Nefrite tubulointersticial Edevanilson Gueiros Insuficiência Renal Aguda • Definição É a perda súbita da função renal ( início em horas ou dias) com repercussão em todo os orgãos ou sistemas. Freqüentemente reversível. Ocorre quando pelo menos uma das seguintes situações acontece: - Resposta adaptativa a depleção severa de volume e hipotensão com néfrons estruturalmente e funcionalmente intactos - Resposta a insulto citotóxico - Resposta a obstrução urinária Altera o balanço extra celular, o equilíbrio ácido-básico, balanço hidroeletrolítico e a regulação de cátions divalentes Insuficiência Renal Aguda Classificação Nefrite intersticial aguda (NIA) Definição Patologia marcada por intensa resposta inflamatória, caracterizada por edema intersticial, graus variados de lesão tubular e infiltração de células mononucleares, produzindo súbito declínio da função renal. Etiologia Patogênese Mecanismo imunológico Imunidade celular Imunidade humoral Patogênese •Imunidade celular Citotoxidade por linfócitos T (CD4 e CD8) Interação célula-célula ( aumento da expressão de moléculas de adesão – LFA1, VLA-4, ICAM-1 e VCAM-1) Aumento da ação de peptídeos quimiotáticos de monócitos (MCP-1) Hipersensibilidade tardia Patogênese •Imunidade humoral Anticorpo anti-membrana basal tubular Formação/deposição de imunocomplexos Patogênese Quadro clínico •Todas as faixas etárias •IRA sem causa definida •Quadro inespecífico •Manifestações sistêmicas: febre, rash e eosinofilia •Outras manifestações: eritema maculopapular em tronco e extremidades, dor em flanco e hematúria macroscópica Exames complementares Exames complementares • Hemograma: eosinofilia • Marcadores de doenças auto-imunes: FAN, anti-DNA e complemento • ANCA: p-ANCA (omeprazol e ciprofloxacin) c-ANCA (Síndrome uveíte/NIA) • Ultrassonografia renal: Rins normais ou aumentados com aumento da ecogenicidade. • Cintilografia com gálio: pouco sensível e inespecífico • Biópsia renal Patologia • Infiltrado inflamatório intersticial (focal ou difuso): linfócitos T, monócitos e ocasionalmente plasmócitos e eosinófilos • Edema intersticial • Alterações tubulares: dilatação luminal, achatamento do epitélio, edema peritubular, tubulite e necrose tubular aguda. • Ruptura da membrana basal tubular Patologia •Granulomas não-caseosos:sarcoidose,aluporinol, aciclovir, AAS, sulfametoxazol-trimepropim) •Vasos e glomérulos poupados •Imunofluorescência: raramente positiva (deposição linear de IgG na membrana basal tubular - ciprofloxacin) •Microscopia eletrônica: desaparecimento dos processos pedicelares das células epiteliais (AINH – GN Lesão mínima) Patologia NIA - Drogas •Antibióticos beta-lactâmicos Mais comuns indutores de NIA Febre, rash e eosinofilia: > 30% dos pacientes IRA oligúrica: 30% dos casos Não depende da infecção NIA - Drogas •Anti-inflamatórios não hormonais 2/3 dos casos - derivados do ácido propiônico: fenoprofeno, naproxeno eibuprofeno Longa tempo de exposição: 2 semanas a 18 meses HAS , edema e síndrome nefrótica: 80% dos casos Patologia: Lesão mínima e ocasionalmente granuloma intersticial Complicações: IRC NIA - Drogas •Rifampicina Terapia intermitente Dor no flanco e HAS Trombocitopenia, hemólise e disfunção hepática IRA oligúrica Diálise: 2/3 dos pacientes Histologia: em alguns casos NTA e glonerulonefrite proliferativa; imunofluorescência: depósito de IgG NIA - Drogas •Derivados sulfonamídicos Maioria dos casos: sulfametoxazol-trimetropim Patologia: presença granulomas NIA - Infecção NIA - Infecção •Infecção renal direta: pielonefrite •Reação à infeccção sistêmica: infecções bacterianas,virais, fungos e parasitas •Patogênese não bem entendida: reação cruzada NIA – Doenças imunes •LES, síndrome de Sjogren, crioglobulinemia mista e rejeição aguda do enxerto •IRA não oligúrica e evidência bioquímica de dano tubular •Patologia: Presença de depósitos de imunocomplexos e complemento NIA – Idiopática •10 – 20% sem causa aparente •Reação de hipersensibilidade ausente •IRA não-oligúrica •Síndrome Uveíte/NIA: etiologia desconhecida – natureza auto-imune (c-ANCA, fator reumatóide) NIA – Evolução Clínica •Espectro variável: desde alterações leves até necessidade de diálise •Lesão reversível com recuperação da função renal •Fatores prognósticos Intensidade do infiltrado intersticial, presença de fibrose, atrofia tubular e formação de granuloma. Idade avançada Doença renal pré-existente Oligúria por mais de 3 semanas AINH NIA – Tratamento •Medidas de suporte •Retirada do fator causal •Corticoterapia: controverso Pulsoterapia: Metilprednisolona 0,5 – 1g (1-4 dias) Diário: 1mg/Kg/dia de prednisona (7 – 14 dias) •Diálise Nefrite intersticial crônica (NIC) Nefrite intersticial crônica (NIC) • Anormalidades estruturais crônicas envolvendo os túbulos renais e o interstício • Lesão primária (15-30% dos casos de IRC) Exposição a drogas Doenças sistêmicas • Lesão secundária: doenças glomerulares e vasculares NIC - Etiologia NIC - Patologia • Atrofia de células tubulares com achatamento das células epiteliais e dilatação tubular. • Fibrose intersticial • Infiltração intersticial de células mononucleares (linfócitos, neutrófilos, eosinófilos e plasmócitos) • Imunofluorescência: padrão linear com deposição de C3 e imunoglobulinas • Artérias e arteríolas: espessamento fibrointimal NIC – Quadro clínico e laboratorial • Sintomas sistêmicos da doença primária • Sintomas inespecíficos de IRC • HAS menos grave, menor velocidade de perda da função renal e menor formação de edema • Acometimento tubulo proximal Acidose tubular renal tipo II