Pavimentações 1. O Grupo Ortogonal Consideremos um espaço pseudo-euclidiano (E, Φ) e seja u ∈ L (E, E) . Dizemos que u é um automorfismo ortogonal de (E, Φ) se, ¡ −1 ¢∗ u Φ = Φ, isto é, se, para quaisquer x, y ∈ E, Φ (u (x) , u (y)) = Φ (x, y) . | Recordemos que u∗ = δ −1 Φ ◦ u ◦ δΦ. Problema 1 Prove que o conjunto dos automorfismos ortogonais O(E, Φ) é subgrupo de GL(E), o grupo ortogonal de (E, Φ). Temos que provar que: i) 1E ∈ O(E, Φ); ii) Se u, v ∈ O(E, Φ), então u ◦ v ∈ O(E, Φ); iii) Se u ∈ O(E, Φ) então u−1 ∈ O(E, Φ). i) Seja x, y ∈ E. Φ (1E (x), 1E (y)) = Φ(x, y), logo 1E ∈ O(E, Φ). ii) Seja u, v ∈ O(E, Φ) e x, y ∈ E. Como u ∈ O(E, Φ) então Φ (u(x), u(y)) = Φ(x, y). E como v ∈ O(E, Φ) então Φ (v(x), v(y)) = Φ(x, y). Φ (u ◦ v(x), u ◦ v(y)) = Φ(u(v(x)), u(v(y))) = Φ(v(x), v(y)) = Φ(x, y). Logo u ◦ v ∈ O(E, Φ). iii) Seja u ∈ O(E, Φ) e x, y ∈ E. Como u ∈ O(E, Φ) então Φ (u(x), u(y)) = Φ(x, y). Φ(u−1 (x), u−1 (y)) = = = = Φ(u(u−1 (x)), u(u−1 (y))) Φ(u ◦ u−1 (x), u ◦ u−1 (y)) Φ (1E (x), 1E (y)) Φ(x, y). Logo u−1 ∈ O(E, Φ). Assim de i), ii) e iii) temos que O(E, Φ) é subgrupo de GL(E). 1 Problema 2 Seja (R2 , Φ) o plano euclidiano. Prove que, se u ∈ O(R2 , Φ), u−1 = u∗ . Deduza que (det u)2 = 1. Prove que o subconjunto formado pelos automorfismos u ∈ O(R2 , Φ) tais que det u = 1 é subgrupo de O(R2 , Φ) designado por SO(R2 , Φ). i) Seja u ∈ O(R2 , Φ). Queremos provar que u−1 = u∗ , ou seja, u∗ ◦ u = 1R2 . Seja x, y ∈ R2 Φ(u(x), u(y)) = Φ(x, y) ⇔ = Φ((u∗ ◦ u)(x), y) = Φ(x, y) Teorema 1: ∀x,y∈E ϕ(x,u(y))=ϕ(u∗ (x),y); ϕ(u(x),y)=ϕ(x,u∗ (y)) ∗ ⇔ Φ(u ◦ u(x), y) − Φ(x, y) = 0 ⇔ Φ(u∗ ◦ u(x) − x, y) = 0 Φ é bilinear ⇒ Φ é não degenerada u∗ ◦ u(x) − x = 0 ⇔ u∗ ◦ u(x) = x. Logo u∗ ◦ u = 1R2 . ii) Como u∗ ◦ u = 1R2 então det(u∗ ◦ u) = det(1R2 ) ⇔ det(u∗ ) × det(u) = 1 > u × det δ Φ × det u = 1 ⇔ det δ −1 Φ × det 1 ⇔ × det u × det δ Φ × det u = 1 det δ Φ ⇔ (det u)2 = 1. iii) SO(R2 , Φ) = {u ∈ O(R2 , Φ) : det u = 1} SO(R2 , Φ) é subgrupo de O(R2 , Φ) se: i) 1R2 ∈ SO(R2 , Φ); ii) Se u, v ∈ SO(R2 , Φ) então u ◦ v ∈ SO(R2 , Φ); iii) Se u ∈ SO(R2 , Φ) então u−1 ∈ SO(R2 , Φ). i) 1R2 = µ 1 0 0 1 ¶ então det(1R2 ) = 1, logo 1R2 ∈ SO(R2 , Φ). ii) Seja u, v ∈ SO(R2 , Φ) então det u = det v = 1 det(u ◦ v) = det u × det v = 1, logo u ◦ v ∈ SO(R2 , Φ). iii) Seja u ∈ SO(R2 , Φ), então det u = 1. 1 = 1, logo u−1 ∈ SO(R2 , Φ) det u De i), ii) e iii) concluímos que SO(R2 , Φ) é subgrupo de O(R2 , Φ). det(u−1 ) = 2 Problema 3 Prove que, se u ∈ O(R2 , Φ) e λ é um valor próprio de u, então λ2 = 1. Se u ∈ O(R2 , Φ) e λ é valor próprio de u, então ∃x ∈ R2 \ {0} : u(x) = λx. Φ(u(x), u(x)) = Φ(x, x) ⇔ Φ(λx, λx) = Φ(x, x) ⇔ Φ é bilinear λ2 Φ(x, x) = Φ(x, x). Como Φ é não degenerada e x 6= 0, então Φ(x, x) 6= 0, logo resulta que λ2 = 1. Problema 4 Prove que, se u ∈ O(R2 , Φ) e F é subespaço de R2 estável por u, então F ⊥ é igualmente estável por u. Como F é estável por u então u(F ) ⊆ F. Como F é subgrupo de R2 e a aplicação u : R2 → R2 é bijectiva (pois det u 6= 0), então u(F ) é subgrupo de F . Assim dim u(F ) = dim F , logo u(F ) = F. © ª F ⊥ = x ∈ R2 : Φ(x, y) = 0, para qualquer y ∈ F . Seja x ∈ F ⊥ qualquer. Queremos provar que u(x) ∈ F ⊥ . Seja y ∈ F. Φ(u(x), y) = Φ(u(x), u ◦ u−1 (y)) = Φ(u∗ ◦ u(x), u−1 (y)) Teorema 1 = Problema 2 Φ(u−1 ◦ u(x), u−1 (y)) = Φ(x, u−1 (y) ) = 0. | {z } ∈F u é bijectiva Logo Φ(u(x), y) = 0, portanto u(x) ∈ F ⊥ . Assim u(F ⊥ ) ⊆ F ⊥ e deste modo F ⊥ é estável por u. 3 2 Problema ¡ 2π5¢ Seja G um subgrupo finito de SO(R , Φ) de cardinal n. Prove que G é gerado pela rotação r n e que, portanto, é isomorfo ao grupo cíclico Z/nZ. Em primeiro lugar temos de mostrar que os elementos de G são da forma: ¸ ∙ cos θ − sin θ r(θ) = sin θ cos θ Fixando a base canónica, um elemento de G pode ser identificado com uma matriz ∙ a b c d a, b, c, d ∈ R. Uma aplicação fica univocamente determinada pelas imagens dos vectores de uma base. Considere-se a base canónica {(1, 0), (0, 1)} . ¸∙ ¸ ∙ ¸ ¸∙ ¸ ∙ ¸ ∙ ∙ b 0 a b a 1 a b = e = d 1 c d c 0 c d ¸ , Como a matriz é ortogonal ([r(θ)]T = [r(θ)]−1 ) e como det r(θ) = 1, resulta que: ⎧ 2 a + b2 = 1 ⎪ ⎪ ¸ ¸ ∙ ¸∙ ∙ ⎨ 1 0 a c a b ac + bd = 0 ⇔ = e ad − cb = 1 r(θ) × [r(θ)]T = I ⇔ 0 1 b d c d ca + db = 0 ⎪ ⎪ ⎩ 2 c + d2 = 1 portanto, ⎧ 2 ⎨ a + b2 = 1 c2 + d2 = 1 ⎩ ad − cb = 1 a2 + c2 + b2 + d2 = ad − cb + ad − cb ⇔ a2 + c2 + b2 + d2 = 2(ad − cb) então, a2 − 2ad + d2 + b2 + 2cb + c2 = 0 ⇔ (a − d)2 + (b + c)2 = 0 deste modo, a = d e b = −c, mas a2 + b2 = 1, logo (a, −b) = (cos θ, sin θ), para algum θ ∈ [0, 2π[ . Assim, os elementos de G são da forma: ∙ ¸ cos θ − sin θ r(θ) = sin θ cos θ O que esta aplicação linear faz, geometricamente, é rodar os vectores no sentido directo por um ângulo de θ radianos. 4 A composição de uma rotação de θ1 radianos com outra de θ2 radianos, é uma rotação de θ1 + θ2 radianos, pois: ¸∙ ¸ ∙ cos θ2 − sin θ2 cos θ1 − sin θ1 r(θ1 ) × r(θ2 ) = (1) sin θ1 cos θ1 sin θ2 cos θ2 ¸ ∙ cos θ1 cos θ2 − sin θ1 sin θ2 − cos θ1 sin θ2 − sin θ1 cos θ2 = sin θ1 cos θ2 + cos θ1 sin θ2 − sin θ1 sin θ2 + cos θ1 cos θ2 ¸ ∙ cos(θ1 + θ2 ) − sin(θ1 + θ2 ) = sin(θ1 + θ2 ) cos(θ1 + θ2 ) = r(θ1 + θ2 ). Assim, temos que (r(θ))2 = r(θ + θ) = r(2θ). Podemos provar por indução que: (r(θ))n = r(nθ), com n ∈ N. Base: r(θ) = r(θ). Hipótese de indução: (r(θ))n = r(nθ). Tese de indução: (r(θ))n+1 = r((n + 1)θ). (r(θ))n+1 = (r(θ))n × r(θ) = r(nθ) × r(θ) = r(nθ + θ) = r((n + 1)θ). H.I. (1) Por outro lado, temos: r(θ) × r(−θ) = I e r(−θ) × r(θ) = I, ou seja, r(−θ) = (r(θ))−1 Por outras palavras, fixando um ângulo θ, a aplicação, Φ : (Z, +) −→ (G, ·) n 7−→ r(nθ) é um homomorfismo de grupos, pois para qualquer n, m ∈ Z temos que: Φ(n + m) = = = = r((n + m)Φ) r(nΦ + mΦ) r(nΦ) · r(mΦ) Φ(n) · Φ(m). Seja θ0 o menor dos ângulos θ ∈ [0, 2π[ , tal que, r(θ0 ) ∈ G. Pretendemos mostrar que G é gerado por r(θ0 ). Seja θ um ângulo, tal que, r(θ) ∈ G. Se θ não é múltiplo de θ0 , então ∃k ∈ Z : kθ0 < θ < (k + 1)θ0 . 