A GESTÃO DA ESCOLA PÚBLICA NA ERA DA TECNOLOGIA: RECONFIGURAÇÃO DE ESPAÇOS EDUCACIONAIS Lizabete Lázara Campos Pereira - UNIVÁS [email protected] Maria Cristina Ribeiro Reis - UNIVÁS [email protected] Terezinha de Jesus V. Gomes - UNIVÁS [email protected] Profª. Dra. Adicinéia Aparecida de Oliveira - UNIVÁS [email protected] Resumo − Este artigo apresenta uma breve explanação sobre a educação em seu sentido amplo, caminhando em direção ao ato de educar na era tecnológica que demanda posicionamento humano na sociedade do conhecimento. Busca-se abrir o leque do entendimento sobre esta prática no uso de tecnologias da informação e comunicação na gestão da escola pública estadual, considerando seu valor tanto na segurança quanto na qualidade e agilidade da informação. As questões norteadoras do texto dizem respeito à educação reparadora entendida como educação continuada para jovens e adultos na contemporaneidade; os desafios da gestão e o papel da informática no Centro Estadual de Educação Continuada "Professora Hermelinda Toledo", de Pouso Alegre, Minas Gerais, cujo Sistema de Gerenciamento é uma realidade, configurando-se em importante ferramenta de gestão, sendo aqui apresentados todos os recursos já apropriados. Abstract − This article gives a brief explanation on education in its broad sense, moving toward the act of educating the technological age that demands human positioning in the knowledge society. Search up to open the range of understanding on this practice in the use of information and communication technologies in the management of public school state, considering its value both in security and in the quality and agility of information. The guiding questions of the text relate to education restorative construed as continuing education for young people and adults in actuality; the challenges of management and the role of information technology in State Center of Continuing Education "Professor Hermelinda Toledo" of Pouso Alegre, Minas Gerais, whose System Management is a reality, setting up an important management tool and is presented here all the resources already appropriate. Palavras-chave − Tecnologia, educação, gestão, sistema. 1 INTRODUÇÃO Tradicionalmente, tem-se a educação como uma atividade associada aos primeiros anos, chamada época formativa, de um indivíduo. Assim, ela é vista como uma tarefa que deve ser desempenhada entre as quatro paredes de uma escola e que, teoricamente, deve equipar a pessoa para o resto da sua vida. Entretanto, a sociedade está mudando com uma evolução contínua e rápida em todas as áreas de conhecimento, mais especificamente na área tecnológica. Educar em uma sociedade da informação significa muito mais do que treinar as pessoas para o uso das tecnologias da informação e comunicação, como alerta Takahashi (2000). É crucial dominar as habilidades necessárias para se manter atualizado. Por isso, a educação é uma questão chave nesta nova sociedade, acrescida da ênfase ao “aprender a aprender” como uma resposta à realização de que aprender será uma atividade vitalícia, que ocorrerá, muitas vezes, fora de uma instituição tradicional de ensino. Por isso, é importante gerar ambientes onde a aprendizagem é ativamente encorajada e facilitada. Neste contexto, a Internet pode ser usada para proporcionar as oportunidades ao desenvolvimento de experiências de aprendizagem cooperativa, desfrutando de um universo de informação digital em constante expansão. A aproximação entre a escola e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) serve como um facilitador na “conexão” entre a realidade do aluno, que tende a ser cada vez mais receptivo às novas tecnologias, e a do professor, freqüentemente preso a paradigmas que originam uma barreira entre ele e o mundo tecnológico (Fonseca, 2006). Silva (2005) faz uma retomada na história quando coloca, segundo o pedagogo Jan Amos Comenius, considerado um dos maiores educadores do século XVII, que é necessário desenvolver um método de ensino em que os professores lecionem menos, mas os alunos, por seu lado, aprendam mais. Cinco séculos depois, essa mesma questão continua presente para os 1 especialistas, guardadas as devidas proporções. Só que nos dias de hoje, um dos caminhos mais concorridos para esse fim é o uso da tecnologia. Assim, afirmou Elisa Wolynec, diretora da TECHNE, durante a 5.