UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
PRISCILA CORREA DA SILVA
BRINCADEIRAS NO CONTEXTO ESCOLAR
CURITIBA
2010
BRINCADEIRAS NO CONTEXTO ESCOLAR
CURITIBA
2010
PRISCILA CORRÊA DA SILVA
BRINCADEIRAS NO CONTEXTO ESCOLAR
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO APRESENTADO AO CURSO DE
PSICOPEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE
TUIUTI
DO
PARANÁ,
COMO
REQUISITO
PARCIAL
PARA
OBTENÇÃO
DO
TÍTULO
DE
ESPECIALISTA.
ORIENTADORA MARGARET MARIA
SCHOEDER.
CURITIBA
2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que me
ajudaram e me apoiaram na realização
desse trabalho, meus pais que me
tornaram a pessoa que sou por isso peço
a Deus que ilumine os seus caminhos.
Agradeço a professora Margaret que, em
meio a tantas tribulações pessoais,
orientou-me e proporcionou-me vários
aprendizados diferentes.
Em especial a Deus, por permitir que
tudo aconteça no tempo em que Ele quer.
A vocês minha eterna gratidão.
Dedico
a
todas
as
crianças
que
já
conviveram e convivem comigo, pois são
elas que me fazem sorrir sem nada pedir,
são elas que me alegram nos dias tristes e
são elas que me fazem voltar a ser criança.
"Educar
é
educar-se
na
prática
da
liberdade, é tarefa daqueles que sabem que
pouco sabem - por isso sabem algo e podem
assim chegar a saber mais - em diálogo
com aqueles que, quase sempre, pensam
que
nada
sabem,
para
estes,
transformando seu pensar que nada sabem
em saber que pouco sabem, possam
igualmente saber mais."
Paulo Freire
RESUMO
Brincar é um dos primeiros atos espontâneos observados nas crianças, pois para elas
é um divertimento e está presente em todas as fases da vida, faz parte das
necessidades vitais do ser humano. Brincando a criança desenvolve-se
integralmente, pois envolve aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo.
Quando a criança brinca desenvolve uma atividade prazerosa, então cabe ao
professor promover situações onde a criança encontre um ambiente estimulante e
desafiador, permitindo-lhe realizar a aprendizagem de forma natural. Através da
brincadeira a criança satisfaz seus interesses, necessidades e desejos. Brincando ela
expressa a maneira como vê, entende e sente o mundo, além de fazer descobertas,
criando soluções para seus obstáculos e partindo para novas descobertas. É na
brincadeira que a criança interage com seu meio e com outras crianças e é através
dessa interação que se desenvolve e aprende captando informações e as
internalizando construindo seu próprio pensamento.
Palavras-chave: brincadeira, educação, desenvolvimento.
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................................07
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................09
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .........................................................................14
2. 1. A CRIANÇA E A BRINCADEIRA ...................................................................14
2. 2. A BRINCADEIRA INFANTIL ..........................................................................18
2. 3. OS BENEFÍCIOS DA BRINCADEIRA............................................................19
2. 4. A BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA ...........21
2. 5. A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA INTERAÇÃO SOCIAL ........23
2. 6. BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS.................................................................25
3. VYGOTSKY E O BRINQUEDO...........................................................................29
4. REGRAS NO BRINCAR E PIAGET....................................................................31
5. A CRIANÇA, A BRINCADEIRA E A TECNOLOGIA......................................32
5. 1. O BRINCAR E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA ..................................................34
6. RESGATANDO AS BRINCADEIRAS.................................................................38
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................40
REFERÊNCIAS .........................................................................................................44
INTRODUÇÃO
Brincar é a mais elevada forma de pesquisa. (A. Einstein)
Esse trabalho tem como objetivo retratar a brincadeira no contexto escolar
levando em conta todo processo de desenvolvimento da criança desde a Educação
Infantil até as Séries Iniciais do Ensino Fundamental.
A arte de brincar, como toda manifestação lúdica, acompanha o homem desde
que este foi concebido, tornando-se parte preponderante do universo humano,
principalmente nos primeiros anos de vida.
O desenvolvimento infantil está em processo acelerado em comparação a anos
anteriores. As crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em
relação às teorias existentes.
A criança durante o processo de desenvolvimento passa por transformações
contínuas, que se desencadeiam de acordo com o meio o qual ela está inserida, através
de ações proporcionadas na interação do mesmo.
A criança ao ingressar na educação infantil, dá seu primeiro passo para a
construção do conhecimento elaborado, tem aí sua base para o aprendizado nas séries
subseqüentes. Deve-se então ser proporcionado a criança condições necessárias para o
seu desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional.
Brincar é iniciar-se na vida, é a forma pela qual a criança aprende a se submeter
às regras de comportamento social. É brincando que a criança evolui intelectualmente.
O brinquedo tem grande importância na infância, pois além de divertir também
educa e desenvolve vários aspectos como a imaginação da criança. Para construir
significados e ficar próximo do real, as crianças brincam e criam para si um mundo
para melhor compreendê-lo, atitude que também define o aprendizado.
Sendo o lúdico um facilitador, é através das brincadeiras que a criança expressa
seu lado afetivo, cognitivo, psicomotor e social, dessa forma é importante que as
escolas tenham em sua proposta pedagógica o lúdico como eixo de trabalho,
favorecendo o ensino com atividades criativas e divertidas que dão resultados quando
bem trabalhadas, respeitando sempre o interesse e necessidades dos alunos.
O brincar deve dar à criança a possibilidade de formar conceitos, selecionar
idéias, estabelecer relações lógicas, integrar percepção, fazer estimativas compatíveis
com seu crescimento físico e socializar-se.
O desenvolvimento infantil depende da maturação orgânica da criança, aliada as
possibilidades que o meio lhe oferece, pois ela não poderá realizar certas ações, se a
organização do meio físico e social não ensiná-la e/ou motivá-la a tal.
O professor precisa ter em mente a importância da brincadeira, pois esta
propicia formas do aluno adquirir conhecimentos e habilidades, aprendendo a
qualidade de vários objetos com os quais atua. Brincando a criança desenvolve sua
criatividade e imaginação. O valor da imaginação e o valor a ela atribuído no
desenvolvimento da inteligência precisam ser amparados por momentos agradáveis,
assim o aprendizado se dará de forma satisfatória.
Importante dizer de que forma o professor deve aplicar uma brincadeira, qual o
papel que ele tem em relação às brincadeiras? Qual seu objetivo ao aplicar
determinada brincadeira? Para que serve a brincadeira?
As brincadeiras desenvolvem no aluno o domínio do corpo, as suas
possibilidades de movimentar-se conscientemente fazendo novas conquistas de
espaços, além de superar suas limitações.
Segundo Rocha (1997), O brincar é parte integrante da educação, pois
representa a possibilidade do aluno trabalhar com seus impulsos, aprendendo inclusive
a avaliá-los e controlá-los.
