital, na conjunção típica dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. Dentro dessa concepção, a administração das pessoas recebia a denominação de Relações Industriais. Os departamentos de relações industriais (DRI) atuavam como órgãos intermediários e conciliadores entre a organização e as pessoas – o capital e o trabalho – no sentido de aspirar as arestas dos conflitos trabalhistas, como se ambas as partes fossem compartimentos estanque e separados. Os cargos eram desenhados de maneira fixa e definitiva para obter a máxima eficiência do trabalho e os empregados deveriam ajustar-se a eles, tudo para servir à tecnologia e à organização. O homem era considerado um apêndice da máquina e, tal como ela, deveria ser padronizado na medida do possível (CHIAVENATO, 1999, p. 28). 2.3.3 Era da Industrialização Neoclássica 28 É o período que se estende entre as décadas de 1950 e 1990. Teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo começou a mudar mais rápida e intensamente. A velocidade da mudança aumentou progressivamente. As transações comerciais passaram da amplitude local para regional, e de regional para internacional, tornando-se cada vez mais intensas e menos previsíveis, acentuando a competição entre as empresas (CHIAVENATO, 1999, p. 28). A teoria clássica foi substituída pela teoria neoclássica da administração e o modelo burocrático foi redimensionado pela teoria estruturalista. A teoria das relações humanas foi substituída pela teoria comportamental. Ao longo do período surge a teoria de sistemas e, no seu final, a teoria da contingência. A visão sistêmica e multidisciplinar (holística) e o relativismo tomam conta da teoria administrativa. O velho modelo burocrático e funcional, centralizador e piramidal, utilizado para formatar as estruturas organizacionais, tornou-se rígido e vagaroso demais para acompanhar as mudanças e transformações do ambiente. As organizações tentaram novos modelos estruturais para incentivar a inovação e o ajustamento às mutáveis condições externas. A estrutura matricial, uma espécie de quebra-galho para reconfigurar e reavivar a velha e tradicional organização funcional, foi a resposta das organizações. A abordagem matricial visava conjugar a departamentalização funcional com um esquema lateral de estrutura por produtos/serviços, a fim de proporcionar características adicionais de inovação e dinamismo e alcançar maior competitividade. Era como se colocássemos um turbo em um motor velho e desgastado. De fato, a organização matricial promoveu uma melhoria na arquitetura organizacional das grandes organizações, mas não o suficiente, pois não conseguia remover a rigidez da velha estrutura funcional e burocrática sobre a qual se assentava. Mas as suas vantagens foram aproveitadas através da posterior fragmentação e decomposição das grandes organizações em unidades estratégicas de negócios para torná-las mais administráveis, mais ágeis e mais próximas do mercado e do cliente (CHIAVENATO, 1999, p. 29). Aos poucos, a cultura organizacional reinante nas empresas deixou de privilegiar as tradições antigas e passadas e passou a concentrar-se no presente, fazendo com que o conservantismo e a manutenção do status quo cedessem lugar à inovação e mudança de hábitos e de maneiras de pensar e agir. A velha concepção de relações Industriais foi substituída por uma nova maneira de administrar as 29 pessoas, a qual recebeu o nome de Administração de Recursos Humanos. Os departamentos de recursos humanos (DRH) visualizam as pessoas como recursos vivos e inteligentes e não mais como fatores inertes de produção; RH como o mais importante recurso organizacional e fator determinante foi sucesso empresarial. A tecnologia passou por um incrível e intenso desenvolvimento e começou a influenciar o comportamento das organizações e das pessoas que delas participavam. O mundo continuava mudando. E as mudanças eram cada vez mais velozes e rápidas (CHIAVENATO, 1999, p. 29-30). 2.3.4 Era da Informação É o período que começou no início da década de 1990. É a época em que estamos vivendo atualmente. Sua característica principal são as mudanças, que se tornaram rápidas, imprevistas, turbulentas e inesperadas. A tecnologia da informação – integrando a televisão, o telefone e o computador – trouxe desdobramentos imprevisíveis e transformou o mundo em uma verdadeira aldeia global. Um impacto comparável ao da revolução Industrial em sua época. A informação passou a cruzar o planeta em milésimos de segundos. A tecnologia da informação forneceu as condições básicas para o surgimento da globalização da economia: a economia internacional transformou-se em economia intensa e complexa entre as organizações. O volátil mercado de capitais passou a migrar de um continente para outro em segundos à procura de novas oportunidades de investimentos, ainda que transitórias. Em uma época em que todos dispõem da informação em tempo real, são mais bem-sucedidas as organizações capazes de tomar a informação e transformá-la rapidamente em uma oportunidade de novo produto ou serviço, antes que outras façam. Mais importante do que o dinheiro é o conhecimento sobre como usá-lo e aplicá-lo rentavelmente. Nestas circunstâncias, os fatores tradicionais de produção – terra, mão-de-obra e capital – produzem retornos cada vez menores. É a vez do conhecimento, do capital humano e do capital intelectual. O conhecimento torna-se básico e o desafio maior passa a ser produtividade do conhecimento. Tornar o conhecimento útil e produtivo tornou-se a maior responsabilidade gerencial. Na era da informação, o emprego passou a migrar do setor industrial para o setor de serviços, e o trabalho manual foi substituído pelo 30 trabalho mental, indicando o caminho para uma era da pós-industrialização baseada no conhecimento e no setor terciário (CHIAVENATO, 1999, p. 30). Na era da informação, as organizações requerem agilidade, mobilidade, inovação e mudança necessárias para enfrentar as novas ameaças e oportunidades em um ambiente de intensa mudança e turbulência. Os processos organizacionais – os aspetos dinâmicos – tornam-se mais importantes do que os órgãos – os aspectos estáticos – como departamentos ou divisões – tornam-se provisórios e não definitivos; os cargos e funções passam a ser definidos e redefinidos em razão das mudanças no ambiente e na tecnologia; os produtos e serviços passam a ser continuamente ajustados às demandas e necessidades dos clientes. Em organizações mais expostas às mudanças ambientais, a estrutura organizacional abandonou órgãos fixos e estáveis para se basear em equipes multifuncionais de trabalho com atividades provisórias voltadas para missões específicas e com objetivos definidos. Surge a organização virtual, que passa a funcionar sem limites de tempo ou de espaço, com um uso totalmente diferente do espaço físico. Os escritórios com salas fechadas dão lugar a locais coletivos de trabalho, enquanto funções de retaguarda são realizadas na casa dos funcionários, em uma organização virtual interligada eletronicamente e sem papelório, trabalhando melhor, mais inteligentemente e mais próxima do cliente (CHIAVENATO, 1999, p. 30). Kiernam lembra que as organizações entraram em um período de permanente volatilidade e turbulência sem precedentes devido ao impacto de megatendências globais que estão quebrando velhos paradigmas, a saber: 1. O explosivo e crescente poder das tecnologias da informação e de comunicações, que respondem pelo nome de revolução digital, revolução da multimídia ou superestrada da informação, e que estão eliminando fronteiras políticas e organizacionais; 2. A rápida globalização dos mercados, da concorrência, das associações, do capital financeiro e da inovação gerencial que traz uma visão cosmopolitana do novo mercado global; 3. A substituição de uma economia baseada na manufatura e na exploração de recursos naturais para a economia baseada no valor do conhecimento, na informação e na inovação; 31 4. A diferenciação da verdadeira economia global da economia “virtual” nas transações mundiais e nos instrumentos financeiros sintéticos; 5. Reequilíbrio geopolítico: o surgimento da nova ordem econômica mundial. A hegemonia dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) chegou ao fim e a do Sudeste da Ásia parece apenas ter começado; 6. O declínio dos governos, ou seja, a gradativa incapacidade dos governos nacionais em controlar seus próprios destinos político-econômicos; 7. Convergência setorial e industrial: o crescimento do “terceiro setor” formado pela sociedade civil e por ampla variedade de cidadãos baseada na cooperação e nas fusões torna difícil a distinção entre os setores público e privado; 8. O surgimento de formas inéditas de organização empresarial dentro de empresas e entre elas, com equipes interdisciplinares não-hierárquicas, a proliferação de alianças estratégicas, as organizações virtuais e a megaconcorrência entre as alianças rivais em industrias como a automobilística, a aeroespacial e a de chips de computadores; 9. Uma substituição no centro da gravidade econômico do mundo empresarial: de empresas multinacionais de grande porte para empresas menores, mais ágeis e mais empreendedoras. O porte e a massa corporativa deixaram de ser vantagem competitiva para se tornarem uma desvantagem; 10. O aumento geométrico da importância comercial, política e social do ambiente e a crescente preocupação ecológica (KIERNAM apud CHIAVENATO, 1999, p. 31). O poder cumulativo dessas megatendências criou a transformação mais drástica e intensa de todas: uma elevação exponencial na velocidade, na complexidade e na imprevisibilidade da mudança (CHIAVENATO, 1999, p. 31). As pessoas – e seus conhecimentos e habilidades mentais – passam a ser a principal base da nova organização. A antiga Administração de Recursos Humanos (ARH) cedeu lugar a uma nova abordagem: a Gestão de Pessoas (GP). Nesta nova concepção, as pessoas deixam de ser simples recursos (humanos) 32 organizacionais para serem abordadas como seres dotados de inteligência, personalidade, conhecimentos, habilidades, destrezaz, aspirações e percepções singulares. São os novos parceiros da organização. A cultura organizacional recebe forte impacto do mundo exterior e passa a privilegiar a mudança e a inovação com foco no futuro e no destino da organização. As mudanças tornam-se rápidas, velozes, sem continuidade com o passado e trazendo um contexto ambiental impregnado de turbulência e imprevisibilidade (CHIAVENATO, 1999, p. 31-32). 2.4 Recrutamento de Pessoas As pessoas não nasceram juntas. As organizações escolhem as pessoas que desejam como funcionários e as pessoas escolhem as organizações onde pretendem trabalhar e aplicar seus esforços. Trata-se de uma escolha recíproca que depende de inúmeros fatores e circunstâncias. Mas para que essa relação seja possível é necessário que as organizações comuniquem e divulguem as suas oportunidades de trabalho a fim de que as pessoas saibam como procurá-las e iniciar seu relacionamento. Este é o papel do recrutamento: divulgar no mercado as oportunidades que a organização pretende oferecer para as pessoas que possuem determinadas características desejadas. Através do recrutamento, a organização – que faz parte do mercado de trabalho – sinaliza para determinados candidatos – que fazem parte do mercado de RH – a oferta de oportunidades de emprego. O recrutamento funciona como uma ponte entre o mercado de trabalho e o mercado de RH (CHIAVENATO, 1999, p. 82). 2.4.1 Mercado de trabalho 33 Mercado significa o espaço de transações, o contexto de trocas e intercâmbios entre aqueles que oferecem um produto ou serviço e aqueles que procuram um produto ou serviço. O mecanismo de oferta e procura é a característica principal de todo mercado. O mercado de trabalho (MT) é composto pelas ofertas de oportunidades de trabalho oferecidas pelas diversas organizações. Toda organização – na medida em que oferece oportunidades de trabalho – constitui parte integrante de um MT (CHIAVENATO, 1999, p. 82). O MT sofre regulações e restrições. A convivência entre o MT e as regras da legislação trabalhista nem sempre é pacifica. De um lado, existem forças que desejam aumentar e fortalecer as restrições impostas pela legislação trabalhista ao MT para tornar a sociedade mais solidária. Por outro lado, existem forças que preferem que o mercado fique livre, deixando que o ímpeto da iniciativa privada fomente uma sociedade mais próspera. Deste lado, a legislação trabalhista é criticada por ser uma força impeditiva da geração de emprego pelo fato de sobrecarregar demasiadamente os custos das empresas (CHIAVENATO, 1999, p.82). O MT é dinâmico e sofre contínuas mudanças. As características estruturais e conjunturais do MT influenciam as práticas de RH das empresas. Quando o MT está em situação de oferta – quando as oportunidades de trabalho são maiores do que a procura delas – as organizações se vêem diante de um recurso escasso e difícil: as pessoas são insuficientes para preencher as suas posições em aberto (CHIAVENATO, 1999, p. 82-83). Quando o MT está em situação de procura – quando as oportunidades de trabalho são menores do que a procura delas – as organizações se vêem frente a um recurso fácil e abundante: as pessoas que disputam empregos no mercado (CHIAVENATO, 1999, p. 83). Além disso, as características do MT também influenciam o comportamento das pessoas e, em particular, dos candidatos a emprego. Quando o MT está em situação de oferta, existe excesso de vagas e oportunidades de emprego para os candidatos. Nestas circunstâncias, eles podem escolher e selecionar as organizações que oferecem as melhores oportunidades no MT, os empregados ficam encorajados a deixar seus atuais empregos para tentar melhores oportunidades em outras organizações (CHIAVENATO, 1999, p. 83). 34 2.4.2 O Novo Perfil do Emprego Ao longo da Revolução Industrial, o MT substituiu as fazendas pelas fábricas. Agora, na revolução da informação, o MT está se deslocando rapidamente do setor industrial para a economia de serviços. A indústria está oferecendo menos emprego, embora esteja produzindo cada vez mais graças a modernização, tecnologia, melhoria de processos e aumento da produtividade das pessoas. E cada vez mais o setor de serviços oferece mais empregos. A modernização das fábricas vai na direção de produtos melhores e mais baratos, ampliando o mercado interno de consumo e ocupando uma fatia maior no mercado externo ou global. O aumento do consumo e da exportação funciona como alavancador do emprego no setor de serviços. A modernização industrial provoca uma migração de empregos (CHIAVENATO, 1999, p. 85). Joelmir Beting (1997, p. B2) defende a tese de “quem faz o emprego do trabalhador não é o produtor, mas o consumidor, que é o próprio trabalhador. De preferência, o trabalhador remunerado e com carteira assinada”. O contundente crítico do sistema, Paul Krugman (apud CHIAVENATO, 1999, p. 85) liga as duas pontas: a modernização é reacelerada pela globalização nas duas mãos, está inventando empregos novos com a mesma velocidade com que elimina empregos antigos. Com uma vantagem: os empregos que surgem são melhores e com salários maiores que os empregos que somem. Assim, a modernização promove no conjunto da economia a precariedade do trabalho (e da renda) da pequena minoria de demitidos em troca do enobrecimento do emprego (e do salário) da grande maioria dos que permanecem a bordo das empresas que se modernizam. Em resumo, o balanço da modernização é positivo. Beting lembra que a produção e o uso de computadores, equipamentos, programas e processos de automação abriram cerca de 12 milhões de novos empregos nos EUA. Metade deles no campo do software, cujo mercado de trabalho ficou três vezes maior do que o do setor automobilístico. Quem poderia imaginar isto? (CHIAVENATO, 1999, p.85). 35 2.4.3 Mercado de RH Se o mercado se refere às oportunidades de emprego e vagas existentes nas empresas, o mercado de recursos humanos (MRH) é o reverso da medalha. Ele se refere ao conjunto de candidatos a emprego. O MRH, ou mercado de candidatos, se refere ao contingente de pessoas que estão dispostas a trabalhar ou que estão trabalhando mas dispostas a buscar um outro emprego. O MRH é constituído de pessoas que oferecem habilidades, conhecimentos e destrezas. Como todo mercado, o MRH pode ser fragmentado para facilitar sua análise e penetração (CHIAVENATO, 1999, p. 88-89). O MRH pode se apresentar em situações de oferta (abundância de candidatos) ou de procura (escassez de candidatos). O MRH pode estar total ou parcialmente contido no MT (CHIAVENATO, 1999, p.89). As características do MRH influenciam poderosamente as práticas de RH das organizações que compõem o MT. Por outro lado, além de influenciar o comportamento das organizações, as características do MRH também influenciam o comportamento das pessoas e, em particular, dos candidatos (CHIAVENATO, 1999, p. 89). O MRH é dinâmico e apresenta forte mobilidade. Segundo dados do Ministério do Trabalho, os 24,1 milhões de trabalhadores empregados no setor formal da economia apresentaram elevado índice de rotatividade; no decorrer de 1997, cerca de 8,457 milhões de assalariados foram demitidos, enquanto outros 8,421 milhões foram admitidos. Isto significa que 30% dos trabalhadores trocaram de emprego. É um índice extremamente alto de rotatividade (CHIAVENATO, 1999, p.89). 