AVALIAÇÃO (sentido amplo): atividade associada à
experiência cotidiana do ser humano. Fazemos avaliações
assistemáticas todo o tempo, que inclui por vezes uma
apreciação sobre adequação, eficácia e eficiência de ações e
experiências, envolvendo sentimentos e podendo ser verbalizada
ou não.
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: tem caráter deliberado,
sistematizado, apóia-se em pressupostos explicitados em maior
ou menor grau, varia em complexidade e serve a múltiplos
propósitos.
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: processo de coletar, analisar
e interpretar evidências relativas à eficácia e eficiência de
programas educacionais.
EFICÁCIA: racionalidade nas decisões que conferem
a um plano sua dimensão de eficácia
EFICIÊNCIA: a racionalidade na execução de um
plano.
Eficácia e eficiência são duas dimensões
indispensáveis ao modelo de um
programa educacional válido.
Peter Drucker - “não basta fazer certo as coisas: é
preciso fazer as coisas certas”.
Principais vertentes da trajetória de avaliação
educacional
Avaliação = medida
valorizada principalmente por suas características de
objetividade, fidedignidade e possibilidade de
manipulação matemática
Principais instrumentos: testes padronizados, escalas
de atitude, inventários, questionários, fichas de
registro de comportamento.
Tyler (1949): avaliação por objetivos
O processo avaliativo consiste basicamente na determinação de
quanto os objetivos educacionais estão sendo atingidos.
Objetivos educacionais = mudanças comportamentais
a avaliação é o processo destinado a verificar o grau em que
essas mudanças comportamentais estão ocorrendo. A
avaliação deve julgar o comportamento dos alunos, pois o que
se pretende em educação é justamente modificar tais
comportamentos.
Robert Mager (1962): assume as idéias cientificistas de
Tyler
A definição de um objetivo útil, deveria apresentar 3
características:
1. conter, explicitamente, o comportamento observável do
aluno (listas de verbos permitidos e proibidos);
2. especificar as condições nas quais o comportamento deve
ocorrer;
3. definir o padrão de rendimento aceitável (critério) segundo
o qual o nível de desempenho de aluno é considerado
satisfatório.
James Popham (1969) + Eva Baker
5 volumes centrados em planejamento de ensino e avaliação
(em forma de instrução programada)
Rendimento escolar
Material instrucional,
Projetos
Programas
Políticas educacionais
Sistemas educacionais
Produção da Fundação Carlos Chagas: SELEÇÃO e
MEDIDA
Perspectiva tecnicista e economicista
Heraldo Vianna (1973)
Testes em Educação -apresenta a teoria clássica das medidas
educacionais.
Heraldo Vianna (1982)
“Medir é uma operação de quantificação, em que se atribuem
valores numéricos,
segundo critérios preestabelecidos, a características dos
indivíduos, para
estabelecer o quanto possuem das mesmas. (...) Relativamente à
avaliação, a
medida é um passo inicial, às vezes bastante importante, mas não é
condição
necessária, e nem suficiente, para que a avaliação se efetue.
Eventualmente, a medida pode levar à avaliação, que, entretanto,
só se realiza quando são expressos
julgamentos de valor.”
AVALIAR
MEDIR
Críticas: simplista, inflexível, limitada, opções política, social,
teórica e metodológica.
Avaliação Emancipatória
Abordagem qualitativa
Função política da avaliação
Possibilidade de intervenção na realidade
Três vertentes metodológicas
Avaliação democrática
Crítica institucional
Criação coletiva
Pesquisa participante
“Tentativas inovadoras deslocam a ênfase exclusiva na eficiência, e passam a
englobar um conceito mais amplo de justiça, que implica o reconhecimento de
que o indivíduo não pode ser inteiramente responsabilizado pelo seu estado de
desenvolvimento atual.
Assim, na seleção, procura-se identificar, não apenas os
mais aptos e mais promissores, mas também os indivíduos que, por suas
condições reais de existência, como participantes de minorias, não tiveram
oportunidade de alcançar níveis mais altos de realização intelectual, assim como
os indivíduos cujas características pessoais mais marcantes diferem das que são
comumente exigidas pelo mercado de trabalho. É óbvio que estas tendências não
chegam a constituir característica dominante no sistema educacional, o qual
continua basicamente meritocrático.” (BARROSO, 1973, p.55)
DA AVALIAÇÃO DE RENDIMENTO ESCOLAR À
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS
diferentes perspectivas
• avaliações de rendimento de alunos, realizada, em quase sua
totalidade, em resposta às demandas governamentais;
• avaliações de sistemas escolares ou avaliação em larga escala
(avaliação do rendimento escolar + fatores internos e externos
à Escola)
• estudos focalizados na análise e compreensão do
desempenho escolar de alunos, à luz de condicionantes
internos
e externos à escola, discutindo a aprendizagem escolar no
contexto de suas reais condições de produção.
“O importante, em relação à atual estrutura do ensino
em seus vários graus, é
criar um sistema de avaliação externa que, de modo
sistemático, informe aos
responsáveis pelo ensino/educação os problemas da
realidade pedagógica que
ocorrem na escola e que se refletem nos diferentes níveis
de capacitação cognitiva.
A identificação de pontos críticos no desempenho
escolar dos estudantes deve ser um dos objetivos do
diagnóstico de conhecimentos, para que possam ser
corrigidos
os desvirtuamentos do processo ensino/aprendizagem.”
(Gatti, Vianna, Davis,1991, p. 22)
Problemas das avaliações de desempenho escolar em
larga escala:
acentuar as diferenças das comunidades ricas e pobres,
urbanas e rurais, reforçando as disparidades
sociais existentes;
repercussões no ambiente educacional;
repercussões na sociedade;
inconsistências metodológicas (importância de metaavaliação);
estreitamento do currículo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROSO, C. L. M. Estudos de predição do comportamento acadêmico:
Faculdade de Medicina. Cadernos de Pesquisa, n.5, p.55-76, abr. 1973.
GATTI, B. A.; VIANNA, H. M.; DAVIS, C. Problemas e impasses da
avaliação de projetos e sistemas educacionais: dois casos brasileiros.
Estudos em Avaliação Educacional, n.4, p.7-27, jul./dez. 1991.
SAUL, Ana Maria. Avaliação Emancipatória: desafio à Teoria e à Prática
de avaliação e reformulação de Currículo. São Paulo: Cortez. 2006.
SOUZA, Sandra Zákia. 40 Anos de Avaliação Educacional. Estudos em
Avaliação Educacional, v. 16, n. 31, jan./jun. 2005.
VIANNA, Heraldo M. Avaliação educacional: problemas gerais e formação
do avaliador. Educação e Seleção, n.5, p.9-14, jul. 1982.
______. Testes em educação. São Paulo: Ibrasa, 1973.
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