Disfunção na reabsorção de bicarbonato Hipopotassemia Síndrome de Fanconi Proteinúria • Acometimento de túbulo distal Acidose tubular renal tipo I (hipopotassemia) Acidose tubular renal tipo IV (hiperpotassemia) NIC – Progressão da doença renal • Fibrogênese Citocinas e fatores de crescimento • Dissociação entre dano glomerular e déficit de função renal • Correlação inversa entre grau de comprometimento intersticial e taxa de filtração glomerular NIC – Analgésicos • Consumo excessivo e continuado • Dose cumulativa:3Kg de analgésicos • Incidência variável: Escócia, Bélgica e Austrália (10-20%) • Mulheres • Nictúria, piúria estéril e HAS • Anemia: IRC ou úlcera péptica • Ansiedade e distúrbios neuropsiquiátricos • Maior incidência de neoplasias uroepiteliais NIC – Analgésicos • Asociações: Acetominofen, aspirina, fenacetina, cafeína e codeína • Acetominofen: grande concentração na papila renal, tem sua ação potencializada por outros analgésicos e AINH • Rins contraídos • Necrose de papila • Histologia inespecífica Bibliografia • Primer of Kidney disease, second edition,San Diego, California, 1998. • Insuficiência renal aguda: fisiopatologia, clínica e tratamento, São Paulo, 1997. • Atualidades em nefrologia Volume 6. Sarvier, São Paulo, 2000. • Princípios de nefrologia de distúrbios hidroeletrolíticos. Guanabara Koogan, terceira edição, Rio de Janeiro, 1996. • Rossert J. Drug induced acute interstitial nephritis. Kidney Int., 60: 804-817, 2001. Cólica Nefrética Tipos de cálculos Cólica Nefrética Locais mais freqüentes de instalação do cálculo As áreas indicadas na figura ao lado indicam a formação de cálculos no trato urinário. Rim ureter bexiga Litíase Urinária Incidência: Valores de 10 e 15% em mulheres e homens respectivamente. 3% a 4% da população brasileira sofre de cálculo. Uma em cada 200 pessoas desenvolvem pedra no rim. As pessoas que já tiveram um cálculo urinário têm uma chance de 50% de desenvolver um novo cálculo nos próximos 4 a 5 anos. Litíase urinária A FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS • Concentração de substâncias na urina forma cristais, com o tempo, a massa cristalizada aumenta de tamanho formando o cálculo. O crescimento é acelerado por substâncias promotoras e retardado por substâncias ditas inibidoras Litíase Urinária Aspectos Físico-Químicos • NÍVEL EFEITO subsaturação não cristaliz. produto de solubilidade saturação(metaestável) cristais formados crescimento agregação nucleação heterog. matriz ação de inibidores produto de formação supersaturação(instável) nucleação inibidores ineficazes Cólica Nefrética Aumenta o risco de se desenvolver um Cálculo Urinário: Herança genética Infecção urinária Consumir uma pequena quantidade de líquidos Desordens alimentares Cólica Nefrética Aumenta o risco de se desenvolver um cálculo urinário: Suar demais sem repor líquidos Sedentarismo Distúrbios do metabolismo: citrato, cálcio, ác. úrico, cistina. Doenças intestinais Cólica Nefrética QUAIS SÃO OS SINTOMAS? Podem permanecer assintomáticos Cólica na região lombar que pode se irradiar para o abdômen e região hipogástrica. A dor é descrita como a mais severa dor que uma pessoa pode experimentar Pode ser tanto constante como descontínua e pode vir acompanhada de náusea, vômito e sangue na urina. Cólica Nefrética O diagnóstico pode ser feito através de: Ultrassonografia Raio-X simples Exame de urina e outros Urografia excretora Tomografia em alguns casos Cólica Nefrética Complicações: Hidronefrose (dilatação do Rim) Pielonefrite crônica (Infecção) Cólica Nefrética Como é o tratamento imediato? Normalmente com anti-inflamatórios e ou antiespasmódicos intravenosos. Cólica Nefrética Tratamento: A eliminação espontânea ocorre em até 80% dos cálculos menores que 5 mm; Para cálculos maiores que 7 mm as chances são: 25% para os localizados em ureter proximal, 45% para aqueles em ureter médio e 70%para cálculos em ureter distal. Cólica Nefrética Tratamento - Indicações de intervenção: Dor refratária ao tratamento clínico, Obstrução persistente com função renal alterada, Infecção concomitante, Risco de pionefrose ou urossepse, Obstrução bilateral ou Cálculo em rim único com hidronefrose. Cólica Nefrética Tratamento: Litotripsia Extra Corpórea (ondas de choque) Cólica Nefrética Eventualmente (tratamento com cirurgia): Cirurgia tradicional Cirurgia percutânea Cólica Nefrética • • Remoção endoscópica Cólica Nefrética Tratamento: Cólica Nefrética E se houver vários episódios? Deve ser investigado o tipo de alteração metabólica que ocasiona a sua formação, para que então faça-se o tratamento preventivo. A abordagem diagnóstica do paciente que formou o primeiro cálculo (único) é assunto controverso. Cólica Nefrética Como é feita a prevenção? Ingestão de líquidos entre 3 a 4 litros/dia Exercício físico regular três a quatro vezes por semana Evitar abuso de proteínas, sal, derivados de leite, carboidrato, alimentos ricos em purinas (carne vermelha, peixes pequenos, leguminosas, peru, etc.). Importante: evitar abuso não é eliminar os alimentos da dieta. Cólica Nefrética Como é feita a prevenção? As causas de um cálculo urinário podem, em 75% dos casos, ser determinadas através de uma avaliação metabólica. Para tanto deve-se analisar a pedra, o sangue e os químicos presentes na urina do paciente. Caso alguma anormalidade seja detectada, o risco de uma recorrência pode ser reduzido Cólica Nefrética Tratamento dos distúrbios metabólicos: Hipocitratúria – Citrato de potássio 1 a 2 mEq/kg/dia Hipercalciúria - Tiazídicos até 50 mg/dia Citrato de potássio