2.4.4 Conceito de Recrutamento 36 O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos para o processo seletivo. Se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem selecionados (CHIAVENATO, 1999, p. 91). 2.4.5 Recrutamento Interno O recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro da organização – isto é – funcionários – para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. O recrutamento externo atua sobre candidatos que estão no MRH, portanto, fora da organização, para submetê-los ao seu processo de seleção de pessoal (CHIAVENATO, 1999, p.92). Assim, enquanto o recrutamento interno aborda os funcionários da organização, o recrutamento externo focaliza os candidatos que estão no MRH. Um privilegia os atuais funcionários para oferecer-lhes oportunidades melhores dentro da organização, enquanto o outro busca candidatos externos para trazerem experiências e habilidades não-existentes atualmente (CHIAVENATO, 1999, p. 92). O recrutamento interno funciona através de oferta de promoções (cargos mais elevados e, portanto, mais complexos, mas dentro da mesma área da atividade da pessoa) e de transferências (cargos do mesmo nível, mas que envolvam outras habilidades e conhecimentos da pessoa e estejam situados em outra área de atividade na organização) (CHIAVENATO, 1999, p. 93). 2.4.5.1 Prós do Recrutamento Interno 37 9 Aproveita melhor o potencial humano da organização; 9 Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; 9 Incentiva a permanência dos funcionários e a sua eficiência à organização; 9 Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; 9 Não requer socialização organizacional de novos membros; 9 Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos; 9 Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo (CHIAVENATO, 1999, p. 93). 2.4.5.2 Contras do Recrutamento Interno 9 Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas; 9 Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual; 9 Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização; 9 Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas; 9 Mantém e conserva a cultura organizacional existente; 9 Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua (CHIAVENATO, 1999, p. 93). 2.4.6 Técnicas de Recrutamento Externo Enquanto o recrutamento interno aborda um contingente circunscrito e conhecido de funcionários internos, o recrutamento externo aborda uma enorme 38 contingente de candidatos que estão espalhados pelo MRH. Por esta razão, o recrutamento externo utiliza várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. Por esta razão, o recrutamento externo utiliza várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. Trata-se de escolher os meios mais adequados para ir até o candidato desejado – onde quer que ele esteja – e atrai-lo para a organização (CHIAVENATO, 1999, p. 94). O processo de recrutamento culmina com o candidato preenchendo a sua proposta de emprego ou apresentando seu curriculum vitae à organização. A proposta de emprego, é um formulário que o candidato preenche, anotando os seus dados pessoais, escolaridade, experiência profissional, conhecimentos, endereço e telefone para contatos. As organizações bem-sucedidas estão sempre de portas abertas para receber candidatos que se apresentam espontaneamente, mesmo que não tenham oportunidades a oferecer no momento. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta (CHIAVENATO, 1999, p. 94). 2.4.6.1 Prós do Recrutamento Externo 9 Introduz sangue novo na organização; talentos, habilidades e expectativas; 9 Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades; 9 Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas; 9 Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações; 9 Incentiva a interação da organização com o MRH; 9 Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual (CHIAVENATO, 1999, p. 94). 39 2.4.6.2 Contras do Recrutamento Externo 9 Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; 9 Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; 9 Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isto significa custos operacionais; 9 Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; 9 É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno (CHIAVENATO, 1999, p. 94-95). O curriculum vitae (CV) assume enorme importância no recrutamento externo. Funciona como um catálogo, currículo ou portfólio do candidato. O CV é apresentado em varias seções: dados pessoais (informações básicas, como nome, idade, endereço e telefone para contatos), objetivos pretendidos (cargo ou posição desejada), formação escolar (cursos feitos), experiência profissional (empresas onde trabalha e trabalhou) e habilidades e qualificações profissionais (principais pontos fortes e competências pessoais). A maioria das organizações, como o Banco de Boston, Amil, Union Carbide e Inepar, lê, seleciona e até responde aos Cvs recebidos pelo correio. Os candidatos triados são chamados para entrevistas, outros são arquivados para aproveitamento futuro e outros ainda são encaminhados para algum diretor sugerindo entrevista ou contato. Outras organizações recebem o currículo através da Internet (CHIAVENATO, 1999, p. 95). As principais técnicas de recrutamento externo são: 9 Anúncios em jornais e revistas especializadas; 9 Agências de recrutamento; 9 Contatos com escolas, universidades e agremiações; 9 Cartazes ou anúncios em locais visíveis; 9 Apresentação de candidatos por indicação de funcionários; 9 Consulta aos arquivos de candidatos; 40 9 Banco de dados de candidatos (CHIAVENATO, 1999, p. 95-98). 2.4.7 Avaliação dos Resultados do Recrutamento O recrutamento não é uma atividade que possa ser isolada da estratégia da empresa. Como os negócios mudam e surgem novas funções a cada dia, tornase imprescindível contar com pessoas flexíveis, capazes de adaptar-se a essas mudanças constantes. Eis o lema de muitas empresas: recrute hoje o executivo de amanhã (CHIAVENATO, 1999, p. 99). O desafio principal do recrutamento é agregar valor à organização e às pessoas (CHIAVENATO, 1999, p. 99). Como toda e qualquer atividade importante, o recrutamento deve proporcionar resultados para ambas as partes. A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está realmente cumprindo a sua função e a que custo. O recrutamento influencia considerável parcela do MRH. No enfoque quantitativo, quanto mais candidatos influenciar, tanto melhor será o recrutamento. Contudo, no enfoque qualitativo, o mais importante é trazer candidatos que sejam triados, entrevistados e encaminhados ao processo seletivo. É incrível a proporção entre candidatos que se apresentam e os que são aproveitados para disputar o processo de seleção (CHIAVENATO, 1999, p. 99). Os esforços de recrutamento são mais bem-sucedidos quando os recrutadores são escolhidos e treinados. Embora a eficácia do recrutamento seja importante, é necessário considerar que a qualidade do processo de recrutamento produz forte impacto sobre os candidatos. Os recrutadores provocam fortes impressões nos candidatos – que podem ser positivas ou negativas. O consultor de RH e o pessoal de linha que recruta precisam saber exatamente o que o cargo exige e o que se procura nos candidatos (CHIAVENATO, 1999, p. 99). 41 2.5 Seleção de Pessoas A competitividade de uma empresa é sinônimo de recursos tecnológicos, processos racionais de trabalho, uma adequada estrutura organizacional e produtos e serviços excelentes. Com todas estas ferramentas, a empresa estará capacitada para desafiar e vencer a concorrência. Certo? Não. Errado! O calcanhar de Aquiles das organizações – é a qualidade das pessoas que nelas trabalham (CHIAVENATO, 1999, p. 106). As organizações estão sempre agregando novas pessoas para integrar seus quadros, seja para substituir funcionários que se desligaram, seja para ampliar o quadro de pessoal em época de crescimento e expansão. Quando elas perdem funcionários e precisam substituí-los, ou quando crescem e sua expansão requer mais pessoas para tocar as atividades, elas ativam o processo de agregar pessoas. A seleção de pessoas integra o processo de agregar pessoas e funciona logo após o recrutamento. Ambos, o recrutamento e a seleção de pessoas, fazem parte de um mesmo processo: a introdução de novos elementos humanos na organização. Enquanto o recrutamento é uma atividade tipicamente positiva e convidativa – a seleção é, ao contrário, uma atividade de escolha, de classificação e de decisão, e, portanto, restritiva e obstativa (CHIAVENATO, 1999, p. 106). Enquanto o objetivo do recrutamento é abastecer o processo seletivo de sua matéria-prima – os candidatos – o objetivo da seleção é escolher e classificar os candidatos mais adequados às necessidades do cargo e da organização (CHIAVENATO, 1999, p. 106). 