Brincando a criança adquire habilidades e conhecimentos. À medida que a
criança vai crescendo e se desenvolvendo, surgem novos interesses, novas situações de
troca, novos aprendizados e conseqüentemente, as formas de brincar vão se
modificando, indo do prazer funcional ao jogo do faz-de-conta (simbólicos) até de
regras, que persistem até a idade adulta, onde a linguagem e o crescente grau de
socialização tornam o individuo mais apto para lidar com a realidade e a se submeter a
ela.
As brincadeiras devem ser consideradas grandes formas de aprendizagem. É
através das brincadeiras que as crianças passam a estruturar seu desenvolvimento
cognitivo, pois o processo de aprender inclui ação, reflexão da ação e sistematização
do conhecimento. Brincando a criança também desenvolve o senso de justiça, a
solidariedade e a cooperatividade, pois cada atividade envolve conteúdos e ações
preestabelecidas através de regras que poderão ser determinadas pelo professor e
também pelo grupo, ao estruturar e combinar sua utilização e aceitação para o
cumprimento das mesmas por todos envolvidos.
As brincadeiras que são estabelecidas através de regras têm função importante
no desenvolvimento social, moral e intelectual das crianças.
Pode-se combinar o interesse da criança às atividades desenvolvidas no Ensino
Fundamental e simultaneamente trabalhar o pensamento, a linguagem e a fantasia,
substituindo a rigidez proposta nas atividades curriculares, por este instrumento
saudável e prazeroso chamado brincadeira.
No entanto, mesmo com todas as indicações e teorias, as brincadeiras hoje nas
escolas, principalmente no Ensino Fundamental, estão ausentes de uma proposta
pedagógica que incorpore o lúdico como eixo de trabalho. Na sala de aula, esquecem
que a brincadeira além de atuar no aspecto cognitivo, atua no desenvolvimento afetivo,
social e cultural, favorecendo o ensino-aprendizagem com atividades criativas,
divertidas que podem dar excelentes resultados quando bem trabalhadas, respeitando
sempre o interesse e necessidades dos alunos. Porém, a brincadeira por si só, não dá
conta totalmente da aprendizagem. Esta se realiza de modo estruturado, também, por
meio de outras formas de atividade humana, úteis à sistematização de um conteúdo e a
construção e/ou ampliação de um conceito, tais como debates, música, jogos, filmes,
experimentação direta.
Por estas e outras, as escolas dificilmente dão o devido valor ao brincar. É de
suma importância que o brinquedo, além de ser levado para a sala de aula, ser dado a
ele seu verdadeiro valor, agregado aos conhecimentos que os professores devem ter
para que possam entender e interpretar o brincar e para utilizá-lo na construção do
aprendizado, importante dizer também que os educadores saibam que estruturar o
brincar resulta em intensificar a aprendizagem tendo na ação educacional a criança
como o “sujeito social”.
As brincadeiras devem ser adotadas como metodologia curricular dando à
criança a possibilidade de compreender a realidade concreta e base para a
subjetividade.
É através das brincadeiras que a criança representa o que está ao seu redor e o
interiorizando imagens para então construir seu próprio pensamento.
Deste modo, quando a brincadeira é estruturada, fornecerá meios para o
professor refletir sobre a ação proposta, aproveitar as experiências que a criança tem
do mundo real para envolvê-la no planejamento do brincar, obtendo melhor
aproveitamento.
No processo ensino-aprendizagem a brincadeira livre não tem muito valor
educativo, pois certas formas de brincar podem se tornar muito repetitivas, mas as
crianças o gostam muito, são essas que as crianças interagem mais especificamente
com as quais tem mais afinidade. Portanto, argumenta-se que os educadores têm um
papel importante a desempenhar: ajudar as crianças a desenvolver o seu brincar, entre
as quais estão brincadeiras orientadas, prazerosas e educativas, exemplo oficinas de
brinquedos, práticas artísticas, entre outras; jogos livres e regrados, àqueles que as
crianças escolhem o que vão jogam e se organizam e estes, que a criança aprende o
limitador que são as regras, orientadas pelo professor.
Entende-se, assim, que a criança no processo de exploração do conhecimento
representa no faz-de-conta, o real vivido, podendo então ser considerado o brincar
indispensável para a criação da situação imaginária. Todavia, não se pode deixar de
levar em conta a qualidade das instituições, a falta de estruturação e organização do
brincar, que pode ser mais bem desenvolvida se direcionada e ordenada pelo professor.
A apresentação desordenada de várias coisas ao mesmo tempo, ou em tempo
insuficiente ou excessivo, desestimula fato que geralmente ocorre nas salas de aula,
prejudicando o imaginário que só se desenvolve quando se dispõe de experiências que
se organizam e reorganizam gradualmente na construção do conhecimento e
socialização.
Compreender e estruturar as brincadeiras são atitudes fundamentais para que a
finalidade do brincar não saia do foco principal, que é ensinar brincando, para não se
tornar algo banalizado e sem objetivo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A CRIANÇA E A BRINCADEIRA
Mais do que um simples divertimento, indiscutivelmente a brincadeira tem
importância fundamental no desenvolvimento infantil.
“A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo
dos adultos e não apenas ao universo dos objetos a que ela tem acesso” (VYGOTSKY,
2001).
As crianças fazem ligações, criando elos entre determinada situação e objeto,
entre expressões do próprio corpo, através de mímicas e sons produzidos pela sua
própria voz, e criação de personagens. Esses elos são feitos através de situações que já
foram vividas ou apenas observadas por elas.
O brinquedo tem um contexto histórico-cultural, onde as crianças utilizam
objetos e fazem desses, outros os quais desejam representar, como por exemplo: na
brincadeira a boneca representa um neném. Porém, muitas vezes os elos feitos pelas
crianças são subjetivos e arbitrários, como quando um objeto quando levado ao
ouvido, que pode ser considerado um telefone, é necessário que as crianças
compartilharem entre si os significados criados pelas mesmas para que possam brincar
juntas. Dessa forma é que se percebe o quanto é importante esse “compartilhar” com o
outro, pois faz com que a brincadeira favoreça a constituição de um espaço mental.
Nesse mundo do faz-de-conta, as crianças podem expressar umas para as outras,
significados diferentes que apresentam acerca das coisas e dos outros, permitindo uma
diferenciação entre essas significações, delimitando então as representações mentais
para as quais esses significados apontam, por meio da brincadeira, revelando seu
mundo interior, ela aprende fazendo através de suas ações concretas.
A introdução de temáticas favorece que a criança perceba relações entre
jogadores e facilita a objetivação das ações, ajudando na direção e subordinação às
regras de conduta.
"Esse processo reflete à criança que incorpore progressivamente a realidade de
forma cada vez mais completa, mais integral, nessa atividade". (ROCHA, 1997)
Através da brincadeira, a criança realiza aprendizagem significativa. Então,
pode-se afirmar que a brincadeira propõe à criança um mundo do tamanho de sua
compreensão, no qual experimenta várias situações, entre elas o “fazer comidinha, o
limpar a casa, o cuidar dos filhos”.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, pode-se considerar que,
desde os primeiros anos da infância, encontram-se processos criativos que se refletem,
sobretudo nos jogos. É através deles que as crianças reelaboram, criativamente,
combinando fatos entre si e construindo novas realidades de acordo com seus gestos e
necessidades. Também é nos jogos que aparece toda a experiência acumulada da
criança.