ª Tec ES – Tecnologia para o desenvolvimento do Ensino Superior - realizada pela Microsoft em São Paulo, quando defendeu a tese de que ao se combinar o uso da sala de aula com atividades externas, diminuem-se os custos e obtém-se uma melhora no aprendizado (in: Silva, 2005). Cada espaço educacional está, pois, diante de uma questão de sobrevivência. É o momento da quebra dos paradigmas da educação bancária, passando pela reconfiguração dos espaços, redefinição da gestão, reinserção dos profissionais de magistério e redimensionamento curricular. Tentar-se-á, então, abordar os desafios de uma experiência de gestão que vem sendo desenvolvida no Centro Estadual de Educação Continuada (CESEC) “Professoara Hermelinda Toledo”, uma Escola Pública Estadual de modalidade reparadora de ensino ou de educação continuada para uma demanda de jovens e adultos de Pouso Alegre (MG) e região. Primeiramente, situar-se-á este CESEC na contemporaneidade, logo a seguir serão feitas reflexões sobre os desafios da gestão diante do papel da informática no processo educacional, para, enfim, avaliar as iniciativas já tomadas no gerenciamento da matrícula e (re)enturmação dos alunos. 2 A EDUCAÇÃO REPARADORA NA CONTEMPORANEIDADE Existem em todo estado de Minas Gerais 82 (oitenta e dois) CESECs com a finalidade de matricular alunos jovens e adultos em qualquer época do ano, para eliminar disciplinas do Ensino Fundamental (após 15 anos) e Médio (após 18 anos) ou concluir estes níveis de Ensino Básico, através do estudo e da avaliação no processo de sucessivos módulos didáticos, a fim de melhor se situarem diante dos desafios do mundo contemporâneo. O CESEC “Prof.ª Hermelinda Toledo” atende em uma rede física adaptada - quatro apartamentos alugados pelo Estado, no centro da cidade de Pouso Alegre - num espaço precário, sem nenhuma caracterização escolar, entretanto de excelente acessibilidade. A demanda anual crescente e ininterrupta soma hoje 2580 alunos: 987 do Ensino Fundamental e 1593 alunos do Ensino Médio, com uma estimativa de 3.000 alunos até o final de 2008. A metodologia é muito diferenciada do Ensino Regular, com freqüência semipresencial, onde o aluno pode escolher por quais disciplinas começar seus estudos e também a modalidade de atendimento de melhor compatibilidade à sua disponibilidade de tempo e carga horária do professor que faz atendimentos modulares diferenciados pela manhã, à tarde e à noite. Neste CESEC, visando melhor atender a enorme demanda e garantir aprendizagem eficaz, foram criadas duas modalidades de atendimento nos últimos anos, com sucessivas alterações, a fim de adequar a metodologia para produzir, gradativamente, melhores resultados. São elas: • Estudos Coletivos, promovendo a interação de um grupo de alunos e deste com o professor para cursar um mesmo módulo didático, estimulado a freqüentar no mínimo duas vezes por semana, até a eliminação da disciplina; • Estudos Orientados, com interação apenas professor x aluno(s), este(s) cursando módulos diferentes com freqüência segundo a disponibilidade de cada um. Em ambas as modalidades pede-se, primeiramente, uma produção escrita, através de um roteiro de estudos, no valor de 20 pontos e, uma vez alcançando média, far-seá o Teste/módulo, assim sucessivamente, até eliminar, em qualquer época do ano, esta(s) disciplina(s) em curso e chegar à conclusão de um Nível do Ensino Básico. A Educação Reparadora ou Educação Continuada, aproximadamente nestes moldes de ensino, já implementados no CESEC, sem dúvida, por diversos fatores, acrescidas da mais diversa criatividade das equipes gestoras será muito utilizada nestes tempos modernos que tanto demandam Formação Continuada. 2.1 OS DESAFIOS DA GESTÃO E O PAPEL DA INFORMÁTICA NO CESEC Percebe-se que, apesar de toda precariedade existente neste CESEC, já se conta com princípios ímpares para uma aprendizagem cooperativa: autonomia, flexibilidade e interação. Não se podem negar os esforços que o governo vem fazendo nas últimas décadas para universalizar o Ensino Básico. O compromisso “Todos pela Educação”, incorporado pelo governo federal, prevê que toda criança de sete a quatorze anos esteja na escola; que toda criança de oito anos saiba ler e escrever, aprenda o que é apropriado para sua série, conclua o Ensino Fundamental e o Médio e que o investimento em educação básica no país seja, no mínimo, equivalente a 5% do Produto Interno Bruto. Segundo Gaudêncio (2007), metade deste dever de casa