6/12/2010 DISFUNÇÃO SACROILÍACA: Fisioterapia Manipulativa baseada em evidências Dr. MARCELO ANDERSON BRACHT Esp. Fisioterapia Ortopédica Aperf. Fisioterapia Manipulativa INTRODUÇÃO • Atualmente a questão primordial sobre a Disfunção da Articulação Sacroílíaca (ASI) não tem sido o seu papel na dor lombopélvica, o qual parece estar bem estabelecido, mas sim a validade dos instrumentos de avaliação e a eficácia das diversas técnicas manipulativas no tratamento destas desordens do movimento. 1 6/12/2010 Disfunção da ASI • Riddle (2002) define Disfunção Sacroilíaca como um termo usado para descrever dor em ou em torno da região da articulação devido ao mau alinhamento ou alterações do movimento. Incidência da DASI Aceita-se geralmente que aproximadamente 13% dos pacientes com dor lombar baixa persistente tenha a origem da dor confirmada como da ASI. (MAIGNE 1996). A ASI é a fonte de dor lombar e na região glútea em até 15 a 21% da população.(Dreyfuss et al.,1996). Usando bloqueios anestésicos da articulação sacro-ilíaca, Schwarzer (Schwarzer et al. 1995) investigou a contribuição da ASI, em uma população de lombalgia. Eles descobriram que 18,5% foram considerados como tendo dor na ASI. 2 6/12/2010 Histórico • Em 1.700, a natureza sinovial da ASI era reconhecida por Siegfried Albinus e William Hunter, que primeiro descreveram sua anatomia. (MIOR et al., 2002). • A anatomia da ASI foi posteriormente examinada por Albee em 1.900. (MIOR et al., 2002). • A ASI foi sugerida pela primeira vez como fonte de dor lombar por Oglthwaite and Osgood em 1905, porém foi ignorada quando o disco intervertebral foi rotulado como a principal causa de dor por Mixter e Barr em 1934. Anatomia Funcional 3 6/12/2010 Ilíaco direito – Visão Lateral (NETTER,2000) Ilíaco direito – Visão Medial (NETTER,2000) 4 6/12/2010 Sacro - Visão Anterior (NETTER,2000) Sacro – Visão Posterior (NETTER,2000) 5 6/12/2010 Sacro – Visão Lateral (NETTER,2000) ASI - Visão Lateral da 6 6/12/2010 Transmissão de forças Estabilidade da ASI (CUSI,2009) 7 6/12/2010 Sindesmose X Sinovial Superfícies Articulares 8 6/12/2010 Fáscia lombar X estabilidade EO – Oblíquo externo IO – Oblíquo interno TrA – Transverso Abd LD – Latíssimus Dorsal Mf - Multífidus Ps - Psoas QL – Quadrado Lombar ALF/PLF/MLF – Fáscia GRIEVE (2005) 9 6/12/2010 Mobilidade da ASI A amplitude de movimento na ASI é pequena, menos de 4 de rotação e até 1.6 mm de translação. (STURESSON,2000) A ausência de músculos que executam movimentos ativos na articulação e a sua posição no anel pélvico sugerem que a sua função é reduzir o estresse causado pela forças torsionais que atuam sobre a pélvis. (BOGDUK, 2005). Não existe consenso sobre os eixos. Nutação e Contra-nutação 10 6/12/2010 Rotação Anterior (DONTIGNY, 1985) Rotação Posterior (DONTIGNY, 1985) 11 6/12/2010 Diagnóstico • Histórico • Movimento em Flexão/Torsão; • Padrão de dor sobre a EIPS/ASI, podendo ser referido até a região posterior da coxa; • Dor em pé, ao andar; • Dor diminui na posição sentada. • “Contra-indicações” • “Red Flags” • Diagnóstico Diferencial Itens do Histórico • Localização dos Sintomas: • Dor referida para a região das nádegas, lombar e pótero-lateral da coxa, podendo se estender para a perna e o pé.(SLIPMAN, 2000), (FUKUI, 2002). • Dor unilateral predominante na área inferior da EIPS é especialmente indicativa de dor na ASI. (FORTIN, 1994), (DREYFUSS, 1996). • Dor na virilha pode ou não ser um indicador de dor na ASI. (Schwarzer,1995), (DREYFUSS, 1996). • Pacientes idosos com dor abaixo do joelho são mais prováveis de serem diagnosticados com outras causas. (SLIPMAN, 2000), • Nenhum dos fatores agravantes ou atenuantes foram identificados como tendo valor diagnóstico. (SCHWARZER,1995), (DREYFUSS, 1996). 