5º Ano Unidade 3 – Organização da vida Plano de Aula 8 Palestina Adolescência em zona de conflito Ahmed Hasna, de 16 anos, vive a adolescência num ambiente de conflito. Ele é palestino e tem seu cotidiano marcado pela disputa travada entre seus conterrâneos e Israel. “Odeio a política, mas ela insiste em invadir minha vida por todos os lados”, diz o jovem. Ahmed mora com os pais em Jerusalém Oriental e está cursando o colegial. Ele é apresentador de um programa de rádio voltado à juventude de origem árabe dos territórios ocupados. “Discutimos problemas atuais, como a Aids e as drogas”, explica. Para chegar à escola, distante apenas 4 quilômetros de sua casa, ele precisa passar por dois postos de segurança do Exército israelense. Embora viva num ambiente de alta tensão, Ahmed procura levar a rotina de um adolescente normal de qualquer parte do mundo. Das caixas de seu aparelho de som saem hip hop, rock’n’roll e dance music a todo o volume. Ele também pratica futebol e basquete num parque em seu bairro. “Não diria que tenho amigos íntimos israelenses. Mas jogamos juntos numa boa”, diz ele. França Tradicional e moderninha Lola Gozlan, de 18 anos, é uma patricinha à moda francesa. Estudante do último ano do colegial numa escola de Paris, ela frequenta as casas noturnas da moda e é consumidora de roupas de grife. “Há muita diferença entre os moradores do subúrbio e os parisienses de fato. O pessoal da periferia chega aqui mal vestido e logo chama atenção”, diz a jovem, que tem no guardaroupa marcas como a Diesel. Os franceses são conhecidos pelo nacionalismo – e Lola não foge à regra. “As tradições são muito importantes. Fico chocada quando ouço alguém de minha idade maltratar nossa língua”, diz ela. Como nenhum adolescente é de ferro, a estudante cede à tentação estrangeira quando o assunto é música pop. Seus artistas prediletos são Radiohead e Nirvana. Índia A vida abaixo da linha da pobreza Oriunda de uma família paupérrima, a indiana Ritu Dass sobrevive como vendedora ambulante nas ruas de Nova Délhi. Como tem uma jornada de trabalho de até doze horas – não consegue ganhar mais que o equivalente a 2 reais por dia –, a adolescente de 17 anos nunca teve acesso à educação formal. Hoje, graças ao auxílio de uma entidade filantrópica, sua vida está mudando. Ritu estuda por correspondência e participa de atividades como teatro e a produção de um programa de rádio voltado aos jovens dos bairros pobres da capital da Índia. Apesar de todas as carências, desde cedo ela teve contato com a tecnologia. Com 14 anos, Ritu já possuía o próprio e-mail. Um de seus principais passatempos é navegar na internet, usando um computador da associação que lhe dá apoio. “Tudo o que aprendo procuro transmitir a minha família”, diz ela. 5º Ano Unidade 3 – Organização da vida Plano de Aula 8 Estados Unidos Ser jovem é carregar bandeiras. A americana Angela Martellaro, de 16 anos, pertence a uma categoria ruidosa: a dos adolescentes engajados em lutas políticas. Vinda de uma família de classe média do Estado do Kansas, no Meio Oeste dos Estados Unidos, ela milita em várias frentes. Pacifista, é contra a Guerra no Iraque. Representante da Anistia Internacional em seu colégio, também está mergulhada na luta pelos direitos humanos. “Hoje, há abusos em muitos países e o jovem é uma das maiores vítimas”, denuncia Angela, que participou da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, realizada no Rio de Janeiro no fim de abril. Estudante do ensino médio, ela sonha um dia em trabalhar como jornalista. Em suas horas de lazer, Angela frequenta um bar de adolescentes em que se ouve punk rock – de preferência, com letras carregadas de mensagem. Suas bandas favoritas são aquelas que bradam contra o sistema com o vigor típico dessa fase de ebulição hormonal, como o Anti-Flag. China Sou chinês, mas podem me chamar de Robert Com apenas 14 anos de idade, Zhu Jiaxi já é uma celebridade em sua terra natal, a China. Apresentador de um programa infantil popular na TV do país, ele chega às casas de milhões de conterrâneos todas as manhãs. Mesmo vivendo sob a repressão de uma ditadura comunista, Zhu leva uma existência de adolescente globalizado. Ele usa tênis das marcas internacionalmente conhecidas, escuta o pop de artistas americanos como Britney Spears e adora jogar video-game. Além disso, gasta boa parte de suas horas vagas na internet. Por meio da rede, conquistou amigos em vários países, da Itália ao Japão. Em seus contatos com o exterior, usa um codinome em inglês: Robert. Zhu faz questão de manter, por outro lado, uma ligação forte com suas raízes chinesas. “Aprecio a filosofia de vida de meu país, pois ela traz sabedoria e serenidade às pessoas. E nossa culinária é a melhor do mundo”, diz ele. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2004/p_028.html>. Acesso em: 8 abr. 2011.