5 De θ < (k + 1)θ0 , resulta que θ − kθ0 < θ0 e da primeira igualdade, temos θ − kθ0 > 0. Por outro lado, temos que, r(θ − kθ0 ) = r(θ) · r(−kθ0 ) = r(θ) · r(θ0 )−k ∈ G. |{z} | {z } ∈G ∈G Daqui resulta um absurdo, porque θ0 era o menor dos ângulos entre [0, 2π[, tal que, r(θ) ∈ G. G é gerado por r(θ0 ), isto é, G = hr(θ0 )i , pois para qualquer θ tal que, r(θ) ∈ G temos que θ = mθ0 , logo r(θ) = r(mθ0 ) = (r(θ0 ))m . 2π Como G é finito, ∃n ∈ Z : (r(θ0 ))n = I, ou seja, r(nθ0 ) = I. Então nθ0 = 2π ⇔ θ0 = . n Seja Φ : (Z, +) −→ (G, ·) 2π k 7−→ Φ(k) = r(k ) n Pelo teorema do homomorfismo, temos que, (Z, +)/ ker Φ ' Φ(Z). Como Φ é sobrejectiva Φ(Z) = G. Por outro lado, ker Φ = {m ∈ Z : Φ(m) = I} . 2π ) = I sse m é múltiplo de n. n Portanto m = nk, onde k ∈ Z, isto é, m ∈ nZ, logo ker Φ = nZ. Assim, (Z, +)/nZ ∼ = G. Φ(m) = r(m 2. Isometrias do Plano Afim Euclidiano Consideramos o plano afim R2 . Uma aplicação afim f : R2 −→ R2 é uma isometria do plano afim euclidiano se f é uma tranformação afim cuja parte linear, D(f ) pertence ao grupo O(R2 , Φ). O conjunto das isometrias do plano afim euclideano é designado por I(R2 , Φ). Problema 6 Prove que: a) I(R2 , Φ) é um grupo; b) Prove que toda a translação é uma isometria. c) Dizemos que f ∈ I(R2 , Φ) é directa se D(f ) ∈ SO(R2 , Φ). Mostre que se f é directa, existe um ponto o ∈ R2 ,tal que, f é uma rotação de centro o. Prove que o conjunto das isometrias directas, que designamos por D(R2 , Φ) é um subgrupo de I(R2 , Φ). d) Se f ∈ I(R2 , Φ) não é directa, det D(f ) = −1. Classifique f em termos da direcção da translação associada e das direcções próprias de D(f ). a) Seja f : R2 −→ R2 © ª I(R2 , Φ) = f : D(f ) ∈ O(R2 , Φ) D(f ) ∈ O(R2 , Φ) ⇔ Φ(D(f )(x), D(f )(y)) = Φ(x, y) 6 i) 1R2 : R2 −→ R2 x 7−→ x A identidade é uma aplicação afim. Logo 1R2 ∈ I(R2 , Φ) ii) Seja f, g ∈ I(R2 , Φ), logo D(f ) ∈ O(R2 , Φ) e D(g) ∈ O(R2 , Φ). Queremos provar que f ◦ g ∈ I(R2 , Φ). Mas f ◦ g ∈ I(R2 , Φ) se D(f ◦ g) ∈ O(R2 , Φ). D(f ◦ g) = D(f ) ◦ D(g) | {z } | {z } ∈O ∈O | {z } ∈O, porque O(R2 ,Φ) é um grupo fechado para ◦. Logo f ◦ g ∈ I(R2 , Φ). iii) Seja f, g, h ∈ I(R2 , Φ). Queremos provar que (f ◦ g) ◦ h = f ◦ (g ◦ h). Seja x ∈ R2 . ((f ◦ g) ◦ h)(x) = = = = (f ◦ g)(h(x)) f (g(h(x))) f (g ◦ h)(x) f ◦ (g ◦ h)(x) iv) Seja f ∈ I(R2 , Φ). Queremos provar que f −1 ∈ I(R2 , Φ), ou seja, D(f −1 ) ∈ O(R2 , Φ). 1R2 = D(1R2 ) = D(f ◦ f −1 ) = D(f ) ◦ D(f −1 ) ⇒ D(f −1 ) = (D(f ))−1 | {z } ∈O Como O é grupo, logo (D(f ))−1 ∈ O ⇒ D(f −1 ) ∈ O. b) Queremos provar que toda a translação é uma isometria. Seja, tv : R2 −→ R2 x 7−→ 1R2 x + v Temos de provar que D(tv ) ∈ O(R2 , Φ). µ ¶ 1 0 ∈ O(R2 , Φ), pois det I = 1. D(tv ) = 1R2 = 0 1 Φ(D(tv )(x), D(tv )(y)) = Φ(x, y). 7 c) (R2 , R2 , Φ) espaço afim, O = (0, 0) ∈ R2 . ΘO :R2 −→ R2 −→ A 7−→ ΘO (A) = OA ΘO R2 ↓ R2 f −→ R2 ↓ −→ R2 → − f − → f = D(f ) Θf (O) → − D( f ) = Θf (O) ◦ f ◦ Θ−1 O − → f ∈ SO(R2 , Φ) − → f (v) = Θf (O) ◦ f ◦ Θ−1 (v) | O{z } · =O+v · = (Θf (O) ◦ f )(O + v) · = Θf (O) f (O + v) −−−−−−−−·−→ = f (O)f (O + v). Queremos provar que existe p0 , tal que f (p0 ) = p0 (p0 centro da rotação de f ), isto é, ∃ (x, y) : ¶ µ ¶ µ ¶µ ¶ µ x cos θ − sin θ x v1 = +I y sin θ cos θ y v2 ¶ µ ¶ µ ¶µ ¶ µ x cos θ − sin θ x v1 ⇔ − = y sin θ cos θ y v2 ¶ µ ¶µ ¶ µ x v1 1 − cos θ sin θ = ⇔ y − sin θ 1 − cos θ v2 {z } | B O sistema é possível e determinado se e só se |B| 6= 0. |B| = = = = (1 − cos θ)2 + sin2 θ 1 − 2 cos θ + cos2 θ + sin2 θ 2 − 2 cos θ 2 (1 − cos θ) 8 Se θ 6= 2kπ então ∃p0 : f (p0 ) = p0 (Se θ = 2kπ, então temos a identidade). Escolhendo um referencial (p0 , v1 , v2 ) temos que · f (p0 + v) = · − → + f (v) f (p ) | {z0} = O, novo centro → → − p0 p) ⇔ f (p0 + v) = p0 + f (− D(R2 , Φ) = {f : det(D(f )) = 1} i) det(D(1R2 )) = 1, logo 1R2 ∈ D(R2 , Φ) ii) Seja f, g ∈ D(R2 , Φ). Queremos provar que f ◦ g ∈ D(R2 , Φ). Que é o mesmo que provar que det(D(f ◦ g)) = 1. det(D(f ◦ g)) = det(D(f ) ◦ D(g)) = det(D(f )) × det(D(g)) = 1×1=1 Então f ◦ g ∈ D(R2 , Φ). iii) Se f ∈ D(R2 , Φ). Queremos provar que f −1 ∈ D(R2 , Φ), ou seja, det(D(f −1 )) = 1 det(D(f −1 )) = det(D(f ))−1 1 1 = = = 1. det(D(f )) 1 Logo f −1 ∈ D(R2 , Φ). Assim de i), ii) e iii) temos que D(R2 , Φ) é subgrupo de I(R2 , Φ). d) Seja f ∈ I(R2 , Φ) tal que det D (f ) = −1, isto é, µ ¶ cos θ sin θ D (f ) = sin θ − cos θ para uma base ortonormada. f (x, y) = µ cos θ sin θ sin θ − cos θ ¶µ x y ¶ + µ p1 p2 ¶ Os valores próprios de D (f ) são: ¯ ¯ cos θ − λ sin θ ¯ ¯ sin θ − cos θ − λ ¯ ¯ ¯ = 0 ⇔ (cos θ − λ) (− cos θ − λ) − sin2 θ = 0 ¯ ⇔ − cos2 θ + λ2 − sin θ = 0 ⇔ λ = ±1 9 Os vectores próprios de D (f ) são: µ ¶µ ¶ µ ¶ ½ cos θ sin θ x x x cos θ + y sin θ = x = ⇔ sin θ − cos θ y y x sin θ − y cos θ = y ½ x (cos θ − 1) + y sin θ = 0 ⇔ x sin θ + y (−1 − cos θ) = 0 ½ y sin θ x = 1−cos θ ⇔ −−−−− O vector próprio associado ao valor próprio 1 é (sin θ, 1 − cos θ) e o vector próprio associado ao valor próprio -1 é (− sin θ, 1 + cos θ) . Para determinar pontos fixos, temos de resolver a equação f (x, y) = (x, y) , isto é, ¶µ ¶ µ ¶ µ ¶ µ p1 x x cos θ sin θ + = y y p2 sin θ − cos θ Uma vez que osµcálculos ¶ nesta ¶ são µ "maçadores", µ base ¶ µ ¶ vamos proceder a uma mudança de base. p1 x´ 1 0 x´ + , equivalente ao anterior, num novo referSeja o sistema = y´ 0 −1 y´ p2 encial. Assim, temos que ½ ½ x´+ p1 = x´ p1 = 0 ⇔ −y´+ p2 = y´ p2 = 2y´ Se p1 6= 0, o sistema é impossível, pelo que não há pontos fixos. Caso A: p2 = 0 f (x´, y´) = (x´+ p1 , −y´) que representa uma reflexão seguida de uma translação. y´ T D(f) 10 x´ E que no referencial inicial traduz-se numa situação como se ilustra a seguir. y T D(f) x Caso B: p2 6= 0 f (x´, y´) = (x´+ p1 , −y´+ p2 ) , que representa uma reflexão seguida de uma translação, de acordo com o ilustrado na figura seguinte, y´ T x´ D(f) e que no referencial inicial, se traduz numa situação, como representamos a seguir. y T D(f) x p2 e x´ é qualquer. Caso C: Se p1 = 0 e p2 ∈ R o sistema é possível e indeterminado. y´ = 2 p2 Assim, os pontos fixos estão sobre a recta y´= 2 e temos apenas reflexões, portanto: f (x´, y´) = (x´, −y´+ p2 ) 11 y´ p2 p2 2 T x´ D(f) E no referencial inicial, temos uma situação como a ilustrada na figura seguinte. y T D(f) x 3. Subgrupos Discretos de D(R , Φ) 2 Dizemos que um subgrupo G do grupo I(R2 , Φ) (das isometrias do plano euclidiano) é discreto se, dado qualquer ponto p ∈ R2 o conjunto O = {g(p) : g ∈ G} é discreto para a topologia natural de R2 . Isto é, existe ε > 0 tal que B(q, ε) ∩ O = {q}, onde B(q, ε) é a bola aberta de centro q e raio ε, qualquer que seja q ∈ O. p → − Usamos a distância d(p, q) = Φ(− pq, → pq). Problema 7 Se v ∈ R2 , tv designa a translação de vector v, de modo que tv (x) = x + v. Sejam −1 u, v ∈ R2 e, para k ∈ Z definamos tkv = tv ◦ ... ◦ tv (k vezes) se k ≥ 1, tkv = t−1 (−k v ◦ ... ◦ tv 0 m n vezes) se k ≤ −1 e tv = 1R2 . Definimos F = {tv ◦ tu : m, n ∈ Z} . a) Prove que F é um subgrupo discreto de I(R2 , Φ). b) Prove que dois quaisquer grupos deste tipo são isomorfos. Dizemos que se trata do grupo p1 12 n a) F = {tm v ◦ tu : m, n ∈ Z} Observações: 1- tv (x) = 1R2 x + v 2- t2v (x) = tv (tv (x)) = tv (x + v) = (x + v) + v = x + 2v = t2v (x). por 1 Generalizando, temos tnv (x) = tnv (x), n ∈ Z i) 1R2 ∈ F ? t0v =1R2 =1R2 ◦1R2 ∈ F ii) Sejam f, g ∈ F. Queremos provar que f ◦ g ∈ F. n1 m2 n2 1 Se f ∈ F então, f = tm v ◦ tu , e se g ∈ F então, g = tv ◦ tu . 2 Seja x ∈ R . (f ◦ g)(x) = = = = = n1 m2 n2 1 ((tm v ◦ tu ) ◦ (tv ◦ tu )) (x) (tm1 v+n1 u ◦ tm2 v+n2 u ) (x) tm1 v+n1 u+m2 v+n2 u (x) t(m1 +m2 )v+(n1 +n2 )u (x) 1 +m2 ◦ tnu1 +n2 (x). tm v iii) Se f ∈ F, queremos provar que f −1 ∈ F ¡ −m −n ¢ n (tm ◦ t ) ◦ tv ◦ tu = tmv+nu−mv−nu = t0(u+v) = t0u+v = 1R2 v u Logo f −1 = t−m ◦ t−n v u ∈ F ρ Considerando ρ = min(k u k, k v k, k u + v k, k u − v k) e ε ≤ , temos que: 3 B(q, ε) ∩ O = {q} . 0 n m n b) Seja F = {tm v ◦ tu : m, n ∈ Z} e F = {tw ◦ tz : m, n ∈ Z} 0 ϕ : F −→ F n m n tm v ◦ tu −→ tw ◦ tz Neste caso ϕ é bijectiva, porque é injectiva e sobrejectiva. Injectividade: ϕ é injectiva se e só se ker ϕ = 1R2 . n m n ker ϕ = {tm v ◦ tu : ϕ(tv ◦ tu ) = 1R2 } n ϕ(tm v ◦ tu ) = 1R2 n ⇔ tm w ◦ tz = 1R2 ⇔ tmw+nz = 1R2 , 13 então mw + nz = 0, como w, z são linearmente independentes, m = n = 0. Logo ker ϕ = {t0v ◦ t0u } = {1R2 } . n m n Sobrejectividade: Como ϕ(tm v ◦ tu ) = tw ◦ tz , então a aplicação é sobrejectiva. n m´ n´ Sejam x = tm v ◦ tu ∈ F e y = tv ◦ tu ∈ F. ϕ(x ◦ y) = = = = = = = = = = n m´ n´ ϕ(tm v ◦ tu ◦ tv ◦ tu ) ϕ(tmv+nu ◦ tm´v+n´u ) ϕ(tmv+nu+m´v+n´u ) ϕ(t(m+m´)v+(n+n´)u ) t(m+m´)w+(n+n´)z t(mw+nz)+(m´w+n´z) tmw+nz ◦ tm´w+n´z (tmw ◦ tnz ) ◦ (tm´w ◦ tn´z ) n m´ n´ tm w ◦ tz ◦ tw ◦ tz ϕ(x) ◦ ϕ(y). 0 Logo ϕ é um isomorfismo. Assim F ∼ =F Uma rede em R2 é uma família de pontos da forma {(na, mb) : n, m ∈ Z} onde (a, b) são as coordenadas de um ponto de R2 num dado referencial cartesiano. Uma pavimentação de R2 é um par (G, A) onde G é um subgrupo de D(R2 , Φ) e A é um subconjunto de R2 tais que: a) A é conexo, compacto e de interior não vazio; b) ∪ g(A) = R2 ; g∈G ◦ ◦ c) Se g(A) ∩ h(A) 6= ∅, então g(A) = h(A). Os conjuntos g(A), g ∈ G, são chamados mosaicos da pavimentação. Se G é um subgrupo de D(R2 , Φ) e existe um compacto conexo A ⊂ R2 tal que (G, A) seja uma pavimentação, dizemos que G é um grupo cristalográfico. Problema 8 Seja G ⊂ D(R2 , Φ) um grupo cristalográfico, A ⊂ R2 um compacto conexo tal que (G, A) é uma pavimentação. a) Prove que, para qualquer g ∈ G, se Ag = g(A) então δ(Ag ) = sup d(x, y) existe e é x,y∈Ag independente de g. Designamos este real por δ. b) Seja K ⊂ R2 um compacto. Prove que o número de conjuntos Ag tais que Ag ⊂ K é finito. 14 a) A é compacto, logo A × A também é compacto. d : R2 × R2 → R é uma aplicação contínua, logo d(A × A) é um compacto de R, donde {d(x, y) : x, y ∈ A} é limitado e fechado, portanto existe sup d(x, y). x,y∈A sup d(x, y) x,y∈A = sup d(g(x), g(y)) = sup (x´, y´) g∈G ⊂ D(R2 ,Φ) x,y∈A x´,y´∈Ag para qualquer g ∈ G, logo δ(Ag ) é independente de g. b) Suponhamos com vista a um absurdo, que o número de conjuntos Ag é infinito. Seja A um mosaico qualquer e x ∈ A. Então ∃ε > 0 : B(x, ε) ⊂ A. Sabemos que todos os mosaicos são imagem de A por isometrias. Seja xg = g(x), então B(xg , ε) ⊂ g (A) . Podemos proceder de modo análogo e iremos obter uma sequência de pontos xgn , nas mesmas condições. Como qualquer sucessão infinita de pontos num compacto admite um ponto de acumulação, seja x0 esse ponto. Existem infinitos pontos de xgn à volta de x0 , o que é absurdo, pois nesse caso, existiriam infinitos pontos xgn num mesmo mosaico, ora tal não pode acontecer por construção. Problema 9 Seja Ag = g(A) um mosaico qualquer e Eg = {h ∈ G : h(Ag ) = Ag } . a) Prove que Eg é um subgrupon de G; o −→ −→ b) Considere o conjunto A1 = p = O u 12 (Ox + Oy) : x, y ∈ Ag e d(x, y) = δ . −→ −→ −→ −→ Dados p = O u 12 (Ox + Oy) ∈ A1 , q = O u 12 (Ou + Ov) ∈ A1 , prove que d2 (p, q) ≤ 12 δ 2 . Use esse facto para deduzir que δ(A1 ) = sup d(x, y) ≤ √12 δ. x,y∈A1 c) Definimos A2 pela mesma relação que A1 , com A1 no lugar de Ag . Mais geralmente, definimos An+1 em termos de An do mesmo modo. Prove que a sucessão (Ak ) assim definida é uma sucessão de conjunto de compactos tal que An+1 ⊂ An para todo o inteiro n. d) Use esta construção para provar que existe um ponto s ∈ R2 tal que h(s) = s para todo o elemento de Eg . e) Use d) para provar que Eg é isomorfo a um grupo finito de rotações do plano euclidiano. a) Eg = {h ∈ G : h(Ag ) = Ag } . i) 1R2 ∈ G (G é grupo), 1R2 (Ag ) = Ag . ii) Seja f, h ∈ Eg , logo f (Ag ) = Ag e h(Ag ) = Ag . Queremos provar que f ◦ h ∈ Eg . (f ◦ h)(Ag ) = f (h(Ag )) = f (Ag ) = Ag , logo f ◦ h ∈ Eg . iii) Queremos provar que se f ∈ Eg então f −1 ∈ Eg . f −1 existe porque f ∈ G e G é um grupo. Ag = 1R2 (Ag ) = (f −1 ◦ f )(Ag ) = f −1 (f (Ag )) = f −1 (Ag ), logo f −1 ∈ Eg . 