12 6/12/2010 Área dos sintomas Exame Físico • Amplitude de Movimento Ativa: • Testes de ADM do tronco não fornecem informações úteis para o diagnóstico da DASI. (SCHWARZER, 1995), (MAIGNE, 1996) 13 6/12/2010 TESTES DIAGNÓSTICOS • HUIJBREGTS (2004) classifica os testes especiais da ASI em: • Testes posicionais de palpação; • Testes de palpação do movimento; • Testes provocativos. • Testes posicionais de palpação (Assimetria) • Baixa confiabilidade • Riddle e Freburger (2002); Freburger e Riddle (1999) ; Levangie (1999) • Testes de palpação do movimento (Mobilidade) • Baixa confiabilidade • Riddle e Freburger (2002); • Testes provocativos • Boa confiabilidade – Acurácia e Repetibilidade • Wurff e cols (2000); Laslett et al (2005) 14 6/12/2010 CONFIABILIDADE DOS TESTES • Testes provocativos apresentam alta confiabilidade (acúracia) e boa repetibilidade inter-examinadores para uso clínico. • Testes embasados em avaliação da Simetria Pélvica e mobilidade da ASI tem baixa confiabilidade e devem ser utilizados com cautela. Testes Provocativos + Aval. Centralização • Um amplo exame compreendendo a utilização da avaliação de McKenzie a fim de excluir pacientes com queixas discogênicas e um escore de três ou mais testes positivos permite uma excelente precisão diagnóstica na identificação de pacientes que respondem a um duplo bloqueio da ASI. (LASLETT, 2003) 15 6/12/2010 Evidências Centralização • Foi demonstrada a alta prevalência e confiabilidade na identificação da centralização durante a avaliação do paciente com lombalgia. (DONELSON,2001) TESTES PROVOCATIVOS • Testes provocativos • Boa confiabilidade – Acurácia e Repetibilidade • Wurff e cols (2000); Laslett et al (2005) • 3 ou mais testes positivos confirmam o diagnóstico de DASI 16 6/12/2010 COMPRESSÃO (LASLETT, 2005) DISTRAÇÃO (LASLETT, 2005) 17 6/12/2010 THRUST DA COXA (LASLETT, 2005) TORSÃO PÉLVICA (GAENSLEN) (LASLETT, 2005) 18 6/12/2010 THRUST SACRAL (LASLETT, 2005) FABER (HUIJBREGTS, 2004) 19 6/12/2010 Extensão do Quadril em prono (HUIJBREGTS, 2004) Elevação da perna estendida ativa • Preditivo para dores no pós-parto (MENS, 2001) (LEE, 2005) 20 6/12/2010 Drop Test (LASLETT 2008) COMO EU TRATO ? • Manipulação e mobilização articular • Exercícios de Estabilização Lombopélvica 21 6/12/2010 Retroversão Hemipélvica (Rotação Posterior) • GRAU I – IV • Em decúbito lateral contra-lateral (MAITLAND,1986) Anteroversão Hemipélvica (Rotação Anterior) • GRAU I – IV • Em decúbito lateral contra-lateral (MAITLAND, 1986) 22 6/12/2010 Deslizamento Longitudinal (Tração) • GRAU I – IV • Em décubito dorsal GAP Sacroilíaco • Em decúbito Ventral 23 6/12/2010 Manipulação da ASI (AP Sacroilíaco) • Grau V • Em decúbito dorsal (FRITZ, 2005) Manipulação da ASI (PA Sacroilíaco) • Grau V • Em decúbito ventral 24 6/12/2010 MWM – Deslizamento Posterior (CLAASSEN,2004) MWM – Deslizamento Anterior (CLAASSEN,2004) 25 6/12/2010 Estabilização Lombopélvica Estabilização Lombopélvica Músculos Locais X Globais GRIEVE (2005) 26 6/12/2010 Diafragma Pélvico: Unidade Interna 27 6/12/2010 Músculos Estabillizadores • • • • Multífidus Transverso Abdominal Diafragma Assoalho pélvico 28 6/12/2010 Músculos responsáveis pela força de fechamento da articulação sacroilíaca. Sistema longitudinal : - Multífidos inseridos no sacro - Porção profunda da fáscia tóraco-lombar - Cabeça longa do bíceps com inserção no ligamento sacrotuberoso Sistema oblíquo posterior: - Grande dorsal e glúteo máximo contralateral, camada profunda do bíceps femoral Sistema oblíquo anterior: - Peitoral, obliquo externo, transverso abdominal e oblíquo interno Outros músculos: - Diafragma - Assoalho pélvico (LIEBENSON,2004) Taping Ilíaco Anterior (MULLIGAN, 2003) 29 6/12/2010 Cinto Sacroilíaco “O uso do cinto Sacroilíaco pode auxiliar alguns pacientes, especialmente nos estágios iniciais”. (VLEEMING, 1992) PERGUNTAS ??????????????? 30 6/12/2010 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • • • • • • • • • • • • • • • • • BIELY, S. Coluna e Postura. In: KONIN, G. J. Cinesiologia Prática para Fisioterapeutas. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. cap. 9, p.122 – 140. CIBULKA, M.T e cols.; Unilateral Hip Rotation Range of Motion Asymmetry in Patients With Sacroiliac Joint Regional Pain. 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