Guia Mangá Álgebra Linear Apêndices suplementares Shin Takahashi, Iroha Inoue e Trend-Pro Co., Ltd. novatec Copyright © 2012 by Shin Takahashi e TREND-PRO Co., Ltd. ISBN-13: 978-1-59327-413-9 Copyright © 2012 Novatec Editora sumário A Livro de exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Conjuntos de problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 B Espaços vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 C Produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Norma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 O ângulo entre dois vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Produtos internos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Espaços de produto interno real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Bases ortonormais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 D Produto cruzado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 O que é produto cruzado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Produto cruzado e paralelogramos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Produto cruzado e produto escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 E Propriedades úteis de determinantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 ii Sumário A Livro de exercícios ? Conjuntos de problemas Conjunto de problemas 1 Vamos começar com a matriz 2x2 4 5 −1 . Utilize-a nos seis problemas a seguir: −2 1. Calcule o determinante. 2. a12 a Utilize a fórmula 11 a21 a22 inverso. 3. Encontre o inverso utilizando a eliminação de Gauss. 4. Encontre todos os autovalores e autovetores. 5. x x Expresse a matriz na forma 11 12 x21 x22 6. 4x1−1x2 = −1 Resolva o sistema linear de equações 5x1−2x2 = −1 Cramer. Conjunto de problemas 2 A seguir, temos a matriz 3x3 −1 a22 −a12 1 para calcular o = a a −a a −a a11 11 22 12 21 21 1 4 −1 2 1 3 1. 2. λ1 0 0 λ2 x11 x12 x21 x22 2 Apêndice a . utilizando a regra de 2 . Utilize-a nos dois problemas a seguir: −2 −1 1 4 −1 Prove que os vetores de coluna de matrizes 2 , 1 independentes (ou seja, que o posto da 3 −2 matriz é igual a três). Calcule o determinante. −1 e 2 −1 são linearmente Conjunto de problemas 3 Determine se os conjuntos a seguir são subespaços de R3: α β 1. 5α−7β α β 2. 5α−7 α e β são números reais quaisquer α e β são números reais quaisquer Dê uma olhada nos apêndices C e D antes de tentar o conjunto de problemas 4. Note Conjunto de problemas 4 1 Vamos lidar com os vetores 2 3 4 e 1 para o próximo conjunto de problemas. −2 1. Calcule a distância até a origem para ambos os vetores. 2. Calcule o produto escalar dos dois vetores. 3. Calcule o ângulo entre os dois vetores. 4. Calcule o produto cruzado dos dois vetores. Livro de exercícios 3 ! Soluções Conjunto de problemas 1 4 5 −1 = 4 · (−2) − (−1) · 5 = −8 + 5 = −3 −2 1. det 2. 3. Aqui está a solução: 1 4 · (−2) − (−1) · 5 −2 −5 1 2 −1 1 1 −2 1 = = 3 5 −4 4 −3 −5 4 4 5 −1 −2 1 0 0 1 Multiplique a linha 1 por 2 e subtraia a linha 2 da linha 1. 3 5 0 −2 2 0 −1 1 Multiplique a linha 1 por 2 e a linha 2 por 3. Subtraia a linha 1 da linha 2. 15 0 0 −6 10 −10 −5 8 Divida a linha 1 por 15 e a linha 2 por -6. 4. 1 0 0 1 2 3 5 3 − − 1 3 4 3 Os autovalores são raízes da equação característica det 4 Apêndice a 4−λ −1 5 −2 − λ =0 e são os seguintes: det −1 4−λ = (4 − λ) · (−2 − λ) − (−1) · 5 −2 − λ 5 = (λ − 4)(λ + 2) + 5 = λ2 − 2λ − 3 = (λ − 3)(λ + 1) = 0 λ = 3, −1 a. Autovetores correspondentes a λ = 3 Inserindo nosso valor em ou seja temos 4 5 x1 x =λ 1 , x2 x2 −1 −2 x1 −1 0 4−λ = , x −2 − λ 5 0 2 4 − 3 −1 5 −2 − 3 x1 1 = x2 5 −1 −5 x1 x1 = 5x1 x2 −x2 1 0 = [x1 − x2] = . −5x2 5 0 Vemos que x1 = x2, o que nos leva ao autovetor x1 c 1 = 1 = c1 x2 c1 1 onde c1 é um número real não zero. b. Autovetores correspondentes a λ = −1 Inserindo -1 na matriz, temos isto: 4 − (−1) −1 5 −2 − (−1) x1 5 −1 = x2 5 −1 x1 5x1 −x2 1 0 = [5x1 − x2] = = x2 5x1 −x2 1 0 Vemos que 5x1 = x2, o que nos leva ao autovetor x1 c2 1 = c2 = x2 5c2 5 onde c2 é um número real não zero. Livro de exercícios 5 5. A partir do problema 4: 4 −1 1 = 5 −2 1 6. 1 3 0 5 0 −1 O sistema linear de equações 4 5 −1 −2 x1 x2 = 1 1 1 5 −1 4x1 − 1x2 = −1 pode ser reescrito desta forma: 5x1 − 2x2 = −1 1 −1 Utilizando os métodos do problema 1, somos facilmente capazes de inferir as raízes utilizando a regra de Cramer. det • • x1 = det 4 −1 5 −2 det 4 1 5 −1 x2 = det 6 Apêndice a 1 −1 −1 −2 4 −1 5 −2 = 1 · (−2) − (−1) · (−1) −3 = −3 =1 −3 = 4 · (−1) − 1 · 5 −3 = −9 =3 −3 Conjunto de problemas 2 1. Parece que o posto da matriz 1 2 3 4 1 −2 −1 2 −1 é 3, mediante inspeção. Mas vamos utilizar a tabela a seguir apenas para ter certeza. 1 4 −1 2 3 1 −2 2 −1 Some (-2 vezes a linha 1) à linha 2 e (-3 vezes a linha 1) à linha 3. 1 0 −2 1 −3 0 0 0 1 1 2 3 4 1 −2 −1 1 2 = 0 −1 0 4 −7 −14 −1 4 2 4 −7 0 −1 4 −6 Some (-2 vezes a linha 2) à linha 3. 1 0 0 Some ( − Some ( 1 6 0 1 −2 0 0 1 1 0 0 4 −7 −14 −1 4 = 2 vezes a linha 3) à linha 1 e ( 1 0 − 1 6 1 4 0 1 4 6 0 −7 0 0 1 0 0 −1 1 0 0 4 vezes a linha 3) à linha 2. 6 1 4 0 4 = 0 −7 0 0 −6 −6 0 4 vezes a linha 2) à linha 1. 7 1 4 7 0 1 4 0 1 0 0 −7 0 0 1 0 0 1 0 0 0 = 0 −7 0 0 −6 0 −6 0 Livro de exercícios 7 1 As duas matrizes 2 3 4 1 −2 −1 1 2 e 0 −1 0 0 −7 0 0 0 têm o mesmo posto, como −6 vimos nas páginas 196 a 201. Uma vez que vimos que o número de vetores linearmente independentes entre 1 0 , 0 −7 0 0 1 0 0 0 −7 0 0 e 0 −6 1 é obviamente 3, o posto matricial de tanto 2 3 4 1 −2 −1 2 −1 e 0 0 também deve ser 3. −6 Note que a solução é evidente no passo três da tabela, já que matrizes triangulares n×n com entradas de diagonal principal não zero têm posto matricial n. Isso também é verdadeiro para matrizes não quadradas. 2. 1 det 2 3 4 1 −2 −1 2 −1 = 1 · 1 · (−1) + 4 · 2 · 3 + (−1) · 2 · (−2) − (−1) · 1 · 3 − 4 · 2 · (−1) − 1 · 2 · (−2) = −1 + 24 + 4 + 3 + 8 + 4 = 42 8 Apêndice a Conjunto de problemas 3 Vamos supor que c seja um número real qualquer. 1. O conjunto é um subespaço já que ambas as condições são atendidas. α1 β1 c 5(cα1) − 7(cβ1) β 5α − 7β α1 α2 α1 + α 2 β1 β2 β1 + β 2 + 5α1 − 7β1 2. ∈ cβ1 = 5α1 − 7β1 α cα1 5α2 − 7β2 = α e β são números reais quaisquer α ∈ 5(α1 + α2) − 7(β1 + β2) β 5α − 7β α e β são números reais quaisquer O conjunto não é um subespaço já que nenhuma das condições é atendida1. α1 β1 2α1 2α1 2β1 2β1 2 = ≠ ∈ 5α1 − 7 5(2α1) − 14 5(2α1) − 7 α1 β1 5α1 − 7 + α β 5α − 7 α e β são números reais quaisquer α2 β2 5α2 − 7 α1 + α 2 α1 + α 2 β1 + β 2 β1 + β 2 = ≠ ∈ 5(α1 + α2) − 14 5(α1 + α2) − 7 α β 5α−7 α e β são números reais quaisquer 1. Ambas as condições da página 151 têm de ser atendidas para que o subconjunto seja um subespaço. Isso significa que será desnecessário verificar a segunda condição se descobrirmos que a primeira não é válida. Livro de exercícios 9 Conjunto de problemas 4 1. 