Hiperuricosúria – Alopurinol 100 a 300 mg/dia Cistinúria – Penicilinamina, tiola, captopril. Estruvita – Remoção completa, antibioticoterapia e ácido aceto-hidroxâmico. DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS E ÁCIDOBÁSICOS Ana Flávia Campos Gonçalves de Azevedo DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Complicações frequentes e associadas a distúrbios respiratórios e hidro-eletrolíticos (NA+, K+ e Cl-) • Avaliado pela gasometria – pH, PaCO2, PaO2, HCO3 e BE. • Gasometria informa sobre desvios do EAB mas também sobre função respiratória e perfusão tecidual • Manutenção do EAB depende disposição da cota de ácidos fixos (dieta) e destino CO2 (produto final do metabolismo celular) DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Otimização da função celular Conc. plasmática H+ = 40x106 mmol/L • Dieta e metabolismo forneçem ácidos fixos e a respiração ácidos voláteis CO2 é eliminado pelos pulmões Ácidos fixos dependem da excreção renal (1 mEq/Kg/dia) • Tampões extracelulares – bicarbonato/ácido carbônico, sulfatos e proteinatos Tampões intracelulares – fosfatos e hemoglobina DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Outros mecanismos • Aumento da FR • Troca do H+ pelo K+ através da membrana celular (hemácias) • Aumento excreção de H+ pelo rim • Retenção de base pelo rim DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Participação renal • Rim elimina H+ trocando por Na+ ou K+ • Túbulo proximal secreta H+ que é neutralizado pelo HCO3 filtrado pelo glomérulo – Balanço equilibrado • HCO3 H2O + CO2 ao longo dos túbulos, perdendo capacidade tampão Aumento de H+ produzirá acidificação da urina e retrodifusão do H+ DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Participação renal Túbulos distais e coletores secretam HPO3 e NH3 que retém H+ na luz tubular, acidifica a urina e impede a retrodifusão do H+ NH3 excreta 75% dos ácidos fixos • FR é controlada pela PaCO2, PaO2 e pH monitoradas pelo seio carotídeo e tronco cerebral Barreira hemato-encefálica retarda o equilíbrio entre pH liquórico e pH plasmático com manutenção da estimulação do centro respiratório e risco de alcalose rebote DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Equação de Henderson- Hasselbalch pH= pKa + log base/ácido pH é o inverso do log da concentração de H+ livre (VN 7,37-7,42 com extremos 6,80-7,80) Relação base/ácido = HCO3-/H2CO3 pK = pH de uma substância quando está 50% dissociada (6,1) DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Equação de Henderson- Hasselbalch pH= pKa + log base/ácido FUNÇÃO RENAL pH = pKa + log HCO30,03 X PaCO2 FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Tampão HCO3-/H2CO3 Alta concentração plasmática (53%) Modificado pelos pulmões e rins Reflete diretamente pH sérico Bom representante do equilíbrio ácido-básico • Valores normais pH = 7,35 a 7,45 PO2 = 70 a 90 mmHg PCO2 = 35 a 45 mmHg CO2 = 23 a 27 mMol/L HCO3- = 22 a 26 mEq/L BE = -3,5 a + 4,5 mEq/L DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Classificação Anion-gap normal (perda de HCO3-) Anion-gap elevado AG= Na+ - (Cl- + HCO3-) AG= 12 ± 2 mEq/L Quantidade de ânions não mensuráveis, que não o Cl-, produzidos para compensar a perda/consumo de HCO3- DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Tipos Distúrbios metabólicos Acidose metabólica Alcalose metabólica Distúrbios respiratóios Acidose respiratória Alcalose respiratória DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • pH ≤ 7,34 ACIDOSE pH ≥ 7,44 ALCALOSE • DISTÚRBIOS METABÓLICOS Excesso de ácidos - cetoacidose diabética, insuf. renal, hipoperfusão tissular, oferta de ácido Déficit de bases – tubulopatias renais, diarréia, fístulas bileo-pancreáticas Haverá intenso consumo de bases – redução do HCO3- e BE negativo DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS Excesso de CO2 – DPOC, estado de mal asmático, pneumopatias intersticiais Geração de CO2 e H+ : HCO3Consumo de outras bases será reposta pelo HCO3 e o BE poderá ser normal (± 2mEq/L) Déficit de CO2 DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS ACIDOSE METABÓLICA ↓pH, ↓BE e HCO3 ↓PaCO2 ACIDOSE RESPIRATÓRIA ↓pH, ↑PaCO2, BE normal ALCALOSE METABÓLICA ↑pH, ↑HCO3 e BE ALCALOSE RESPIRATÓRIA ↑pH, ↓PaCO2, ↓HCO3 DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Fatores que influenciam a gasometria • Heparina • Policitemia • Resfriamento • Halotano • Gasometria venosa • Diferença arteriovenosa – estima DC Da-DO2 + pO2 ↓ = ↓ CD e TExO2 ↑= fluxo lento Da-DO2 ↓ + ↑ pO2 venosa = “shunt “ sistêmico DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS 1. PO2 ↑ e PCO2 ↓ Hiperventilação Alcalose respiratória Componente 2.PO2 ↓ e PCO2 ↑ Hipoventilação Respiratório Acidose respiratória 3.PO2↓ e PCO2 ↓ Alteração V/Q Alteração difusão SARA Componente não 1. HCO3 ↓ e BE ↓ Respiratório 2. HCO3 ↑ e BE↑ Acidose metabólica Alcalose metabólica DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Definição RA (reserva alcalina) Capacidade de ligação de CO2 - quantidade total de CO2, de uma amostra de plasma, separada anaerobicamente, após equilibrá-la com 40 mmHg de Pco2 à temperatura ambiente • Definição de BE (excesso de bases) Concentração de bases do sangue em mEq/L, tituladas por um ácido forte a um pH de 7,40, com uma PCO2 de 40 mmHg e a uma temperatura de 37° DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Mecanismos mais eficientes de controle da acidose: • Função renal – elimina H+ e reabsorve HCO3• Desvio da curva de dissociação da Hb para esquerda, ↑ afinidade pelo O2 • Alterações