Adm. Financeira de Organizações Públicas Flávio Estevez Calife São Paulo, 19 de outubro de 2012 Organizações Públicas Administração Direta Ministérios, Secretarias, Prefeituras Administração Indireta Autarquias Fundações Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista Organizações Públicas (Administração Indireta) Autarquias :serviço autônomo, criado por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receitas próprios, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada Fundações:entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de lei autorizativa e registro em órgão competente, com autonomia administrativa, patrimônio próprio e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes Organizações Públicas (Administração Indireta) Empresa pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, Estado ou município, criada para exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa Sociedades de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, instituída mediante autorização legislativa e registro em órgão próprio para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União, Estado ou Município ou a entidade da Administração indireta. Administração Indireta Autarquias Autarquia Hospitalar Municipal-AHM, IAMSPE, USP, UNICAMP Fundações Teatro Municipal, FUNDAP, PROCON, SEADE Empresas CESP, METRÔ, SP Urbanismo, SPObras, PRODAM, SABESP Administração Financeira Pode-se definir Finanças como a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. A administração Financeira ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. Administração Financeira MACROECONOMIA ECONOMIA MICROECONOMIA Formas de Economia Aplicada CONTABILIDADE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA A função da administração financeira Relação com a teoria econômica O campo das finanças está intimamente relacionado ao da economia. Muitas vezes, as finanças são chamadas de economia financeira. Os administradores financeiros precisam compreender o arcabouço econômico dentro do qual atuam para poderem reagir às mudanças de condições ou se anteciparem a elas. O princípio econômico fundamental usado pelos administradores financeiros é a análise marginal, segundo a qual uma decisão financeira deve ser tomada apenas quando os benefícios adicionais superam os custos adicionais A função de administração financeira Relação com a contabilidade As atividades financeiras (tesoureiro) e contábeis (controller) estão intimamente relacionadas e com freqüência se sobrepõem. Em empresas de pequeno porte, o controller comumente ocupa a função financeira. Uma diferença importante em termos de perspectiva e ênfase entre finanças e contabilidade é que os contadores geralmente usam o regime de competência, ao passo que as finanças se concentram em fluxos de caixa. A função de administração financeira Relação com a contabilidade Finanças e contabilidade também diferem no que diz respeito à tomada de decisões. Enquanto a contabilidade se preocupa basicamente com a coleta e a apresentação de dados financeiros, o administrador financeiro se interessa principalmente pela análise e interpretação dessas informações para fins de tomada de decisões. O administrador financeiro usa esses dados como ferramenta básica de tomada de decisões com relação a aspectos financeiros da empresa. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Instrumentos Teóricos e Analíticos usados para: Avaliar Alternativas Base de Tomada de Decisão Perguntas: Qual o Tamanho Ideal da Empresa ? Qual a Rapidez com que Deve Crescer ? De que Forma Deve Investir nos Ativos ? Qual a Composição dos Passivos ? Funções da Administração Financeira Tesouraria Administração de: Caixa, Crédito e cobrança Risco Câmbio Decisão de financiamento Decisão de investimento Planejamento e controle financeiro Proteção de ativos Relação com acionistas e investidores Relações com bancos Controladoria: Administração de custos e preços Auditoria interna Contabilidade Orçamento Patrimônio Planejamento Tributário Relatórios Gerenciais Desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informação financeira Visão Geral das Atividades de uma Organização e Demonstrações Financeiras Básicas Relatório de Atividades 1 - Estratégias e Metas • Capital de Terceiros: • Curto Prazo • De Curto Prazo Balanço Patrimonial 3 - Investimentos • Longo Prazo 2 - Financiamentos • Capital Próprio • De Longo Prazo 4 - Operações Demonstração do Resultado Compra Prestação do serviço Administração Demonstrativos Financeiros (organizações públicas) Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração do Valor Adicionado Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido Notas Explicativas Parecer de Auditoria Balanço Patrimonial Como representar em termos monetários os recursos econômicos de uma organização em determinado momento? Demonstrações financeiras Balanço patrimonial O balanço patrimonial apresenta um resumo da posição financeira de uma empresa em dado instante. Os ativos indicam o que a empresa