e seus Desafios à Medicina Veterinária Rita Leal Paixão XXXIII CONBRAVET 2006 O que é bem-estar animal? Por que se preocupar com bem-estar animal? Como garantir bem-estar animal? Ciência BEM-ESTAR ANIMAL Ética Social CENÁRIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA Inglaterra 1964 – “Animal Machines” – Ruth Harrison 1965 - Comitê Brambell “Termo amplo que envolve tanto o bem-estar físico quanto mental de um animal.” 1- O QUE É BEM-ESTAR ANIMAL? Desafios: -Definir o Bem-estar animal O bem-estar de um animal pode ser medido cientificamente independente das considerações morais ( Broom, 1991). -Como se avalia o Bem-estar animal? -Parâmetros fisiológicos -Parâmetros comportamentais Metodologia para se estabelecer Bem-estar ? A Ciência do Bem-estar animal - As “5 liberdades” (FAWC,1992): 1- “manter os animais livres de fome e sede” 2- “manter os animais livres de desconforto físico e dor” 3- “manter os animais livres de injúrias e doenças” 4- “manter os animais livres de medo e estresse” 5- “manter os animais livres para que manifestem os padrões comportamentais característicos da espécie” 1967- FAWAC – “Farm animal Welfare Advisory Committee” 1979- FAWC- “Farm Animal Welfare Council” ALTERAÇÃO DA VISÃO DOS ANIMAIS NA SOCIEDADE Após Segunda Guerra Mundial: Interação homem-animal Crescimento dos animais de companhia. Novo estabelecimento de “relações familiares”. Homem-animal-natureza Desenvolvimento tecnológico “Criação de animais” “industrialização” “biotecnologia” engenharia genética 2-Por que se preocupar com bem-estar animal? Como ocorreu o crescimento do conhecimento técnico? A questão da ciência - Características gerais da Ciência ao longo do século XX: 1-Influência do positivismo – separação entre ciência e especulação. 2-A ciência lida com o que pode ser testado, observado. 3-Noções não verificáveis devem ser afastadas. 4- A ciência não trata de experiências subjetivas. ANIMAL = MÁQUINA -Pós-Guerra – Necessidade de “quantidade” de alimentos -Consolidação – Foco na produção “intensificação da produção” CRISE AMBIENTAL -Paradigma Biomédico – “Experimentação animal” Anos 70 -“Medicina dos Animais de Companhia” - Mercado pet √ O avanço das ciências biológicas e das tecnologias de base biológica; √ Experimentação em seres humanos se desenvolvem infligindo riscos e produzindo danos ; √ Reivindicações sociais que mobilizam as mulheres, as minorias étnicas, os pacientes... NASCIMENTO DA ÉTICA ANIMAL BIOÉTICA Animais Seres Humanos Meio Ambiente AMPLIAÇÃO DA ESFERA MORAL Alteração no papel do médico veterinário - Obrigações Profissionais em relação: 1- à sociedade. 2- aos clientes. 3- aos pares e à profissão. 4- à si mesmo e sua família. 5- aos animais. Medicina Veterinária (Bernard Rollin, 1998) Destaca-se: Conflitos entre as diferentes obrigações. “Sinais de alarme” – a “ vaca louca” (EEB) “Crise no Consumo” – Foco no consumidor “Controle da Experimentação animal” “Medicina dos Animais de Companhia” - Mercado pet “Medicina da Conservação” Animais Selvagens-Papel dos Zoos 3-COMO GARANTIR BEM-ESTAR ? Produção Animal O Consumidor Requisitos de 1ª Ordem Requisitos de 2ª Ordem Expectativas FASE A Preço Qualidade FASE B Preço Segurança Qualidade Bem-estar animal FASE C Segurança Qualidade Preço Bem-estar animal Respeito ao Meio ambiente FASE D Segurança Respeito ao Meio Ambiente Qualidade Bem-estar animal Desenvolvimento Rural sustentável DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA (Herranz & Colmenarejo (Org.), 2003) Legislação da União Européia sobre o Bem-estar de Animais de Produção Bens da agricultura Seres sencientes Abrangência das Leis: -Animais nas unidades de produção; - Animais durante o transporte; - Animais durante o abate e -Proíbem determinadas práticas. Suínos: - Council Directive 91/630/EEC ( 19/11/1991) – estabelece padrões mínimos de proteção aos suínos ( The Pigs Directive). - Emendas: *Directive 2001/88/EC ( 23/10/2001) *Directive 2001/93/EC ( 09/11/2001) -Proíbe as gaiolas de gestação -As porcas devem ser mantidas em grupos, não em gaiolas individuais, exceto nas quatro primeiras semanas de gestação. -Novas gaiolas de gestação estão proibidas desde 1 de janeiro de 2003 e as existentes