2.5.1 O Conceito de Seleção de Pessoas A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresentam características desejadas pela organização. Há um velho ditado popular que afirma que a seleção constitui a escolha certa da pessoa certa para o lugar 42 certo. Em termos mais amplos a seleção busca, dentre os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficiência capital intelectual da organização que a seleção deve preservar ou enriquecer (CHIAVENATO, 1999, p. 107). Se não houvesse as diferenças individuais e se todas as pessoas fossem iguais e reunissem as mesmas condições individuais para aprender e trabalhar, a seleção de pessoas seria totalmente desnecessária. Acontece que a variabilidade humana é enorme: as diferenças individuais entre as pessoas, tanto no plano físico (como estatura, peso, compleição física, força, acuidade visual e auditiva, resistência à fadiga, etc.) como no plano psicológico (como temperamento, caráter, inteligência, aptidões, habilidades mentais, etc.) levam as pessoas a se comportar diferentemente, a perceber situações de maneira diferente e a se desempenhar diferentemente, com maior ou menor sucesso, nas organizações. As pessoas diferem entre si tanto na capacidade para aprender uma tarefa como na maneira de executá-la após a aprendizagem. A estimação apriorística dessas duas variáveis – tempo de aprendizagem e nível de execução – é um aspecto importante da seleção de pessoal. Quando completo, o processo seletivo deve fornecer não somente um diagnóstico atual, mas principalmente um prognóstico futuro a respeito dessas duas variáveis. Não apenas uma idéia atual, mas uma projeção de como a aprendizagem e a execução se situarão a longo prazo (CHIAVENATO, 1999, p. 107). O processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido. As exigências dependem desses dados e informações para que a seleção tenha maior objetividade e precisão para preencher o cargo. Se de um lado temos o cargo a ser preenchido, temos, de outro, candidatos profundamente diferentes entre si, disputando a mesma posição. Nestes termos, a seleção passa a ser configurada basicamente como um processo de comparação e de decisão (CHIAVENATO, 1999, p. 106). A seleção de pessoas constitui um processo composto de várias etapas ou fases seqüenciais pelas quais passam os candidatos. À medida que vão sendo bem sucedidos, os candidatos ultrapassam os obstáculos e passam adiante para as etapas posteriores. Se não conseguem superar as dificuldades, os candidatos são rejeitados e saem fora do processo. Nas etapas iniciais ficam as técnicas mais 43 simples, econômicas e mais fáceis, ficando as técnicas mais caras e sofisticadas para o final. O processo seletivo utiliza geralmente a combinação de várias técnicas de seleção e procedimentos múltiplos que variam de acordo com o perfil e a complexidade do cargo a ser preenchido (CHIAVENATO, 1999, p. 125). Cada técnica de seleção proporciona certas informações sobre os candidatos. As organizações utilizam uma variedade de técnicas de seleção para obter todas as informações necessárias a respeito dos candidatos. Quanto maior o número de técnicas de seleção, tanto maior a oportunidade de informações de seleção para trabalhar e maior o tempo e seu custo operacional (CHIAVENATO, 1999, p. 125). O medo de errar nas contratações – e todo o custo que isto acarreta – ou o de não encontrar no mercado o tipo de profissional que buscam fazer com que as empresas procurem envolver todo o pessoal de linha no processo seletivo (CHIAVENATO, 1999, p. 126). 2.5.2 Seleção Como um Processo de Decisão e Escolha Após a comparação entre as características exigidas pelo cargo e as características oferecidas pelos candidatos, pode acontecer que vários destes apresentem condições aproximadamente equivalentes para serem indicados para ocupar o cargo vago. O órgão de seleção não pode impor ao órgão requisitante a aceitação dos candidatos aprovados no processo de comparação. Pode apenas prestar o serviço especializado, aplicar as técnicas de seleção e recomendar aqueles candidatos que julgar mais adequados ao cargo. Porém, a decisão final de aceitar ou rejeitar os candidatos é sempre de responsabilidade do órgão requisitante. Assim, a seleção é de responsabilidade de linha (de cada chefe ou gerente) e função de staff (prestação de serviço pelo órgão especializado) (CHIAVENATO, 1999, p. 108). 44 2.5.3 Técnicas de Seleção Obtidas as informações básicas a respeito do cargo a preencher, o outro lado da moeda é a obtenção de informações a respeito dos candidatos que se apresentam. Reunidas às informações sobre o cargo a ser preenchido, o passo seguinte é a escolha das técnicas de seleção para conhecer e escolher os candidatos adequados. As técnicas de seleção são agrupadas em cinco categorias: entrevista, provas de conhecimento ou capacidade, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação (CHIAVENATO, 1999, p. 114). As técnicas de seleção permitem um rastreamento das características pessoais do candidato através de amostras de seu comportamento. Uma boa técnica de seleção deve ter alguns atributos, como rapidez e confiabilidade. Além disso, ela precisa representar o melhor preditor para um bom desempenho do candidato no cargo futuro. Preditor significa o atributo pelo qual uma técnica de seleção é capaz de predizer o comportamento do candidato no cargo a ser ocupado em função dos resultados que alcançou quando submetido a essa técnica. A validade preditiva de um teste é determinada aplicando-o a uma determinada amostra de candidatos que, depois de admitidos, são avaliados quanto ao desempenho nos cargos. No entanto, quando se refere a ciências humanas, a margem de erro é bastante maior em relação ás ciências físicas. Na prática, escolhe-se mais de uma técnica de seleção para cada caso, envolvendo entrevistas de conhecimento, provas de capacidade, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação. Em cargos simples, como na maioria dos cargos horistas, aplicam-se geralmente entrevistas de triagem, provas de conhecimentos e provas de capacidade. Em cargos complexos, como gerentes e diretores, aplica-se uma enorme bateria de testes – provas de conhecimentos, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação – além de uma série de entrevistas com diversos tomadores de decisão ou formadores de opinião na organização (CHIAVENATO, 1999, p. 115). 45 2.5.4 Avaliação dos Resultados da Seleção de Pessoas Existe uma variedade de procedimentos de seleção que podem ser combinados de diversas maneiras. Cada organização precisa determinar quais são os processos e procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os melhores resultados. O processo seletivo precisa ser eficiente e eficaz. A eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber entrevistar bem, aplicar testes de conhecimento que sejam válidos e precisos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, contar com um mínimo de custos operacionais, envolver a gerência e suas equipes no processo de escolha de candidatos, etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir objetivos: saber trazer os melhores talentos para a empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas aquisições de pessoal. Mas, a pergunta que geralmente paira é: como saber que o processo de provisão de pessoas é exatamente medir e avaliar o seu funcionário por meio de resultados, ou seja, através de suas saídas. Somente com essa retroação (retroinformação) é possível saber se deve fazer intervenções no sentido de corrigir inadequações e ajustar o funcionamento do processo para melhorá-lo cada vez mais (CHIAVENATO, 1999, p. 128). Muitas organizações utilizam o quociente de seleção (QS) para medir grosseiramente a eficácia do processo de