na ventilação compensa distúrbios de acidose mas não alcalose DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS Acidose Respiratória Aguda – SNC, caixa torácica Crônica – doença pulmonar Alcalose respiratória Aguda – SNC Crônica – AVM, insuf hepática Hipertireoidismo, hipoxemia Acidose metabólica Adição de ácido – CAD, IRA Perda de NaHCO3 - Diarréia, Fístula pancreática Alcalose metabólica Perda de ácido – vômitos Ganho de NaHCO3 – infusão de NaHCO3 DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • TRATAMENTO • Princípios gerais • Não corrigir alterações muito rapidamente • Normalizar inicialmente o volume sanguíneo e a perfusão tecidual • Não corrigir o pH,o cálcio e o potássio isoladamente DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • TRATAMENTO ACIDOSE RESPIRATÓRIA Oxigenação e ventilação adequadas: • Mantenção das vias respiatórias livres • Correção da hipóxia e/ou hipercapnia • Remoção das secreções • Tratamento das infecções respiratórias • TRATAMENTO ALCALOSE RESPIRATÓRIA • Combate a hiperventilação, frequente em pacientes em AVM • Sedação, ↑ espaço morto, ↓ volume corrente DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • TRATAMENTO ACIDOSE METABÓLICA • Doença de base • Reposição volêmica HCO3d – HCO3e X P X 0,5 x 0,3 0,03 x peso(Kg) x BE / 2 a 3 Reposição por estimativa – 2mEq/Kg DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • SITUAÇÕES ESPECIAIS ÁCIDOSE LÁTICA Choque e falência cardíaca Tratamento ↑ oferta de O2 reposição de VEC ↓ resistência periférica agentes inotrópicos antibióticos agentes vasopressores DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • SITUAÇÕES ESPECIAIS CETOACIDOSE DIABÉTICA • Reposição de insulina e hidratação • Reposição com HCO3 cuidadosa – alcalose rebote e ↑ cetogênese hepática • Reposição de K+ precoce DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • SITUAÇÕES ESPECIAIS ALCALOSE METABÓLICA • Frequentemente associada ao uso de diuréticos. • Outras causas: estados hiperreninêmicos, Sínd. de Cushing e ingesta ↑ de bases • Tratamento suspensão da droga reposição de K+ acidificantes (NH4Cl, HCl 0,1N) acetazolamida DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Efeitos deletérios da acidose aguda • Sobrecarga respiratória • Anorexia, naúseas, vômitos e alterações neurológicas • Diminuição da responsividade as catecolaminas • Depressão miocárdica • Vasoconstricção, inclusive renal com oligúria Resistência a ação da insulina DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Efeitos deletérios da alcalose aguda • Hipocalcemia por diminuição do cálcio ionizável • Hipopotassemia com ↑da perda urinária de K+ • Alteração da relação K+ intracelular/K+ extracelular no miocárdio, com susceptibilidade a arritmias • Aumento da afinidade da Hb pelo O2 (desvio da curva de dissociação para E) com hipóxia tecidual • Acidose paradoxal no LCR, com piora das condições neurológicas DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • SITUAÇÕES ESPECIAIS ACIDOSE METABÓLICA • Correção da doença de base • Equilíbrio entre oferta e demanda de O2 PERFUSÃO • Tolerada se pH< 7,2 • Normaliza o pH intra-celular e o pH mitocondrial? DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • RISCOS DA ACIDOSE METABÓLICA • Colapso cardiovascular ↓ contratilidade miocárdica ↓ resposta hemodinâmica aos agentes vasopressores • BENEFÍCIOS DA REPOSIÇÃO DE BICARBONATO DE SÓDIO • “ buys time ” para outras intervenções • Controle do pH extra-celular melhor desempenho hemodinâmico DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • RISCOS DA REPOSIÇÃO DE BICARBONATO DE SÓDIO •↑ sobrecarga de sódio •↑ lactato •↓ cálcio ionizado •↓ afinidade da Hg pelo 02 • Gera CO2 com piora respiratória • Alcalose rebote DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Caso 1 pH=7,30; PO2=86; PCO2=39; HCO3=18; BE= - 7 ACIDOSE METABÓLICA • Caso 2 pH=7,42; PO2=99; PCO2=21; HCO3=18; BE= -8 ACIDOSE METABÓLICA COMPENSADA POR ALCALOSE RESPIRATÓRIA DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Caso 3 pH=7,61; PO2=91; PCO2=41; HCO3=39; BE=+18 ALCALOSE METABÓLICA • Caso 4 pH=7,29; PO2=60; PCO2=57; HCO3=26; BE=+19 ACIDOSE RESPIRATÓRIA DISTÚRBIOS ÁCIDO-BÁSICOS • Caso 5 pH=7,45; PO2=55; PCO2=61; HCO3=26; BE=+19 ACIDOSE RESPIRATÓRIA E ALCALOSE METABÓLICA • Caso 6 pH=7,63; PO2=100; PCO2=22; HCO3=22; BE=+4 ALCALOSE E ALCALOSE RESPIRATÓRIA RESPIRATÓRIA E ALCALOSE ALACALOSEMETABÓLICA METABÓLICA Distúrbios do metabolismo do potássio • Cátion mais prevalente no organismo • Concentração intra-celular-125mEq/L extra-celular-3,5 a 5,5mEq/L • Ingestão diária – 100mEq/dia • Excreção pelo rim(92mEq), TGI e pele • Manutenção da concentração plasmática normal – deslocamento entre o intra e o extracelular – insulina, atividade adrenérgica, conc. do K+ Distúrbios do metabolismo do potássio • TRANSPORTE NO TÚBULO RENAL • CONTROLE DA SECREÇÃO DE K+ • Mineralocorticóides (aldosterona) são importantes reguladores Age no TD ↑secreção de K+ e a reabsorção de Na+ • Aporte de K+ - concentração plasmática determina atividade da bomba Na+K+ATPase e a secreção de aldosterona Distúrbios do metabolismo do potássio • TRANSPORTE NO TÚBULO RENAL • Velocidade de fluxo no néfron distal – valores normais ou aumentados de K+ estimulam aldosterona - ↑permeabilidade da membrana tubular. Ex.: Diuréticos • Concentração de Na+ intratubular no néfron distal – relação direta entre aporte distal de Na+ e secreção de K+ ↑aporte de Na+ ↑secreção de K+ Distúrbios do metabolismo do potássio • TRANSPORTE NO TÚBULO RENAL • Permeabilidade do néfron distal