No jogo e nas brincadeiras, ocorre um processo interessante de troca, as
crianças aprendem a partilhar e em situações de confronto a negociar, dessa forma
deparam com momentos de desequilíbrio e equilíbrio, surgindo então as conquistas
individuais e coletivas. Constata-se, então, que a ação de brincar é fonte de prazer e ao
mesmo tempo, de conhecimento. Neles as lideranças são desenvolvidas, e aí ela
aprende a obedecer e respeitar regras e normas.
Ainda, a criança que brinca, precisa ser respeitada, pois seu mundo é mutante, e
está em permanente oscilação entre fantasia e realidade. Precisa tanto de brinquedos
como de espaço, o suficiente para que se sinta à vontade e dona do mesmo. Acreditase, que dessa forma, a criança vai construindo seu conhecimento do mundo de modo
lúdico, transformando o real com os recursos da fantasia e da imaginação. Tem a
chance de dar vazão a uma afetividade que, freqüentemente, é tolhida na difícil luta
pela sobrevivência enfrentada dia-a-dia dentro da escola e por seus pais.
A Declaração dos Direitos da Criança rege o direito de brincar no princípio 7°,
“A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos
mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em
promover o gozo deste direito”. Nota-se que o brincar é direito adquirido e que há
muito tempo está preservado em documento que protege a integridade do
desenvolvimento infantil. Nesta perspectiva, cabe-nos entender e historiar a evolução
do brincar.
Antigamente, as crianças de diversas idades e de ambos os sexos, brincavam em
locais livres, abertos e a brincadeira tinha um caráter coletivo e de integração. Subir
em árvores, correr pelos campos e colher frutas já era garantia de diversão. Além
disso, existiam brinquedos que eram construídos nas próprias comunidades. Acreditase que, no século XV, os brinquedos tenham surgido a partir de imitações realizadas
pelas crianças. Elas, na verdade, observavam situações presentes na vida dos adultos e
transportavam-nas para suas realidades. Assim surgiram cavalos-de-pau, bonecas de
espiga de milho entre muitos outros. As brincadeiras iam sendo transmitidas e
alteradas de geração para geração. Representavam um patrimônio cultural de uma
comunidade, já que transmitiam indiretamente os valores, costumes e pensamentos de
um grupo de pessoas culturalmente diferentes. De lá pra cá, as coisas foram mudando
na sociedade, e a brincadeira não poderia parar no tempo, mas sim, ser remodelada
para adaptar-se a modernidade.
Como dever, a educação pode desenvolver um trabalho despertando na criança
o gosto pela preservação de suas memórias mais simples, aquelas que lhe dizem
respeito e que o singularizam dentro do contexto mais amplo, resgatando-lhe a
autoestima e a própria identidade, preservando os brinquedos tradicionais, mantendo
vivo os modos de criar os saberes e o fazer da população, que se classificam como
cultura tradicional, popular e oral.
Cabe a escola desenvolver projetos trazendo de volta uma infância onde os
brinquedos eram criados, muitas vezes, pelas próprias crianças e que muitas
brincadeiras atuais apenas foram remodeladas, porém a essência permanece a mesma.
2.2 A BRINCADEIRA INFANTIL
Com a brincadeira a personalidade da criança vai se desenvolvendo e criando
traços importantes. As regras, que são trabalhadas nas brincadeiras e jogos, criam
uma consciência cada vez maior dos objetivos das brincadeiras e principalmente
habilidades que se deve submeter-se a uma regra.
A brincadeira infantil proporciona momentos de auto-avaliação da criança,
fazendo com que tenha a capacidade de fazer comparações de suas possibilidades
aos demais colegas e julgar suas próprias ações.
Adultos sabem pouco sobre o que, como e quando devem intervir no jogo das
crianças, de forma a contribuir para avanços em sua capacidade imaginativa.
Principalmente quando se tem uma dupla preocupação: em primeiro lugar, a
importância de não descaracterizar a atividade de faz-de-conta, aderindo elementos
que terminam por transfigurá-la; e, em segundo lugar, não prescrevendo um excesso
de ingerência do adulto no desenvolvimento infantil, procurando um equilíbrio entre
a intervenção necessária e o afastamento necessário - o que é importante que seja de
autoria das próprias crianças.
O imaginário e as regras aparecem como elementos importantes nas atividades
lúdicas. Nos jogos simbólicos o que predomina é o imaginário, porém as regras
estão presentes, mas de forma implícita e no jogo de regras percebe-se a presença
do imaginário, mas de forma latente. A criança transforma o faz-de-conta naquilo
que vivencia.
O mundo do jogo tem leis precisas, que são o reflexo das relações reais das
pessoas com os objetos, das pessoas entre si e dos papéis que elas desempenham no
cotidiano.
2.3. OS BENEFÍCIOS DA BRINCADEIRA
O brincar deve ser visto, como meio natural para se adquirir a aprendizagem,
não significando simplesmente recrear-se. Brincar é a forma mais completa que a
criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. “Para criar um ambiente
de aprendizagem em que as necessidades desenvolvimentais das crianças possam ser
satisfeitas em que possa ocorrer uma aprendizagem ativa, o brincar parece ser o meio
de aprendizagem natural e mais apropriado”. (MOYLES, 2006)
Sendo o brincar um aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento
integral da criança, acredita-se que a linguagem cultural é o lúdico e tornar-se-á
através dele e por meio dele um agente transformador.
Brincando, a criança aumenta as possibilidades de ir além do seu próprio ser,
interage consigo mesma e com os outros, percebendo que há regras e combinados para
o convívio social, forma sua personalidade, finalmente vivenciando sua inserção no
mundo com suas diversas possibilidades. No “espaço tempo” do brincar, há relação de
apropriação e invenção, há formatação do nosso jeito de ser, estar e agir no mundo. O
brincar, também, faz com que a criança amplie sua expressividade, desenvolva a
criatividade, a percepção e a sensibilidade estética, entendida como uma totalidade. A
partir da brincadeira ela constrói os conhecimentos representando papéis,
desenvolvendo ao mesmo tempo dois vocabulários - o lingüístico e o psicomotor além do ajustamento afetivo emocional que atinge na representação desses papéis.
Durante o ato de brincar as crianças incorporam valores morais e culturais, pois
as atividades lúdicas devem ter como objetivo visar a autoimagem, a autoestima, o
auto conhecimento, a cooperação, porque estes conduzem à imaginação, à fantasia, à
criatividade, e muitas vantagens que ajudam a moldar suas vidas, como crianças e
adultos. E sem eles a criança não irá desenvolver-se suficientemente em processo de
suas habilidades.
