Sistema de Gestão da Qualidade em Serviços de Hemoterapia Conceitos e Prática Marcelo Addas-Carvalho Centro de Hematologia e Hemoterapia da UNICAMP Campinas, SP, Brasil e-mail: [email protected] Principais Ferramentas para Qualidade Agenda • Introdução – • • conceitos de qualidade Princípios da Qualidade 10 elementos do SGQ AABB: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. • gestão da organização gestão de recursos humanos relação com clientes e fornecedores gestão de equipamentos controle e gestão dos processos documentação e registros desvios e não conformidades dos produtos ou serviços monitoramento e avaliação melhoria do processos segurança e ambiente de trabalho Experiência do Hemocentro da UNICAMP Principais Ferramentas para Qualidade Introdução O que é Qualidade? • O termo - Qualidade - tem sido utilizado ao longo dos anos para descrever atributos tão variados como: A beleza A bondade O preço alto O luxo • Qualidade é uma percepção pessoal • Por isso é difícil administrar uma coisa tão imprecisa Principais Ferramentas para Qualidade Introdução • Objetivo: alcançar padrões altos de qualidade em todos as fases do processo – produção , atendimento aos pacientes e serviços segurança transfusional • A qualidade é responsabilidade de todas as pessoas envolvidas no processo • A gerência é responsável pela implementação e manutenção do sistema de gestão pela qualidade Hierarquias de qualidade GQT GQ SQ GQ CQ Gestão da Qualidade Total Gerência da Qualidade Sistema de Qualidade Garantia de Qualidade Controle de Qualidade Controle de qualidade - CQ • fornece informações aos envolvidos sobre o desempenho dos processos • o CQ do produto determina se os produtos ou serviços preenchem as especificações pré-definidas • exs. CQ de reagentes, conferências durante o processo, inspeções visuais, controle de temperaturas, análise de amostras de hemocomponentes Garantia da qualidade - GQ • não está voltada ao desempenho atual do processo e sim faz um a revisão retrospectiva e analisa o desempenho baseado em dados obtidos • avalia se o processo está sob controle e identifica tendência a desvios • informações ações de melhorias • exs. monitoramento de indicadores, auditorias, etc. Gestão da qualidade - GQ • considera as relações entre os processos dentro da instituição e desta com os fornecedores e clientes • gestão executiva • aplicação dos princípios da qualidade atingir as especificações do cliente – foco no cliente • envolve da detecção até a prevenção Trilogia da qualidade de Juran • 3 processos fundamentais relacionados com a gestão da qualidade nas instituições: – planejamento – controle – melhoria Planejamento • estabelecer os objetivos • identificar os clientes • determinar as necessidade e expectativas dos clientes • desenvolver as especificações do produto ou serviço • desenvolver o processo (descrição e recurso necessários) • determinar os controles necessários Controle • avaliar o desempenho atual • comparar o desempenho com os objetivos definidos anteriormente • ações corretivas, se necessário • avaliar a adequação dos controles (criação de indicadores é de alto custo) Melhoria • obter desempenhos mais altos • as oportunidades de melhoria podem estar relacionadas com deficiências • deve ser baseada em análise de dados • objetivo melhoria contínua SGQ – Conceitos e Prática 10 Elementos do SGQ - AABB 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. gestão da organização gestão de recursos humanos relação com clientes e fornecedores gestão de equipamentos controle e gestão dos processos documentação e registros desvios e não conformidades dos produtos ou serviços 8. monitoramento e avaliação 9. melhoria do processos 10. segurança e ambiente de trabalho Elementos do Sistema de Qualidade ISO 9000:2000 RESPONSABILIDADES DA DIREÇÃO AABB • ORGANIZAÇÃO • DOCUMENTOS E REGISTROS • RH GESTÃO DOS RECURSOS • FORNECEDORES • INSTALAÇÕES E SEGURANÇA REALIZAÇÃO DO