aos ânions Reabsorção de Na+ determina DP negativa ↑ negatividade DP ↑ secreção de K+ • Estado ácido-básico Alcalose ↑ secreção de K+ Acidose ↓ secreção de K+ Distúrbios do metabolismo do potássio CAUSAS DE HIPOCALEMIA Aporte reduzido (redistribuição do K+ para dentro da célula) Redistribuição K+ intracelular, ↑pH extra-celular, ↑ insulina, hipotermia, intoxicação por cloroquina Perdas gastrointestinais Diálise Plasmaférese Perdas urinárias Diuréticos, hiperaldosteronismo primário, perda de secreção gástrica, acidose metabólica, hipomagnesemia, poliúria Distúrbios do metabolismo do potássio • QUADRO CLÍNICO DA HIPOCALEMIA Alterações musculares – fraqueza muscular até paralisia flácida proximal. Pode haver lesão intensa com rabdomiólise e IRA Arritmias cardíacas – há estimulação da automaticidade (depressão do segmento ST, achatamento onda T e aumento onda U) Poliúria Dibetes insipidus nefrogênico (resistência ao ADH mediado por PGs) Alcalose metabólica – retenção de NA+, edema, geração de amônia Intolerância à glicose Distúrbios do metabolismo do potássio • TRATAMENTO DA HIPOCALEMIA • Estabelecer causa determinante, velocidade e via de administração • Cálculo do déficit de K+ K+ sérico < 3,0mEq/L = Déficit 10% total K+ sérico < 2,5mEq/L = Déficit 15% total K+ sérico < 2,0mEq/L = Déficit 20% total Déficit de K+ = (peso x 50mEq/L) x (% déficit esperado) Distúrbios do metabolismo do potássio • TRATAMENTO DA HIPOCALEMIA • Situações de urgência – arritmias e lesão muscular severa • Cloreto de potássio EV é medicação de escolha, exceto na cetoacidose diabética onde deve ser usado fosfato de K+ • Não infundir com glicose por haver estímulo de secreção de insulina e deslocamento do K+ para o intracelular Distúrbios do metabolismo do potássio • TRATAMENTO DA HIPOCALEMIA • Velocidade máxima de reposição – 10 a 25 mEq/hora • Situações de urgência com K+ < 1,5mEq/L repor até 80mEq/hora - EXCEÇÃO • Monitorização cardíaca contínua e dosagens repetidas são necessárias • Hipocalemia refratária ver Mg++ (co-fator da Na+K+ATPase) Distúrbios do metabolismo do potássio • HIPERCALEMIA • Alteração mecanismos de regulação – Excreção e Redistribuição • Pseudo-hipercalemia Hemólise Trombocitose e leucocitose acentuadas Distúrbios do metabolismo do potássio • CAUSAS DE HIPERCALEMIA Aumento da liberação de K+ Pseudo-hipercalemia, acidose metabólica, deficiência de insulina, hipercatabolismo, exercício, intoxicação digitálica Drogas Digitálicos, succinilcolina Diminuição da excreção urinária Hipoaldosteronismo, insuf. renal, depleção de volume, acidose tubular renal tipo I, doença tubular, ureterojejunostomia Distúrbios do metabolismo do potássio • QUADRO CLÍNICO DA HIPERCALEMIA Arritmias – onda T apiculada Alargamento QRS e PR Desaparecimento da onda P Onda senoidal (QRS + onda T) Fibrilação ventricular Parestesias Distúrbios do metabolismo do potássio • TRATAMENTO DA HIPERCALEMIA • Identificar causa determinante • Alterações ECG dependem da intensidade da hiperK+ e da velocidade de instalação • Estratégias Bloquear ação do K+ na membrana celular Deslocar o K+ para dentro da célula Remoção o K+ HIPERCALEMIA ECG pH ACIDOSE METABÓLICA SEM ACIDOSE ALTERAÇÕ ES SEVERAS SEM ALTER AÇÕES BICARBONATO DE SÓDIO REMOÇÃO K+ TRATAMENTO INTERMEDIÁRIO GLUCONA TO DE Ca++ DIURÉTICO RESINA TROCADORA DE CÁTION AGONISTA beta ADRENÉRGICO INSULINA + GLICOSE HIPERK+ GRAVE OU REFRATÁRIA HEMODIÁLISE Distúrbios do metabolismo do sódio • 1/3 da água corporal total está no extracelular • O número de partículas osmoticamente ativas entre os espaços intra e extracelular deve ser sempre o mesmo • O volume do espaço extracelular depende da quantidade de Na+ corporal total sendo este o componente osmoticamente ativo deste espaço • Alterações no Na+ sérico refletem alterações do metabolismo de água (água corporal total) Distúrbios do metabolismo do sódio • • • • • HIPONATREMIA Incidência 1-2% entre pacientes internados Presente em diversas patologias sistêmicas Frequentemente associada à hiposmolalidade Osmolalidade calculada Osm = 2 x Na+ + 10 • Hiato osmolar = Osm medida – Osm calc (osmóis não medidos) Distúrbios do metabolismo do sódio • QUADRO CLÍNICO DA HIPONATERMIA Alterações neurológicas Cefaléia, náuseas, alucinações, incontinência urinária ou fecal, reação extrapiramidal, postura de decorticação ou descerebração, anisocoria, letargia, fraqueza, bradicardia, hipoventilação, convulsões, dist. de comportamento Distúrbios do metabolismo do sódio • PERÍODO DE INSTALAÇÃO E GRAVIDADE DOS SINTOMAS Instalada < 48 horas – AGUDA, sintomática quando Na+< 130mEq/L.Quando < 120mEq/L pode ser letal e causar lesão cerebral permanente Persistência > 48 horas – CRÔNICA Indefinido, tratar como hiponatremia crônica HIPONATREMIA NÃO REDUZIDA OSMOLARIDADE PLASMÁTICA HIPERGLICEMIA TRATAR CAUSA BASE REDUZIDA VELOCIDADE DE INSTALAÇÃO AGUDA SINTOMÁTICA NaCl hipertônico + Diurético de alça Assegurar O2 + anticonvulsivant es Meta parada dos sintomas ou Na+> 125 mEq/L ASSINTO MÁTICA AVALIAÇÃO DO VOLUME EXTRACELU LAR NÃO REDUZIDO REDUZIDO GANHO DE H20 LIVRE PERDA Na+ Perdas renais SALINA ISOTÔNICA CRÔNICA Perdas extrarenais VOLUME CIRCULANTE EFETIVO NORMAL SSIADH REDUZIDO ABORDAR CAUSA + RESTRIÇÃO H2OLIVRE + DIURÉTICO DE ALÇA META PARADA DOS SINTOMAS OU Na+ > 10% HIPONATREMIA OSMOLARIDADE PLASMÁTICA REDUZIDA VELOCIDADE DE INSTALAÇÃO AGUDA CRÔNICA ASSINTO MÁTICA SINTOMÁTICA AVALIAÇÃO DO VOLUME EXTRACELU LAR REDUZIDO Perdas renais NaCl hipertônico + Diurético de alça + O2 + ANTICONVULSI VANTE NÃO REDUZIDO GANHO DE H20 LIVRE PERDA