foi realizado nos últimos anos: 94% das crianças em idade escolar estão matriculadas na primeira série, de acordo com pesquisa do IBGE de 2005. O resultado final do Censo Escolar de 2006 do MEC informa que 55,9 milhões de pessoas estão matriculadas nas diferentes etapas e modalidades de ensino da educação básica. Ou seja, se a universalização está se culminando, é preciso agora pensar na permanência, o que se liga imediatamente à qualidade. Não basta facilitar acesso. Urge garantir qualidade. Pergunta-se: como em um mundo virtual, na Era da Interatividade, sair do marasmo das aulas tradicionais e expositivas que imperam no ensino, sem contemplar no cotidiano escolar estes princípios básicos da autonomia, flexibilidade e interação? Certamente estes pontos 2 metodológicos, embora ainda de modo muito limitado, porém já utilizados neste CESEC, favorecem sua inserção no mundo virtual e podem ser referência a outras instituições educacionais. É tempo de promover a inclusão digital para eliminar disparidades sociais e educacionais. A “cibercultura” que inclui estes princípios traz a ampliação das oportunidades de aprendizagem. Convoca-nos a sair do paradigma do átomo para o paradigma bit. Ou seja, do concreto para o abstrato. Da indústria da manufatura para a era da indústria da informação. A virtualidade, conforme Duarte e Sangra (2000), sempre fez parte da imaginação do homem; a diferença, hoje, é que a imaginação se tornou realidade graças às novas tecnologias que possibilitam aos homens reconstruírem a imaginação e criar comunidades virtuais (in: Altoé e Silva, 2000). Esses ambientes permitem que as pessoas se comuniquem no plano educacional, cultural ou profissional, de forma assincrônica, sem estar de modo simultâneo no mesmo tempo e espaço. O grande desafio da gestão na atualidade está em aproveitar-se das possibilidades que a tecnologia traz para desenvolver novas competências requisitadas por este contexto, para reconfigurar o espaço educacional, ampliar os recursos didático-pedagógicos e os benefícios que estes princípios, já utilizados no CESEC, trazem para conduzir o aluno a aprender a aprender: a) Autonomia: Utilizando-se da Internet, cada aluno poderá adequar-se ao seu melhor estilo de aprendizagem. Uns são aprendizes visuais, outros auditivos e outros sinestésicos, só “aprendem fazendo”. O ambiente de aprendizagem virtual permitirá que os professores, com apoio de programas de Formação Continuada, construam seus módulos didáticos, criem um conjunto variado de recursos de aprendizagem, de forma que cada aluno possa escolher o melhor caminho a seguir. Acrescentando-se que o elemento economia de tempo introduzido pelas ferramentas da Internet favoreça tanto ao aluno como ao professor. Uma vez o professor “antenado”, criando um planejamento inicial para cada módulo, apenas acrescentará outros, conforme, gradativamente, sentir necessidade de contemplar o contexto e a atualidade, fabricando assim seu próprio acervo didático com apoio da virtualidade. b) Flexibilidade: No mundo virtual os estudantes poderão executar suas tarefas no seu espaço – tempo de maior produtividade. Uma vez matriculados, poderão acessar os roteiros dos estudos orientados de cada módulo em casa, no trabalho ou na escola. Os professores poderão publicar vários tipos de documentos de apoio para os alunos, incluindo áudio clipes, java applets, textos para leitura, notas de aula, slides para que acessem na velocidade que lhes for adequada. c) Interação: A interatividade aumenta e facilita a comunicação aluno-aluno e aluno-professor para combinar novas opiniões com suas próprias e desenvolver uma base de aprendizagem. As pesquisas mostram que “à medida que os aprendizes se tornam conscientes das variações de interpretação e na construção do significado, entre um conjunto de pessoas, eles constroem um significado individual.” (Alexander, 1997, apud Wolynec, 2005). O CESEC precisará prover meios para trabalhar com as competências contemporâneas a partir da relação conteúdo-realidade. É preciso, pois, criar condições que permitam desenvolver no aluno suas diversas competências; competência entendida aqui, segundo Perrenoud, como “capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação.” (in: Souza, 2008). Entre as competências do professor antenado, Souza (2008), cita a competência teórica, a aplicada, a institucional e a afetiva. Para o aluno cita a