PRODUTO • CONTROLE DE PROCESSOS • EQUIPAMENTOS MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA • DESVIOS • AUDITORIAS • MELHORIA DE PROCESSOS SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização “O que é uma Organização?” SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização • • “Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.” Uma organização é formada pelo soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros. Maximiano, Introdução a Administração, 1992 SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização • Definição das linhas gerais de conduta: – Missão – Visão – Política • Organograma com definição de responsabilidades • Manual da Qualidade – como se faz qualidade no serviço SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização Missão É o compromisso e dever da organização para com suas partes interessadas (clientes, colaboradores, comunidade), ou seja, é a própria razão de existência da organização SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização Visão de Futuro Expressa o sonho da Alta Direção, de como ela deseja que sua empresa se encontre no futuro SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização Política da Qualidade Reflete intenções e diretrizes globais de uma organização, relativas à qualidade, expressas pela alta direção. Sua formulação leva em conta a Visão e a Missão. SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização • Objetivos da Qualidade – – • são estratificados da Política da Qualidade da organização devem traduzir como deveremos acompanhar a evolução de um determinado processo, produto ou negócio Indicadores de Acompanhamento – • representam de forma quantitativa a evolução e o desempenho dos negócios, qualidade dos produtos e serviços, participação e motivação de seus colaboradores Metas – são valores quantitativos ou qualitativos a serem atingidos num certo período de tempo definido SGQ – Conceitos e Prática Gestão da organização • Estrutura da Qualidade: – Representante da Direção relação entre direção e áreas • – Escritório da Qualidade • – completa autonomia dedicação específica Comitê da Qualidade • • suporte constituído por representantes das áreas SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Recursos Humanos (pessoas) “Como lidar com seres instáveis?” SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Recursos Humanos (pessoas) • Capacitação – essencial no sistema de qualidade principalmente na área de saúde • Compreende: – seleção (descrição das tarefas e classificação para as mesmas) – treinamento – avaliação da competência Capacitação Educação SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Recursos Humanos (pessoas) • Os componentes de um sistema de capacitação são: – programa de capacitação – são necessários: definição das necessidades e demandas, estruturação do programa, desenvolvimento/realização (guia de treinamento), implementação – avaliação – antes e depois, avaliação da competência (perícia para o trabalho) – documentação ou certificação (registros) SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Recursos Humanos (pessoas) • Educação continuada – deve assegurar: – – – – – capacitar conforme resultados de avaliação re-treinar se longo tempo sem realizar a tarefa capacitar para atualização técnica e/ou científica re-certificação regular da competência promover o desenvolvimento integral do indivíduo • Como manter o estímulo aos retreinamentos? Grande desafio do gerente SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes e Fornecedores SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes • Clientes: - quem são? – – – – – – pacientes equipe de assistência (médicos, enfermeiros, etc) empresas de saúde privadas órgão governamentais comunidade também: doadores (fornecedores) Avaliação de satisfação reclamações 1. Avaliação de satisfação – periódica, com objetivos claros e pré-definidos 2. Reclamações – tratamento