METODOLOGIA DE PESQUISA
Prof. Luciel Henrique de Oliveira
[email protected]
Conhecimento
científico
2
Tipos de conhecimento

Filosófico: busca do saber


Teológico: fruto do intelecto humano / baseado na fé



reflexão crítica, desenvolve raciocínio
revelações do mistério oculto ou sobrenatural
mensagem ou manifestação divina
Empírico: adquirido no cotidiano



experiência vivenciada ou transmitida de pessoa para pessoa
pode ser incoerente e impreciso / produzir crenças arbitrárias
base fundamental do conhecer!
3
Conhecimento científico

referência empírica: acolhimento metódico e
sistemático dos fatos da realidade sensível

escopo positivo – explica a realidade: como é? por quê?
(≠ normativo – prescreve como a realidade deve ser)

resulta do conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adotados que possibilitam sua verificação
4
Métodos
de pesquisa
5
Métodos de pesquisa

método: “meio de se fazer alguma coisa” (HOUAISS, 2001)

método científico: “conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos adotados para atingir o
conhecimento” (GIL, 1999, p. 26)

metodologia:


estudo dos métodos científicos
“corpo de regras [...] para realizar uma pesquisa; método”
(HOUAISS, 2001)
6
Etapas do método científico
Formulação do problema
 Revisão da literatura
 Construção de hipóteses ou determinação dos objetivos
 Delineamento da pesquisa de campo
 Operacionalização dos conceitos e variáveis
 Seleção da amostra
 Elaboração dos instrumentos de coleta de dados
 Coleta dos dados
 Análise e interpretação dos dados
 Redação das conclusões

7
Escolha do tema
Definição do problema
Estabelecimento de Objetivos
8
Escolha do tema

Tema livre, desde que relacionado a algum tópico de
Administração

Trabalho teórico-empírico

Contrapor conceitos de administração estudados no
curso com a prática nas organizações
9
Escolha do tema
Considerar ....
 Responder

aos interesses de quem investiga;
Avaliar o nível de conhecimento exigido;
 Existência
fontes de consulta ao alcance do
pesquisador.
10
Fontes de idéias para escolha do tema
Experiências individuais
 Material escrito livros, revistas, periódicos
 Reflexão
 Conversas com professores, especialistas e colegas
 Observação direta do comportamento de fenômenos e
fatos
 Busca na Internet

11
Fontes de idéias para escolha do tema
Crenças e pressentimentos
 Participação em seminários, encontros
 Curiosidade
 Controvérsias teóricas

12
Definição do problema
É a mola propulsora do trabalho de
pesquisa - orienta a busca de
documentos, instrumentos
(técnicas) e materiais.
13
Definição do problema
Problema “é uma questão não
resolvida e que é objeto de
discussão, em qualquer domínio do
conhecimento”. (Aurélio)
14
Definição do problema

Pode ser determinado por razões de ordem intelectual
ou prática.

O problema será uma dificuldade, dúvida ou questão a
ser solucionada à base de investigação teórica ou
prática.
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Estabelecimento de Objetivos
O Processo de Seleção de Objetivos
Levantamento
de Problemas
Estabelecimento de
Objetivos
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Definição do Objetivo
PROBLEMA: baixo índice de satisfação dos clientes em relação
aos serviços prestados pela rede de concessionárias.
Objetivo:
Melhorar a
avaliação dos
serviços nas
concessionárias
Objetivo específico:
Reduzir a falta de peças de
reposição nas concessionárias
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Objetivos do trabalho

Indicar de maneira sucinta os objetivos do trabalho,
preferencialmente usando verbos do infinitivo.

Por exemplo:



Estudar e propor formas de acelerar o processo de cobrança
Desenvolver modelos para a redução de inadimplência
Promover a criatividade e inovação dos funcionários
Justificativa do Objetivo

Defender por que o tema é importante e merece ser estudado.
18
Revisão da literatura
Referencial teórico
19
Revisão da Literatura
O que se sabe sobre o tema?
 Como esse conhecimento (conceitual, teórico)
relaciona-se com o tema e a problemática do estudo?
 Há experiências (evidências empíricas) similares na sua
organização ou em outras que possam servir de
referência?
 O que há nas obras de autores consagrados (livros),
revistas de negócios, revistas acadêmicas, relatórios de
pesquisa, sites etc., que deva ser citado para embasar o
trabalho?