15 −→ −→ b) Seja p = O u 12 (Ox + Oy). − → − → d2 (p, O) = Φ(Op, Op) −→ = −→ −→ Op=p−O= 12 (Ox+Oy) 1 −→ −→ 1 −→ −→ Φ( (Ox + Oy), (Ox + Oy)) 2 2 −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ −→ 1 (Φ(Ox, Ox) + Φ(Ox, Oy) + Φ(Oy, Ox) + Φ(Oy, Oy)) Φ é bilinear 4 −→ −→ −→ −→ −→ −→ 1 (Φ(Ox, Ox) + 2Φ(Ox, Oy) + Φ(Oy, Oy)). = Φ é simetrica 4 −→ −→ −→ −→ −→ −→ Logo 4d2 (p, O) = Φ(Ox, Ox) + 2Φ(Ox, Oy) + Φ(Oy, Oy). = → − → = Φ(y − x, y − x) d2 (x, y) = Φ(− xy, xy) −→ −→ −→ −→ = Φ(Oy − Ox, Oy − Ox) −→ −→ −→ −→ −→ −→ = Φ(Oy, Oy) + Φ(Ox, Ox) − 2Φ(Ox, Oy) Assim temos que: ⎧ −→ −→ −→ −→ −→ −→ ⎪ ⎨ 4d2 (p, O) = Φ(Ox, Ox) + 2Φ(Ox, Oy) + Φ(Oy, Oy) ⎪ → −→ −→ −→ −→ −→ ⎩ d2 (x, y) = Φ(− Oy, Oy) + Φ(Ox, Ox) − 2Φ(Ox, Oy) Somando ambas as condições, obtém-se que: −→ −→ −→ −→ 4d2 (p, O) + d2 (x, y) = 2Φ(Ox, Ox) + 2Φ(Oy, Oy) = 2d2 (O, x) + 2d2 (O, y). Portanto, d2 (x, y) = 2d2 (O, y) + 2d2 (O, y) − 4d2 (p, O) (2) Do mesmo modo, temos que: d2 (u, v) = 2d2 (O, u) + 2d2 (O, v) − 4d2 (q, O) (3) −→ −→ ∼ Podemos considerar uma origem qualquer, uma vez que, dado p = O´+ 12 O´x + 12 O´y, temos que: 1 −→ 1 −→ ˜ p = O´+ O´x + O´y 2 2 −→ 1 −→ 1 −→ = O + OO´+ O´x + O´y 2 2 1 −→ 1 −→ 1 −→ 1 −→ = O + OO´+ OO´+ O´x + O´y 2 2 2 2 1 −→ −→ 1 −→ −→ = O + (OO´+ O´x) + (OO´+ O´y) 2 2 1 −→ 1 −→ = O + Ox + Oy = p. 2 2 16 Sabemos que d(x, y) = d(u, v) = δ e que d(x, u) ≤ δ, d(x, v) ≤ δ, d(y, u) ≤ δ e d(y, v) ≤ δ. Assim, para O = u de (2) resulta que: 1 1 1 3 d2 (p, u) = d2 (u, x) + d2 (u, y) − d2 (x, y) ≤ δ 2 2 | {z } 2 | {z } 4 | {z } 4 ≤δ2 ≤δ2 ≤δ 2 e para O = v também temos d2 (p, v) ≤ 34 δ 2 . Substituindo O por p em (3) temos que 1 2 1 1 d (p, u) + d2 (p, v) − d2 (u, v) 2 2 4 1 3 2 1 3 2 1 2 ≤ × δ + × δ − δ 2 4 2 4 4 1 2 1 = δ , ou seja, d2 (p, q) ≤ δ 2 2 2 d2 (q, p) = 1 Da última desigualdade resulta que d(x, y) ≤ √ δ, para qualquer x, y ∈ A1 , e portanto 2 1 δ(A1 ) = sup d(x, y) ≤ √ δ 2 x,y∈A1 · → → x +− y ). c) e d) p = O + 12 (− − → − → 1 d2 (p, O) = Φ(Op, Op) = Φ(x + y, x + y) 4 1 1 1 = Φ(x, x) + Φ(x, y) + Φ(y, y) 4 2 4 1 1 1 2 d (O, x) + Φ(x, y) + d2 (O, y) = 4 2 4 O ponto O é arbitrário (p é um baricentro). 1 1 1 d2 (p, q) = d2 (q, x) + Φ(x, y) + d2 (q, y). 4 2 4 d2 (x, y) = Φ(x − y, x − y) = Φ(x, x) − 2Φ(x, y) + Φ(y, y) Logo, 1 1 1 Φ(x, x) = d2 (O, x) + d2 (O, y) − d2 (x, y) 2 2 2 17 Por outro lado, 1 2 d (O, x) + 4 1 2 = d (O, x) + 2 d2 (p, O) = 1 2 1 1 1 d (O, y) + d2 (O, x) + d2 (O, y) − d2 (x, y) = 4 4 4 4 1 2 1 2 d (O, y) − d (x, y) 2 4 Assim se considerarmos O = q,temos: 1 1 1 d2 (p, q) = d2 (q, x) + d2 (q, y) − d2 (x, y) 2 2 4 Além disso (4) 1 1 1 d2 (q, O) = d2 (O, u) + d2 (O, v) − d2 (u, v) 2 2 4 Fazendo O = x, obtemos: 1 2 1 1 d (x, u) + d2 (x, v) − d2 (u, v) 2 2 4 1 2 1 2 1 2 3 2 ≤ δ + δ − δ = δ 2 2 4 4 d2 (q, x) = De modo análogo temos: 3 d2 (q, y) ≤ δ 2 4 Logo 3 1 1 d2 (p, q) ≤ δ 2 − δ 2 = δ 2 4 4 2 1 Concluímos que δ(A1 ) ≤ √ δ. 2 1 1 1 Resulta da mesma forma que δ(A2 ) ≤ √ δ(A1 ) = δ e mais geralmente δ(An ) ≤ √ δ. 2 2 2n A aplicação f : E × E −→ R (x, y) 7−→ f (x, y) = d(x, y) é contínua. A imagem de um compacto por uma aplicação contínua é um compacto, assim, Ag ×Ag ⊂ E × E é compacto. Logo f é limitada e atinge o seu limite. Isto é, existem x, y ∈ Ag tais que · d(x, y) = δ. Deste modo p = O + 12 (x + y) ∈ A1 . Portanto A1 6= ∅. Prova-se por indução que An 6= ∅. Pelo que provamos anteriormente, An é limitada. · −−→ −−→ Se (pn ) é uma sucessão convergente de pontos de A1 , pn = O + 12 (Oxn + Oyn ) e de modo que xn e yn são sucessões de pontos de Ag . Estas sucessões são convergentes, pois pn é convergente. x = lim xn , y = lim yn , são pontos de Ag (Ag é compacto) e como d(xn , yn ) = δ, concluimos que, no limite, d(x, y) = δ, logo p = lim pn ∈ A1 . Assim A1 é fechado. Concluimos que A1 é fechado e limitado logo compacto. Por indução, conclui-se que An é compacto. 18 Assim An 6= ∅ e é compacto. Usando o axioma da escolha, seja pn ∈ An , n ≥ 0 e consideremos a sucessão (pn ). Temos: · pn = O + 12 (xn + yn ), xn , yn ∈ An−1 d(xn , yn ) = δ(An ) 1 2 1 1 d (pn , xn+1 ) + d2 (pn , yn+1 ) − d2 (xn+1 , yn+1 ) 2 2 4 1 ≤ δ 2 (An ) − δ 2 (An ) 4 3 2 = δ (An ) 4 3 1 ≤ × n δ2 4 2 d2 (pn , pn+1 ) = Logo, 1 3 × n δ2 4 2 e então r r 3 1 δ d(pn , pn+1 ) ≤ × 4 2n Aplicando, sucessivamente a desigualdade triângular, resulta que: d2 (pn , pn+1 ) ≤ d(pn , pn+q ) ≤ d(pn , pn+1 ) + d(pn+1 , pn+2 ) + ... + d(pn+q−1 , pn+q ) r µ ¶ 3 1 1 1 + ... + (n+q−1) δ < n + (n+1) 4 22 2 2 2 2 r µ ¶ 3 1 1 1 = × n 1 + 1 + ... + q−1 δ 4 22 22 2 2 Ã r µ ¶q−1 ! 3 1 1 1 δ × n 1 + 1 + ... + = 1 2 4 2 22 22 µ ¶q 1 r 1− 1 3 1 2 2 ¶δ µ = × n × 1 4 22 1− 1 22 Logo pn é uma sucessão de Cauchy, como o plano é completo, então pn é convergente. Seja p = lim pn . Seja h ∈ Eg . Temos h(Ag ) = Ag . Portanto se p1 = O + 12 (x1 + y1 ), x1 , y1 ∈ Ag , logo h(x1 ), h(x2 ) ∈ Ag e como h é uma isometria d(h(x1 ), h(y1 )) = δ. Então O + 12 (h(x1 ) + h(y1 )) ∈ A1 , assim h(p1 ) ∈ A1 e por indução resulta que h(pn ) ∈ An . Como An 6= ∅ e é compacto, temos que An é fechado, logo contém o limite de todas as suas sucessões, em particular, contém o limite de h(pn ). Seja lim h(pn ) = h(lim pn ) = h(p). h é contínua Se provarmos que d(p, h (p)) é zero então h (p) = p. 19 ≤ d(h (p) , p) h(An )⊂An 1 δ (An ) ≤ √ δ → 0 2n n→∞ Daqui decorre que d(h (p) , p) = 0 e portanto h(p) = p. e) Sejam Ag e Ag´. Da alínea anterior resulta que ∃s, s´∈ R2 : h (s) = s ∀h ∈ Eg e h´(s´) = s´∀h´∈ Eg´. Assim, temos Eg ∩ Eg´ = {1R2 } , pois a única transformação que fixa s e s´é a identidade. Agora consideremos a bola de centro s e raio µ, onde µ = max {d (s, z)} . z∈Ag´ Do problema 8-b), resulta que o número de mosaicos dentro desta bola é finito e consequentemente o conjunto {h (Ag´) : h ∈ Eg } é finito. Temos de provar que Eg é um conjunto finito. Sejam h, h´∈ Eg tais que ¡ ¢ h (Ag´) = h´(Ag´) ⇒ h−1 ◦ h (Ag´) = Ag´ ⇒ h−1 ◦ h ∈ Eg´. Também temos h−1 ◦ h´∈ Eg , pois Eg é um grupo. Logo, h−1 ◦ h´= 1R2 ⇔ h = h´⇒ Eg é finito. Como as rotações têm todas o mesmo centro, então Eg é isomorfo a um grupo finito de rotações do plano euclidiano. Problema 10 Seja G ⊂ D(R2 , Φ) um grupo cristalográfico, A ⊂ R2 um compacto conexo tal que (G, A) é uma pavimentação. Dado a ∈ R2 considere o conjunto G(a) = {g(a) : g ∈ G} . a) Prove que, para todo o real ε > 0 