imediato SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes • ISO 9001:2000: – Item 5.2 - Foco no cliente – requisitos dos clientes devem ser determinados e atendidos, aumentar a satisfação dos clientes – Item 8.2 – Medição e monitoramento – monitorar informações sobre a percepção dos clientes – Item 8.4 – Análise dos dados – demonstrar a adequação e eficácia do sistema de GQ, dados da satisfação dos clientes, conformidade dos produtos, desempenho dos processos e fornecedores SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes Existe uma grande preocupação em aumentar o número de novos doadores sem se dar conta dos enormes prejuízos causados por insatisfação de nossos clientes “Pensávamos que tudo começava no laboratório; agora nos demos conta que tudo gira em torno do consumidor. Embora a tecnologia continue importante, o consumidor conduz as inovações” Phil Knight – fundador da Nike “Como lidar com um cliente que reclama?” SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes • Capturar a irritação do cliente – • Ser paciente com o cliente – • evitar o conflito direto, buscar neutralizar a energia do cliente, não se chocar contra ajudar o cliente a obter o que deseja, a solução de sua reclamação Avaliar a linguagem e a oportunidade – evitar o uso de palavras como “não, mas, no entanto” SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes • Transformar o cliente insatisfeito em um “parceiro” • colocar-se do mesmo lado dele para alcançar a solução e a sua realização Dar tratamento personalizado – demonstrar ao cliente que ele conseguiu captar nossa atenção para convertê-lo em um aliado Avaliação da satisfação dos clientes Oportunidade de melhoria SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes Metodologia: 1. Determinação dos requisitos dos clientes: – desenvolvimento interno das dimensões da qualidade – método do incidente crítico (entrevistas estruturadas com uma amostra de clientes e identificação de 10 pontos positivos e 10 pontos negativos) 2. Definição do grau de confiabilidade desejado – considerar tamanho característica da amostra, número de perguntas, número de itens na escala de avaliação (nota) SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes Metodologia: 3. Construção do questionário (perguntas baseadas nos requisitos dos clientes, devem ser claras, evitar caráter positivo ou negativo das questões, verificar a validade do questionário (avaliar relevância, concisão, ambigüidade) 4. Definição das escalas a serem utilizadas e do tipo de formulário SGQ – Conceitos e Prática Relação com Clientes Metodologia: 5. 6. 7. Teste do questionário Aplicação do questionário (pessoalmente, telefone, autorespondido) Tamanho da amostra – – – 8. população desconhecida erro 0,05 intervalo de confiança de 95% Tratamento dos dados – – – apresentação dos resultados relatório tabelas, quadros, gráficos etc. } n=400 SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores “Como qualificar fornecedores e produtos?” SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores Aquisição como Processo Estratégico • Fornecedores não devem ser vistos como entregadores de produtos e sim como parceiros do negócio • A Seleção, Avaliação e Qualificação de fornecedores torna-se um dos principais aspectos na construção da estratégia do negócio da organização • As organizações devem estabelecer uma política para fornecedores, incluindo o estabelecimento de objetivos da qualidade SGQ – Conceitos e Prática SETE MANDAMENTOS • Definir a política de qualidade em compras, difundir na organização e dar conhecimento aos fornecedores atuais e potenciais • Aplicar métodos par a identificação de fornecedores adequados e selecionados • Dar toda a informação solicitada aos fornecedores e de maneira específica os requisitos de qualidade exigidos • Negociar os contratos tendo em conta as especificações, cerificações e garantia da qualidade • Aplicar métodos para detecção