1 2 3 = 12 + 22 + 32 = 4 1 −2 1+4+9 = 14 = 42 + 12 + (−2)2 = 16 + 1 + 4 = 21 2. 1 4 2 · 1 = 1 · 4 + 2 · 1 + 3 · (−2) = 4 + 2 − 6 = 0 3 −2 3. 1 O ângulo entre 2 3 4 e 1 −2 pode ser calculado utilizando-se a fórmula do produto escalar desta forma: cos θ = 1 4 2 · 1 3 −2 1 2 3 · 4 1 −2 = 0 14 · 21 =0 Então, o ângulo é cos−1 0 = 90 graus. 4. 1 2 · (−2) − 1·3 4 (−4) − 3 − (−2) · 1 = 12 + 2 = 2 × 1 = 3·4 3 1·1 − 4·2 −2 1−8 10 Apêndice a −7 14 −7 =7 −1 2 −1 B Espaços vetoriais Na página 16 (Capítulo 1) foi mencionado que, em geral, a álgebra linear trata da tradução de algo que reside em um espaço m-dimensional para uma forma correspondente em um espaço n-dimensional. Isso é certamente verdade, ainda que compreender uma interpretação mais geral de álgebra linear possa dar-lhe uma vantagem se você decidir estudar mais o assunto. Nessa interpretação, a maioria dos cálculos e teoremas interessantes está relacionada a algo chamado espaços vetoriais, os quais são descritos na página 13. Note que há uma diferença entre esses vetores e aqueles apresentados no capítulo 4 – os que estamos discutindo aqui representam um conceito muito mais abstrato. A ideia básica é esta: da mesma forma que você joga futebol em campos de futebol e golfe em campos de golfe, você calcula álgebra linear em espaços vetoriais. Mas antes de entrarmos na definição técnica de um espaço vetorial, vamos dar uma olhada em dois exemplos simples e concretos. Exemplo 1 O primeiro exemplo talvez já lhe seja familiar: digamos que X é o conjunto de todos os triplos ordenados de números reais. Então, dois dos muitos elementos de X são (1,0, 2,3, -4,6) e (0,0, -5,7, 8,1). Esse conjunto infinito de triplos ordenados forma um espaço vetorial (como descrito pelos axiomas listados na página 13). X é um espaço vetorial e (1,0, 2,3, -4,6) é um vetor. Exemplo 2 Como um segundo exemplo, considere estes dois polinomiais com coeficientes reais: 7t4 − 3t − 4 e 2t − 1 Esses polinomiais podem ser considerados vetores se visualizarmos todo o conjunto de polinomiais até o quarto grau como um espaço vetorial. 12 Apêndice b Os oito axiomas dos espaços vetoriais Suponha que x, y e z sejam elementos do conjunto X e que c e d sejam dois números quaisquer. Se X satisfaz aos dois conjuntos de axiomas a seguir, dizemos que X é um espaço vetorial e x, y e z são vetores. Axiomas de adição O conjunto tem de ser fechado sob adição de vetores. Isso significa que a soma de dois elementos do conjunto também pertence a ele. A adição de vetores também deve satisfazer às quatro condições a seguir: 1. (x + y) + z = x + (y + z) (associatividade) 2. x + y = y + x (comutatividade) 3. Um vetor inverso (0) existe com as seguintes propriedades: x+0=0+x=x 4. Um vetor inverso (−x) existe com as seguintes propriedades: x + (−x) = (−x) + x = 0 Axiomas da multiplicação escalar O conjunto tem de ser fechado sob multiplicação escalar. Isso significa que o produto de um elemento do conjunto e de um número qualquer também pertence ao conjunto. A multiplicação escalar também deve satisfazer às quatro condições a seguir: 5. c(x + y) = cx + cy 6. (cd)x = c(dx) 7. (c + d)x = cx + dx 8. 