Quando a criança brinca, torna proprietária de algumas características do ato da
realidade, reproduzindo o meio em que está inserida. É através da brincadeira que a
criança prepara-se para a vida, conhecendo a cultura do meio em que vive, a ele se
integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a
competir, cooperar com seus semelhantes, e conviver como um ser social.
Quando a criança envolve-se numa atividade prazerosa e bem orientada ocorre
o desenvolvimento de seu espírito crítico e isso é importante para o convívio com toda
e qualquer atividade humana, pois diminui a possibilidade dela agir apenas como
visionária, desvinculada da realidade e das possibilidades do seu próprio ser e do meio
que a cerca e a favorece quanto a julgar e buscar a verdade em função da realidade dos
fatos.
Outro ponto importante a se destacar com a utilização do lúdico no processo de
desenvolvimento infantil é o espírito criativo. A educação de forma mais ampla deve
desafiar constantemente o espírito criativo do indivíduo, desde suas primeiras fases, a
fim de exercitá-lo a buscar novas soluções para os problemas de sua rotina.
O professor ao colocar uma situação de confronto numa brincadeira ou jogo,
trabalha a criatividade onde se tornam capazes de perceber formas de soluções e idéias
sejam inovadas sem inibição. Dessa forma haverá uma contribuição para que não
ocorra a utilização de fórmulas prontas.
Enfim, será atribuída aos alunos a confiança de pensar e de criar novas
fórmulas, novas idéias, novas soluções, novas concepções para os possíveis problemas
que possam enfrentar. E ter-se-á, assim, expandido a criatividade.
2.4 A BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA
Autonomia significa que a pessoa é governada por si mesma, ao contrário
encontramos a heteronomia que é a pessoa governada por outra pessoa.
Durante uma brincadeira crianças tornam-se tímidas de início, se o professor
não souber administrar sua autoridade e também sua metodologia de aplicação da
atividade, pois saber conduzir uma brincadeira não significa esperar resultados que
ele determina que seja alcançada, assim deve obter uma forma de dialogar e trocar
idéias com estudantes para que possam tomar decisões por si mesmos, levando em
consideração o ponto de vista do outro.
Para o desenvolvimento da autonomia da criança, é essencial que o adulto
relacione com ela com respeito e afeição, pois terá maior probabilidade de respeitar a
maneira como as pessoas pensam ou sentem.
Quando uma brincadeira envolve situações que a criança tem que decidir o que
está certo ou errado, estará proporcionado o desenvolvimento da autonomia e essa
decisão pode ser tanto moral como intelectualmente, sendo que a decisão do que
realmente surge do interior da própria criança. A criança precisa ter a oportunidade de
decisão e não ser forçada a obedecer. Numa brincadeira é importante que a criança
seja encorajada a inventar argumentos que faça sentido e que convença os adultos.
Segundo Mônica Fantin (2000), O educador ao incentivar atividades que
desenvolvam a autonomia deve também levar em conta o desenvolvimento da
autoconfiança e a capacidade de decisão. Importante ressaltar que a criança deve
encontrar um ambiente onde haja afeto, compreensão e respeito.
Quando a criança convive com outras crianças em brincadeiras que lhe seja
permitida a troca de idéias, a liberdade para que cada um defenda seus pontos de vista
e os conflitos sejam solucionados democraticamente ocorrerá a contribuição para o
desenvolvimento da autonomia.
A autonomia é conquistada através do aprendizado, e o que favorece essa
aprendizagem são as oportunidades proporcionadas pelo relacionamento que a
criança tem com o outro para que possa ser experimentada e exercida.
Brincando também aprende a controlar seus impulsos agressivos, considerados
normais na infância, desde que estejam levando a criança a uma independência
pessoal, porém deve sofrer uma interferência para moderá-la, pois uma ação
inadequada diante dessa situação pode provocar um descontrole e a criança passa a
apresentar atitudes negativas.
A maneira mais prática de desenvolver a autoconfiança através das
brincadeiras é atribuir tarefas que estejam dentro das possibilidades de a criança ter
êxito e gratificar a sua execução com o reconhecimento da sua capacidade de esforço
e determinação.
Um dos sentimentos mais gratificantes da criança é sentir-se capaz e a
execução favorável de uma tarefa sempre a satisfaz e lhe aumenta o sentimento de
autoconfiança.
2.5 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA INTERAÇÃO SOCIAL
O intercambio social força a criança a desenvolver a lógica. Quando as
crianças passam a interagir com outras crianças vão deixando de ser egocêntricas,
pois passam a levar em consideração as outras crianças e pessoas e passam a evitar
contradizer-se na presença delas. Com isso procuram ser compreendidas e começam
o desejo de trocar pontos de vista e de “fazer sentido”, o que auxilia o
desenvolvimento do pensamento lógico.
Em grupo, trocam idéias para resolver alguns problemas e conflitos, é nesse
momento que a interação social beneficia o desenvolvimento das capacidades e
estimula a habilidade para coordenar outros desenvolvimentos a fim de construir um
nível de conhecimento mais elevado.
Brincadeiras que fazem com que as crianças confrontem suas idéias leva a
criança à construção de idéias mais elevadas.
A dinâmica das relações sociais na sala de aula, possibilita um fortalecimento
da relação entre o ser que ensina e o ser que aprende, tornando mais fácil o processo
da aprendizagem. Pode-se dizer que muitas vezes professores, pais, diretores e a
escola em si sentem-se desamparados diante de situações onde crianças mostram-se
desmotivadas de participar do processo de evolução da aprendizagem. Sendo assim,
desencadeia na criança outros processos que dificultam o andamento escolar e muitas
vezes, as crianças, desde então, são rotuladas a partir de comportamentos que podem
se associar aos distúrbios da aprendizagem: agressivas, apáticas, desinteressadas,
desatentas, desorganizadas, entre tantos outros sintomas. Desse modo, é necessário
que hajam intervenções que possibilitem a integração da criança ao mundo do saber.
Nesse momento a melhor forma de se proceder é através do lúdico. Com isso,
pode-se afirmar que o simbolismo fornece à criança a possibilidade de ir ao outro,
viver suas respectivas experiências e voltar ao seu próprio mundo.
Toda interação da criança, conforme Faria Junior cita, seja com por diversos
meios existentes, com os outros, consigo mesmo, se dá a partir do brincar: isso é
inerente ao ser humano e nunca deixará de ser, é preciso apenas construir um outro
olhar sobre a questão, incluí-lo no projeto pedagógico e fazer deste brincar, um
meio mais eficaz para a educação das crianças.
2.6 BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
As brincadeiras populares são transmitidas de geração para geração e os
brinquedos são considerados como parte da cultura local e mundial. Esses
brinquedos e brincadeiras preservam suas origens, outras se modificam, recebendo
novas regras e conteúdos. Contudo, nota-se que, cada vez mais, o contato das
crianças com brinquedos e brincadeiras tradicionais vem diminuindo e que o
interesse por brinquedos de alta tecnologia vem aumentando.
Faria Júnior (1996, P.59) afirma que: “Jogos populares infantis, parlendas e
brinquedos cantados foram sendo perdidos (ou transformados) nos últimos
cinqüenta anos possivelmente como conseqüência dos processos de urbanização e
de industrialização”.