G(a) ∩ B(a, ε) = ∪ (Ag ∩ G(a) ∩ B(a, ε)). g∈G b) Use este resultado para provar que todo o grupo cristalográfico é um subgrupo discreto de D(R2 , Φ). a) Seja x ∈ ∪ (Ag ∩ G(a) ∩ B(a, ε)) então ∃g´ ∈ G : x ∈ Ag´ ∩ G(a) ∩ B(a, ε), logo x ∈ g∈G G(a) ∩ B(a, ε). Deste modo temos G(a) ∩ B(a, ε) ⊃ ∪ (Ag ∩ G(a) ∩ B(a, ε)) g∈G Seja x ∈ G(a) ∩ B(a, ε). Em particular, x ∈ R2 , mas R2 = ∪ g(A) e assim x ∈ ∪ g(A). g∈G x ∈ ∪ g(A) e x ∈ G(a) ∩ B(a, ε) g∈G Logo x ∈ ∪ (g(A) ∩ G(a) ∩ B(a, ε)) g∈G ou seja, x ∈ ∪ (Ag ∩ G(a) ∩ B(a, ε)) g∈G b) Como Eg é finito (problema 9-e)) considere-se, ε = min (d(h(a), h´(a))) com h 6= h´ 20 g∈G ε . Como 3 fica garantido que B(a, δ) ∩ G(a) = {a} , então o subgrupo é discreto. Como g é uma isometria então todo o grupo cristalográfico é subgrupo discreto de D(R2 , Φ). suficientemente pequeno para que a bola de raio ε não saia do mosaico. Escolhe-se δ < Problema 11 Seja G ⊂ D(R2 , Φ) e (G, A) uma pavimentação. a) Prove que G não pode estar reduzido a um conjunto de rotações de mesmo centro. b) Prove que se r1 e r2 são rotações de centros diferentes, r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 é uma translação diferente da identidade. c) Use estes resultados para provar que G contém pelo menos uma translação. a) Suponha-se com vista a um absurdo que G está reduzido a um conjunto de rotações de mesmo centro (s). A é um compacto, logo é limitado. Escolha-se a maior das distâncias entre s e um qualquer a ∈ A. Seja ε essa distância. B(s, ε) contém todos os mosaicos obtidos pela rotação de centro s. Um ponto fora desta bola não pertence a nenhum mosaico, pelo que (G, A) não constitui uma pavimentação, o que é absurdo por hipótese. b) Sejam r1 , r2 rotações de centros diferentes. µ ¶ µ x + r1 (x, y) = y−b µ ¶µ ¶ cos α − sin α x r2 (x, y) = sin α cos α y µ ¶µ ¶ µ cos θ sin θ x −1 + r1 (x, y) = − sin θ cos θ y−b ¶µ ¶ µ x cos α sin α −1 r2 (x, y) = y − sin α cos α cos θ − sin θ sin θ cos θ 21 ¶µ 0 b ¶ 0 b ¶ r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 (x, y) µµ ¶ µ ¶¶ cos α sin α x −1 = r1 ◦ r2 ◦ r1 − sin α cos α y µ ¶ x cos α + y sin α = r1 ◦ r2 ◦ r1−1 y cos α − x sin α ¶ µ ¶¶ ¶µ µµ 0 x cos α + y sin α cos θ sin θ + = r1 ◦ r2 b y cos α − x sin α − b − sin θ cos θ ¶ µ −b sin θ + x cos (θ + α) + y sin (θ + α) = r1 ◦ r2 −b cos θ + y cos (θ + α) − x sin (θ + α) + b ¶¶ ¶µ µµ −b sin θ + x cos (θ + α) + y sin (θ + α) cos α − sin α = r1 −b cos θ + y cos (θ + α) − x sin (θ + α) + b sin α cos α ¶ µ −b sin α + x cos θ + y sin θ − b sin (θ − α) = r1 b cos α + y cos θ − x sin θ − b cos (θ − α) ¶ µ ¶ ¶µ µ 0 −b sin α + x cos θ + y sin θ − b sin (θ − α) cos θ − sin θ + = b b cos α + y cos θ − x sin θ − b cos (θ − α) − b sin θ cos θ µ ¶ x + b sin θ + b sin α − b sin (θ + α) = y − b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b ¶ ¶µ ¶ µ µ b sin θ + b sin α − b sin (θ + α) x 1 0 + = −b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b y 0 1 µ ¶ b sin θ + b sin α − b sin (θ + α) Calculando o quadrado da norma de obtemos: −b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b = = = = = (b sin θ + b sin α − b sin (θ + α))2 + (−b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b)2 4b2 − 4b2 cos θ − 4b2 cos α + 2b2 cos (θ + α) + 2b2 cos (θ − α) 2b2 (cos (θ + α) − 2 cos α − 2 cos θ + cos (θ − α) + 2) 2b2 (cos θ cos α − sin θ sin α − 2 cos α − 2 cos θ + cos θ cos α + sin θ sin α + 2) 2b2 (2 cos θ cos α − 2 cos α − 2 cos θ + 2) 4b2 ((cos θ − 1) (cos α − 1)) A expressão 4b2 ((cos θ − 1) (cos α − 1)) só é igual a zero quando θ = 2kπ e α = 2mπ, k, m ∈ Z. Neste caso as rotações são iguais à identidade. c) Pela alínea a) existem pelo menos duas rotações r1 , r2 com centros diferentes pertencentes a G e como G é grupo, então r1−1 e r2−1 ∈ G. Logo r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 ∈ G. Pela alínea b) r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 é uma translação, logo G contém pelo menos uma translação. 22 Problema 12 Seja G ⊂ D(R2 , Φ) e (G, A) uma pavimentação. a) Supomos que quaisquer duas translações tu , tv ∈ G são tais que v = λu para algum λ ∈ R. Prove que, em tal caso os centros de todas as rotações pertencentes a G se encontram sobre uma mesma recta. b) Use a) para provar que, então ∪Ag 6= R2 . Deduza que G contém pelo menos duas translações de vectores não colineares. a) Sejam r1 , r2 e r3 , três rotações de centros diferentes. Sejam a1 , a2 e a3 os respectivos centros. a1 = (0, b) , a2 = (0, 0) , a3 = (e, f ) . Pelo problema 11 alínea b), r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 é uma translação diferente da identidade e r1 ◦ r3 ◦ r1−1 ◦ r3−1 é também uma translação diferente da identidade. r1 (x, y) = r2 (x, y) = r1−1 (x, y) r2−1 (x, y) = = r3 (x, y) = r3−1 (x, y) = µ µ µ µ µ µ ¶ µ ¶ x 0 + y−b b ¶µ ¶ cos α − sin α x sin α cos α y ¶µ ¶ µ ¶ cos θ sin θ x 0 + − sin θ cos θ y−b b ¶µ ¶ cos α sin α x − sin α cos α y ¶ µ ¶ ¶µ e x−e cos β − sin β + f y−f sin β cos β ¶ µ ¶ ¶µ e x−e cos β sin β + f y−f − sin β cos β cos θ − sin θ sin θ cos θ ¶µ r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 (x, y) ¶ ¶µ ¶ µ µ b sin θ + b sin α − b sin (θ + α) x 1 0 + = −b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b y 0 1 23 (5) = = = = = = = = r2 ◦ r3 ◦ r2−1 ◦ r3−1 (x, y) µµ ¶µ ¶ µ ¶¶ cos β sin β x−e e −1 + r2 ◦ r3 ◦ r2 − sin β cos β y−f f µ ¶ −f sin β + x cos β + y sin β − (cos β) e + e −1 r2 ◦ r3 ◦ r2 −f cos β + y cos β − x sin β + (sin β) e + f ¶¶ ¶µ µµ −f sin β + x cos β + y sin β − (cos β) e + e cos α sin α r2 ◦ r3 −f cos β + y cos β − x sin β + (sin β) e + f − sin α cos α ¶ µ f sin α − f sin (α + β) + x cos (α + β) + y sin (α + β) + (cos α) e − (cos (α + β)) e r2 ◦ r3 f cos α − f cos (α + β) + y cos (α + β) − x sin (α + β) − (sin α) e + (sin (α + β)) e ¶ µ −f sin α + x cos α + y sin α − (cos α) e + f sin (α − β) + e cos (α − β) + e r2 −f cos α + y cos α − x sin α + (sin α) e + f cos (α − β) − e sin (α − β) + f ¶µ µ ¶ −f sin α + x cos α + y sin α − (cos α) e + f sin (α − β) + e cos (α − β) + e cos α − sin α sin α cos α −f cos α + y