avaliativa, a relacional e a social. E também para o gestor, a competência política, a afetiva e a administrativa. Se a Escola não muda o mundo todo, alguma coisa ela muda e é esse o campo de ação. Prover condições para que as competências daqueles que nela convivem se desenvolvam e se valorizem dentro e fora dela. Nesta busca de aperfeiçoamento constante, caracterizase este CESEC já em fase de conexão com a modernidade, pois além dos princípios fundamentais inseridos em sua metodologia de educação reparadora, já se dá conta de que espaço e receitas pedagógicas não terão mais utilidades se não forem reconfigurados e reinventados com competência. E isto far-se-á através da participação na conquista da “autonomia” já convocada pela Lei n.º 9394/96 - Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pois bem se sabe, autonomia e democracia não se decreta, e sim, conquista-se com e no coletivo escolar. Esperam-se ações e investimentos inovadores dos órgãos mantenedores, pois muito pouco se pode fazer sem ajuda e custeio, mas também uma vez os recursos disponibilizados, não se poderá cruzar os braços na mesmice e correr o risco de não mais cumprir o papel social de toda e qualquer instituição escolar ao fugir da informática que já se alastra por todos rincões do Brasil. É preciso maior investimento na formação continuada dos educadores e disponibilidade de equipamentos para todos com conexão de qualidade à Internet. O maior problema continua sendo a incorporação das tecnologias às atividades de sala de aula e ao cotidiano dos sistemas de ensino. 2.2 SISCESEC: UMA FERRAMENTA DE GESTÃO Como ainda se está longe de reconfigurar o espaço pedagógico do CESEC para a adequação ao contexto do paradigma bit, embora isto já seja uma evidência necessária, enquanto se aguardam recursos e equipamentos disponibilizados pelo governo, vai-se alinhavando o que já se pode fazer usando a tecnologia 3 na escola com os recursos obtidos e a ousadia necessária. O Sistema de Gerenciamento do CESEC (SISCESEC) é uma ferramenta de gestão criada para gerenciar a matrícula e a enturmação dos alunos nas escolhidas disciplinas, modalidades, professores, turnos e horários. Esta era uma aspiração antiga da secretaria da escola que se tornou realidade com marcas já de sucesso no atendimento à demanda. Muito incomodava as longas filas de matrícula, escadaria abaixo, com atendimento manual da demanda em uma janelinha da secretaria. Aspiração descrita no Plano de Gestão da atual administração é acatada pelo Colegiado Escolar ao planejar os gastos dos recursos disponíveis. O trabalho foi especialmente desenvolvido pelo Analista de Sistema e Programador Paulo Eduardo Ribeiro Reis para atender as especificidades deste CESEC e, gradativamente, vem se desenvolvendo com sucessivas alterações, após ouvir alunos e professores para deixá-lo perfeito à esta realidade. O SISCESEC matricula e (re)enturma, diariamente, alunos que chegam à secretaria, redesenhada com a mudança de divisórias para facilitar o acesso aos Assistentes Técnicos da Educação Básica, em três micros que foram disponibilizados somente para este atendimento. Percebem-se inúmeros benefícios: a) acolhida eficiente e eficaz da demanda (Figura 1). c) armazenamento de dados cadastrais (Figura 3). Figura 3 – Tela de cadastro de Aluno. d) rapidez na reenturmação dos alunos (Figura 4). Figura 4 – Tela de cadastro de Turmas. e) equacionamento da demanda aos professores (Figura 5). Figura 1 -Tela de login do Sistema. b) valorização do Assistente Técnico de Educação Básica (Figura 2). Figura 5 – Tela de cadastro de Professores. f) Figura 2 – Tela principal do Sistema. melhor comunicabilidade: aluno x professor equipe de gestão (Figura 6). x Figura 6 – Tela de cadastro de horário de aula do Aluno. 4 g) levantamento estatístico de matrícula e conclusão (Figura 7). Figura 7 – Gráfico de Alunos Concluintes por matéria e Professor. h) j) e outros (Figuras 10 a 17). Figura 10 – Tela de cadastro de Histórico Escolar. controle da evasão escolar por disciplina (Figura 8). Figura 11 – Tela de cadastro de Semestre. Figura 8 – Gráfico de evasão Ensino Médio. i) agilidade na emissão de documentos(Figura 9). Figura 12 – Tela do Relatório de Cartão de matrícula do Aluno. Figura 9 – declaração de Alunos. Figura 13 – Tela do relatório de Turmas Cadastradas. 