Na+ Perdas extrarenais SALINA ISOTÔNICA VOLUME CIRCULANTE EFETIVO NORMAL REDUZIDO ABORDAR CAUSA + RESTRIÇÃO H2OLIVRE + DIURÉTICO DE ALÇA Distúrbios do metabolismo do sódio • CÁLCULO PARA REPOSIÇÃO Na+ a ser infundido = Na+ ideal – Na+ encontrado x Peso x 0,6 • Repor apenas 1/3 da do valor encontrado • VELOCIDADE DE REPOSIÇÃO Hiponatremia aguda sintomática_ correção máxima 1 -2 mEq/L por hora e máximo de 8 – 12 mEq/L em 24 horas Hiponatremia crônica sintomática – correção máxima 0,5 -1 mEq/L Distúrbios do metabolismo do sódio • HIPERNATREMIA Alteração frequente, principalmente em crianças e idosos Não ocorre se mecanismo da sede está intacto e há acesso a água Causas – hiperalimenteção enteral/parenteral, diuréticos, diabetes mellitus, IRA, desidratação, diabetes insipidus central ou nefrogênico Distúrbios do metabolismo do sódio • QUADRO CLÍNICO DA HIPERNATREMIA Processo mórbido associado Desidratação Alterações neurológicas – alteração do estado mental, irritabilidade, espasmos musculares, hiper-reflexia, convulsôes, febre, naúseas, vômitos, arritmia respiratória, sede Distúrbios do metabolismo do sódio • PATOGENIA HIPERNATREMIA Na fase inicial há deslocamento do fluido intracelular para o extracelular com desidratação celular. No cérebro há tração da rede vascular com danos potenciais. O cérebro usa como mecanismo adaptativo o aumento de eletrólitos intracelulares e posteriormente há acúmulo de osmóis idiogênicos. HIPERNATREMIA Na+> 145mEq/L EUVOLEMIA HIPOVOLEMIA CORRIGIR DÉFICIT DE H2O LIVRE Na encontrado – 140 x 0,6 xP/140 Cloreto de Na 0,45% Glicose 5% CORRIGIR DÉFICIT VOLÊMICO SOL. SALINA TRATAR DOENÇA DE BASE Água VO Repor ½ do déficit em 24 horas Restante nas próximas 24 horas Avaliação neurológica seriada HIPERVOLEMIA SUSPENDER CAUSA, DIURÉTICO HEMODIÁLISE Distúrbios do metabolismo do sódio • DIABETES INSIPIDUS • Central ou Nefrogênico • Central (trauma ou neurocirurgia) 50% - fase abrupta de poliúria (24 h) e hipernatremia (3-5dias) 30% - lesão permanente 20% - resposta trifásica (poliúria, fase antidiurética, nova fase poliúrica permanente ou não) • Poliúria, hipernatremia e diminuição densidade urinária, na ausência de glicosúria ou proteinúria Distúrbios do metabolismo do sódio • TRATAMENTO DO DIABETES INSIPIDUS DI CENTRAL COMPLETO DI CENTRAL PARCIAL DDAVP (10-20µg intranasal 12/12h) Tanato de vasopressina Vasopressina aquosa Clopropamida Clofibrato Carbamazepina Distúrbios do metabolismo do sódio • TRATAMENTO DO DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICO Correção de distúrbio de cálcio e fósforo Identificar e remover droga determinante (Ex.: lítium) Tiazídico e dieta pobre em sódio GLOMERULONEFRITES Disciplina de Nefrologia Recife - 2007 Dra. Lucila Valente Nefrologia - UFPE Glomerulonefrites Síndrome nefrótica Síndrome nefrítica aguda GN rapidamente progressiva Hematúria e/ou proteinúria assintomáticas GN crônicas Hematúria GNA: Hematúria glomerular Hemácias isomórficas não-glomerular HEMÁCIAS DISMÓRFICAS acantócito cilindro hemático Síndrome nefrítica aguda Hematúria HAS Edema Proteinúria não-nefrótica Oligúria Início abrupto Auto-limitada Glomérulo normal Complexos de Ag-anticorpos pré-formados Imunocomplexos GN aguda pós-infecciosa , antecedente de infecção 7 a 21 dias : 2 – 6 anos ( gr. A e C de Lancefield) leucocitúria , C3 diminuído AUTO LIMITADA GN aguda pós-infecciosa Diagnóstico-acompanhamento • Exame de urina (hematúria dismórfica, leucocitúria) • Complemento (diminuído) • Ac anti-estreptocóccicos (aso, anti-dnase B) • Creatinina – Biópsia renal – só em casos duvidosos ou com evolução ruim GN AGUDA PÓS-INFECCIOSA Imunocomplexos GN Aguda pós-infecciosa complicada Crescente celular em paciente com GNPI GNA/GNRP - Diagnóstico diferencial: GN membranoproliferativa GNA/GNRP - Diagnóstico diferencial GN membranoproliferativa Tipo II ou DDD C3 sempre diminuído Tipo I C4/C3 diminuído /normal Diagnóstico diferencial: Gn membrano proliferativa GN membranoproliferativa , hematúria C4, GNA/GNRP - Diagnóstico diferencial nefropatia por depósitos mesangiais de IgA -Hematúria assintomática -Proteinúria e hematúria -Hematúria macroscópica recorrente GNA – Diagnóstico diferencial HEMATÚRIA GNMP Nef / IgA Sínd de Alport Dç de membrana fina Gn rapidamente progressiva Deterioração da função renal em dias ou semanas (ou até 6 meses) GN crescêntica Vasculite Etiopatogenia Glomerulonefrites crescênticas TIPO I - Ac Anti-MBG TIPO II - Deposição de IMC circulante TIPO III - agressão hipersensibilidade celular Glomerulonefrites crescênticas Microscopia por imunofluorescência e sorologia das GN crescênticas IMF: padrão linear Sorologia: anticorpos anti-MBG GNRP tipo I Síndrome de Goodpasture GN anti-MBG primária IMF: padrão granular Sorologia: imunocomplexos/ freqüente diminuição do complemento GNRP tipo II Infecções Doenças sistêmicas Idiopática Glomerulonefrite préexistente IMF: Negativa ou pauci-imune Sorologia: ANCA positivo - freqüente GNRP tipo III Vasculites de pequenos vasos GN Crescêntica – Classificação /IMF _____________ GNRP tipo II Complemento diminuído Dç auto-imune Infecção GN primária Nef / IgA ANCA GN Imunocomplexos GNRP tipo II Tratamento: Pulsoterapia Metil Pred Ciclofosfamida Prednisona Nef / LES classe III/IV ANCA GN Imunocomplexos GN Endocardite bacteriana GNRP tipo II ______________________________ __________________________________ GNRP tipo III Pauci-imune PAN Gr Wegener GN ANCA associada ANCA Vasculite necrotizante aguda GNRP tipo III – ANCA associada QC: indolente e inespescífico ______________ GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA: “O papel da Biópsia renal” •Urgência em nefrologia •Tratamento deve anteceder a biópsia se esta não estiver disponível •Biopsia renal: define o tipo de crescentes, a fase evolutiva, e o grau de acometimento tubulointersticial, isso auxilia a decisão terapêutica e definição do prognóstico •A IMF auxilia o diagnóstico etiológico • BX renal está indicada em situações de GN com rápido declínio da fç renal •Aguardar se houver evidência de GN pósestreptocócica que tem boa evolução , nefrítica e GNRP </ colap Infecção do Trato Urinário Lenicio Carneiro - 2007 Definição Importância • Alta prevalência • Amplo espectro de gravidade • Atinge pacientes de ambos os sexos e de todas as idades • Complicação de várias patologias clínicas e cirúrgicas • Grande impacto na história natural da doença do tratamento e da profilaxia Epidemiologia • Presente em cerca de 5% dos pacientes ambulatoriais • Tipo mais comum de infecção hospitalar • Originam 30-40% das bacteremias por gram negativo • Cerca de 20% dos ttos com antimicrobianos em hospitais são dirigidos às ITUs • São mais comuns em mulheres jovens sexualmente ativas • Causam significativa morbidade em gestantes • Nos extremos de idade, são mais freqüentes no sexo masculino • Aumentam a mortalidade em idosos • Afetam cerca de 1% dos recémnascidos Etiologia Escherichia coli • 90% das ITUs ambulatoriais • > 50% nos pacientes internados • Cerca de 25% nas ITUs por cateter • Proveniente da flora intestinal • Cerca de 10% das cistites são causadas por Staphylococcus saprophyticus • Fungos respondem por quase 1/3 das ITUs por cateter • Enterococcus sp e Pseudomonas sp são comuns em ITUs complicadas Outros Germes • Klebsiella pneumoniae • Proteus mirabilis • Acinetobacter sp • Serratia marcences • Staphylococcus aureus • Corynebacterium urealyticum • etc Terminologia • Bacteriúria Significativa / nãosignificativa • Bacteriúria assintomática • ITU recorrente: Recidiva x Reinfecção • ITU complicada ITU complicada • Obstrução do fluxo urinário • Bexiga Neurogênica • Diabetes mellitus • Doença renal policística • Anormalidades anatômicas • Cateter vesical de demora • Gravidez Fisiopatologia Fatores de Virulência • Resistência ao soro sangüíneo • Produção de Hemolisinas • Antígenos O e K • Expressão de Adesinas: - Fímbrias tipo I - Fímbrias tipo II Fatores de Defesa do Hospedeiro • Fluxo uniderecional de urina • Isolamento do meio externo pela uretra • Proteína de Tamm-Horsfall • pH urniário ácido • Osmolalidade urinária alta • Esvaziamento completo da bexiga • Alta concentração de uréia e de ácidos orgânicos • Secreção prostática • pH vaginal ácido • Glicosaminoglicanos que revestem a bexiga • Polimorfonucleares Vias de Infecção Ascendente Hematogênica Linfática ITU Recorrente Quadro Clínico Sinais e Sintomas • Disúria, algúria • Polaciúria • Dor/desconforto suprapúbicos • Urgência miccional • Urina turva/malcheirosa • Hematúria Sinais e Sintomas • Dor lombar • Febre, calafrios • Dor à punho-percussão (sinal de Giordano) Sinais e Sintomas • Situações específicas: 1. Idosos 2. Recém-nascidos 3. Pacientes graves Classificação Classificação Diagnóstico Quadro Clínico Exames Complementares Para Diagnóstico de ITU Leucograma Sumário de Urina Sumário de Urina • Hematúria • Proteinúria • Piúria • Cilindros piocitários • Bactérias • Teste do Nitrito Piúria • > 5 piócitos/campo (homens) ou > 8 (mulheres) • > 8000 piócitos por ml de urina Piúria • Causas: ITU Vulvovaginite Tuberculose urinária Abscesso peri-renal Apendicite aguda Nefrite Intersticial Aguda Glomerulonefrite aguda Rejeição em transplante renal Gram Urocultura Urocultura • Dá o diagnóstico • Isola o germe • Testa a sensibilidade aos antimicrobianos • Deve ser quantitativa • Falsos positivos • Falsos negativos Bacteriúria Significativa • > 105 ufc/ml (em geral) • > 104 ufc/ml (clínica de PNA) • > 102 ufc/ml (clínica de cistite) Urocultura • Método de Coleta Micção espontânea Cateterismo vesical Punção supra-púbica Urocultura • Em casos selecionados, pode-se cultivar: Fungos Micobactérias Urocultura • Falsos Negativos: Uso prévio de antibióticos Contaminação com sabão (coleta) ITU fúngica ou por micobactéria • Falsos Positivos: Contaminação durante a coleta Vulvovaginite Hemocultura Hemocultura • Útil em casos de sepse urinária • Pielonefrite, Abscessos intraperenquimatosos ou perinefréticos • Mesmo germe isolado na urocultura Testes de Função Renal Exames Para Diagnóstico Diferencial • Exame Ginecológico • Toque Prostático • PSA • Cultura de Secreção Prostática • Pesquisa de Chlamydia e Gonococo Exames Complementares Para Acompanhamento Exames de Imagem • Ultrassom • Urografia Excretora • Tomografia Computadorizada • Uretrocistografia Miccional • Uro-Ressonância Outros Exames • Cistoscopia • Cintilografia Renal com DMSA • Biópsia Renal Quem deve ser investigado? • Meninos com ITU • Meninas com ITU recorrente • Homens com ITU • Pacientes com suspeita de obstrução • Pacientes com resposta lenta ou ausente ao tratamento • Mulheres com Pielonefrite Aguda Complicações Complicações Imediatas • Abscessos renal e perinefrético • Cistite enfisematosa • Pielonefrite Enfisematosa • Pionefrose • Orquiepididimite • Necrose de papilas renais • Bacteremia Complicações Tardias • Pielonefrite Crônica • Insuficiência Renal Crônica • Hipertensão Arterial Sistêmica • Litíase urinária Complicações na Gravidez • Pielonefrite Aguda • Toxemia gravídica • Prematuridade • Baixo peso ao nascer TRATAMENTO Antibióticos & Outras Medidas… Outras Medidas… • Hidratação • Analgesia • Anti-térmicos • Repouso • Correção da obstrução • Drenagem de abscessos • etc Antibioticoterapia • Indicada para todos os pacientes com ITU sintomática • Seleção empírica ou baseada em antibiograma • ITU comunitária x hospitalar • Via oral x parenteral • Duração do tratamento Antibioticoterapia • Sulfametoxazol / TMP • Quinolonas: Ciprofloxacin, Norfloxacin • Cefalosporinas de 1a Geração: Cefalotina, cefalexina • Nitrofurantoína • Amoxicilina, ampicilina Padrões de Resposta • Cura • Persistência • Recaída • Reinfecção Quem deve ser tratado? 