Com a modernização os espaços das brincadeiras ficaram cada vez mais
restritos e o avanço da tecnologia as crianças foram se tornando passivas diante dos
brinquedos eletrônicos, contudo não se trata de dar ênfase que os brinquedos e a
forma de brincar do passado eram “bons” comparados aos tempos modernos como
“ruins”, mas sim que em alguns casos esses eram as únicas opções das crianças.
A construção de brinquedos e brincadeiras é adequada ao desenvolvimento da
criança, pois é ela quem age sobre a atividade. As produções físicas ou intelectuais
são, portanto, produções corporais.
Existem instituições educacionais onde o jogo e o brinquedo são foco e
estratégia para aprendizagem, mas infelizmente, essas instituições são exceções à
regra, a maioria das escolas não se deu conta da importância do lúdico nas
atividades e muitas vezes consideram a brincadeira como uma atividade que não é
séria.
O que se percebe nas escolas, ou na maioria delas, é que existe uma separação
entre o estudar e o brincar e que muitas vezes os professores, preocupados com a
quantidade de conteúdo a ser trabalhados, consideram que o espaço e
principalmente o tempo são insuficientes e inadequados para as crianças brincarem.
Esta separação é um grande equívoco, pois com o lúdico em movimento, muitas
conexões são possíveis e a aprendizagem é mais efetiva. A sala de aula ainda é,
infelizmente, formatada para que o corpo, essência do lúdico, fique aprisionado
entre uma carteira e uma cadeira, enfileirados, emoldurados, impossibilitados de
movimento, não percebem que o lúdico como estratégia de ensino faz o diferencial,
pois possibilita o aprender com prazer, com emoção e com amorosidade. Sabe-se
que, tem-se iniciado um processo de mudança desse quadro.
As crianças acabam aprendendo a ver a escola como ambiente apenas de
estudo, não de brincar. Enxergam o lúdico como obrigação, imposição que deve ser
representado por meio de papel e lápis colorido com a supervisão assídua do
professor.
Mas ainda,
[...] O professor, na sala de aula, organiza suas inserções e suas mediações
pedagógicas apresentando um modelo de conhecimento que, em geral, tem como
referência as diretrizes que sua cultura oferece sobre seu papel e sobre que sujeito
se deseja que ela constitua; e, na cultura escolar, o jogo de faz-de-conta e o
imaginário não têm sido os caminhos mais prestigiados. De uma maneira geral,
parece não interessar o que, e de que forma, a criança pode ser capaz de projetar
de novo, e sim o que é capaz de reproduzir. (ROCHA, 1997, p. 81).
A criança é um ser em formação, que necessita do brincar como necessita do
afeto, do alimento, de projetar-se.
Brincar não é só importante, também é valioso para rever conceitos, apropriarse do tempo e aprender a brincar com as próprias crianças. O lúdico pode ser
resgatado com o respeito, com a convivibilidade pautada em valores mais humanos,
menos egoístas.
Segundo o Professor MS. João Beauclair (2004), consultor educacional e
psicopedagogo, o que é preciso é reeducar a própria escola, a própria família, para
que saibam que há um tempo para tudo e que ser criança é uma fase mágica, bonita
e que precisa ser mais bem vivenciada. O distanciamento do brincar está
configurado no amadurecimento precoce, antecipado, um apressar de passos que
definitivamente, é só complicador, pois etapas fundamentais do processo de
formação da personalidade da criança são deixadas de lado, e as descobertas
aceleradas, antecipadas. Isso ao longo do tempo pode gerar um conjunto de fatores
que possibilitam o surgimento de inúmeras dificuldades futuras de lidar com os
fatos e com os movimentos do próprio viver, presentes no seu desenrolar, pois a
cada dia e em cada escola e família, há uma representação sobre o que vem a ser
uma boa aprendizagem.
Com o passar do tempo, o lúdico se perde. Na escola, com a continuidade da
trajetória da criança nas fases seguintes, é excluído do cotidiano da escola e vai
ocorrendo uma cristalização do prazer, do sorriso, do contar histórias, da
imaginação, do jogo, é nesse momento que o professor, por ser mediador da relação
da criança com o conhecimento, deve ser capaz de organizar situações educativas
atuando junto à criança no prazer da descoberta e planejando atividades adequadas,
estimulando o interesse do aluno.
Segundo Kishimoto (1993,p.58), entender o brinquedo como estimulante
material para fazer fluir o imaginário infantil dotado de uma cultura e técnica,
característica de um povo, que traz para a criança a oportunidade de brincar, sendo
suporte da brincadeira e do jogo. Contudo a brincadeira é uma ação desenvolvida
por uma ou várias crianças, onde não há um sistema de regras formais que
organizam seu desenvolvimento. Proporcionando às crianças um conhecimento
sobre o saber popular, tendo a função de transmitir diferentes culturas, que lhes
possibilita descobrir-se na sociedade em que vivem, apresentando um enorme
potencial educativo.
Observa-se que muitas vezes, as crianças preferem brincar com objetos que os
adultos jogam fora, transformando-os e recebendo um significado da sua própria
imaginação. Em alguns casos a criança recebe um brinquedo muito bom de presente
e quando abre passa tempo envolvida apenas com a embalagem e dá pouquíssima
importância ao que realmente importava, na opinião dos adultos, que deveria ser o
brinquedo.
“A brincadeira infantil enquanto manifestação livre e espontânea da cultura
popular tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de
convivência social e permitir o prazer de brincar dentro do ambiente escolar”.
(KISHIMOTO, 1993)
3. VYGOTSKY E O BRINQUEDO
Segundo Vygotsky, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal capacidade que a criança possui – pois na brincadeira a criança comporta-se num
nível que ultrapassa o que está habituada a ser, e o jogo é um dos processos que
favorece este comportamento.
As oportunidades que as brincadeiras têm, representadas por jogos,
possibilitam o domínio do simbolismo. A criança quando pequena tem sua ação
determinada pelo objeto e na medida em que essa criança cresce é ela que impõe o
significado a esse objeto. Dessa forma quando o significado fica em primeiro plano,
ocorre o exercício do simbolismo.
Para Vygotsky, do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a
brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas.
A brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra.
Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas
tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como nas que exigem regras. Pode aparecer
também no desenho, como atividade lúdica.
[...] É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no
brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa
esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por
incentivos fornecidos por objetos externos. (VYGOTSKY, 2001).
Vygotsky, do ponto de vista psicológico, considera que o brinquedo tem um
papel importante, preenche uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um
motivo para a ação, a criança pequena, por exemplo, tem uma necessidade de
satisfazer os seus desejos imediatamente. Na escola muitos momentos e desejos não
são possíveis de serem realizados imediatamente, e para que isso aconteça a criança
inventa seus próprios brinquedos experimentando tendências irrealizáveis, com isso,
o mundo dos brinquedos surge como uma forma da criança realizar seus desejos,
evitando então que seja criado um clima de tensão e que a criança envolva-se com o
ilusório e o imaginário. Uma das características da atividade humana consciente é a
imaginação, porém é um processo que na criança está em desenvolvimento.