1x = x Neste livro, sempre presumimos que a multiplicação escalar é feita com números reais. Tais espaços vetoriais são geralmente chamados de espaços vetoriais reais. Espaços vetoriais que também permitem multiplicação com números complexos seriam, semelhantemente, chamados de espaços vetoriais complexos. Espaços vetoriais 13 C Produto escalar Norma Vamos supor que temos um vetor qualquer em Rn x1 x2 xn A norma ou comprimento do vetor é, então, igual a e é escrita x1 x2 xn . x12 + x22 + ... + xn2 . Exemplo 1 1 3 = 12 + ( 3 )2 = 1+3 = 4 =2 12 − 6 = 12 + 4 2 ==2 = ( (3 2)2 −= 6)12 ++ (3 2=+ 6) 32 + 6 2 Exemplo 2 − 6 2 + 6 16 Apêndice c = ( 2 − 6)2 + ( 2 + 6)2 = 2 − 2 12 + 6 + 2 + 2 12 + 6 = 16 = 4 2 − 2 12 + 6 + 2 + 2 12 + 6 = 16 = 4 Produto escalar Vamos supor que temos dois vetores quaisquer x1 x2 e xn y1 y2 em Rn. yn O produto escalar do vetor é definido desta forma: x1y1 + x2 y2 + ... + xn yn Isso é geralmente representado com um ponto ( ∙ ) desta forma: x1 x2 · xn x1 x2 xn Exemplo 1 3 · 2 − 6 2 + 6 = 1 · ( 2 − 6) + 3 · ( 2 + 6) = 2 − 6 + 6 + 18 = 2 + 3 2 = 4 2 Produto escalar 17 O ângulo entre dois vetores O ângulo entre dois vetores x1 x2 y1 y2 e xn em Rn. yn O ângulo θ entre esses dois vetores pode ser encontrado utilizando-se a relação a seguir: x1 x2 · xn y1 y2 = yn x1 x2 y1 y2 · xn yn Exemplo O ângulo θ entre os dois vetores zando-se esta fórmula: 1 3 2 − 6 1 3 e 2 + 6 2 + 6 = 1 3 2 − 6 · 2 + 6 Assim, θ = 45 graus. 2 + 6 3 θ 2 − 6 O pode ser encontrado utili- 2 − 6 · cos θ = 18 Apêndice c · cos θ 1 4 2 2·4 = 2 2 Produtos internos O produto escalar é, na realidade, um caso especial de um conceito mais geral que tem algumas aplicações muito interessantes. O conceito geral é uma função, chamada de produto interno, que mapeia dois vetores a um número real e que também satisfaz algumas propriedades especiais. Há também espaços de produto interno1, que são espaços vetoriais que têm um produto interno associado, como descrito a seguir. Espaços de produto interno real Dizemos que o espaço vetorial real X é um espaço de produto interno real, ou espaço euclidiano, se existe um produto interno real <x, y> que mapeia um par de vetores para um escalar e que satisfaz às condições a seguir para todos os vetores x, y, z e todos os escalares c: <x , y > = <y , x > <cx , y > = c<x , y > = <x , cy > <x , y + z > = <x , y > + <x , z > e < x + y , z > = <x , z > + <y , z > <x , x > ≥ 0 e <x , x > = 0 apenas quando x = 0 (o vetor zero). O produto escalar é o exemplo mais costumeiro de um produto interno. Nesse exemplo, nós definimos <x, y> = x1y1 + x2y2 + ... + xnyn 1. O tópico está fora do escopo deste livro, mas produtos internos também aparecem em espaços de produto complexo. Produto escalar 19 Bases ortonormais Conjuntos de vetores como 1 0 , 0 1 1 2 1 , 1 1 2 −1 1 e 1 2 , 14 3 1 1 21 4 1 , −2 1 6 −1 2 −1 onde • • a norma de cada vetor é igual a 1 o produto escalar de cada par de vetores é igual a 0 são chamados de bases ortonormais ou bases ON. O processo de ortogonalização de Gram-Schmidt pode ser utilizado para criar uma base ortonormal a partir de uma base qualquer, mas ele está fora do escopo deste livro. 