cos α − x sin α + (sin α) e + f cos (α − β) − e sin (α − β) + f ¶ µ x − f sin α − f sin β − e + (cos α) e + (cos β) e −f + y + f cos α + f cos β + (sin α) e + (sin β) e ¶µ ¶µ µ ¶ −f sin α − f sin β − e + (cos α) e + (cos β) e x 1 0 . (6) y 0 1 −f + f cos α + f cos β + (sin α) e + (sin β) e Por outro lado, temos que: r1 ◦ tv ◦ r1−1 (x, y) = = = = = µµ ¶ µ ¶¶ cos θ sin θ x r1 ◦ tv − sin θ cos θ y µµ ¶µ ¶ ¶ 1 0 x cos θ + y sin θ λ + r1 0 1 y cos θ − x sin θ 0 µ ¶µ ¶ cos θ − sin θ x cos θ + y sin θ + λ sin θ cos θ y cos θ − x sin θ µ ¶ x + λ cos θ y + λ sin θ ¶ ¶µ ¶ µ µ λ cos θ x 1 0 + λ sin θ y 0 1 Portanto r1µ◦ tv ◦ r1−1¶dá origem a uma translação. Como µ ¶todas as translações são colineares, λ cos θ λ tem de ser colinear com tv = , logo sin θ = 0, pelo que, θ = π ou r1 ◦ tv ◦ r1−1 = λ sin θ 0 θ = 2π. Por outro lado θ 6= 2π pois nesse caso teríamos uma rotação igual à identidade. Logo θ = π. Como considerámos, r1 uma rotação qualquer, logo todas as outras rotações têm o mesmo ângulo de rotação assim, α = β = π. 24 Substituindo em (5) e (6), obtemos: ¶ ¶ µ µ 0 b sin θ + b sin α − b sin (θ + α) = 4b −b cos θ − b cos α + b cos (θ + α) + b µ −f sin α − f sin β − e + (cos α) e + (cos β) e −f + f cos α + f cos β + (sin α) e + (sin β) e ¶ = µ −3e −3f ¶ Assim, para que as translações r1 ◦ r2 ◦ r1−1 ◦ r2−1 e r1 ◦ r3 ◦ r1−1 ◦ r3−1 sejam colineares, e terá que ser igual a zero. Deste modo as rotações, anteriormente, consideradas têm centros de rotação sobre a mesma recta. O mesmo acontece para todas as rotações pertencentes a G. b) Pela alínea a) os mosaicos ficam numa faixa que não cobre R2 , pelo que ∪ Ag 6= R2 . Logo g∈G para que (G, A) seja uma pavimentação G terá que conter pelo menos duas translações de vectores não colineares. Problema 13 Seja Γ o conjunto das translações que pertencem a G. a) Prove que Γ é um subgrupo de G. b) Prove que existe tw ∈ Γ com w de norma mínima. c) Prove que existe tz ∈ Γ − {tkm : k ∈ Z} , igualmente de norma mínima. d) Seja G´= {tpw+qz : p, q ∈ Z} . Prove que G´é um subgrupo de G. e) Prove que G´= Γ. (Pelo absurdo, provando que, se G´6= Γ então w (ou z) não é de norma mínima). f ) Prove que, se G não contém rotações, então G é isomorfo ao grupo p1 . a) Γ = {tv : tv ∈ G} i) 1R2 ∈ Γ pois 1R2 ∈ G e é uma translação. ii) Se tv ∈ Γ então t−v ∈ Γ (pois se tv ∈ G, então t−v ∈ G e t−v é uma translação). iii) Se tv ∈ Γ e tw ∈ Γ queremos provar que tv ◦ tw ∈ Γ. Se tv ∈ Γ então tv ∈ G e se tw ∈ Γ então tw ∈ G. Como G é grupo tv ◦ tw ∈ G e tv ◦ tw = tv+w é uma translação, logo tv ◦ tw ∈ Γ. b) Suponhamos com vista a um absurdo que não existe uma translação de norma mínima. Assim, é sempre possível arranjar uma translação tw tal que tw (a) ∈ B (a, ε) para qualquer ε, bastando para tal escolher tw de modo que kwk < ε. Ora, isto é um absurdo pois Γ é discreto. c) De modo análogo à alínea anterior. d) Seja x, y ∈ G´, então x = tp´w+q´z com p´, q´∈ Z e y = tp´w+q´z com p´, q´∈ Z. x ◦ y = tp´w+q´z ◦ tp´w+q´z = tp´w+q´z+p´w+q´z = t(p´+ p´)w+(q´+ q´)z | {z } | {z } ∈Z logo x ◦ y ∈ G´ 25 ∈Z Seja x ∈ G´, então x = tp´w´+q´z com p´, q´∈ Z. Como p´, q´∈ Z então −p´, −q´∈ Z. Logo y = t−p´w+q´z ∈ G´e x ◦ y = y ◦ x = 1R2 . Assim se x ∈ G´então x−1 ∈ G´. 1R2 ∈ G´, pois 1R2 = t0w+0z e 0 ∈ Z. e) G´ ⊆ Γ, pois Γ é o conjunto de todas as translações que pertencem a G. Falta provar que Γ ⊆ G´. Suponhamos com vista a um absurdo que Γ Ã G´. Então existe uma outra translação tt que pertence a Γ e não pertence a G´. Seja p ∈ R2 e construa-se uma rede através da composição de tw e tz aplicado a p. Seja y o ponto obtido aplicando a translação tt ao ponto p (y não pode ser obtido −−−−−−−−−−→ n por uma translação do tipo tm w ◦ tz (p)). Então existem m, n ∈ Z tais que (tmw ◦ tnz (p)) y tem norma menor que w e z o que contraria o facto de estes serem os vectores de norma mínima. y y z y p w t y y y y yy y y y y y y y y y f ) Como G não contém rotações, então G = Γ e pela alínea e) Γ = G´= {tpw+qz : p, q ∈ Z} = ◦ tqz : p, q ∈ Z} e como este conjunto é um conjunto do tipo do conjunto definido no problema 7, então por 7b) G é isomorfo ao grupo p1 . {tpw Problema 14 Supomos que G contém pelo menos uma rotação r. a) Prove que existe um inteiro m > 0 tal que r é a rotação de ângulo 2π . (use o facto das rotações rm m formarem um subgrupo de G, todas tendo o mesmo centro). b) Fixamos dois vectores u, v linearmente independentes, um ponto a e consideramos a rotação ρ de ângulo π em torno de a. Seja G o menor dos subgrupos de D(R2 , Φ) que contêm tu , tv e ρ. Prove que as seguintes relações são satisfeitas: tu ◦ tv = tv ◦ tu , ρ ◦ ρ = 1, ρ ◦ tu ◦ ρ = t−u e ρ ◦ tv ◦ ρ = t−v. c) Use b) para provar que G é um subgrupo discreto de D(R2 , Φ) e que, se H é um subgrupo discreto de D(R2 , Φ) cujas rotações são todas rotações de ângulo π, então H é isomorfo a G. A classe destes subgrupos é designada por p2 . a) hri = {rn , n ∈ Z} é subgrupo de G. Seja A um mosaico qualquer e c o centro de rotação de r. Ao aplicarmos sucessivas rotações de A em torno de c, existirá uma ordem a partir da qual os mosaicos coincidem, isto é, rk1 (A) = A. Se tal ◦ ◦ não acontecesse, G não era um grupo cristalográfico, pois não verificava a condição g (A) ∩ h (A) 6= ∅ ⇒ g (A) = h (A) . Logo hri é finito. Donde, pelo problema 5, temos que r é uma rotação de 2π , onde k1 é o número k1 de elementos de hri. 26 b) Podemos fazer uma mudança de referencial de tal modo que o centro da rotação seja a origem do referencial. Assim, ρθ : R2 −→ R2 x 7−→ ρθ (x) = rθ x = µ tu : R2 −→ R2 − x 7−→ tu (x) = 1R2 x + → u = cos θ − sin θ sin θ cos θ µ 1 0 0 1 ¶µ ¶µ x1 x2 ¶ x1 x2 + µ ¶ u1 u2 ¶ Seja θ = π ρ ◦ tu ◦ ρ(x) = = = = ¶µ ¶¶ x1 −1 0 ρ ◦ tu 0 −1 x2 ¶µ µ ¶ µµ ¶ µ ¶¶ −x1 −x1 1 0 u1 =ρ + ρ ◦ tu 0 1 −x2 −x2 u2 ¶µ ¶ µ ¶ µ −x1 + u1 −1 0 −x1 + u1 = ρ 0 −1 −x2 + u2 −x2 + u2 ¶ µ ¶ µ ¶ µ x1 u1 x1 − u1 → = − = 1R2 x − − u = t−u x2 − u2 x2 u2 µµ Logo ρ ◦ tu ◦ ρ(x) = t−u . Analogamente se prova que ρ ◦ tv ◦ ρ(x) = t−v . ρ ◦ ρ(x) = = = = µµ ¶µ ¶¶ −1 0 x1 ρ 0 −1 x2 ¶ µ −x1 ρ −x2 ¶ µ ¶µ −1 0 −x1 0 −1 −x2 ¶ µ x1 = 1R2 (x) x2 Logo ρ ◦ ρ = 1. tu ◦ tv = tu+v = tv+u = tv ◦ tu 27 c) Aplicando a composição de translações e rotações de ângulo π, que satisfazem as relações da alínea anterior, obtemos uma rede, como ilustra a figura. v u δ Seja δ = min (kuk , kvk , ku + vk , ku − vk) e ε < . Assim a B (p, ε), dos pontos da rede, contém 3 apenas, o ponto p, (para qualquer p, obtido através das translações e rotações consideradas). Logo G é um subgrupo discreto de D(R2 , Φ). Sejam G e H subgrupos discretos de D(R2 , Φ) que contêm, tu , tv ,ρ e tw , tz ,σ, respectivamente, nas condições da alínea anterior. Assim, temos que ρ2 = 1, tu ◦ tv = tv ◦ tu , ρ ◦ tu ◦ ρ = t−u , ρ ◦ tv ◦ ρ = t−v e σ 3 = 1, tw ◦ tz = tz ◦ tw , ρ ◦ tw ◦ ρ = t−w , ρ ◦ tz ◦ ρ = t−z . Para criarmos o isomorfismo, temos de fazer corresponder ρ ao σ, tu ao tw , tv ao tz . Assim, seja ϕ, tal que ¢ ¡ ϕ ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... = σ k1 ◦ tkw2 ◦ tkz 3 ◦ ... m3 2 Seja ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... e ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ... dois elementos de G. ¢ ¡ m3 2 ϕ ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... ◦ ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ... m3 2 = σ k1 ◦ tkw2 ◦ tkz 3 ◦ ... ◦ σ m1 ◦ tm w ◦ tz ◦ ... ¢ ¡ k1 k2 k3 m3 2 = ϕ ρ ◦ tu ◦ tv ◦ ... ◦ ϕ (ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ...) Logo ϕ é um isomorfismo, portanto, G u H. 28 Problema 15 Supomos que G contém pelo menos uma rotação r de ângulo α = e centro a0 . 2π com m0 ≥ 3 m0 2π com m1 ≥ 3. Prove que r1 pode ser escolhida m1 de tal forma que a distância d(a0 , a1 ) entre os respectivos centros seja mínima. b) Prove que s = r1−1 ◦ r0−1 é uma rotação de ângulo α + β. c) Sejam a2 o centro de s e a3 = r0−1 (a2 ). Considere os triângulos a0 , a1 , a2 e a0 , a1 , a3 .Prove que α+β estes triângulos são semelhantes e que o ângulo em a2 é . 2 1 d) Use este facto para provar que m10 + m11 + mm00+m = 1. m1 m0 +m1 2π , de modo que é da forma 2πk e) Suponha que 2π m0 m1 não pode ser reduzido à forma m r 2 2π com r = m0 m1 e r e k primos entre si. Prove que, então a rotação u de centro a2 e ângulo m 2 também faz parte do grupo G. 1 f ) Usando os resultados anteriores, prove que existe um inteiro m2 tal que mm00+m = 1 − m12 . m1 g) Mostre que as únicas soluções possíveis para o trio (m0 , m1 , m2 ) são (3, 3, 3), (3, 2, 6) e (4, 4, 2). a) Seja r1 ∈ G uma rotação de centro a1 e ângulo β = a) Suponhamos com vista a um absurdo que não se pode escolher r1 de forma a que d(a0 , a1 ) seja mínima, ou seja, ∀ε > 0, ∃r1 ∈ G : d(a0 , a1 ) < ε Ora r1 ◦ r0 ◦ r1−1 ◦ r0−1 = tv pelo problema 11, alínea b). Mas então kvk = λd(a0 , a1 ). Como não existe uma distância mínima entre a0 e a1 , então também não há translação com vector de norma mínima, o que é um absurdo, pois contradiz o que foi provado no problema 13. b) Seja r1−1 (x) = e r2−1 (x) = µ µ cos α sin α − sin α cos α cos β sin β − sin β cos β ¶µ ¶µ 29 x − v1 y − v2 x − w1 y − w2 ¶ ¶ + + µ µ v1 v2 w1 w2 ¶ ¶ s = r1−1 ◦ r2−1 (x) ¶µ µµ ¶ µ ¶¶ x − w1 cos β − sin β w1 −1 + = r1 sin β cos β y − w2 w2 µ ¶ x cos β − y sin β − (cos β) w1 + (sin β) w2 + w1 −1 = r1 y cos β + x sin β − (cos β) w2 − (sin β) w1 + w2 ¶µ ¶ µ ¶ µ x cos β − y sin β − (cos β) w1 + (sin β) w2 + w1 v1 cos α − sin α + = sin α cos α y cos β + x sin β − (cos β) w2 − (sin β) w1 + w2 v2 ¶ µ (cos α) w1 − (sin α) w2 + x cos (α + β) − y sin (α + β) − w1 cos (α + β) + w2 sin (α + β) + v1 = (cos α) w2 + (sin α) w1 + y cos (α + β) + x sin (α + β) − w2 cos (α + β) − w1 sin (α + β) + v2 ¶µ ¶ µ x cos (α + β) − sin (α + β) = y sin (α + β) cos (α + β) µ ¶ (cos α) w1 − (sin α) w2 − w1 cos (α + β) + w2 sin (α + β) + v1 + (cos α) w2 + (sin α) w1 − w2 cos (α + β) − w1 sin (α + β) + v2 c) a3 = r0−1 (a2 ), a2 é centro de rotação de s, logo s(a2 ) = a2 ⇔ r1−1 ◦ r0−1 (a2 ) = a2 então = r1 (a2 ). Como a3 = r0−1 (a2 ), então r1 (a2 ) = a3 . Seja b = s(a0 ), então r0−1 (a2 ) r1−1 ◦ r0−1 (a0 ) = b ⇔ r0−1 (a0 ) = r(b) ⇒ r1 (b) = a0 ⇔ b = r1−1 (a0 ) . | {z } =a0 c3 b a2 a1 a0 c2 a3 c4 c1 [a0 a2 ] e [a0 a3 ] são raios da circunferência de centro em a0 . Logo a0 a2 = a0 a3 e a1 a2 = a1 a3 porque são raios da circunferência de centro em a1 . O lado [a0 a1 ] é comum aos triângulos, logo, pelo critério L.L.L., o 4 (a0 , a1 , a2 ) é semelhante ao 4 (a0 , a1 , a3 ). Consequentemente, o ângulo ](a0 , a1 , a2 ) é 30 geometricamente igual ao ângulo ](a0 a1 a3 ), donde m] (a0 a1 a2 ) = β2 , pois r1 (a2 ) = a3 . Também se conclui que m] (a3 a0 a1 ) = α2 = m] (a1 a0 a2 ) . ba1 = a0 a1 , pois são raios da circunferência c4 . O lado [a1 a2 ] é comum aos triângulos 4 (a0 , a1 , a2 ) e 4 (a1 , a2 , b) . Além disso, ba2 = a0 a2 porque são raios da circunferência c3 . Assim, pelo critério L.L.L., o 4 (a0 a1 a2 ) é semelhante ao 4 (a1 , a2 , b) . Sendo assim, o ângulo ] (a1 a2 b) é geometricamente igual a ] (a1 a2 a0 ) . Mas s (a0 ) = b, pelo que, m] (a0 a2 b) = α + β ⇔ m] (a0 a2 a1 ) + m] (a1 a2 b) = α + β ⇔ 2m] (a0 a2 a1 ) = α + β α+β ⇔ m] (a0 a2 a1 ) = . 2 d) α+β α β + + 2 2 2 = π ⇔ α + β + α + β = 2π ⇔ α+β =π 2π 2π ⇔ + =π m0 m1 2 2 + =1 ⇔ m0 m1 1 1 1 1 ⇔ + + + =1 m0 m1 m0 m1 1 m1 + m0 1 + + =1 ⇔ m0 m1 m0 m1 e) Considere-se um subgrupo de G, formado pelas rotações de centro em a2 . Este grupo contém 1 pelo menos uma rotação r de ângulo 2π mm00+m . Pelo problema 14-a), existe um inteiro m2 > 0, tal m1 2π que, r é uma rotação de ângulo m2 . f ) Considerando 1 m0 + m1 = temos: m0 m1 m2 1 m0 + m1 1 + + m0 m1 m0 m1 = 1 1 1 1 + + =1 m0 m1 m2 1 m0 + m1 =1− ⇔ m0 m1 m2 ⇔ 31 g) m0 ≥ 3, m1 ≥ 3. Se m2 = 1, temos: 1 1 1 1 1 + + = + +1>1 m0 m1 m2 m0 m1 Logo m2 6= 1. Se m0 = 3, m2 = 2. 