oportuna de desvio das especificações pré-estabelecidas • Utilizar as inspeções para retro-alimentar os fornecedores • Ajudar efetivamente os fornecedores a melhorar os produtos ou serviços e solucionar problemas SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores Sete mandamentos na relação com fornecedores Objetivo: Relação de ganho recíproco! GANHA GANHA SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores • Definição de materiais críticos • Sistemática de avaliação pré aquisição e de acompanhamento de desempenho • Critérios objetivos: – descrição detalhada – parâmetros objetivos de qualificação e de acompanhamento • Base para aquisições de serviços públicos – lei no. 8.666 SGQ –nacionais Conceitos e Prática Legislação e regras Relação com públicos Fornecedores Serviços Dificuldades e soluções • LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94) I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço. SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores IQF - Índice de Qualificação de Fornecedor – pode estar relacionado com qualidade, quantidade, pontualidade/entrega, prazo, aspectos comerciais/competitividade, preço, serviços associados/assistência técnica – depende da instituição – comparando o ideal com o atingido SGQ – Conceitos e Prática Relação com Fornecedores •pEx. IQF qualidade, onde •QA – quantidade de lotes aceitos – CQ (Ind. = 10) •QC – quantidade de lotes aceitos condicionalmente (parcial) (Ind = 5) •QR – quantidade de lotes reprovados (Ind = 0) •10, 5 e 0 – índices pré-definidos IQL ql = QA x 10 + QC x 5 + QR x 0 No. Lotes total x 10 Fornecedores Externos SGQ – Conceitos e Prática Qualificação do fornecedores - manutenção Relação com Fornecedores Como utilizar: •estabelecer nível mínimo para manter fornecedor qualificado •estabelecer objetivos de qualidade voltados para melhoria contínua – informar fornecedor criando parceria para melhoria SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos Sempre é a culpa da manutenção! SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos • Definição dos equipamentos críticos – impacto na qualidade do produto / serviço – análise cuidadosa custo x benefício – identificação única rastreabilidade e histórico do equipamento SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos • Qualificação – especificação do equipamento – plano de instalação, operação e qualificação do desempenho – avaliação pré- aquisição – incorporação de tecnologia SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos • Manutenção Preventiva – simples – baixo custo – melhora do desempenho do equipamento • Manutenção Preditiva – complexa – alto custo • Manutenção Corretiva – frente a demanda – dificuldades regionais SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos • Calibração – comparação de um dispositivo ou sistema de medição com outro dispositivo ou sistema que tem uma relação conhecida com um padrão certificado – alto custo, empresas especializadas • Validação de Equipamentos – evidência documentada de que um equipamento produzirá de forma homogênea e reproduzível um produto, que cumprirá com especificações pré-determinadas e seus atributos de qualidade – assegura resultado reprodutível e normalizado SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos Qualificação – especificação do equipamento - descrição: Centrifuga de Bancada. (Características Mínimas) 1. Características Gerais: 1.1. Controlada por microprocessador; 1.2. Alimentação elétrica de 110VAC@60HZ; 1.3. Indicação digital de velocidade e do tempo de centrifugação; 1.4. Velocidade ajustável de 2.400 e 3.400 RPM; 1.5. Com temporizador; 1.6. Com sistema de freio programável e/ou automático; 1.7. Tampa com trava de segurança, para impedir a centrifugação com a porta aberta e a abertura da porta com o rotor em movimento; 2. Acessórios: Acompanhado de rotor de ângulo fixo para comportar 12 tubos de 12mm x 