20 Apêndice c D Produto cruzado O que é produto cruzado? a Vamos supor que temos dois vetores quaisquer b c P e Q em R3. R bR − Qc O produto cruzado do vetor é definido como cP − Ra aQ − Pb a e é geralmente representado com uma cruz desta forma: b c P Q R O produto cruzado é definido apenas em R3. Em contraste, o produto escalar é definido em R n para todos os n positivos. Nota Aqui temos um bom recurso mnemônico para lembrarmos as combinações no cálculo do produto cruzado de dois vetores: a P b Q c R a P b Q c R Comece escrevendo duas vezes os elementos de cada vetor, como você pode ver no quadro. Ignorando a primeira e a última linha, desenhe uma flecha de cada elemento até aquele abaixo dele no vetor oposto. Flechas que vão da esquerda para a direita recebem um sinal de mais; flechas que vão da direita para a esquerda recebem um sinal de menos. O par superior de flechas produz o primeiro componente do produto cruzado, o par do meio produz o segundo componente e o par da base produz o último componente. 22 Apêndice d Produto cruzado e paralelogramos Produto cruzado e paralelogramos: P Q R a b c P u Ele é perpendicular a ambos os vetores Q e R a b . c P v Seu comprimento é igual à área do paralelogramo de lados Q e R a b . c Ambas as propriedades estão ilustradas na figura a seguir. P Q R a b c O a b c P Q R Essa figura está utilizando um sistema coordenado de “mão direita”. Isso significa que seu polegar apontará na direção do produto cruzado se você fizer o seguinte: estenda seu polegar de modo que ele fique perpendicular ao seu antebraço, então utilize o restante de seus dedos para formar a letra C. Partindo da base de seus dedos como o vetor no lado esquerdo do produto cruzado, oriente sua mão para que as pontas de seus dedos estejam apontando na direção do vetor do lado direito do produto cruzado. Seu polegar estará, então, apontando na direção do resultado do produto cruzado! Note que se você trocar a posição dos vetores, o produto cruzado inverterá de direção. Nota Produto cruzado 23 Vamos nos certificar de que tanto a b · c a b c P Í Q a b c = R quanto são válidas. · bR − Qc cP − Ra aQ − Pb = a(bR − Qc) + b(cP − Ra) + c(aQ − Pb) = abR − aQc + bcP − bRa + caQ − cPb =0 P Q · a b Í Q P P = Q R c R R · bR − Qc cP − Ra aQ − Pb = P(bR − Qc) + Q(cP − Ra) + R(aQ − Pb) = PbR − PQc + QcP − QRa + RaQ − RPb =0 a b c Í P Q 2 = R 2 bR − Qc cP − Ra aQ − Pb P θ é o ângulo entre Q e R a b c = (bR − Qc)2 + (cP − Ra)2 + (aQ − Pb)2 = (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2) − (aP + bQ + cR)2 = (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2) − a b c P 2 · Q R = (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2) − (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2) cos2θ = (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2)(1 − cos2θ) = (a2 + b2 + c2)(P2 + Q2 + R2) sin2θ = 24 Apêndice d a b c P Q R 2 sin θ Produto cruzado e produto escalar A tabela a seguir