É através da ação que a imaginação aparece e é a primeira manifestação da
emancipação da criança em relação às restrições situacionais. Isso não significa
necessariamente que todos os desejos não satisfeitos dão origem aos brinquedos.
Pode-se afirmar então que, tanto o jogo, a brincadeira como o brinquedo podem ser
englobados em um universo maior, chamado de “ato de brincar, ou ainda hora do
jogo ou hora da brincadeira. Nesse brincar está a verbalização, o pensamento, o
movimento, gerando canais de comunicação.
4. REGRAS NO BRINCAR E PIAGET
Jean Piaget (1978), dividia em três fases distintas os jogos infantis, a última fase
em que classifica os jogos, são os jogos com regras. Para ele, deve haver um
entendimento de como a criança entende e aceita as regras. Ele acredita que o jogo é
essencial na vida da criança. Para saber como é o ponto de vista da própria criança de
como vem a ser o respeito pelas regras, Piaget passou a observar seu comportamento.
Por volta dos 18 meses a criança encontra-se na fase de jogos com exercícios,
onde ocorre uma manifestação de repetições motoras. Em torno dos 2 aos 6 anos surge
a representação dos jogos simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança, não
somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a representação. Os
jogos de regras surgem após essa fase, e com o convívio social, as crianças vão
sentindo a necessidade de interagirem umas com as outras e consequentemente, vão
aumentando sua importância conforme o desenvolvimento social, sendo assim, Piaget
considera que o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento
infantil, onde a aprendizagem de regras de comportamento, respeito às idéias e
argumentos contraditórios é a construção de relacionamentos afetivos.
Nota-se na teoria Piagetiana, a importância do jogo de regras ligada ao fato da
criança aprender a lidar com a delimitação no espaço, no tempo, no tipo de atividade
válida, o que pode e o que não pode fazer, garantindo certa regularidade que organiza
a ação tornando-a orgânica.
5. A CRIANÇA, A BRINCADEIRA E A TECNOLOGIA
Segundo texto virtual publicado pela televisão Cultura sobre recursos
educativos para pais e professores, com o crescimento das cidades e a correria do
dia-a-dia, reduziu-se o espaço e o tempo para brincar. Os avanços tecnológicos
afetaram as brincadeiras, deixando a interação entre as crianças, muitas vezes, em
segundo plano.
O consumo dos brinquedos industrializados como videogames e internet, é
estimulado a todo o momento pelas propagandas. Existe uma infinidade de
brinquedos que são atrativos e diversificados que sofreram inovações tecnológicas
que permite ao mesmo tempo divertimento e interação direta da criança com o
objeto sem necessitar de espaço.
O que se percebe com essas mudanças e avanços tecnológicos é que a criança
já tem o brinquedo pronto, visto que ela já não constrói mais seus objetos de
diversão, perdendo o início da brincadeira. A criança simplesmente escolhe o que
quer brincar e compra o brinquedo que melhor se encaixa com seu nível social,
refletindo no que se pode chamar de patrimônio da cultura moderna. A família é o
início no qual o sujeito humano se torna membro de uma sociedade, para isso
percorre um longo caminho, marcado por vivências e fragilidade emocional,
dependência, indiferenciação entre o real e o imaginário, entre o mundo interno e
externo. O ser humano não nasce membro da sociedade: vai-se construindo aos
poucos. Cada pessoa, portanto, ao nascer encontra um:
[...] Mundo de objetos e de fenômenos criado pelas gerações precedentes. Ela
apropria-se das riquezas desse mundo participando no trabalho, na produção e nas
diversas formas de atividade social e desenvolvendo assim as aptidões
especificamente humanas que se cristalizaram, encarnaram nesse mundo.
(LEONTIEV, 1978, p. 266).
Pouco a pouco a criança vai assumindo e interiorizando, mediante a
linguagem, determinados papéis e modelos de relacionamento. Conseqüentemente,
ela é capaz de se posicionar criticamente e modificá-los. Isto pode significar a
constituição de sua autonomia e a construção de um projeto que organize e norteie
sua vida.
O progresso de socialização deve dar condições para a experimentação livre:
poder cair e levantar, tentar aceitar o erro e aprender a avaliar os resultados das
ações. Contudo, além das brincadeiras e brinquedos utilizados pela criança em
várias épocas e de várias gerações, o avanço tecnológico vem contribuindo para
deixa-los cada vez mais cheios de recursos e fascínios, desenvolvendo a todo
instante o interesse das crianças por essas novidades.
Atualmente a criança nasce cercada pela tecnologia, e como um ser social por
natureza sente a necessidade de também ser tecnológica. Porém novos olhares
educacionais em especial, devem permitir a possibilidade de conhecer e participar
de tudo que a cerca, com atitudes que não passe apenas pela proteção e cuidado,
mas pela seleção daquilo que poderá transgredir sua visão ingênua da possibilidade
de participação.
O desenvolvimento do pensamento deve estar atrelado ao desenvolvimento
integral da criança que envolve dentre as suas necessidades a ludicidade e nessa a
descoberta dos caminhos da experiência e da aprendizagem. Por estar inserida em
todos os momentos da vida das pessoas, é importante que a educação não exclua a
tecnologia da vida das crianças, ao contrário, que inclua independente de qual for a
condição social das mesmas e seja ponderante para que o estudante tenha acesso a
antigos brinquedos e brincadeiras importantes e novas tecnologias, pois as fazem
amadurecer conciliando ambas.
O BRINCAR E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA
O estudo de Robson Loureiro e Sandra Della Fonte (2003), fala sobre o viver
numa sociedade com acelerado desenvolvimento tecnológico, substituição da
máquina pela informação e forte presença dos meios de comunicação de massa no
cotidiano.
Não restam dúvidas de que o mundo tem passado por significativas
transformações, especialmente a partir da década de 1970. São essas tecnológicas,
culturais, políticas e econômicas.
Ainda, de acordo com esses autores, jogos eletrônicos, filmes, programas
televisivos, vídeos e Internet passam a compor o dia-a-dia, disseminando idéias,
hábitos, juízos éticos e estéticos, conhecimentos os mais variados e, contribuindo
para a formação da individualidade.
Nesse contexto encontra-se a escola que
enfrenta desafios nesse cenário de intenso desenvolvimento da mídia.
A ação pedagógica define-se como uma atividade educativa intencional, ou
seja, uma prática educativa que indica fins desejáveis do processo de formação, que
implica escolhas, valores, compromissos éticos, concepções de homem e mundo.
Na sociedade contemporânea vem se acentuando o poder pedagógico dos meios de
comunicação. A mídia concretiza práticas pedagógicas à medida que se ocupa,
intencionalmente, da transmissão e assimilação de sensibilidade e saberes
hegemonicamente vinculados ao consumo.