75mm. SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos Qualificação – qualificação do desempenho avaliação do desempenho do equipamento frente a demanda específica do serviços: – – – – capacidade x demanda adequação a área física instalações sensibilidade e especificidade necessárias SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos Manutenção Preventiva – check list – – – – – – – – – – – Aquecimento Ruído Alarmes Velocidade Tempo Temperatura Funções do painel Plug e tomada Iluminação Acessórios Sensores SGQ – Conceitos e Prática Calibração Congelador Programável Padrão: TIEI0011 Certificado 1727-04 ECIL/RBC Escala do Instrumento: -199 - 99 oC Resolução: 0,1 oC Valor Referência 1. Leitura 2. Leitura 3. Leitura 4,0 -6,0 -12,0 -20,0 -45,0 -85,0 4,6 -5,0 -11,0 -19,0 -43,9 -83,7 4,7 -5,0 -11,0 -18,9 -43,9 -83,6 4,6 -5,1 -10,9 -18,9 -43,8 -83,7 Nível de confiança: 95% e k=2 Desvio Admissível: 2, / -2,0 Conclusão: Conforme ES: máx. 1,3333 IA: 0,1432 IB: 1,0034 IE: 0,1378 SGQ – Conceitos e Prática Validação de Equipamentos Câmara refrigerada Padrão: TIEI0022 – Coletor de dados 3 2 03/2007 08:30 09:00 09:30 10:00 10:30 11:00 11:30 12:00 12:30 13:00 13:30 14:00 14:30 15:00 15:30 16:00 16:30 Sensores ( oC ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 3,2 4,2 4,8 4,7 4,6 3,9 5,2 4,1 5,4 3,8 3,6 4,3 4,7 4,2 3,7 3,5 4,0 3,3 4,2 4,5 4,3 4,3 3,7 5,3 3,8 5,2 3,6 3,8 4,4 4,6 4,1 3,6 3,7 4,3 2,4 3,2 3,8 3,6 3,7 2,7 4,5 3,1 4,6 2,8 2,8 3,6 3,9 3,4 2,8 2,8 3,4 2,2 2,9 3,4 3,3 5,6 2,8 4,5 2,7 4,3 2,5 2,8 3,5 3,7 3,3 2,8 2,7 3,3 2,8 3,7 4,3 4,0 3,5 2,9 4,2 3,4 4,8 3,2 2,9 3,6 4,2 3,7 3,1 2,8 3,4 3,1 3,8 4,3 4,0 3,5 3,0 4,1 3,4 4,8 3,2 3,1 3,8 4,2 3,8 3,2 3,0 3,6 2,2 3,4 4,1 3,8 3,4 2,5 4,3 3,0 4,7 2,8 2,0 3,0 4,1 3,4 2,7 1,8 2,7 2,6 3,2 4,2 3,9 3,1 2,6 3,8 3,2 4,8 2,9 2,3 3,3 4,2 3,6 2,9 2,3 3,1 3,6 4,7 5,1 4,9 4,4 3,6 5,4 4,2 5,9 3,9 3,9 4,8 5,5 4,8 4,1 3,9 4,7 2,2 3,4 4,3 3,9 3,3 2,5 4,2 3,2 4,9 2,9 2,2 3,3 4,2 3,6 2,8 2,1 3,0 2,7 3,7 4,2 4,0 3,5 2,9 4,1 3,3 4,8 3,2 2,8 3,5 4,1 3,6 3,0 2,8 3,3 2,8 3,9 4,8 4,5 3,8 2,9 4,8 3,9 5,4 3,4 2,8 3,8 4,7 4,1 3,2 2,7 3,5 1 4 6 7 5 8 10 11 9 12 SGQ – Conceitos e Prática Temp. Máxima Temp. Mínima Temp. Média Limite Superior Limite Inferior 1 2 3 4 5 5,4 3,2 4,2 6,0 2,0 5,3 3,3 4,2 6,0 2,0 4,6 2,4 3,4 6,0 2,0 5,6 2,2 3,3 6,0 2,0 4,8 2,8 3,6 6,0 2,0 Sensores ( oC ) 6 7 4,8 3,0 3,6 6,0 2,0 4,7 1,8 3,2 6,0 2,0 8 9 10 11 12 4,8 2,3 3,3 6,0 2,0 5,9 3,6 4,6 6,0 2,0 4,9 2,1 3,3 6,0 2,0 4,8 2,7 3,5 6,0 2,0 5,4 2,7 3,8 6,0 2,0 Media entre os Pontos 08:30 09:00 09:30 10:00 10:30 11:00 7,0 11:30 12:00 6,0 12:30 5,0 13:00 13:30 4,0 14:00 3,0 14:30 2,0 15:00 15:30 1,0 16:00 0,0 1 Temp. Máxima 2 3 Temp. Mínima 4 5 Temp. Média 6 7 8 Limite Superior 9 10 Limite Inferior 11 12 16:30 2,8 3,7 4,3 4,1 3,9 3,0 4,5 3,4 5,0 3,2 2,9 3,7 4,3 3,8 3,2 2,8 3,5 SGQ – Conceitos e Prática Gestão de Equipamentos Calibração Equipamento Periodicidade Parâmetros Manutenção Preventiva Periodicidade RPM Centrífugas 6 meses 6 meses Tempo RPM Centrífugas refrigeradas 4 meses Tempo 4 meses Temperatura Banhos termostatizados ou incubadora Câmaras de conservação 6 meses Temperatura 6 meses 6 meses Temperatura Contagem de partículas Volume Peso Temperatura 3 meses Pressão 1 mês Capela de fluxo laminar 6 meses Pipetas automáticas Balanças Anual 6 meses Autoclave 6 meses 6 meses 1 ano Anual Tempo Termômetro líquido Anual -Termômetro eletrônico Mensal Temporizador Anual Temperatura NA Tempo NA Intervalo SGQ – Conceitos e Prática Controle e Gestão dos Processos “O que é isso? Como fazer?” “Nós sempre fazemos direito!” SGQ – Conceitos e Prática Controle e Gestão dos Processos • Validação de processos – vários parâmetros (insumos, temperatura, volume, tempo, etc) – uso de controles conhecidos em condições normais • Plano Anual de Validação – acompanhado pelo escritório da qualidade – desenvolvido pelas áreas técnicas • Validação de Equipamentos e “Software” – planejamento e acompanhamento de