20
O que é o referencial teórico?
 expressão
de conhecimentos sistematizados
 fundamento
teórico do Projeto de Pesquisa
 análise sobre o tema (com pesquisa bibliográfica)
21
O que não é o referencial teórico?
 resumo
de livros
 patchwork
de citações
 reprodução
de textos da área
 combinação
de livros sobre algum assunto
22
Objetivos do referencial teórico
 mapear
o que já foi escrito sobre o tema,
principais conceitos e autores
 corroborar/contrapor
premissas do trabalho
 enfatizar
importância/inovação do tema
 subsidiar
definição de metodologia
23
Pesquisa bibliográfica
24
Levantamento bibliográfico
consultar catálogos e bancos de dados da biblioteca
 ler monografias e artigos da área de interesse
 visitar livrarias (físicas ou virtuais) e editoras
 acessar websites de instituições



Embrapa, Fiesp, Sebrae, Inmetro
procurar referências bibliográficas de livros e artigos
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Pesquisa bibliográfica
consulta a várias fontes de informação (publicações)
 coleta de materiais genéricos/específicos sobre um tema
 reunião de autores/conteúdos para fundamentar
discussão teórica

Por que usar produção já publicada?
 conhecimento científico: processo contínuo
(pesquisas não começam do zero)
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Etapas da pesquisa bibliográfica
escolha do tema
 consulta a obras de referência e catálogos/databanks
 leitura de reconhecimento (e.g.: resumos, abstracts)
 seleção da bibliografia básica
 leitura reflexiva e crítica dos documentos
 criação de arquivos para os documentos
 registro de trechos, citações, comentários, opiniões
(sugestão: fichamento por referência e/ou autor)
 elaboração da versão preliminar do referencial (conversa
entre os autores)
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 apresentação para professor/orientador

Fontes de pesquisa bibliográfica


livros
artigos em periódicos técnico-científicos (journals)



trabalhos acadêmicos: dissertações, teses, monografias
artigos em periódicos de imprensa (jornais, revistas)




Revista de Administração de Empresas (RAE), Revista de Administração
Contemporânea (RAC), Harvard Business Review, Journal of Marketing
Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil, Valor Econômico
Exame, Business Week, Isto é Dinheiro, Veja, The Economist
enciclopédias/dicionários
internet
28
Pesquisa bibliográfica na internet
Periódicos CAPES www.periodicos.capes.gov.br
 Scielo www.scielo.br
 Google Scholar http://scholar.google.com/

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Construção do texto
desenvolver discussão/análise sob a ótica do trabalho
 evoluir de temas gerais para específicos
 expor tópicos pertinentes e sua relação com o trabalho
 fundamentar cada subtema com dois ou mais autores
 referências atuais: pelo menos metade posterior a 2000
 contrastar visões (‘conversa entre autores’)
 ao final do capítulo, identificar pontos favoráveis ou
contrários ao trabalho

30
Observações

Tudo que for citado deve constar das referências.
Tudo que constar das referências deve ser citado.

Não deve haver:





uso de gíria
sentenças ou parágrafos demasiadamente longos
excesso de citações
redação em 1ª ou 3ª pessoa (use verbo no impessoal)
plágio!
31
Tipo de coleta de dados

Primários



Elaborada especificamente para o objetivo da pesquisa
proposta
Grande envolvimento do pesquisador na coleta de dados
Secundários

Desenvolvida por institutos de pesquisa, IBGE, empresas
visando atender a outros objetivos
32
Pesquisa
qualitativa
33
Características
busca entendimento aprofundado sobre fenômenos
 valoriza a idéia da intensidade
em detrimento da idéia de quantidade
 adota técnicas mais flexíveis, evolutivas
 tem no pesquisador a principal ferramenta
 é mais adequado a amostras pequenas (n<30)
 é ideal para estudos exploratórios

34
Exemplos de técnicas
 observação
direta
 entrevista em profundidade
 questionário com perguntas abertas
 focus group
 estudo de caso
35
Observação direta
Pesquisador:
 vivencia a situação
 forma
conclusões com base na experiência de
seu dia-a-dia
36
Entrevista em profundidade
Entrevistador:
 extrai do entrevistado as idéias, opiniões e
argumentos que sustentam suas declarações
 utiliza
roteiro que permite:
investigar livremente o assunto
 aprofundar temas (predeterminados
ou identificados no decorrer da entrevista)

