Artigo - Sustentabilidade
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Estado de arte do e-Learning no mundo
Marcos Hashimoto (*)
A última edição do e-Learning Brasil ocorrida nos últimos dias 17 e 18 de abril, em São Paulo, evidenciou o que o
mercado já sabia: poucas novidades tecnológicas, mas maior conscientização para as vantagens deste conceito
de treinamento e desenvolvimento à distância. Neste ano, houve um número maior de maior de participantes
(550 pessoas segundo os organizadores, mais que o dobro do público presente no ano passado). A melhor
novidade é que muitas tecnologias que estavam só na demonstração no ano passado já foram convertidas em
inúmeras aplicações em várias organizações. Muitas delas foram utilizadas pelos próprios especialistas para fazer
suas apresentações em tempo real e com interatividade, direto de suas cidades de origem. Acompanhe pelo site
um resumo do Congresso, feito pelo professor universitário de empreendedorismo Marcos Hashimoto. Para
começar, um resumo da palestra de Elliot Masie, renomado especialista em tecnologia para desenvolvimento
organizacional.
Estado da arte do e-learning no mundo
Elliot Masie, diretor do Masie Center, um dos maiores especialistas em tecnologia para desenvolvimento
organizacional e ensino, abriu o congresso falando diretamente de seu escritório em Saratoga Springs nos
Estados Unidos, através da tecnologia do Centra Symposium. Embasado em 25 anos dedicados ao estudo da
intersecção entre dois fenômenos críticos (o processo como a tecnologia trabalha e o processo como as pessoas
aprendem), Masie acha que as tecnologias de e-Learning geraram um profundo impacto na aplicação do
desenvolvimento organizacional e da gestão do conhecimento.
Está sedimentada a visão empresarial que o e-Learning adiciona eficiência ao processo de aprendizagem. Para
Masie, os principais direcionadores de negócio onde o e-learning pode ser aplicado são: redução do tempo para
levar um produto novo ao cliente, redução do tempo para contratar um funcionário e redução do tempo para
implementar uma mudança. O e-Learning entra quando um novo produto é colocado no mercado e a empresa
precisa treinar gerentes, equipes de vendas, equipes de suporte, distribuidores, e toda a rede nacional. Quanto
mais rápidos eles forem capacitados no novo produto, mais rápido o produto começa seu processo de fixação no
mercado. O e-Learning permite que a empresa prolongue seu alcance. As filiais e representantes não precisam
mais vir à matriz ou ao Brasil. O mercado externo fica muito mais perto, o treinamento dado a funcionários e
clientes pode se dar de forma homogênea, padronizada e global.
Outro aspecto citado por Masie é que a maior vantagem competitiva da empresa moderna reside em seus
colaboradores. Quando você permite a criação de um ambiente em que o funcionário pode chegar à sua empresa
todos os dias sabendo que terá a oportunidade de aprender alguma coisa nova, quando você estimula a
curiosidade em saber como as coisas funcionam. Quando, enfim, você usa a tecnologia para criar a cultura do
aprendizado contínuo, você está alimentando as bases para o sucesso do seu negócio.
Masie é defensor do que ele chama de ‘blended learning’ ou o ‘aprendizado composto’. O ser humano é
naturalmente um ‘aprendiz composto’, pois aprendemos com o envolvimento na experiência completa do
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de ensino baseado em vários elementos do aprendizado, não só a tecnologia. Por isso ele acha que, em médio
prazo, a letra ‘e’ de e-learning deve desaparecer, dando lugar à possibilidades de desenvolvimento baseadas em
tecnologias, metodologias e outras ferramentas. Para Masie, a tecnologia é só mais uma ferramenta, mas que
deve ser usada de forma racional, não por modismo. Existem casos em que um curso presencial é mais efetivo.
Mais importante que a tecnologia é a necessidade que deve ser atendida e o potencial de aprendizado do aluno,
dois direcionadores que dão os subsídios para a escolha do melhor modelo de treinamento, com ou sem o ‘e’.
Novas tecnologias:
Masie sugere algumas tecnologias para ficarmos de olho num futuro próximo:
Learning Systems: permitem as organizações gerenciar, monitorar, convidar para encontros presenciais,
disponibilizar o conteúdo de forma adequada aos alunos
Collaboration Systems: tecnologia já em uso. Permite que pessoas trabalhem juntas de forma colaborativa
Human Capital Systems: sistemas de Capital Humano, ou o uso do targeted learning para identificar talentos e
gerenciá-los
Content & Knowledge Management: com o uso crescente das tecnologias de conteúdo, a tendência é que
aumente a dificuldade em fazer a gestão e controle de todo este conteúdo e conhecimento. Como pesquisar e
localizar a informação correta
Para começar:
Ao final, Masie dá algumas sugestões para uma empresa que pretende começar com o e-learning corporativo:
1. Começar primeiro identificando onde dói na organização, onde é mais crítico. Não comece com o que é popular.
Veja se a empresa já tem algum treinamento formal e se quer desenvolver uma estratégia de criação de
treinamentos. Só depois pense em como integrar tecnologia, conteúdo e processos
2. Meça todos os benefícios quantificáveis que o e-learning pode trazer
3. Estenda todo o programa de treinamento à cadeia de valor: do fornecedor ao cliente. Isto se chama ‘Parallel
Learning’
(*) Mestre em administração pela FGV, professor universitário de empreendedorismo na Faculdade Prudente Morais
e consultor de empresas.
Fonte: www2.uol.com.br/vocesa/ - Acessado em 27/5/2002
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