Universidade Federal de Pelotas Vetores e Álgebra Linear Profa: Msc. Merhy Heli Rodrigues Determinantes Determinantes Definição: Determinante é um número associado a uma matriz quadrada. 1. Determinante de primeira ordem Dada uma matriz quadrada de 1 ordem M= a 11 , chamamos de determinante associado à matriz M o a número real a 11 . Notação: det M ou a 11 = a 11 Exemplos: 1. M1 5 det M1 5 ou 5 5 2. M 2 3 det M1 3 ou - 3 3 2. Determinante de segunda ordem a 11 a 12 , de ordem 2, por definição, temos que o determinante associado a a 21 a 22 Dada a matriz M= a essa matriz, ou seja, o determinante de 2 ordem é dado por: a 12 a det M 11 a 11a 22 a 12 a 21 a 21 a 22 2 3 Exemplo: Sendo M= , então: 4 5 Assim: det M a 11a 22 a 12a 21 Conclusão: O determinante de uma matriz de ordem 2 é dado pela diferença entre o produto dos elementos da diagonal principal e o produto dos elementos da diagonal secundária. 3. Menor Complementar Chamamos de menor complementar relativo ao elemento a ij de uma matriz M, quadrada e de ordem n > 1, o determinante M Cij , de ordem n – 1, associado à matriz obtida de M quando suprimos a linha e a coluna que passam por a ij . a 11 a 12 , de ordem 2, para determinarmos o menor complementar relativo a 21 a 22 Exemplo 1: Dada a matriz M= ao elemento a 11 ( MC11 ), retiramos a linha 1 e a coluna 1; MC = menor complementar a 11 a 12 a , logo, MC11 a 22 a 22 21 a 22 Da mesma forma temos que o MC relativo ao elemento a 12 é dado por: a 11 a 12 a , logo, MC12 a 21 a 21 e assim por diante. 21 a 22 a 11 a 12 Exemplo 2: Dada a matriz M= a 21 a 22 a 31 a 32 a) MC11 a 13 a 23 , de ordem 3, vamos determinar: a 33 b) MC12 c) MC13 d) MC21 4. Cofator Chamamos de cofator (ou complemento algébrico) relativo ao elemento a ij de uma matriz quadrada de ordem n o número A ij , tal que A ij (1) i j MCij . a 11 a 12 , os cofatores relativos a todos os elementos da matriz M são: a 21 a 22 Exemplo 1: Dada M= 2 A11 (1)11 a 22 ( 1) a 22 a 22 ; MC11 3 A12 (1)1 2 a 21 ( 1) a 21 a 21 ; MC12 A 21 (1) 2 1 A 22 (1) 2 2 3 a 12 ( 1) a 12 a 12 ; MC 21 4 a 11 ( 1) a 11 a 11 . MC 22 Assim, podemos também determinar a matriz dos cofatores (que será denotada por A ) como sendo: A 12 a 22 A A 11 A 21 A 22 a 12 a 21 a 11 a 11 a 12 Exemplo 2: Sendo M= a 21 a 22 a 31 a 32 a 13 a 23 , vamos calcular os cofatores A 22 , A 23 e A 31 : a 33 5. Matriz Adjunta A matriz transposta da matriz dos cofatores de uma matriz A é chamada adjunta de A. Assim: adjA A t 6. Regra de Sarrus a Dispositivo prático para calcular o determinante de 3 ordem. Exemplo 1: Calcular o seguinte determinante através da Regra de Sarrus. a 11 a 12 D= a 21 a 22 a 31 a 32 a 13 a 23 a 33 Solução: a a 1 Passo: Repetir a duas primeiras colunas ao lado da 3 : a 11 a 12 a 21 a 22 a 31 a 32 a 13 a 11 a 12 a 23 a 21 a 22 a 33 a 31 a 32 a 2 Passo: Encontrar a soma do produto dos elementos da diagonal principal com os dois produtos obtidos com os elementos das paralelas a essa diagonal. OBS.: A soma deve ser precedida do sinal positivo, ou seja: a 11a 22a 33 a 12a 23a 31 a 13a 21a 32 a 3 Passo: Encontrar a soma do produto dos elementos da diagonal secundária com os dois produtos obtidos com os elementos das paralelas a essa diagonal. OBS.: A soma deve ser precedida do sinal negativo, ou seja: a 13a 22a 31 a 11a 23a 32 a 12a 21a 33 Assim: D a 13a 22a 31 a 11a 23a 32 a 12a 21a 33 a 11a 22a 33 a 12a 23a 31 a 13a 21a 32 Exemplo 2: Calcular o valor dos seguintes determinantes: 2 a) D1 4 3 3 