possui, o patrimônio líquido representa o investimento dos proprietários e os passivos indicam o que a empresa tomou emprestado. Balanço Patrimonial É a Demonstração da Situação Real de um Patrimônio no que se refere aos Bens, Direitos, Obrigações e Resultados Econômicos - em Determinada Data Aplicações de Recursos Bens e Direitos Fontes de Recursos Financiadores Proprietários Balanço Patrimonial O Balanço é idêntico ao das empresas, exceto por pequenas diferenças terminológicas: Nas empresas Fundações Patrimônio Líquido Patrimônio Social Capital Social Patrimônio Social Lucros Acumulados Superávits Acumulados Prejuízos Acumulados Déficits Acumulados Balanço Patrimonial (OSESP) ATIVO I. Circulante Caixa Contas a receber Outros 2008 28.926 24.414 2.607 1.905 PASSIVO E PATRIMÔNIO SOCIAL I. Circulante Fornecedores Tributos Outros 2008 12.488 2.788 254 9.446 II. Não Circulante Realizável a longo prazo Imobilizado Intangível 24.976 16.374 8.401 201 II. Não Circulante III. Patrimônio Social Patrimônio Social Fundos Superávit Acumulado 5.422 35.992 7.422 15.759 12.811 Total do Ativo 53.902 Total do passivo e patrimônio social 53.902 Demonstração do Resultado Qual o resultado das operações da organização neste período? A organização está aplicando bem os seus recursos? Demonstrações financeiras Demonstração do resultado do exercício A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em geral são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. Apuração do Resultado (superávit ou déficit) RESULTADO = Receitas – Despesas • • Nas Empresas: • Receita: valor obtido como contraprestação do cliente pela venda de mercadorias ou prestação de serviços • Despesa: é todo sacrifício da empresa necessário para obter a Receita • Receitas – Despesas = Lucro/Prejuízo • Outras organizações: • Receita: pode não haver contraprestação do beneficiário pelo serviço recebido. Receita = valor obtido com anuidades e doações para custeio, mas também pela venda de produtos ou serviços • Despesa: é todo sacrifício da organização necessário para oferecer o produto/serviço ao beneficiário • Receitas – Despesas = Superávit/Déficit Demonstração do Resultado RECEITA BRUTA SERVIÇOS PRESTADOS ( - ) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA ISS Pasep Cofins ( = ) RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL ( - ) DESPESAS Pessoal e Reflexo Equipamentos Operacionais e Serviços de Terceiros Outras Receitas e Despesas Operacionais Juros sobre o Capital Próprio Despesas e Receitas Não Operacionais Depreciação e Amortização ( = ) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DA REVERSÃO DOS JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO ( - ) Contribuição Social ( - ) Imposto de Renda ( = ) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ( + ) Reversão Juros sobre o Capital Próprio ( = ) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO APÓS REVERSÃO DO JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 2008 450.796 (55.451) (13.753) (7.438) (34.260) 395.344 (365.813) -162.370 -130.879 -30.491 (16.339) 10.481 (36.215) 29.531 -3.036 -8.336 18.159 16.339 34.498 Prodesp Demonstração do Superávit Receitas das atividades Recursos de órgão do governo Projetos incentivados Doações e patrocínios Venda de ingressos e assinaturas Locação para eventos Financeiras Outras receitas Despesas das atividades Com pessoal Custos de apresentações Gerais e administrativas Divulgação e comercialização Depreciação e amortização Impostos taxas e contribuições Financeiras Superávit do exercício 2008 43.000 13.235 4.811 4.288 3.701 3.787 1.827 74.649 32.882 16.006 8.580 3.505 2.355 869 135 64.332 10.317 OSESP Estrutura dos Balanços Públicos (Prefeitura, Estados) Os balanços públicos são representados por um conjunto de quatro peças: Balanço orçamentário Balanço financeiro Balanço patrimonial/Demonstrações patrimoniais das variações Uma vez que os balanços apresentam os dados de forma agregada, muitas vezes faz-se necessária a consulta a uma série de anexos, que têm por finalidade detalhar com mais profundidade esses valores. Por conta disso, esses anexos tornam-se componentes fundamentais para o desenvolvimento de uma compreensão adequada da gestão. O Balanço Orçamentário Demonstra as receitas e despesas previstas em confronto com as efetivamente realizadas. Registra os elementos do orçamento público, nos termos em que foi aprovado pelo Poder Legislativo. Registra a execução do orçamento, incluindo as modificações que vão sendo introduzidas. Registra a posição final dos valores executados na data do encerramento do exercício, comparada com as previsões iniciais do orçamento. O Lado das Receitas no Balanço Orçamentário (I) Receitas Correntes Receita Tributária Impostos Taxas Contribuições de Melhoria Receita de Contribuições Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes O Lado das Receitas no Balanço Orçamentário (II) Receitas de Capital Operações de Crédito Alienações de Bens Amortização de Empréstimos Transferências de