desempenho • Controle de Qualidade Interno e Externo SGQ – Conceitos e Prática Documentação e Registros “Onde enfio tanto papel???” SGQ – Conceitos e Prática Documentação e Registros • Documentos: testemunho evidenciado por qualquer meio, com o qual se prova, se estabelece ou se faz constar alguma coisa • Razões para documentar: – – – – – cumprimento de especificações de um produto ou serviço assegurar uma qualidade constante facilitar treinamento do pessoal rastrear ou reconstruir o processo cumprimento de requisitos legais, normas e padrões SGQ – Conceitos e Prática Documentação e Registros Documentação do Sistema de Qualidade M.Q. PROCESSOS PROCEDIMENTOS REGISTROS NÍVEL 1: 0 QUE FAZER NÍVEL 2: COMO SE FAZ NÍVEL 3: COMO SE DEVE FAZER NÍVEL 4: O QUE SE FEZ COMO SE FEZ SGQ – Conceitos e Prática Documentação e Registros Processo: qualquer atividade, ou conjunto de atividades, que usa recursos para transformar insumos (entradas) em produtos (saídas) Processo Processo Processo Pré-Analítico Analítico Pós-Analítico SGQ – Conceitos e Prática Gestão de desvios e não conformidades SGQ – Conceitos e Prática Gestão de desvios e não conformidades • Desvios ocorridos no processo, falta de cumprimento das especificações pré-estabelecidas • Podem: – comprometer o produto – não comprometer o produto • Sempre: – investigar causa – propor ações – verificar eficácia SGQ – Conceitos e Prática Gestão de desvios e não conformidades • • • • Registrar sempre Nunca atuar de maneira punitiva ou persecutória Utilizar os erros e desvios para promover melhoria Como? – discutindo com o grupo as causas – buscando conjuntamente ações corretivas e/ou preventivas SGQ – Conceitos e Prática Gestão de desvios e não conformidades • Podem ser classificados como: – Erros ou não-conformidade – Acidente – Efeito adverso - inevitável – Reclamação – cliente ou fornecedor SGQ – Conceitos e Prática Gestão de desvios e não conformidades Não-conformidade ou desvio Oportunidade de melhoria Deve existir uma sistemática de tratamento destes desvios ou não-conformidades possibilitando a análise de causas e a proposição de ações corretivas Melhoria contínua SGQ – Conceitos e Prática Monitoramento e Avaliação Acompanhamento de indicadores Auditorias internas e externas • SGQ – Conceitos e Prática Monitoramento e Avaliação • Acompanhamento do desempenho dos processos • Indicadores de processos: – – – – mensuráveis objetivos representativos boa relação custo/dificuldade x benefício • Proposição de ações baseadas nos resultados • Discussão com a equipe: – identificação de causas – ações corretivas e de melhoria SGQ – Conceitos e Prática Indicadores • Definição: são medidas-síntese que contêm informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do desempenho do sistema de saúde • Podem ser: – – • de processo de resultados O grau de excelência depende: – – – – – validade (capacidade de medir o que se pretende) confiabilidade mensurabilidade relevância custo-efetividade SGQ – Conceitos e Prática Indicadores • • Devem estar voltados para o interesse específico da instituição ou atividade avaliada, quem melhor define os indicadores são os envolvidos no processo Precisam ser: – – – – – organizados atualizados disponibilizados comparáveis e comparados utilizados SGQ – Conceitos e Prática Indicadores • Sempre deve estar definido: – – – – – • • denominação conceituação (definição) método de cálculo categorias fontes Várias atividades de saúde não possuem indicadores clássicos dificultando comparações e avaliações de desempenho Cada instituição deve criar seus indicadores: – – definição deve ser clara possibilitar benchmarking SGQ – Conceitos e Prática Definição de Metas Princípios de Mavlig Primeiro Princípio: • • • Uma meta deve ser estabelecida em função de uma necessidade explícita e não em função de sua factibilidade A organização de perseguir o necessário e não somente o possível Ex. 1961 – URSS – homem no espaço EUA – homem na lua em 15 anos (1969) SGQ – Conceitos e Prática Definição de Metas Princípios de Mavlig Segundo Princípio: • • • O grau de se atingir metas é diretamente proporcional à antecedência com a qual elas são definidas Definição de metas de curto, médio e longo porazo de forma organizada, adequada e eficaz Eventualmente necessidade de metas de curto prazo SGQ – Conceitos e Prática Definição de Metas Princípios de Mavlig Terceiro Princípio: • • • Todo indicador de desempenho possui um limite, temporário, além do qual as melhorias não agregam valor para a organização, podem somente aumentar os custos Grau de melhoria proposto deve ser específico para cada indicador / meta Não devem ser percentuais fixos, devem ser específicos para necessidades específicas SGQ – Conceitos e Prática Definição de Metas Princípios de Mavlig Quarto Princípio: • • • Metas estabelecidas somente devem ser alteradas em função de novas necessidades explícitas ou mudanças de contextos não consideradas anteriormente Metas não são definidas para motivar ou desmotivar pessoas Podem basear-se em informações externas (desempenho de outras instituições) ou internas (necessidade específicas) SGQ – Conceitos e Prática Monitoramento e Avaliação • Auditorias Internas e Externas – NBR ISO 9000:2000 – ênfase nas auditorias como ferramenta de gestão para monitorar e verificar a eficácia da implantação da política de qualidade de uma organização – NBR ISO 19011:2002 - fornece orientação sobre a gestão do programa de auditoria, são diretrizes que podem ser flexibilizadas SGQ – Conceitos e Prática Monitoramento e Avaliação Definições: – Auditoria: processo sistemático, documentado e independente para obter evidência de auditorias e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos – Critérios de auditoria: conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos – Evidência de auditoria: registros, apresentação de fatos ou outras informações pertinentes aos critérios de auditoria e verificáveis – Programa da auditoria: conjunto de uma ou mais auditorias planejado para um período de tempo específico e direcionado a um propósito específico – Plano de auditoria: descrição das atividades e arranjos para uma auditoria SGQ – Conceitos e Prática Monitoramento e Avaliação Princípios relacionados aos auditores: – Conduta ética: confiança, integridade, confidencialidade e discrição – Apresentação justa: obrigação de reportar com veracidade e exatidão – Devido cuidado profissional: aplicação de diligência e julgamento na auditoria. Ter a competência necessária é um fator importante. Princípios relacionados a auditoria: – Independência: base para a imparcialidade da auditoria e objetividade das conclusões. Os auditores devem ser independentes da atividade auditada e livres de tendência e conflito de interesse. – Abordagem baseada em evidência: método racional para alcançar conclusões confiáveis e reprodutíveis. Uso apropriado de amostragem. SGQ – Conceitos e Prática Processo de gestão de um programa de auditoria 1. Autoridade para o programa de auditoria 2. Estabelecendo o programa de auditoria – objetivos e abrangência – responsabilidades – recursos – procedimentos 3. Implementando o programa de auditoria – programando a auditoria – avaliando auditores – selecionando equipe de auditores – dirigindo as atividades de auditoria – mantendo registros SGQ – Conceitos e Prática Processo de gestão de um programa de auditoria 4. Monitorando e analisando o programa de auditoria – identificando necessidade de AC e AP – identificando oportunidades de melhoria 5. Melhorando o programa de auditoria Melhorando o PA Monitorando/Analisando o PA Estabelecendo o PA Implantando o PA SGQ – Conceitos e Prática Melhoria contínua dos Processos “Melhorar sempre.” SGQ – Conceitos e Prática Melhoria contínua dos Processos Modelo de melhoria 1. Coleta de dados – indicadores, benchmarking, avaliação de satisfação SGQ – Conceitos e Prática