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Questionário c/ perguntas abertas
Pesquisador:
 elabora questões e distribui a um grupo de pessoas
Vantagens:
custo relativamente baixo (aplicável por correio,
computador, telefone ou pessoalmente)
 suprime o face-a-face (pode até ser anônimo)
 útil quando faltam dados históricos/quantitativos

38
Pesquisa
quantitativa
39
Características
busca apreciação estatística sobre fenômenos
 valoriza a idéia da quantidade
em detrimento da idéia de intensidade
 adota técnicas estruturadas/predeterminadas
e mecanismos de controle
 usa instrumentos inanimados como ferramentas
 é mais adequado a amostras grandes (n>30)
 permite generalizar resultados / formular leis

40
Survey / Questionário
Questões:
 claras
 que não induzam respostas
 que não causem desconforto aos respondentes
 em linguagem adequada aos respondentes
41
Tipos de questões
 abertas
complemento de frase
 associação de palavras

 fechadas
perguntas dicotômicas
 múltipla escolha
 diferencial semântico
 escala Likert

42
Questões abertas – exemplos
 complemento

Quando desejo velejar vou a _____________.
 associação

de frase:
de palavras:
Qual a primeira palavra que vem a sua mente
quando você ouve a palavra lazer? _____________.
43
Questões fechadas – exemplos
 perguntas

Você é a favor de ou contra o fechamento do
aeroporto de Congonhas? ( ) A favor
( ) Contra
 múltipla

dicotômicas:
escolha:
Qual o seu estado civil?
(
(
(
(
(
) solteiro/a
) casado/a
) separado/a
) divorciado/a
) viúvo/a
44
Questões fechadas – exemplos

diferencial semântico:

Objeto: valor do Imposto de Renda
Adjetivo
favorável
justo

Adjetivo
desfavorável
___
___
___
___
___
___
injusto
escala Likert:

O Lula é um bom presidente.
Concordo
totalmente
Concordo Nem concordo Discordo Discordo
nem discordo
totalmente
45
Questões fechadas – exemplos
 variação
Likert – escala de importância
Extremamente Muito
Um pouco
importante importante importante
 variação
Excelente
Não muito
Sem
importante importância
Likert – escala de avaliação
Muito bom
Bom
Médio
Ruim
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Tipos de amostra
 Fundamentos:
Universo
 Amostra
 Amostragem

 Tipos
de amostragem:
Probabilística
 Não-probabilística

47
Análise
de dados
48
Importância da análise
 funções
e utilidades:
agrupar informações
 estabelecer relações com o referencial teórico
 comprovar ou refinar hipóteses e teorias
 sistematizar aprendizados

Não confundir um banco de dados
com um bando de dados!
49
Análise qualitativa de dados
 seleção,
agrupamento ou descarte de
informações com base em critérios específicos
– relacionados aos objetivos da pesquisa!
 fontes:

documentos, entrevistas, observação direta
 técnicas

avançadas:
análise de discurso
50
Análise qualitativa – exemplos
 contraste

de documentos e entrevistas
incongruências entre discurso e prática
 observação

percepção de redução em bom humor e tolerância
 exame

da alteração do clima organizacional
de atas de um conselho
mecanismos de definição de agenda, formação de
quórum e deliberação
51
Análise quantitativa de dados
 geralmente,

aplicação de técnicas estatísticas:
análise fatorial, de clusters, anova, regressão etc.
 fontes:

bases de dados, resultados da aplicação de
questionários etc.
A análise ajuda na descrição precisa
ou estabelecimento de relações causais.
52
Análise quantitativa – exemplos
 desempenho

redução progressiva no faturamento trimestral
 perfil

do público-alvo de um produto
aumento da idade média do consumidor
 causas

financeiro de uma empresa
de insatisfação no quadro de empregados
preponderância de falta de estrutura e reconhecimento
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Referências
CASTRO, Cláudio de M. A Prática da Pesquisa. São Paulo: McGrawHill do Brasil, 1978.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª edição.
São Paulo: Atlas, 1999.
HAIR, Joseph et al.. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração.
Porto Alegre: Bookman, 2005.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da
Língua Portuguesa. [Rio de Janeiro]: Objetiva, 2001.
LIMA, Manolita C. Monografia, a engenharia da produção acadêmica.
São Paulo: Saraiva, 2004.
MARTINS, Guilherme; LINTZ, Alexandre. Guia para elaboração de
monografias e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2000.
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