Capital Outras Receitas de Capital O Lado das Despesas no Balanço Orçamentário Despesas Correntes Despesas de Custeio Transferências Correntes Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital Aspectos Importantes na Leitura do Balanço Orçamentário O relacionamento entre as colunas de previsão da receita com a fixação da despesa. O relacionamento entre as colunas de execução da receita com a execução da despesa. A coluna de diferença da seção da receita, que corresponde à diferença entre a receita prevista e a executada, com relação à coluna de diferença da seção da despesa, que mostra a diferença entre a despesa fixada e a executada. O Balanço Financeiro Registro dos ingressos recebidos, tanto de natureza orçamentária quanto extra-orçamentária. Registro de todos os desembolsos, tanto orçamentários quanto extra-orçamentários. O registro dos ingressos e desembolsos orçamentários permite que simultaneamente sejam efetuadas as baixas no sistema orçamentário. Ao fim do exercício, o resultado financeiro é transferido ao sistema patrimonial para a apuração do resultado econômico. Sistema composto de contas de resultado (orçamentárias) e contas extra-orçamentárias, que formarão o Ativo e Passivo Financeiro. O Lado das Receitas no Balanço Financeiro (I) Receita Orçamentária Receitas Correntes Receita Tributária Receita Patrimonial Receita Agropecuária Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital O Lado das Receitas no Balanço Financeiro (II) Receita Extra-orçamentária Restos a pagar (inscritos no exercício) Serviço da Dívida a Pagar (contrapartida) Depósitos Outras Operações Restituições a pagar Débitos da Tesouraria Credores Pendentes Saldo do Exercício Anterior Disponível Caixa Bancos e Correspondentes Vinculados em C/C Bancárias O Lado das Despesas no Balanço Financeiro (I) Despesa Orçamentária Legislativa Judiciária Administração e Planejamento Agricultura Comunicações Defesa Nacional e Segurança Pública Desenvolvimento Regional Educação e Cultura Energia e Recursos Minerais Habitação e Urbanismo Indústria, Comércio e Serviços Relações Exteriores Saúde e Saneamento Trabalho Assistência e Previdência Transportes O Lado das Despesas no Balanço Financeiro (II) Despesa Extra-orçamentária Restos a Pagar (liquidados no exercício) Serviço da Dívida a Pagar (liquidado no exercício) Depósitos (Restituições ocorridas no exercício) Outras Operações Restituições a pagar Débitos de Tesouraria Credores Pendentes Saldo para o Exercício Seguinte Disponível Caixa Bancos e Correspondentes Vinculado em C/C Bancárias Aspectos Importantes na Leitura do Balanço Financeiro O balanço financeiro é, sob muitos aspectos, um demonstrativo do fluxo de caixa da administração pública. Com exceção das contas de disponibilidades do exercício anterior e do seguinte, todas as demais contas são somatórias das operações realizadas durante o exercício. O Balanço Patrimonial Compreende as contas do Ativo, do Passivo e do Patrimônio. O Ativo é representado por contas que representam bens e direitos e, quando necessário, por contas do Passivo a Descoberto ou situação líquida negativa. O Passivo é representado por contas que representam as obrigações. O saldo patrimonial é representado pela diferença entre o Ativo e o Passivo, indica o patrimônio líquido, podendo este ser negativo, positivo ou nulo, de acordo com a situação do saldo. Os Ativos no Balanço Patrimonial Ativo Financeiro Disponível Caixa Bancos e Correspondentes Vinculado em C/C Bancárias Realizável Pendentes Os Ativos no Balanço Patrimonial Ativo Permanente Bens Móveis Bens Imóveis Bens de Natureza Industrial Créditos Valores Diversos Soma do Ativo Real Os Ativos no Balanço Patrimonial Ativo Compensado Valores em Poder de Terceiros Valores de Terceiros Valores Nominais Emitidos Diversos Contrapartidas Os Passivos no Balanço Patrimonial Passivo Financeiro Restos a Pagar Serviços da Dívida a Pagar Depósitos Débitos de Tesouraria Passivo Permanente Dívida Fundada Interna Em Títulos Por Contratos Dívida Fundada Externa Em Títulos Por Contratos Diversos Os Passivos no Balanço Patrimonial Passivo Financeiro Restos a Pagar Serviços da Dívida a Pagar Depósitos Débitos de Tesouraria Passivo Permanente Dívida Fundada Interna Em Títulos Por Contratos Dívida Fundada Externa Em Títulos Por Contratos Diversos Dívida Flutuante Os Passivos no Balanço Patrimonial Saldo Patrimonial Passivo Compensado Responsabilidades do Governo Obrigações Contratuais Bens Recebidos em Comodato Bens Recebidos por Empréstimos Controles de Natureza Passiva Ações a Integralizar Materiais Recebidos por Empréstimos Contrapartidas Aspectos Importantes na Leitura do Balanço Patrimonial Pode-se perceber, com exceção da nomenclatura de alguns grupos de contas, uma grande semelhança do balanço patrimonial para com o balanço de empresas privadas. É fundamental para uma compreensão clara do balanço patrimonial a leitura em conjunto da demonstração das variações patrimoniais. Adm. Financeira em Org. Públicas Dúvidas Bibliografias