Benchmarking Método para comparar o desempenho de algum processo, prática de gestão ou produto (PPP) da organização com PPP similar que esteja sendo executado de maneira mais eficiente, na própria ou em outra organização, visando entender as razões do desempenho superior, adaptar a realidade da organização e implementar melhorias significativas Benchmarking nos Serviços de Hemoterapia Como fazer Benchmarking? Fase 5 Melhorar Fase 4 Adaptar Fase 3 Analisar Fase 2 Coletar Fase 1 Planejar FPNQ - Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade Relatório do Comitê Técnico, 2005 SGQ – Conceitos e Prática Como fazer Benchmarking? • Exige criatividade da equipe • Crítica para os resultados “É arriscado copiar. É preciso compreender a teoria do que se deseja fazer.” “Adapte, não adote” Deming SGQ – Conceitos e Prática Modelo de melhoria 2. Análise dos dados – determinação do desempenho e de tendências – ações objetivando priorização dos problemas SGQ – Conceitos e Prática Modelo de melhoria • Gráfico de Pareto – ressalta a importância relativa entre vários problemas • Matriz GUT – considera Gravidade x Urgência x Tendência SGQ – Conceitos e Prática SGQ – Conceitos e Prática Modelo de melhoria 3. Avaliação e confirmação de desvios 4. Identificação e análise de causas SGQ – Conceitos e Prática Avaliação das causas • Geração de idéias: “brainstorming” – 3 fases: • geração • esclarecimento • avaliação crítica das idéias • Por ques – busca das causas fundamentais • Seleção de causas mais importantes – votação: • multivoto – seleções seqüenciais • grupo nominal – seleções e notas sequenciais • Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe ou causa-efeito) – representação figurativa, 6 Ms SGQ – Conceitos e Prática Avaliação das causas 6 M’s: Mão de obra Material Máquinas Métodos Meio ambiente Medição SGQ – Conceitos e Prática Avaliação das causas Mão de Obra Treinamento, qualificação formação, experiência, motivação, atenção, disciplina, dedicação, relacionamento Máquina Equipamentos, dispositivos, ferramentas, pressão, precisão, lubrificação, manutenção, ajuste, limpeza Material Dimensão, composição, estocagem, embalagem, transporte Método Especificação, procedimentos, instruções, desenhos, esquemas Medição Realização de controles, equipamentos de medição, critério de aceitação Meio Ambiente Espaço, temperatura, iluminação, vibração, umidade, poeiras SGQ – Conceitos e Prática Modelo de melhoria 5. Melhoria de processo baseado na análise de causas – maior segurança transfusional 6. Proposta de ações preventivas e acompanhamento da eficácia das ações (indicadores, recorrência de desvios) SGQ – Conceitos e Prática Segurança e Ambiente de Trabalho • A organização deve propiciar ambiente seguro com adequado controle ambiental e procedimentos que garantam segurança de colaboradores, pacientes, doadores e comunidade • Procedimentos específicos segundo legislação: – – – – Gestão de Resíduos: infectantes, químicos, radioativos Ergonomia Biossegurança Segurança patrimonial SGQ – Conceitos e Prática Experiência do Hemocentro da UNICAMP • • • • • • • 1996 – primeiras discussões em parceria com a Faculdade de Economia sem sucesso 1999 – novo coordenador e novo diretor técnico, contratação de consultoria 2000 – certificação ISO 9002:1994 2003 – migração para ISO 9001:2000 2004 – ampliação do escopo 2005 – diagnóstico Acreditação ONA e Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ-FNQ e Premio Paulista de Qualidade de Gestão plano de ações 2007 – re-certificação com contínua ampliação do escopo: lab. marcadores celulares, citometria de fluxo, BSCUP e HLA Não confie meramente na pessoa, mas nas palavras. Não confie apenas nas palavras, mas em seu significado. Não confie apenas no significado provisório, mas no significado definitivo. Não confie apenas no entendimento intelectual, mas na experiência direta. Ditado tibetano OBRIGADO maddas @ unicamp.br fone: 19-3521-8603