provisão e cujo cálculo é o seguinte: À medida que o QS diminui, mais aumenta a sua eficiência e seletividade. Em geral, o QS sofre alterações provocadas pela situação de oferta e procura no mercado de RH (CHIAVENATO, 1999, p. 128). Apesar do seu custo operacional aparentemente elevado, o processo seletivo traz importantes resultados para a organização, como: 9 Adequação das pessoas ao cargo e satisfação no trabalho; 9 Rapidez no ajustamento e integração do novo empregado às novas funções; 9 Melhoria gradativa do potencial humano através da escolha sistemática dos melhores talentos; 9 Estabilidade e permanência das pessoas e redução da rotatividade; 46 9 Maior rendimento e produtividade pelo aumento da capacidade das pessoas; 9 Melhoria do nível das relações humanas pela elevação do moral; 9 Menores investimentos e esforços em treinamento, pela maior facilidade em aprender as tarefas do cargo e novas atividades trazidas pela inovação (CHIAVENATO, 1999, p. 128). A seleção de pessoas também promove importantes resultados para as pessoas: 9 Aproveita as habilidades e características de cada pessoa no trabalho; 9 Com isto, favorece o sucesso potencial no cargo; 9 Eleva a satisfação por aliar cada pessoa à atividade a ela indicada; 9 Evita perdas futuras de substituição de pessoas pelo insucesso no cargo. O processo de provisão de pessoas não deve ser condicionado a normas, diretrizes e rotinas de trabalho que provoquem rigidez e inflexibilidade. Ele precisa ser adaptável, ágil e flexível. Além disso, para que seja participativo, deve ser descentralizado; isto é, torna-se mister que os gerentes de linha e suas equipes estejam envolvidos com o processo de recrutar e selecionar pessoas. É elevada a correlação existente entre o sucesso organizacional e a delegação do processo seletivo para os gerentes e suas equipes de trabalho, dentro de uma postura de administração participativa. Esta se caracteriza pelo fato de que o gerenciamento das pessoas é descentralizado para permitir que cada gerente se torne o gestor de seus subordinados. Mais do que isso, cada gerente administra os demais recursos com a ajuda de sua equipe de trabalho. Nas organizações bem sucedidas, quem seleciona pessoas são os gerentes e suas equipes. A administração participativa pressupõe que as pessoas devem estar envolvidas mo processo decisorial e, portanto, nada mais lógico que as próprias equipes tenham a responsabilidade de decidir a respeito de seus futuros membros e colegas (CHIAVENATO, 1999, p. 128). 47 3 METODOLOGIA A natureza da pesquisa é do tipo exploratória, que significa, ter como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilita a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliográfico, b) entrevistas com aqueles que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, e c) análise que estimula a compreensão. E é também do tipo levantamento de dados, que: “Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obtém-se conclusões correspondentes aos dados coletados.” (GIL 1991:56) A população pesquisada foram empresas do setor de confecções e a amostragem foram de quatro micro empresas. O questionário com 62 questões foi aplicada em quatro micro empresas. A técnica utilizada para coleta de dados foi a entrevista semididigida. A análise de dados foi feita de forma qualitativa a partir da coleta de dados realizada. 3.1 Limitações da Pesquisa A Nova Era Confecções não forneceu alguns dados, entre eles são: 48 9 Histórico da empresa; 9 Tabela de faturamento em relação ao número de empregados e o número de peças produzidas; 9 Tabela de produtos e artigos produzidos e o principal mercado; 9 As perguntas de n.º 60, 61 e 62. A Via Oratória Confecções não forneceu a resposta de n.º 59 49 4 RESULTADO DA PESQUISA As empresas pesquisadas foram as seguintes: ¾ TRIENE CONFECÇÕES LTDA, situada na rua Curitibanos, 141, bairro Nossa Senhora da Salete em Criciúma – SC e confecciona roupas jeans em geral (modinha). ¾ VIA ORATÓRIA INDÚSTRIA E COMÉRCIA LTDA, situada na rua Desembargador Pedro Silva, 1151, bairro Michel em Criciúma – SC e confecciona camisas masculinas. ¾ NOVA ERA INDÚSTRIA E COMÉRCIA DE CONFECÇÃO LTDA, situada na Rodovia Jorge Lacerda, km 5, bairro Sangão em Criciúma – SC e confecciona moda Surf e Street. ¾ VANIBELI CONCECÇÕES LTDA, situada no bairro Rio Maina em Criciúma – SC e confecciona roupas infantis. Toda as empresas pesquisadas possuem em média de 11 a 18 anos de existência acumulando assim mais de uma década de experiência no setor da confecção em Criciúma e todas as empresas iniciaram suas produções com seu próprio capital. Antes de iniciarem suas atividades na empresa, os proprietários exerciam diversas atividades como: costureiras, escriturários, jogador de futebol, construção civil, representante de vendas. Três das empresas são somente confeccionista e apenas uma possui atividade a confecção e facção. A seguir será relatado um breve histórico de cada empresa: TRIENE: Em 1992 quando os sócios, que são conjugues, vieram morar no estado de Santa Catarina, um dos sócios era costureira e iniciou costurando 50 algumas peças sob encomenda para um representante. A partir de então, encomendas foram crescendo até surgir a necessidade de comprar algumas máquinas, contratar algumas ajudantes e o marido que trabalhava na área da construção civil começou a ajudar cuidando da parte financeira e administrativa. Esta parceria juntamente com os filhos forma a empresa Triene Confecções Ltda. VIA ORATÓRIA: O sócio Edvaldo Ronchi que era jogador de futebol, sofreu uma lesão que impossibilitou de seguir na carreira de jogador. Logo decidiu seguir no ramo de sua família. Começou produzindo 70 peças e hoje sua produção mensal é 70 vezes maior. VANIBELI: Os sócios que são conjugue, resolveram montar a empresa após a saída da esposa de uma empresa a qual trabalhava como costureira, com o dinheiro da indenização, comprou duas máquinas de costurar, enquanto isso seu marido trabalhava de representante de uma loja de confecções, adquirindo conhecimento e conhecendo clientes. Com o decorrer do tempo passou a vender também as roupas que a sua esposa produzia. Aumentando cada vez mais seus pedidos resolveu cuidar da parte administrativa e legalizar a empresa. Abaixo segue os gráficos indicando o faturamento relacionado com a produção e o número de funcionários nos últimos três anos: 51 TRIENE 111,6 0,7 2,8 3,2 90 93 60 33 10 1 0,1 2000 2001 Nº Funcionários Produção (mil) Faturamento (milhões) 2002 Ano 0,87 0,88 0,84 10 10 15 22 100 57,4 48,7 60,1 VANIBELI Valor Valor 100 30 1000 1 0,1 2000 2001 Ano 2002 Nº Funcionários Produção (mil) Faturamento (milhões) 52 VIA ORATÓRIA 17 20 24 100 1 0,7 4 0,6 4 0,5 Valor 4 10 0,1 2000 2001 2002 Ano Nº Funcionários Produção (mil) Faturamento (milhões) NOVA ERA (SKS) 100 67 40 Valor 30 10 0 0 0 0 0 0 2000 2001 2002 1 Ano Nº Funcionários Produção (mil) Faturamento (milhões) 53 A pesquisa indicou que as empresas possuem diversos produtos, entre eles, roupas jeans (calças, bermudas, saias, jaquetas), camisas masculinas, roupas para surfistas, roupas infantis em geral e os seus principais mercados são lojistas em geral de vários estados do Brasil, mas principalmente Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. As empresas utilizam vários serviços de autônomos entre eles: acabamento, lavanderia, serigrafia e estamparia. Esses serviços são utilizados dessa forma porque as empresas não possuem espaço físico para executa-los dentro das empresas e porque o volume de peças produzidas é pouco para fazer um investimento nessa área. Nenhuma das empresas presta serviços para terceiros. Visando sempre estar por dentro de todas as novidades da moda as empresas utilizam diversos modos de instrumentos para decidir sobre a criação de seus modelos, sendo que os principais são: revistas especializadas em moda, consultores de moda, criação interna, viagens e feiras. E a periodicidade de cada lançamento varia entre 60 a 120 dias. Com relação as técnicas de gestão as empresas responderam não ter nenhuma técnica de qualidade total e ISO 9000 apenas utilizam de maneira informal algumas técnicas de controle do processo produtivo e controle estatístico do processo sem ter isto formalmente documentado, demostrando a necessidades de profissionalizar as técnicas de gestão. Em contra partida as empresas elegem como mais importante em relação as estratégias de produção reduzir custos de estoques, reduzir consumo / aumentar o rendimento da matéria