A introdução das novas tecnologias da informação, Robson Loureiro e Sandra
Della Fonte (2003), em especial a discussão da linguagem imagético-eletrônica, e,
geralmente, tratada sob o prisma de juízos avaliativos precários, costuma-se
defender o seu poder redentor, ou seja, o poder de salvar a educação de seus males,
modernizá-la, motivar a aprendizagem; ora cai-se numa postura de aversão, isto é,
argumenta-se que os meios imagético-eletrônicos vem aumentando a violência na
sociedade e ocasionam baixos índices de aprendizagem, mesmo que as crianças e
adolescentes experimentam uma relação bem mais prazerosa com a linguagem
imagético-eletrônica do que com a família e professores.
As crianças que vivem rodeadas dessa cultura tecnológica possuem uma forma
de pensamento mais organizado. Professores e pais têm pouca percepção dessa
mudança e não dão a verdadeira importância dessa cultura, culpando a televisão, a
internet, os videogames como se todas essas tecnologias não fizessem parte de um
contexto maior mostrando que a infância está se constituindo de outra forma,
mostrando com isso que a infância não pode ser constituída apenas por gerações
passadas. As crianças, que, desde seu nascimento vivem em tanta tecnologia
adquirem e constroem saberes e habilidades diferentes dos adultos de hoje na sua
infância. Pode-se dizer que as brincadeiras são outras, ao contrário de que a
tecnologia acabou com a brincadeira.
Pensadores fazem colocações sobre a relação mútua que existe entre televisão
e brincadeira. A televisão favorece a brincadeira e, ao mesmo tempo, a brincadeira
permite à criança reproduzir os conteúdos da televisão. A televisão, e também
outras tecnologias, transformaram a vida e a cultura lúdica da criança.
A cultura está sempre aberta integrando elementos externos que influenciam a
brincadeira das crianças. Então, como não dizer que as crianças não são produtoras
de cultura, inovando modos de brincar e de constituir a infância? Vê-se a relação da
criança com a mídia sob dois pontos de vista diferentes: ou a criança é totalmente
dominada, manipulada pela mídia ou a criança é mais inteligente e esperta por causa
da mídia. A relação dela com a mídia determina se é bom ou mal, de qualquer
forma um dos pontos de vista é radical. Se a criança é produtora de cultura e pode
fazer um bom uso da mídia, é importante ter em mente que esse uso também
depende da intervenção do adulto, de uma mediação cautelosa e responsável. O que
irá ser oferecido para que ela possa ampliar sua imaginação e seu modo de ver o
mundo?
As mudanças na estrutura familiar, a falta de tempo e a violência foram fatores
que contribuíram para que a televisão e o videogame acabassem assumindo a função
recreativa e de babá em muitas famílias e lares, por isso são considerados, por muitos
pesquisadores, como vilões. Embora alguns tenham esta visão, acreditando que o
videogame e a televisão podem gerar crianças cada vez mais isoladas, muitos pais
trocam as brincadeiras e o brincar por objetos eletrônicos que permitam dar “sossego”
para os adultos que delas “cuidam”, evitando que fiquem na rua ou se desloquem por
todo o espaço desorganizando e espalhando brinquedos por todos os lados.
A televisão e a internet conseguem mobilizar centenas de milhares de crianças
para o seu universo e ainda, obter o consentimento dos adultos. É considerado um
meio prático de se criar os filhos, no entanto, os pais e educadores devem estimular
as crianças a diversificar suas brincadeiras, utilizando brinquedos, objetos e
situações variadas que resgatem o brinquedo e o brincar.
Cabe a escola e a seus representantes seguir as orientações e estudos sobre a
origem do brincar, enraizado na sociedade e organiza-se com o objetivo de traçar as
relações entre a cultura e o indivíduo de maneira que possam responder pelo resgate
e pelo (re) surgimento desta atividade e ao mesmo tempo utilizar-se de tecnologias
de maneira positiva, utilizando-as em salas de aula e outros espaços escolares.
Podem ser citadas, mesmas essa utilizadas pela escola, fazendo parte do
desenvolvimento integral da criança, jogos como Lego, programas televisivos
educacionais, DVD’S e CD’S de filmes e jogos matemáticos entre muitos outros.
6. RESGATANDO AS BRINCADEIRAS
Sabe-se que as aulas de recreação, de danças e as brincadeiras tradicionais têm
como objetivo resgatar as brincadeiras antigas que já fizeram parte do universo
infantil, e que agora, normalmente o que se vê é que estão sendo substituídas por
jogos eletrônicos que não aprimoram a imaginação e nem enriquecem a cultura lúdica
das crianças.
É importante que seja oferecido à criança oportunidades prazerosas de brincar
com o próprio corpo, fazendo com perceba a interação sócio-afetiva ao conhecer as
danças folclóricas, danças de rodas e brinquedos cantados, pois assim sua experiência
será significativa.
Quando se tem a preocupação de inserir brincadeiras populares no universo
infantil, dá-se um enfoque multicultural possibilitando lidar com a fantasia, com o
medo e com o mundo do faz-de-conta, utilizando a imaginação. Todo esse processo
auxilia a criança na formação da personalidade construindo então a sua identidade.
Cada grupo social tem a sua cultura corporal, que são demonstradas por jogos,
brincadeiras, dança e práticas recreativas e esportivas constituindo-se em atividades
importantes nas quais o movimento é aprendido e tem um significado, devendo
percorrer caminhos históricos familiares para resgate de brincadeiras importantes
ora deixados de lado.
Em todas as sociedades ocorre o brincar, o divertimento e as atividades lúdicas
a qualquer momento, seja estudando ou trabalhando, fazem parte do dia-a-dia das
pessoas. Outro ponto significante é apresentar às crianças a imensa cultura popular
brasileira e seu folclore, como suas lendas, contos tradicionais, músicas populares,
artesanato, danças brasileiras identificando as influências dos povos que
colonizaram (negros, índios e portugueses) e também os que influenciaram como os
italianos, espanhóis, judeus, japoneses, coreanos, norte-americanos, franceses.
Preservar tradicionalmente as brincadeiras e os brinquedos tem uma
importância fundamental para a cultura popular. Enquanto manifestação livre e
espontânea da cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a
cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de
brincar, proporcionando aprendizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visto que a brincadeira é um divertimento natural da criança, nota-se que é
uma atividade que independe de compromisso e planejamento, pois são
comportamentos espontâneos que trazem prazer e satisfação.
Portanto a ludicidade é de suma importância para o desenvolvimento humano,
tendo um papel decisivo na evolução desse processo.
Muitas brincadeiras são transmitidas de geração em geração, porém do ponto
de vista educacional o brincar envolve a aprendizagem onde são determinados
aspectos voltados à estrutura, motivação e conteúdo.