estarão proibidas a partir de 1 de janeiro de 2013. SVC -“ Report on the welfare of intensively kept pigs” - 30/09/1997 Previsão de revisão da diretiva: 2008. Questão Polêmica: 1997 – Comunidade Européia: -Von Borrell et al, 1997 – “ problemas de bem-estar” -Barnett et al, 2001 – “ compatíveis com bem-estar “ Visões de Bem-estar animal: Abordagem biológica – saúde, crescimento, produtividade. O que o animal sente? – dor, sofrimento, emoções. Vida natural – comportamento natural “Rede de valores” O BEA na Cadeia Alimentar Objetivo: Padrões que assegurem qualidade onde o valor do alimento não é só definido pelo produto final, mas também pelos métodos de produção, os quais devem incluir: segurança do alimento, biossegurança e Bem-estar animal. 1-Estabelecer BEA 2-Monitorar : transparência na cadeia de produção - Visibilidade no processo de produção -Entendimento e/ou quantificação sobre como esses processos afetam o BEA -Sistemas de monitoramento. 3-Padrão nos sistemas de estabelecimento de BEA -Importante avaliar os riscos também (instalações e animais) 4-Harmonizar a rotulagem dos produtos - Que tipo de informação os consumidores querem ter no produto final? - Que tipos de rótulos satisfazem esses propósitos? - Que tipos de estratégias comunicativas podem ser mais produtivas? DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA -A Legislação de BEA no Terceiro Mundo e as implicações para a EU ( Communication to the Council and European Parliament – november 2002) -O Papel da OMC -O Papel da OIE DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA Mercado Pet “População mundial de cães: 500 milhões” (Matt & Daniels, 2000) “% milhões ??????? DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA Proprietários de animais - Muitos proprietários conhecem muito pouco sobre seu cão. Salman et al, 1998 -Problemas comportamentais como causa de abandono. Hsu et al, 2003 Médicos Veterinários - Os médicos veterinários sabem informar sobre “comportamento animal”? DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA “Conflito na percepção da dor, sofrimento e emoções dos animais”. 1993- EUA- Apenas 40% dos cães receberam drogas anlgésicas no hospital da Univers. da Carolina do Norte – amputações, toracotomias, fraturas.(Hansen & Hardie, 1993) 1996- Canadá -Apenas 50% usam analgesia pós-cirúrgica rotineiramente. (Dohoo, S. E. & Dohoo,I. R. 1996). 1999- Inglaterra –Apenas 53% fazem analgesia em ovariohisterectomia e apenas 32% em castração (Capner, C. A. et al, 1999). “ A maior parte concorda que o animal sente dor” DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA Como garantir Bem-estar animal? Controle da experimentação animal s R 3 Russel & Burch, 1959 Leis b Replace b Reduce b Refine CEUAs Agências de financiamento Políticas editoriais Anestesia e Analgesia pós-operatória em cirurgia experimental com roedores de laboratório: estamos progredindo? Estudos dolorosos envolvendo roedores em periódicos indexados. 1990-1992 2000-2002 112 126 ANALGESIA ? 3% 20% Richardson & Flecknell, ATLA, 33:119-127, 2005. Aspectos relacionados às cirurgias apresentados nos trabalhos apresentados no V Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia, sem parecer da Comissão de Ética. Tipo de Trabalho Nº de trabalhos Trabalhos na íntegra que envolveram cirurgia 27 Em relação à anestesia Especificada 13 Não especificada 8 Não citada 6 Em relação cirúrgica à analgesia pós- Citada Não citada Não se aplica* Em relação cirúrgicos a cuidados pós- Citados 7 18 2 16 Não citados 9 Não se aplica* 2 Paixão, R. L. & Labarthe, N. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 9 (1): 41-47, 2002. A redução do número de animais. Substituição Estatística adequada “Delineamentos experimentais mais precisos” FESTING, M.F.W. Lab animal 28:212-221,1994 Crescimento do uso de peixes como modelos científicos -UE ““Competência Técnica” “Competência Ética” 1986 – 10 Curso em BEA no mundo - Cambridge 1998 – 10 Curso em BEA no Brasil EDUCAÇÃO EM BEA Ensino Ativo x Ensino Passivo -O Uso de Animais em aulas - O papel das escolas de veterinária em BEA Hewson et al, 2001 Hewson, 2005 - Quem ensina BEA ? DESAFIOS PARA A MEDICINA VETERINÁRIA [email protected]