prima e promover desgargalamentos. Embora as empresas ainda não tenham qualidade total elas acham importante ter um controle de qualidade em todas as etapas ou em algumas etapas essenciais, relevando assim a necessidade e a importância com que as empresas vêem este item. A qualidade não é um conceito estático, mas dinâmico. Ela não define um estado, mas representa um processo: o da melhoria continuada da qualidade dos bens e serviços. Ligado a esta definição de qualidade as empresas também elaboram um conceito sobre os seus produtos e priorizam o seguinte: em primeiro a boa qualidade 54 da matéria prima, em segundo o cuidado nas costuras e em terceiro a atualidade dos modelos. E para todas as empresas vários são os fatores que tem muita importância no desenvolvimento como por exemplo: definição das necessidade dos clientes, desenvolvimento de Recursos Humanos, gerência participativa, disseminação das informações, treinamento para a qualidade, tecnologia adequada entre outros tornam a empresas muito mais competitiva. Abaixo segue os gráficos indicando quais mercados, a produção das empresas atinge e em que percentual: TRIENE 5 35 60 Mercado Local (%) Grandes Empresas (%) Outras Cidades (%) 55 VANIBELI 5 0 Mercado Local (%) Grandes Empresas (%) Outras Cidades (%) 95 VIA ORATÓRIA 0 100 Mercado Local (%) Grandes Empresas (%) Outras Cidades (%) 56 NOVA ERA (SKS) 30 0 70 Mercado Local (%) Grandes Empresas (%) Outras Cidades (%) Com relação ao aspecto mercadológico os produtos das empresas são vendidos integralmente (100%) por representantes e estas vendas se direcionam para os mercados interno e externo. Para aumentar as vendas as empresas investem em marketing e propaganda, destinando cerca de 2% a 5% sobre o faturamento, sendo que os veículos mais utilizados são catálogos, outdoors, brindes, patrocínio, rádio e TV. As propagandas são mais intensificadas em épocas de lançamento de coleção para chamar maior atenção dos clientes para os novos produtos. Com relação a gestão de Recursos Humanos, acham importante este setor na empresa, mas nenhuma das entrevistadas tem alguma formalização sobre este assunto. Demostrando assim muita inexperiência, pois para o recrutamento é feito por indicações e pela experiência que os candidatos apresentam, não tendo uma forma sistemática e de divulgação onde candidato possa conhecer a empresa. Em função a despadronização dos recrutamentos pode-se detectar um baixo grau de escolaridade entre os funcionários da produção e da administração nas empresas, constatamos que apenas 3% dos funcionários nas empresas possuem 3º grau completo e o restante estão entre o 1º e o 2º grau. As empresas pesquisadas possuem de 2 a 6 níveis hierarquicos: 57 Segundo Hampton (p. 308), “ A hierarquia é que indica quais as posições responsáveis por quais atividades e quais as relações de subordinação ou de relação que devem existir. Essa hierarquia de autoridade é formada para canalização a direção dos empregados e a sua interação.” A rotatividade foi outro item pesquisado e apenas uma das quatro empresas pesquisadas apresenta alta rotatividade. A alta rotatividade acarreta um gasto de energia e recursos que precisam ser compensados para a empresa alcançar novamente o seu equilíbrio interno e manter sua integridade e sobrevivência desprendendo assim um custo negativo de energia para equilibrar a entrada e saída de funcionários. Todas as empresas afirmaram que oferecem treinamento para seus funcionários mas foi percebido a ausência de programas de qualificação e aperfeiçoamento e o treinamento é feito na área de atuação de cada um e é utilizado o SEBRAE para treinar os funcionários, ou seja, instrutores de fora. Apenas uma empresa utiliza instrutores da própria empresa. Em relação a produção as empresas sentem maior necessidade de treinamento nas seguintes áreas: costura, corte, acabamento e planejamento e controle da produção; e em relação a parte administrativa às áreas são: finanças, vendas, custos e materiais. Outro fator importante encontrado neste item treinamento é a dificuldade encontrada para treinar a mão de obra especializada, em função da baixa qualificação com que são recrutados os funcionários, embora as empresas encontrem mão de obra disponível mesmo assim é preciso treina-las. Em seu livro Chiavenato (p. 295) cita um conceito que é importante para entendermos melhor o que é treinamento: “ É o processo sistemático de alterar o comportamento dos empregados na direção do alcance dos objetos organizados. O treinamento está relacionado com as atuais habilidade e capacidades exigidas pelo cargo. Sua orientação é ajudar os empregados a utilizar suas principais habilidades e capacidade para serem bem sucedidas.” Portanto é necessário o qualificar e aperfeiçoar não só na área em que o funcionamento atua mas sim um treinamento em que o funcionário fique sabendo de 58 todos os processos da empresa. Perceber a empresa de forma global como um todo e não apenas sob um único ângulo. Outro item pesquisado foi a forma como as pessoas são remuneradas, pois no mundo competitivo em que vivemos apenas o salário fixo é insuficiente para motivar e incentivar as pessoas. A pesquisa mostrou que as empresas além do salário fixo utilizam prêmios e gratificações como assiduidade e eficiência na produção. Duas das empresas pesquisadas ainda oferece alguns benefícios a mais como: vale mercado, vale farmácia, plano dentário, bolsa de estudos. Preocupadas com seus recursos humanos, as empresas afirmam que possuem planos de treinamento para melhor desenvolver seus funcionários, mesmo que de maneira informal. Para finalizar, a pesquisa se encerra com algumas perguntas: 1- Quais os obstáculos ou dificuldades que a empresa tem encontrado? R.: “Os empresários do setor não são unidos, mão de obra escassa e desqualificada, os investimentos são caros em treinamento e em tecnologia, poucos incentivos aos empresários.” (Triene) “Não há união entre os empresários do setor, a moda se atualiza com muita rapidez, dificuldades em conseguir crédito com bancos e órgãos.” (Vanibeli) “Muita competitividade, tem que estar sempre criando novos modelos e com novidade, mão de obra desqualificada na produção, auto custo da propaganda.” (Nova Era) 2- Quais as perspectivas para o ramo de confecções da região? R.: “Boas, embora o mercado atualmente esteja retraído.” (Via Oratória) “O ramo é crescimento, tem qualidade é competitivo com preço.” (Triene) “Para o próximo ano deve ter melhoria no setor de vendas e consequentemente uma melhoria no setor de produção.” (Vanibeli) 3- A empresa possui algum plano de expansão? (Aumento de produção, novos linhas de produtos, etc.) R.: “Sim, estamos lançando a linha de calças e abrindo novos mercados.” (Via Oratória) “Estamos expandindo o espaço físico que hoje é de 850m² para 1.950m², com uma nova filial, contratação de um gerente de vendas , estamos iniciando a confecção de malhas.” (Triene) 59 “Sim, novas linha de produtos, exportação e importação para novos estados.” (Vanibeli) 4- O que pode ser melhorado para que o ramo de confecções da região continue a se desenvolver e se tornar mais competitivo? R.: “Que sejam disponibilizados cursos profissionalizantes e de especializações, pois a mão de obra ainda deixa muito a desejar.” (Via Oratória) “Ter maior interação entre os empresários do setor, para a exportação.” (Triene) “Ter uma maior união da categoria e ter uma feira de eventos do setor de confecções.” (Vanibeli) 60 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO O setor de confecção de vestuário da região de Criciúma é um setor que pode ter ótimas chances de desenvolvimento. Este ramo da confecção nasceu somente a uma década aqui na região e já cresceu muito, considerando o faturamento das empresas. Prevendo este crescimento os empresários do ramo do vestuário poderiam estar mais unidos e juntos promover alguns eventos como por exemplo: feiras e desfiles e com isso proporcionar algumas melhorias para este setor. Uma dessas melhorias deveria ser investidos em treinamento e aperfeiçoamento para os funcionários, pois a medida que as empresas crescem, aumenta também a complexidade em relação as tecnologias e a mão de obra utilizada nas empresas, treinar e aperfeiçoar esta mão de obra torna-se indispensável, pois aplicar os conhecimentos, habilidades e destrezas é indispensável a manutenção e competitividade do negócio. Preocupar-se com o capital intelectual das empresas é proporcionar um rumo aos objetivos globais da empresa. E torna-las parceiros da organização é um desafio que cada empresário deveria assumir. As organizações bem sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do negócio e não mais como simples empregados contratados. Após terminar esta pesquisa fica em mente a importância e a necessidade de se estruturar um setor de recursos humanos nas empresas e de montar políticas que façam do funcionário um dos principais investimentos das empresas. Este foi o primeiro passo em relação ao tema pesquisado, com certeza, terei muitas experiências que me farão abrir novos horizontes e novos 61 conhecimentos com relação a este tema, não pouparei esforços para continuar pesquisando e aprendendo mais sobre políticas de Recursos Humanos. 