1 1 1 + + m0 m1 m2 1 5 + =1 6 m1 1 1 = ⇔ m1 6 = 1⇔ Logo m1 = 6. Obtemos o trio (3, 6, 2) Se m0 = 4, m2 = 2 1 1 1 + + m0 m1 m2 1 1 1 + =1 + 4 m1 2 1 1 = ⇔ m1 4 = 1⇔ Logo m1 = 4. Obtemos o trio (4, 4, 2) Se m0 = 5, m2 = 2 1 1 1 + + m0 m1 m2 1 1 1 + + =1 5 m1 2 3 10 1 ⇔ m1 = = ⇔ m1 10 3 = 1⇔ Neste caso m1 não é inteiro, o que não pode acontecer, logo m0 6= 5 Se m0 = 6, m2 = 2 1 1 1 + + m0 m1 m2 1 1 1 + =1 + 6 m1 2 1 1 = ⇔ m1 3 = 1⇔ Logo m1 = 3. Obtemos o trio (6, 3, 2) Se m0 ≥ 7, m2 = 2 1 41 1 1 1 1 1 <1 + + ≤ + + = m0 m1 m2 7 3 2 42 Logo m0 não pode ser maior ou igual a 7. Se m2 = 3, a equação m0 > 3 ou m1 > 3 1 m0 + 1 m1 + 1 m2 = 1 só tem solução se m0 = m1 = m2 = 3, pois no caso de 1 1 1 + + <1 m0 m1 m2 32 Se m2 ≥ 4 1 11 1 1 1 1 1 <1 + + ≤ + + = m0 m1 m2 3 3 4 12 Logo m2 não pode ser maior que quatro. Assim as únicas soluções possíveis são (3, 6, 2) , (4, 4, 2) e (3, 3, 3) . Problema 16 O caso (3, 3, 3). Seja ρ a rotação de ângulo 2π 3 em torno da origem 0 do plano. . a) Sejam u, v vectores linearmente independentes, com norma um, fazendo entre si um ângulo de 2π 3 3 2 2 Mostre que tu ◦ tv = tv ◦ tu , ρ = 1, ρ ◦ tu = tv ◦ ρ, ρ ◦ tv = tu ◦ ρ . b) Use a) para provar que se G é o menor dos subgrupos de I(R2 , Φ) que contém tu , tv e ρ então G é um subgrupo discreto D(R2 , Φ). c) Prove que dois grupos discretos quaisquer deste tipo são isomorfos. Designamos estes grupos por p3 a) tu ◦ tv = tu+v = tv+u = tv ◦ tu . 3 ρ = µ cos 2π − sin 2π 3 3 2π sin 3 cos 2π 3 ¶3 = µ √ ¶3 µ ¶ −√12 − 12 3 1 0 = = I. 1 0 1 3 − 12 2 ρ◦tu (x) = ρ (tu (x)) = ρ (1R2 x + u) = ρ (x)+ρ (u) = ρ (x)+v = 1R2 ρ (x)+v = tv (ρ (x)) = tv ◦ρ (x) . ρ ◦ tu = tv ◦ ρ ⇔ ρ2 ◦ ρ ◦ tu = ρ2 ◦ tv ◦ ρ ⇔ ρ3 ◦ tu = ρ2 ◦ tv ◦ ρ ⇔ tu = ρ2 ◦ tv ◦ ρ ⇔ tu ◦ ρ2 = ρ2 ◦ tv . b) Aplicando a composição de translações e rotações de ângulo encontradas na alínea anterior, obtemos uma rede. v u 33 2π , 3 que satisfazem as relações Como kuk = kvk = 1 e ku + vk = 1, podemos considerar ε < 15 . Assim, dos pontos da rede, a B (p, ε), apenas contém p (para qualquer p, obtido através das rotações e translações consideradas). Deste modo, o menor subgrupo de I(R2 , Φ) que contém tu , tv e ρ é subgrupo discreto de D(R2 , Φ). Sejam G e G´os menores subgrupos discretos de D(R2 , Φ) que contêm, tu , tv ,ρ e tw , tz ,σ, respectivamente, nas condições da alínea anterior. Assim, temos que ρ3 = 1R2 , tu ◦ tv = tv ◦ tu , ρ ◦ tu = tv ◦ ρ e σ 3 = 1R2 , tw ◦ tz = tz ◦ tw , σ ◦ tw = tz ◦ σ. Para criarmos o isomorfismo, temos de fazer corresponder ρ ao σ, tu ao tw , tv ao tz . Assim, seja ϕ, tal que ¢ ¡ ϕ ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... = σ k1 ◦ tkw2 ◦ tkz 3 ◦ ... m3 2 Seja ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... e ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ... dois elementos de G. ¡ ¢ m3 2 ϕ ρk1 ◦ tku2 ◦ tkv3 ◦ ... ◦ ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ... m3 2 = σ k1 ◦ tkw2 ◦ tkz 3 ◦ ... ◦ σ m1 ◦ tm w ◦ tz ◦ ... ¢ ¡ k1 k2 k3 m3 2 = ϕ ρ ◦ tu ◦ tv ◦ ... ◦ ϕ (ρm1 ◦ tm u ◦ tv ◦ ...) Logo ϕ é um isomorfismo, portanto, G u G´ Problema 17 O caso (3, 6, 2). Inspirando-se no caso anterior, procure construir o grupo correspondente a este caso. Este grupo é tradicionalmente designado por p6 . (As rotações base têm centros distintos). Sejam ρ uma rotação de ângulo π3 e centro num dos vértices do triângulo, σ uma rotação de ângulo 2π e centro num dos outros dois vértices e θ uma rotação de ângulo π e centro no ponto 3 médio do lado que une os vértices que são os centros de rotação de σ. ¶3 µ µ ¶ 2π cos 2π 1 0 − sin 3 3 3 σ = = 0 1 sin 2π cos 2π 3 3 ¶2 µ ¶ cos π − sin π 1 0 θ = = sin π cos π 0 1 ¶ ¶ µ ¶3 µ µ cos π − sin π cos π3 − sin π3 −1 0 3 =θ = = ρ = sin π cos π 0 −1 sin π3 cos π3 √ ¶ µ ¶2 µ ¶ µ 2π cos 2π cos π3 − sin π3 −√12 − 12 3 − sin 2 3 3 ρ = = =σ = 2π 2π 1 1 sin π3 cos π3 sin cos 3 − 3 3 2 2 2 µ Aplicando a composição de rotações de ângulo anteriormente, obtemos uma rede. 34 2π π , 3 3 e π que satisfazem as relações encontradas v u Como kuk = kvk, para ε < kuk , dos pontos da rede, a B (p, ε), apenas contém p (para qualquer 5 p, obtido através das rotações consideradas). Deste modo, o subgrupo de I(R2 , Φ) que contém ρ e θ é subgrupo discreto de D(R2 , Φ). Sejam G e G´subgrupos discretos de D(R2 , Φ) que contêm, ρ, θ, σ e α, β, γ, respectivamente, nas condições da alínea anterior. Assim, temos que σ 3 = 1R2 , θ2 = 1R2 , ρ3 = θ, ρ2 = σ e α3 = 1R2 , β 2 = 1R2 , γ 3 = β, γ 2 = α. Para criarmos o isomorfismo, temos de fazer corresponder σ ao α, θ ao β, ρ ao γ. Assim, seja ϕ, tal que ¡ ¢ ϕ σk1 ◦ θk2 ◦ ρk3 ◦ ... = αk1 ◦ β k2 ◦ γ k3 ◦ ... Seja σ k1 ◦ θk2 ◦ ρk3 ◦ ... e σ m1 ◦ θm2 ◦ ρm3 ◦ ... dois elementos de G. ¡ ¢ ϕ σ k1 ◦ θk2 ◦ ρk3 ◦ ... ◦ σ m1 ◦ θm2 ◦ ρm3 ◦ ... = αk1 ◦ β k2 ◦ γ k3 ◦ ... ◦ αm1 ◦ β m2 ◦ γ m3 ◦ ... ¢ ¡ = ϕ σ k1 ◦ θk2 ◦ ρk3 ◦ ... ◦ ϕ (σ m1 ◦ θm2 ◦ ρm3 ◦ ...) Logo ϕ é um isomorfismo, portanto, G u G´. 35 Problema 18 O caso (4, 4, 2). Inspirando-se no caso de p3 , procure construir o grupo correspondente a este caso. Este grupo é tradicionalmente designado por p4 . (As rotações base têm centros distintos). Sejam ρ uma rotação de ângulo π2 , cujos centros de rotação são dois vértices opostos do quadrado, θ uma rotação de ângulo π, cujos centros de rotação são os outros dois vértices. ¶2 µ ¶ µ cos π − sin π 1 0 2 = θ = sin π cos π 0 1 ¶2 µ µ ¶ µ ¶ cos π2 − sin π2 −1 0 cos π − sin π 2 ρ = = = =θ sin π2 cos π2 0 −1 sin π cos π Aplicando a composição de rotações de ângulo π2 e π que satisfazem as relações encontradas anteriormente, obtemos uma rede. v u Como kuk = kvk, para ε < kuk , dos pontos da rede, a B (p, ε), apenas contém p (para qualquer 5 p, obtido através das rotações consideradas). Deste modo, o subgrupo de I(R2 , Φ) que contém ρ e θ é subgrupo discreto de D(R2 , Φ). Sejam G e G´ subgrupos discretos de D(R2 , Φ) que contêm, ρ, θ e α, β, respectivamente, nas condições da alínea anterior. Assim, temos que θ2 = 1R2 , ρ2 = θ e α2 = 1R2 , β 2 = α. Para criarmos o isomorfismo, temos de fazer corresponder θ ao α, ρ ao β. Assim, seja ϕ, tal que ¡ ¢ ϕ θk1 ◦ ρk2 ◦ ... = αk1 ◦ β k2 ◦ ... 36 Seja θk1 ◦ ρk2 ◦ ... e θm1 ◦ ρm2 ◦ ... dois elementos de G. ¢ ¡ ϕ θk1 ◦ ρk2 ◦ ... ◦ θm1 ◦ ρm2 ◦ ... = αk1 ◦ β k2 ◦ ... ◦ αm1 ◦ β m2 ◦ ... ¢ ¡ = ϕ θk1 ◦ ρk2 ◦ ... ◦ ϕ (θm1 ◦ ρm2 ◦ ...) Logo ϕ é um isomorfismo, portanto, G u G´. 37