1.Todos os sintomáticos 2.Alguns assintomáticos Bacteriúria Assintomática • Normalmente não associada com prognóstico desfavorável • Tratamento não traz benefício e pode resultar em complicações: a. ITU por germe resistente b. Efeito adverso de droga c. Maior freqüência de ITU sintomática Bacteriúria Assintomática: Devem ser tratados: • Gestantes • Antes de manipulação das vias urinárias • Após sondagem vesical de demora • Infecção por Proteus mirabilis • Transplantados renais ?? Situações Especiais ITU por Cateter • Causa comum de infecção hospitalar • Coletor aberto x fechado • Indicações corretas • Tratamento • Bacteriúria Assintomática Antibioticoprofilaxia Custos X Benefícios Indicações • ITU recorrente em gestantes • Refluxo vésico ureteral • ITU de repetição sem causa determinada • ITU pós-coito • Transplante Renal? Drogas • Sulfametoxazol / TMP • Nitrofurantoína • Norfloxacina • Ciprofloxacina Até Breve!! E cuidado com o Xixi !! Doenças glomerulares Dra. Lucila M. Valente Disciplina de Nefrologia HC-UFPE Nefrologia-UFPE Hematúria Proteinúria Nefrologia-UFPE Lesões glomerulares • Síndrome nefrótica – lesão da membrana basal glomerular • Síndrome nefrítica – lesão estrutural com predominância celular • Proteinúria assintomática • Hematúria assintomática Síndrome nefrótica PROTEINÚRIA Síndrome nefrótica PROTEINÚRIA Nefrologia-UFPE MECANISMO Proteinúria Filtração glomerular 120mL/min – 170L/dia - 7g/dL - carga filtrada/dia – 12kg/dia Proteínas do plasma – 300g Fígado – síntese de até 40g/dia BARREIRA GLOMERULAR Filtrado glomerular – 1,5g /dia (90% reabsorvidas e catabolizadas no TCP) Urina – 0,15g/dia Nefrologia-UFPE PROTEINÚRIA Barreira glomerular 1- Endotélio capilar fenestrado 2- Membrana basal glomerular (colágeno,proteoglicanos, heparanossulfatos) 3- Podócitos – slit membrana Nefrologia-UFPE PROTEINÚRIA Teorias Teoria dos poros ( Pappenheimer et al, 1951) poros cilíndricos nas paredes capilares – solventes livres/ reter solutos 1% da área da PC – raio de 50 Â (90%) raio > 50 Â (10%) Teoria eletrostática DEXTRAN + (dietilaminoetil) > D neutro> D sulfato (-) Nefrologia-UFPE PROTEINÚRIA Resumo: Normalidade 1,5 g proteínas - filtrado glomerular (1,35 g reabsovidas/catabolizadas TCP) 0,15 g (ou 150mg ) na urina / 24h Nefrologia-UFPE Síndrome nefrótica • EDEMA • PROTEINÚRIA > 3,5g /24h/1,73m2 SC • HIPOALBUMINENIA (< 3,5g/dL) • HIPERCOLESTEROLEMIA Nefrologia-UFPE Edema na síndrome nefrótica • ee Mole, frio, indolor, gravitacional Protenúria de 24 horas X relação proteína/creatinina Síndrome nefrótica AUMENTO PERMEABILIDADE CAPILAR GLOMERULAR • EDEMA – secundário à hipoalbuminemia • Sistema renina-angiotensina-aldosterona • Sistema nervoso simpático • Aumento do ADH • Maior reabsorção tubular de sódio - < sensibilidade ao fator natriurético atrial Nefrologia-UFPE Fisiopatologia do edema Proteinúria hipoalbuminemia < Pressão oncótica plasma < volume intra-vascular Estímulo SRAA / SNS/ > ADH / < sensibilid// ADH Retenção de sódio e água Síndrome nefrótica Complicações: Fenômenos trombo-embólicos Aterogênese acelerada Infecções – opsonização/Ig Desnutrição Insuficiência renal aguda Insuficiência renal crônica Nefrologia-UFPE Complicações Dist tromboembólicos Hipercoagulabilidade < antitrombina III, prot C e S fibrinólise, > agreg plaquetas > fibrinogênio, Lp(a), F VIII Infecções Deficiência adquirida de IgG, fator Bopsonização inadequada, depressão inespecífica da resposta imune IRA depleção IV / hipoalb (diuréticos) trombose bilateral veia renal, AINH Síndrome nefrótica -Tratamento Geral Dieta hipossódica, normoproteica Restrição hídrica – diurese Diuréticos (Albumina IV) Síndrome nefrótica Tratamento Específico Prednisona 1mg/Kg/dia Ciclofosfamida 2mg/Kg/dia Clorambucil 0,2mg/Kg/dia Ciclosporina 3-5mg/Kg/dia Micofenolato Mofetil 1 – 2g/dia Síndrome nefrótica Tratamento Condições paralelas “statinas” Dislipidemia HAS IECA Bloq dos receptores da AII Biópsia renal Motivos para biópsia renal em adultos avaliar tipo histológico orientar tratamento avaliar prognóstico Existe tratamento individualizado para cada tipo histológico Biópsia renal percutânea Contra-indicações distúrbio de coagulação não-colaboração HAS severa Pielonefrite Rim nativo único Causas de síndrome nefrótica • 60% são idiopáticas • 40% secundárias: – – – – – – – Diabetes mellitus Neoplasias Doenças infecto-parasitárias Doenças auto-imunes Picadas de insetos Drogas Amiloidose Causas de síndrome nefrótica • 60% são idiopáticas: – Doenças de lesões mínimas – crianças – 70% – GESF – 20% crianças / 35% adultos – Glomerulopatia membranosa – adultos 30/35% Gn membranoproliferativa – 10% Nefrologia-UFPE GESF MO Glomerulopatia Membranosa ME Depósito subepitelial IMF Depósito granular Glomerulonefrite membranoproliferativa tipo I Prognóstico • • • • Doença de lesões mínimas GESF Glomerulopatia membranosa Gn membranoproliferativa – Proteína transportadora de retinol – Beta-2 microglobulina – Seletividade da proteinúria – Resposta ao tratamento