62 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, 2000. _______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2001. CHIAVENATO, Idalberto, Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 457 p. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: ed. Compacta. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. CURADO, Isabela Baluiro. A Gestão de Recursos Humanos no Interior de São Paulo – Série Linhas da Pesquisa. São Paulo: SENAC, 1996. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. GOULARTI FILHO, Alcides; NETO, Roseli Jenoveva. A Indústria do Vestuário: economia estática e tecnológica. Florianópolis: Letras Contemporânea. 1997. HAMPTON, David R. Administração Contemporânea: Teoria, Prática e Casos 3. ed. São Paulo: McGraw - Hill, 1992. MELLO FILHO, Tomaz Reis, et al. A Micro, Pequena e Média empresa Como Geradora de desenvolvimento. 63 ANÊXO 64 ANÊXO A – Questionário para Pesquisa da Industria do Vestuário 65 QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO A INFORMAÇÕES GERAIS DATA: / / 1- Nome da Empresa: _________________________________________________ 2- Endereço da Empresa: _______________________________________________ ___________________________________________________________________ 3- Ano de fundação e início da atividades: _________________________________ 4- Nome e escolaridade dos sócios: Nome Escolaridade _____________________________________ ____________________ _____________________________________ ____________________ _____________________________________ ____________________ 5- Origem do Capital: ( ) Nacional ( ) Próprio ( ) Terceiros ( ) Estrangeiro ( ) Misto 6- Antes de construir esta empresa, qual a atividade dos sócios? Nome do Sócio Atividade anterior . 66 _____________________________________ ____________________ _____________________________________ ____________________ _____________________________________ ____________________ 7- Nome e função do entrevistado: Nome Função _____________________________________ ____________________ 8- A empresa é: ( ) Confeccionista ( ) Faccionista ( ) Os dois B HISTÓRICO DA EMPRESA 9- Breve histórico da empresa (descrever como começou, por que escolheu o ramo vestuário, Por que neste município?) ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ C DADOS SOBRE A PRODUÇÃO E CAPACIDADE INSTALADA 10- Indique abaixo o faturamento, n.º de empregados e o n.º de peças confeccionadas nos últimos três anos. 67 Ano 2000 2001 2002 Faturamento N.º Empregados N.º Peças 11- Quais os produtos confeccionados pela empresa: ( ) Roupa íntima ( ) Acessórios têxteis para vestuário ( ) Roupa de dormir ( ) Artigos de cama, mesa e banho ( ) Roupa de praia/banho ( ) Roupa de esportes ( ) Roupa de lazer ( ) Roupa social ( ) Roupa de gala ( ) Roupa infantil ( ) Roupa de proteção ( ) Roupa profissional ( ) Roupa de segurança ( ) Meias / malhas ( ) Outro (s). Qual (is)? _____________________________________________ 12- Na tabela abaixo, indique os produtos e/ou artigos confeccionados, qual o principal mercado e qual o percentual de vendas destinado a esse mercado. Produto / Artigo Principal mercado % 13- Indique a utilização da capacidade instalada: ( ) 100% ( ) 40% ( ) 80% ( ) 20% ( ) 60% 14- Na tabela abaixo, indique qual os tipos de insumos utilizados, qual a quantidade mensal consumida e qual a procedência desses insumos. Tipo de insumo Quantidade/mês Procedência 68 15- A empresa utiliza serviços autônomos (não empresa)? ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, que tipo de serviço, qual o % (percentual) utilizado sobre a produção total da empresa e qual a razão e de que forma a empresa remunera esses serviços? Serviço % Razão Forma de remuneração Modelagem Corte Costura Acabamento Bordado Lavanderia Serigrafia Estamparia Outro (s). Qual (is)? 16- A empresa utiliza serviços facção? ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, que tipo de serviço, qual o % (percentual) utilizado sobre a produção total da empresa e qual a razão e de que forma a empresa remunera esses serviços? Serviço Modelagem Corte Costura Acabamento Bordado Lavanderia Serigrafia Estamparia Outro (s). Qual (is)? % Razão Forma de remuneração 69 17- A empresa presta serviços para terceiros (facção ou outros)? ( ) Sim ( ) Não Em caso positivo, que tipo de serviço, qual o % (percentual) de serviços prestados sobre a produção total da empresa e qual a razão? Serviço % Razão Modelagem Corte Costura Acabamento Bordado Lavanderia Serigrafia Estamparia Outro (s). Qual (is)? 18- Como a empresa decide sobre os modelos que serão produzidos? (modelo para cada estação). Numerar em ordem de importância. N. 1 é o mais importante. ( ) Criação interna ( ) Revistas especializadas em moda ( ) Viagens ( ) Feiras ( ) TV, Vídeo ( ) Consultores de moda Outro (s). Qual (is)? ___________________________________________________ 19- Qual a periodicidade no lançamento dos produtos? ( ) A cada estação ( ) Anual ( ) Semestral ( ) Mensal 70 ( ) Semanal Outro (s). Qual (is)? ___________________________________________________ 20- Quanto tempo decorre entre a criação e o faturamento de novos modelos? ___________________________________________________________________ 21- A empresa tem alguma marca (etiqueta) registrada? ( ) Sim ( ) Não Em caso de afirmativo, indique qual (is)? __________________________________ 22- Quantas marcas (etiquetas) a empresa produz? ( ) Própria. Quantas: ____________________ ( ) Licenciada. Quantas: _________________ ( ) Facção. Quantas: _____________________ 23- Com relação as técnicas de gestão abaixo, preencha as opções conforme os números indicados: 1- Não conhece 2- Conhece, mas não tem planos para implantar 3- Está realizando estudos visando a sua implantação 4- Está em fase inicial de implantação 5- Está em fase adiantada de implantação (mais de 02 anos) ( ) Circulo de controle de qualidade ( ) Controle estatístico de processo ( ) 5 S`s ( ) Técnicas de solução de problemas ( ) Controle de tempos nas operações de produção ( ) Células de produção ( ) Just in Time ( ) ISSO 9000 ( ) Qualidade total 24- Com relação ás estratégias de produção, a empresa pretende: 71 Numerar em ordem de importância. O n. 1 é o mais importante. ( ) Reduzir custo de estoques ( ) Reduzir consumo/aumentar rendimento da matéria prima ( ) Reduzir necessidade de mão de obra ( ) Promover desgargalamentos produtivos ( ) Outro (s). Qual (is)? _______________________________________________ ( ) Não há estratégia definida D DADOS SOBRE PROGRAMA DE QUALIDADE 25 – Com relação ao controle de qualidade, a empresa: ( ) Não realiza ( ) Realiza na matéria prima ( ) Nos produtos em processo ( ) Somente em produtos acabados ( ) Em algumas etapas essenciais ( ) Em todas as etapas ( ) Outro (s). Qual (is)? _______________________________________________ 26- Se a empresa ainda não iniciou a implantação de programas de qualidade, qual a razão? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 27- Se a empresa realiza controle de qualidade, de que forma a empresa tomou conhecimento sobre Programa de Qualidade e como surgiu a necessidade de implantar. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 72 28- Descreva sucintamente as fases pelas quais o programa já passou: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 29- Os programas de qualidade estão formalmente documentados? ( ) Sim ( ) Não Em caso de afirmativo, de que forma? ____________________________________ 30- Considerando a realidade da região, qual a importância dos fatores abaixo no desenvolvimento de programa de qualidade, visando tornar a empresa mais competitiva. Fatores Definição das necessidade dos clientes Comprometimento da gerência Desenvolvimento de recursos humanos Gerência participativa Apoio técnico Envolvimento e comprometimento das pessoas Disseminação das informações Sistema de remuneração consistente Fornecedores eficientes/estáveis Mercado consumidor Treinamento para a qualidade Tecnologia adequada Outro (s). Qual (is)? Muita Pouca Nenhuma 31- O conceito de qualidade dos produtos da empresa está ligado a quais aspectos? Numerar em ordem de importância. O n. 1 é o mais importante. ( ) Qualidade da matéria prima ( ) Atualidade os modelos ( ) Cores e estampas ( ) Caimento e toque dos tecidos 73 ( ) Cuidado nas costuras (ausência de pregas, ondulações, falhas, etc.) ( ) Outro (s). Qual (is)? _______________________________________________ E DADOS SOBRE O ASPECTO MERCADOLÓGICO 32- A produção da empresa atinge quais mercados, e em que percentual? ( ) Lojista local ______________________________% ( ) Atacadista local ___________________________% ( ) Lojista de outras localidades _________________% ( ) Atacadista de outras localidades ______________% ( ) Pequenas e médias empresas _________________% ( ) Grandes empresas __________________________% 33- Os produtos da empresa são vendidos de que forma, e em que percentual? ( ) Na própria loja ______________% ( ) Para outras lojas _____________% ( ) Por representantes ___________% ( ) Por encomenda ______________% ( ) Por sacoleiras _______________% ( ) De outra forma ______________% Qual? ___________________________ 34- Com relação a direção da estratégia do produto, a empresa pretende, em ordem de prioridade: ( ) Direcionar exclusivamente para o mercado interno ( ) Direcionar exclusivamente para o mercado externo ( ) Direcionar para os mercado interno e externo 74 35- Com relação a estratégia do produto, a empresa pretende tornar-se competitiva com: Numerar em ordem de importância. O n. 1 é o mais importante. ( ) Baixar o preço ( ) Forte intensificação da marca ( ) Pequeno prazo de entrega ( ) Curto tempo de desenvolvimento dos produtos ( ) Não há estratégia definida ( ) Outra (s). Qual (is)? _______________________________________________ 36- A empresa investe em propaganda? Em caso de afirmativo, indique: a) Qual o % / faturamento gasto em propaganda? ____________________________ b) Qual o veículo utilizado? ____________________________________________ c) Quais os meses em que a propaganda é mais intensificada? __________________ F GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 37- A empresa possui quantos níveis hierárquicos? Qual (is)? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 38- Como está constituída a mão de obra da empresa neste momento? 75 Pessoal N.º Pessoas % Homens % Mulheres Total Empregados Especializado (s) Não especializado (s) Familiares Especializado (s) Não especializado (s) Total 39- Os recursos humanos da empresa possuíam experiência anterior no ramo de confecções? ( ) Sim ( ) Não Caso negativo. Qual a profissão anterior dos mesmos? __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 40- Com relação ao nível de escolaridade, indique abaixo o número do quadro de pessoal da empresa. Setor Administrativo Produção Vendas Sem escolaridade 1° Grau 2° Grau 3° Grau 41- De que forma a empresa costuma recrutar os seus recursos humanos? Especializados: ______________________________________________________ ___________________________________________________________________ Não Especializados: __________________________________________________ ___________________________________________________________________ 42- Qual o tempo médio de permanência dos empregados na empresa? Setor Administrativo Produção Tempo 76 Vendas 43- A empresa treinou seus recursos humanos em 2002? ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, indique quantos e em que área? Área Empregados Familiares Especializados Não especializados Especializados Não especializados Administração Produção Vendas Total 44- De que forma realiza o treinamento? ( ) Com instrutores da própria empresa ( ) Com instrutores de fora 45- Se a empresa realiza treinamento com instrutoras de fora, qual instituição faz o treinamento, e em que áreas? Instituição Área 46- Quantos empregados e em que áreas a empresa pretende treinar em 2003? __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 47- Em qual dos setores abaixo a empresa sente maior necessidade de treinamento? Numerar em ordem de prioridade. O n. 1 é o mais importante. Produção ( ) Planejamento e controle da produção ( ) Criação 77 ( ) Corte ( ) Costura ( ) Acabamento ( ) Outro (s). Qual (is)? _______________________________________________ Administrativo ( ) Técnicas de gestão (TQC, CCQ, 5S’s, MASP, etc.) ( ) Custos ( ) Vendas ( ) Finanças ( ) Materiais ( ) Outro (s). Qual (is)? _______________________________________________ 48- A empresa tem encontrado dificuldades para realizar o treinamento de seus recursos humanos? Especializados: ( ) Sim ( ) Não Não especializados: ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, qual(is) o(s) motivo(s)? 49- Que tipo de profissionais a empresa absorve e qual o nível salarial? Função Pessoal Especializados Não especializados H M H M Produção Costureira (o) Overloquista Bordadeira (o) Passadeira (o) Modelista Encarregada(o) Administração Gerente Vendedora (o) Outros. Qual (is) 50- Com relação ao recrutamento de recursos humanos, a empresa: Nível Salarial 78 ( ) Não tem dificuldade de encontrar mão de obra treinada ( ) Encontra mão de obra disponível, mas precisa treina-la ( ) Falta mão de obra 51- Como é composto o salário do trabalhador? ( ) Salário fixo ( ) Ganho de produtividade (_______%) ( ) Outro (s) benefício (s). Qual (is)? _____________________________________ ___________________________________________________________________ 52- Todos os trabalhadores tem a carteira profissional registrada? ( ) Sim ( ) Não 53- Quanto a estratégia de gestão de recursos humanos, a empresa: ( ) Possui plano de recursos humanos ( ) Possui plano de cargos e salários ( ) Possui plano de treinamento ( ) Não há estratégia definida 54- Com relação à definição dos postos de trabalho, a empresa: ( ) Define postos de trabalho de forma estreita e rígida ( ) Define postos de trabalho de forma estreita, mas incentiva os trabalhadores a executarem tarefas fora da definição dada ( ) Define postos de trabalho de modo amplo visando alcançar polivalência ( ) Não define rigidamente os postos de trabalho de modo que a gama de tarefas varie consideravelmente ( ) Não há estratégia definida. 79 G INDICADORES DE DESEMPENHO 55- A empresa analisa o seu desempenho global? ( ) Sim ( ) Não Caso afirmativo, de que forma? _________________________________________ Caso negativo, por quê? _______________________________________________ 56- Com relação ao desempenho produtivo, indique o percentual na tabela abaixo. Variável Taxa de retrabalho Taxa de defeito Taxa de rejeito de insumos Taxa de devolução de acabados Paradas imprevistas H produtos Unidade % % % % 2000 2001 2002 dias DADOS SOBRE O PLANEJAMENTO DA EMPRESA 57- Com relação ao grau de formalização do planejamento da empresa: ( ) Não existe nenhuma estratégia formal ou informal ( ) Existe estratégia desenvolvida, disseminada informalmente ( ) Existe estratégia desenvolvida, disseminada periodicamente ( ) Existe estratégia desenvolvida, disseminada periodicamente com o envolvimento dos diversos setores da empresa. 58- Se a empresa possui formalização do planejamento estratégico, quais as fontes de informações utilizadas? 80 Numerar em ordem de importância. O n. 1 é o mais importante. ( ) Mídia em geral ( ) Participação em atividades promovidas por associações de classe ( ) Revistas especializadas ( ) Feiras e congressos no país ( ) Feiras e congressos no exterior ( ) Visitas a outras empresas no país ( ) Visitas a outras empresas no exterior ( ) Consultoria especializada ( ) Bancos de dados ( ) Pesquisas próprias ( ) Outra (s). Qual (is)? _______________________________________________ 59- Quais os obstáculos ou dificuldades que a empresa tem encontrado? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 60- Quais as perspectivas para o ramo de confecções da região? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 61- A empresa possui algum plano de expansão? (aumento de produção, novas linhas de produtos, etc.) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 62- O que pode ser melhorado para que o ramo de confecção da região continue a se desenvolver e se tornar mais competitivo? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________