Isto posto, a brincadeira pressupõe uma representação simbólica onde se
estabelecem regras. A motivação está ligada ao prazer, onde as atividades
desenvolvidas pelas crianças estão diretamente relacionadas ao seu “eu”. Quanto ao
conteúdo encontramos os padrões dominantes do meio o qual estamos inseridos e
diz muito da motivação intrínseca da criança, seja para resolver conflitos, seja para
construir o conhecimento. Brincando a criança aprende a socializar-se com outras
crianças, desenvolvendo a motricidade, a criatividade, a cooperatividade, a
afetividade e a autonomia. A brincadeira promove no desenvolvimento da criança
processos de socialização e descoberta do mundo. Portanto cabe ao professor
superar possíveis problemas e oferecer condições e possibilidades da criança ter
espaço e oportunidades ampliados e valorizados para a brincadeira e dessa forma
derrubar o preconceito que brincadeira é bagunça, fazendo da aprendizagem da
criança um mundo distante do lúdico.
Nota-se ainda, que a brincadeira vem sofrendo modificações dentro do
contexto sociocultural, sendo assim, a criança está recriando seu espaço para
brincar, criando novos cenários, dando outras funções aos objetos de acordo com
novos padrões sociais.
A brincadeira oferece às crianças uma vasta contribuição para o seu
desenvolvimento, pois além de estimular a imaginação e a criatividade, cria intuições
voluntárias, ajuda a formação e entendimento da vida real, dá oportunidade de
interação com seu grupo. Dessa forma é imprescindível que os professores
compreendam sua importância para que o processo educativo ocorra de modo positivo
e considerem a brincadeira uma prática cotidiana à formação da criança para o
exercício progressivo da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade
de manifestações artísticas e culturais.
Diante disto, constata-se que o ato de brincar livre ou dirigido, favorece o
desenvolvimento integral da criança, além de favorecer a observação do professor a
conhecer melhor a criança quanto aos seus sentimentos e emoções, sua construção
do conhecimento e sua forma de lidar diante da cooperação e competitividade.
O comportamento das crianças pequenas é fortemente determinado pelas
características das situações concretas que elas se encontram. Só quando adquirem a
linguagem e passam, portanto, a ser capazes de utilizar a representação simbólica é
que as crianças vão ter condições de liberar seu funcionamento psicológico dos
elementos concretamente presentes no momento atual.
Se fosse pedido para elencar brincadeiras que podem ser desenvolvidas na
escola para auxiliar o desenvolvimento cognitivo e social dos estudantes de
Educação Básica, seria pouco, utilizar uma resma de papel e mesmo assim faltaria,
desde jogos de atenção, simples, apenas de palavras até jogos complexos
envolvendo corpo, equilíbrio e lateralidade.
Sendo assim conclui-se que o aprendizado da criança através de brincadeiras e
crucial, importante e extremamente valioso.
O profissional da área educacional, dentro e fora das escolas, pode e deve
adicionar jogos regrados e brincadeiras ao desenvolvimento de seu trabalho, para
que o estudante tenha em seu crescimento cognitivo, maior autonomia e segurança.
Acredito que as crianças são pesquisadoras por natureza, através de suas construções
e reconstruções, perguntas e comentários a respeito das coisas que as rodeiam, buscam
respostas e possibilidades de compreender o mundo. Em toda a sua inocência e alegria
pela vida acreditam poder questionar, discordar e experimentar o que está a sua volta.
Toda a potencialidade da criança, ao ingressar na escola, parece não ser levada em
conta. A originalidade e individualidade de cada um são trocadas pela padronização.
Falar, agir, escrever, responder e, até mesmo, pensar igual, e isso tudo acontece através
da brincadeira. A essência da autonomia, adquirida através de jogos regrados é que as
crianças tornem-se aptas a tomar decisões por si mesmas. A autonomia significa levar
em consideração os fatos relevantes para decidir agir da melhor forma para todos.
Sou uma educadora que acredita ser possível chegarmos a uma educação que
favoreça o desenvolvimento moral e intelectual de nossas crianças e jovens. Caso
contrário, veremos dia a dia o crescimento da violência e do suicídio infanto-juvenil.
A parceria professor, aluno, sociedade, o global passa a ser a base do processo
ensino-aprendizagem desta nova sociedade. A alavanca para a mudança de paradigma
educacional, precisamos retornar aos antigos valores e relações humanas, inclusive as
antigas brincadeiras.
REFERÊNCIAS
BARROS, Célia Silva Guimarães. Psicologia e Construtivismo. São Paulo: Ática,
1996.
BEAUCLAIR, João. Entrevista sobre o brincar. Publicada originalmente em
http://hipernb.blogspot.com/2004/09/brinquedos-e-brincadeiras.html
BRITO, Glaucia da Silva. O Computador na Educação. Curitiba, 1994. Monografia
(Especialização em Metodologia do Ensino Tecnológico), Centro Federal de
Educação Tecnológica do Paraná.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei. 9.394 de 20 de
dezembro de 1996, p.12.
BRASIL. Ministério Da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1998.
BRASIL. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. – 7ª ed. – São Paulo: Cortez,
2003.
CABRAL, Fátima. O lúdico e a sociabilidade infantil. Cadernos CERU, série 2, nos
7, 1996.
FANTIN, Mônica. No mundo da Brincadeira: Jogo, brincadeira e cultura na
Educação Infantil. Florianópolis, Cidade Futura, 2000.
FARIA JUNIOR AG. A reinserção dos jogos populares nos programas escolares.
Motrivivência do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro 1996.
FAZENDA, Ivani Catarina A. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo:
Cortez, 1991.
FOLHA DE SÃO PAULO. Brincadeiras: Especial 2. Domingo, 16 de abril de 2000.
KISCHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais Infantis: o jogo, a criança e a
educação. Petrópolis, RJ:Vozes, 1993.
LOUREIRO, Robson.
DELLA FONTE, Sandra Soares. Indústria Cultural e
Educação em “Tempos pós-modernos”. Campinas, SP: Papirus, 2003.
MARCO, Ademir de (org.). Pensando a educação motora. Campinas, SP: Papirus,
1995.
MORAES, C.V.O. De um mundo da escola para uma escola do mundo: reflexão
sobre meios e fins. Comunicação e Educação. São Paulo, n.3, ano X, set/dez 2005.
MOYLES, Janet R.[et al.]; trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. A excelência
do brincar. Porto Alegre; Artmed, 2006.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978
ROCHA, M. Sílvia P. M. L. "O real e o imaginário no faz-de-conta: questões sobre
o brincar no contexto da pré-escola". In GOES, M.C.R.,1997
VYGOTSKY, L.S. LURIA, A.R. LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento
e aprendizagem. 7ª ed. - São Paulo: Ícone, 2001.
Seminário de estudos do lazer; 2001 Out 04-06. Paraná. Brasil. CESUMAR; 2001.
<http:// www.midiativa.tv/index.php/midiativa/content/view/full/697>.
<http://www.eduquenet.net/midiaecrianca.htm>.
http://<www.tvcultura.com.br/aloescola/infantis/brincarebom/paiseprofessores.htm
<http://<www.lite.fae.unicamp.br/cursos/ep127/brinq.htm .
Download

BRINCADEIRAS NO CONTEXTO ESCOLAR - TCC On-line