contém uma comparação entre produtos cruzados e escalares. Produto cruzado 1 4 2 Í 5 3 6 2·6−5·3 3·4−6·1 = 1·5−4·2 5·3−2·6 4 1 6·1−3·4 =− 5 Í 2 4·2−1·5 6 3 =− 1c 4 2c Í 5 3c 6 2c · 6 − 5 · 3c 3c · 4 − 6 · 1c 1c · 5 − 4 · 2c = 2·6−5·3 3·4−6·1 1·5−4·2 =c 1 2 Í 3 =c 1 4 2 Í 5 3 6 7 4 5 + 8 9 6 Produto escalar 1 2 3 · =1·4+2·5+3·6 4 =4·1+5·2+6·3= 5 6 1c 2c 3c 4 5 6 · · 1 2 3 = 1c · 4 + 2c · 5 + 3c · 6 = c (1 · 4 + 2 · 5 + 3 · 6) = c 1 2 3 4+7 5+8 6+9 4 5 6 1 2 3 · 4 5 6 4 7 5 + 8 6 9 · = 1 2 Í 3 = 2 · (6 + 9) − (5 + 8) · 3 3 · (4 + 7) − (6 + 9) · 1 1 · (5 + 8) − (4 + 7) · 2 = 1 · (4 + 7) + 2 · (5 + 8) + 3 · (6 + 9) = 2·6−5·3 3·4−6·1 1·5−4·2 = (1 · 4 + 2 · 5 + 3 · 6) + (1 · 7 + 2 · 8 + 3 · 9) = 1 2 3 Í 4 5 6 + = + 2·9−8·3 3·7−9·1 1·8−7·2 1 7 2 Í 8 3 9 = 1 2 3 1 2 3 · · 4+7 5+8 6+9 4 5 6 + 1 2 3 · 7 8 9 Produto cruzado 25 E Propriedades úteis de determinantes Determinantes têm várias propriedades interessantes. Veremos sete delas neste apêndice. Propriedade 1 Para qualquer matriz quadrada A, det A = det AT. a11 a1n an1 ann det a11 a1n an1 ann = det Exemplo • det 3 0 0 2 =6 2 O • det 3 0 0 2 T = det 3 3 0 0 2 =6 2 O 28 Apêndice 3 T Propriedade 2 Se duas colunas ou duas linhas de A são trocadas, resultando na matriz B, então det B = −det A. a11 a1i a1j a1n an1 ani anj ann det a11 a1j a1i a1n an1 anj ani ann = (−1)det Exemplo • det 3 0 0 2 =6 2 O • (−1)det 0 3 2 0 3 = (−1) · (−6) = 6 2 O 3 Propriedades úteis de determinantes 29 Propriedade 3 Se A tem duas colunas ou linhas idênticas, então A = 0. a11 b1 b1 a1n an1 bn bn ann det =0 coluna i coluna j Exemplo • det 3 3 0 0 =0 O A área é igual a zero. 30 Apêndice 3 Propriedade 4 Se uma coluna de A é multiplicada pela constante c, resultando na matriz B, então det B = c det A, ou, de modo equivalente, det A = ¹⁄c det B. a11 a1i · c a1n an1 ani · c ann a11 a1i a1n an1 ani ann = c det det Exemplo • det 3 0 0 2 =6 2 O • det 3·2 0 0·2 2 = det 3 6 0 0 2 = 2 · 6 = 2 det 3 0 0 2 2 O 6 Propriedades úteis de determinantes 31 Propriedade 5 Sejam A e B matrizes quadradas idênticas, exceto pelas colunas (ou linhas) i, que diferem. Seja C uma matriz idêntica a A e B, exceto pela coluna (ou linha) i de C, que é a soma das colunas (ou linhas) i de A e B. Então, det C = det A + det B. a11 a1i a1n an1 ani ann det a11 b1i a1n an1 bni ann + det a11 a1i + b1i a1n an1 ani + bni ann = det Exemplo • det 3 0 0 2 =6 2 O • det 2 0 2 2 3 + det 1 0 −2 2 = det 2 O 2+1 0 2−2 2 = det 3 0 0 2 =6 2 2 O −2 32 Apêndice 1 Propriedade 6 Seja B a matriz formada pela substituição da coluna (ou linha) j de A pela soma da coluna (ou linha) j de A e de um múltiplo não zero, c, da coluna (ou linha) j de A, onde i ≠ j. Então det B = det A. a11 a1i a1j a1n an1 ani anj ann det a11 a1i a1j + (a1i · c) a1n an1 ani anj + (ani · c) ann = det Exemplo • det 3 0 0 2 =6 2 O • det 3 0 + (3 · 1) 0 2 + (0 · 1) 3 = det 3 3 0 2 =6 2 O 3 6 Propriedades úteis de determinantes 33 Propriedade 7 Sejam A e B duas matrizes quadradas quaisquer. Então (det A)(det B) = det (AB). a11 a1n an1 ann 3 0 1 3 0 0 2 0 1 2 det b11 b1n bn1 bnn det a11 a1n b11 b1n an1 ann bn1 bnn = det Exemplo • det · det =6· 1 =1 6 2 1 2 O 3 • 0 det 0 2 1 3 0 0 1 2 1 O 34 Apêndice O 3 1 1 0 0 1 = det =1 1 3