1 1 2 2 1 b) D 2 2 0 1 0 -1 0 0 1 0 1 -1 1 1 2 0 0 7. Propriedades dos determinantes: (de matriz quadrada de ordem n) As propriedades a seguir são relativas a determinantes associados a matrizes quadradas de ordem n. Estas propriedades, muitas vezes nos permite simplificar os cálculos. P1-) Quando todos os elementos de uma fila (linha ou coluna) são nulos, o determinante dessa matriz é nulo. Exemplos: 4 9 8 0 0 0 1-) 3 2 1 18 12 9 7 0 0 3 3 3 0 15 2-) 2 0 3 0 1 0 7 P2-) Se duas filas paralelas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo. Exemplo: 2 4 2 9 5 2 5 7 3 9 3 4 5 8 0 5 3 pois, L1 = L3 P3-) Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então o seu determinante é nulo. Exemplo: 1 4 2 2 1 4 0 3 2 6 pois C3 = 2C1 P4-) Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos correspondentes de filas paralelas, então o seu determinante é nulo. Exemplos: 1 3 4 1-) 2 4 6 0 3 2 5 pois C1 + C2 = C3 3 4 1 2-) 1 2 3 0 7 10 5 pois 2L1 + L2 = L3 OBS.: Definição de combinação linear: Um vetor v é uma combinação linear dos vetores v1, v2, ... ,vk, se existem escalares a1, a2, ... ,ak tal que: v= a1. v1+...+ ak. vk P5-) Teorema de Jacobi: O determinante de uma matriz não se altera quando somamos aos elementos de uma fila uma combinação linear dos elementos correspondentes de filas paralelas. Exemplo: 1 2 3 2 1 2 9 2 4 3 Substituindo a 1ª coluna pela soma dessa mesma coluna com o dobro da 2ª, temos: C1 2C2 1 2 2 2 3 5 2 3 2 1 2 1 2 4 1 2 9 2 4 2 4 3 10 4 3 P6-) O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais. Exemplo: 1 2 3 Det A = 2 1 2 9 2 4 3 1 2 2 Det At = 2 1 4 9 3 2 3 P7-) Multiplicando por um número real todos os elementos de uma fila em uma matriz, o determinante dessa matriz fica multiplicado por esse número. Exemplos: 1 2 3 1-) 2 1 1 4 3 2 1 Multiplicando C1 por 2, temos: 5 10 0 1 7 4 145 Multiplicando L1 por , temos: 2-) 3 5 2 0 1 2 2 3 4 1 1 2 4 8 6 2 1 1 2 0 1 3 7 4 145 29 5 2 0 1 P8-) Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o determinante de uma matriz muda de sinal. Exemplo: 1 2 3 2 1 1 4 3 2 1 Trocando as posições de L1 e L2, por exemplo, temos: 2 1 1 1 2 3 4 3 2 1 P9-) Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal. Exemplos: a 0 0 1-) d b 0 a b c e f c x g h 2-) 0 y i x y z 0 0 z P10-) Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal secundária são todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal, multiplicado por 1 Exemplos: 0 0 a 2-) 0 b x a b c c y z 0 a 1-) a b b x P11-) Para A e B matrizes quadradas de mesma ordem n, temos: det (AB) = det A det B Observação: Como A A-1 = I, na propriedade acima, temos: det (A-1) = 1 det A Exemplo: Se A = 2 1 4 2 1 0 e AB = , então: , B= 3 4 11 8 2 2 det AB det A det B 2 10 5 P12-) Se k , então det (kA) = kn detA. Exemplo: Sendo k=3, A = 6 3 2 1 e kA = , temos: 12 15 4 5 det k A kn det A 2 54 3 6 n n 1 2 . P13-) det (A+B) detA + detB 8. Inversão de matrizes com o auxílio da teoria dos determinantes A inversa de uma matriz quadrada de ordem n pode ser calculada pela aplicação do seguinte teorema: A matriz inversa A 1 de uma matriz A (quadrada de ordem n) existe se, e somente se, det A 0 e é dada por: A 1 1 adjA det A OBS.: adj A é a matriz transposta da matriz dos cofatores: adj A = A t Exemplos: 6 1 1) Verificar se a matriz A 0 admite inversa 3 3 x 2) Calcular x para que exista a inversa da matriz A 2 3) Calcular, se existir, a inversa da matriz A 1 1 adjA det A 3 1 1 2 0 x 2 3 A com o auxílio da fórmula 1 4