5 Uma vez quase vencida esta primeira fase da implementação do SISCESEC, já se experimenta a segunda que monitora a entrada e saída de recursos financeiros, o Livro Caixa, para a Prestação de Contas ao Estado e já em estruturação a terceira fase com o cadastro da vida funcional dos profissionais e operacionalização dos seus benefícios de carreira: contagem e tempo, biênios, qüinqüênios, férias-prêmio e aposentadoria. Prevê-se, para a próxima etapa, o cadastro do acervo e funcionamento da Biblioteca “Educador Paulo Freire”. Espera-se, em curto prazo, contar com uma melhor estrutura de equipamentos para incentivar e apoiar projetos pedagógicos de Formação Continuada para os professores. 3 CONCLUSÃO Figura 14 – Tela do Relatório de Matrícula do Aluno. Figura 15 – Tela do Relatório de Ficha de Freqüência. Figura 16 – Tela de configuração do Sistema. Mudanças significativas já vêm ocorrendo nos cenários educacionais com a chegada das TICs, pois instrumentos novos precisam produzir efeitos novos, trazer avanços a cada realidade e ao contexto históricosocial. A nova geração precisa de maior consciência dos problemas para buscar soluções. Como diz Almeida (2008), coordenadora do Projeto Gestão Escolar e Tecnologias desenvolvido em parceria com a Microsoft que está sendo realizado nas escolas da Rede Estadual de São Paulo, “O acesso às tecnologias adquire sentido quando se consegue atribuir significado às informações e expressar-se por meio dessa tecnologia, utilizando-a para resolver problemas da própria vida.” Ela relaciona a inclusão digital do aluno à do professor, do gestor e de todos que atuam na escola. Caberá, sobretudo à equipe gestora, apoiada pela comunidade escolar, motivar o corpo docente e discente, para juntos, enveredar por novos caminhos: • posicionar a escola nesta fase de apropriação e disseminação das excelentes experiências de uso educacional das TICs ; • focar todo trabalho na aprendizagem do coletivo escolar; • considerar que a adequada preparação de educadores exige muito mais recursos e tempo do que a aquisição de equipamentos; • estimular metodologias de ensinar a aprender mais adequadas à nova realidade dos alunos de forma amigável e construtiva; • motivar o corpo docente e discente para pesquisar na net à medida que se desenvolvem habilidades de pesquisadores; • garimpar o mundo virtual para descobrir preciosidades; • criar espaços pedagógicos adequados ao mundo contemporâneo. Atividades novas e criativas poderão desenvolver muitas habilidades nos alunos jovens e adultos e talvez a mais importante seja a avaliativa, pois dentro de um imenso espaço virtual e informativo só resta despertar o senso crítico para uma verdadeira tomada de Figura 17 – Tela de contato do Suporte. 6 consciência tão necessária a uma educação de qualidade. Como diz Eliana de Barros Santos, é importante que se adote um olhar crítico para tudo o que encontram. “Informação temos o tempo todo, então é importante saber fazer uso dela e pesquisar dados complementares.” (in: Rodrigues, 2008). Eis o grande desafio da era tecnológica: reconfigurar espaços; desenvolver novas competências e inserir o contexto educacional na cultura digital. O homem só cresce no desafio. Vallin (apud Fonseca, 2006) convoca o homem a uma opção: O mundo entra na era da informação e do conhecimento. Isso tem provocado novas mudanças na sociedade e na escola. Por isso, novos conhecimentos precisam ser desenvolvidos. É preciso aprender a lidar com essa nova situação. Podem-se mudar as duas coisas ao mesmo tempo? Passar da sociedade da produção para a sociedade do conhecimento e ao mesmo tempo passar da sociedade individualista para uma sociedade mais humana e justa? Ou não? É uma opção, de cada um e de todos. WOLYNEC, E. Benefícios educacionais da aprendizagem online. Disponível em: http:// www.techne.com.br, 2008. Acesso em: 22 julho 2008. REFERÊNCIAS ALMEIDA, B. O sentido da inclusão digital. Disponível em: http://www.microsoft.com/brasil/ educacao/parceiro/beth-edição.mepx, 2008. Acesso em: 22 julho 2008. ALTOÉ, Anair; SILVA, Heliana da. O desenvolvimento histórico das novas tecnologias e seu emprego na educação. In: ALTOÉ, Anair; COSTA, Maria Luiza Furlan; TERUYA, Teresa Kazuko. Educação e novas tecnologias. Maringá: Eduem, 2005, p. 13-25. FONSECA, I. C. S. Convite aos professores: usemos mais as tecnologias da Informação. Disponível em: http: www.observatoriodaimpresa.com.br, 2006. 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