Mecânica Analítica REVISÃO Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Dinâmica Lagrangiana Vínculos São limitações às possíveis posições e velocidades das partículas de um sistema mecânico, restringindo a priori o seu movimento. • É importante salientar que os vínculos são limitações de ordem cinemática impostas ao sistema mecânico. • As restrições antecedem a dinâmica e precisam ser levadas em conta na formulação das equações de movimento do sistema. • Restrições de natureza dinâmica – decorrentes, portanto das equações de movimento – não são vínculos. Dinâmica Lagrangiana Exemplo 1: Um pêndulo duplo oscila num plano vertical fixo. As equações de vinculo são 𝑥 2 + 𝑦 2 − 𝑙12 = 0, 𝑥2 − 𝑥1 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑙12 𝑥2 − 𝑥1 2 + 𝑦2 − 𝑦1 2 = 𝑙22 2+ 𝑦2 − 𝑦1 2 − 𝑙22 = 0 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 2: Escreva as equações de transformação o pêndulo duplo 𝑥1 = 𝑙1 s𝑖𝑛 𝜃1 𝑦1 = 𝑙1 cos 𝜃1 𝑥2 = 𝑙1 sin 𝜃1 + 𝑙2 sin 𝜃2 𝑦2 = 𝑙1 cos 𝜃1 + 𝑙2 cos 𝜃2 O sistema tem apenas 2 grau de liberdade com coordenadas generalizadas q1 = θ1 e q2 = θ2 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 3: Um cilindro rola sem deslizar ao longo de uma linha reta. Sendo x a posição do centro de massa do cilindro e o ângulo de rotação do centro de massa, a condição de rolar sem deslizar é representada por 𝑥 = 𝑅𝜙 onde R é o raio do cilindro. → 𝑥 − 𝑅𝜙 = 0 Dinâmica Lagrangiana A função de Lagrange ou, simplesmente, lagrangiano 𝐿 por: 𝐿 =𝑇−𝑉 As equações de movimento do sistema podem ser escritas na forma d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕q k 𝜕qk Equações de Lagrange onde 𝑘 = 1, … , 𝑛. Se o sistema não for conservativo d 𝜕L 𝜕L − = 𝑄𝑘 dt 𝜕qk 𝜕qk Dinâmica Lagrangiana Exemplo 4: Considere uma partícula numa região onde existe um certo potencial de interação. 1 Solução: A lagrangiana é dada por: 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚𝑣 2 − V 𝑟 2 Tomando as coordenadas generalizadas como coordenadas cartesianas, temos: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 d 𝜕L 𝑑 𝜕L 𝜕𝑉 → = 𝑚𝑥𝑖 = 𝑚𝑥𝑖 → =− dt 𝜕𝑥𝑖 𝑑𝑡 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 O que faz com que a equação de Euler-Lagrange forneça: d 𝜕L 𝜕L d 𝜕L 𝜕L − =0→ = dt 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 dt 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 𝝏𝑽 → 𝒎𝒙 = − 𝝏𝒙𝒊 que é a segunda lei de Newton para forças conservativas. Força Dinâmica Lagrangiana Exemplo 5: Obtenha a Lagrangiana para um projetil (livre da resistência do ar) em termos de suas coordenadas cartesianas (𝑥, 𝑦, 𝑧) , com 𝑧 medido verticalmente para cima. Determine as três equações de Lagrange. Solução: A energia cinética e a energia potencial: 1 𝑇 = 𝑚(𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 ) 2 𝑉 = 𝑚𝑔𝑧 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 − mgz 2 A lagrangiana fica: As equações de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝟎 = 𝒎𝒙 𝟎 = 𝒎𝒚 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑦 𝜕𝑦 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑧 𝜕𝑧 −𝒎𝒈 = 𝒎𝒛 que corresponde a F=mg. Dinâmica Lagrangiana Exemplo 6: Obtenha a Lagrangiana para uma partícula movendo-se em uma dimensão ao longo do eixo x sujeita à força 𝐹 = − 𝑘𝑥 (com 𝑘 positivo). Determine a equação de Lagrange do movimento. Solução: 1 2 1 𝐹 = −𝑘𝑥 → 𝑉 = 𝑘𝑥 → 𝑇 = 𝑚𝑥 2 2 2 1 1 2 2 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑥 − 𝑘𝑥 2 2 A energia cinética e a energia potencial: A lagrangiana fica: As equações de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 −𝒌𝒙 = 𝒎𝒙 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 7: Considere uma massa 𝑚 movendo-se em duas dimensões com 1 energia potencial 𝑉 𝑥, 𝑦 = − 𝑘𝑟 2 , onde 𝑟 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2 . Obtenha a 2 lagrangeana, usando as coordenada 𝑥 e 𝑦, e determine as equações de movimento de Lagrange. Solução: A energia cinética e a energia potencial: 1 1 2 2 𝑇 = 𝑚 𝑥 + 𝑦 → 𝑉 = − 𝑘 𝑥2 + 𝑦2 2 2 A lagrangiana fica: 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 1 𝑚 2 𝑥2 + 𝑦2 + 1 𝑘 2 𝑥2 + 𝑦2 As equações de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑦 𝜕𝑦 −𝒌𝒙 = 𝒎𝒙 −𝒌𝒙 = 𝒎𝒚 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 8: Considere uma massa 𝑚 movendo-se em uma rampa, sem atrito, que tem uma declividade 𝛼 com a horizontal. Obtenha a Lagrangiana em termos da coordenada 𝑥, medida horizontalmente através da rampa, e da coordenada 𝑦, medida para baixo da rampa. (Trate o sistema como bidimensional, mas inclua a energia potencial gravitacional). Determine as duas equações de Lagrange e justifique se elas são as mesmas que você esperava. Solução: 1 A energia cinética e a energia potencial: 𝑇 = 𝑚 𝑥 2 + 𝑦 2 → 𝑉 = 𝑚𝑔𝑦 = 𝑚𝑔𝑦 sin 𝛼 2 A lagrangiana fica: 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 1 𝑚 2 𝑥 2 + 𝑦 2 − 𝑚𝑔𝑦 sin 𝛼 As equações de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 → 0 = 𝒎𝒙 d 𝜕L 𝜕L − = 0 → 𝒎𝒈 sin 𝜶 = 𝒎𝒚 dt 𝜕𝑦 𝜕𝑦 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 9: Determine a Lagrangiana e a equação de movimento de um pêndulo simples em coordenadas polares de raio fixo r=a e θ é a única coordenada livre. Solução: 𝑥 = 𝑎 cos 𝜃 → 𝑦 = 𝑎 sin 𝜃 𝑥 = −𝑎𝜃 sin 𝜃 → 𝑦 = 𝑎𝜃 cos 𝜃 A energia cinética e a energia potencial: 1 1 2 2 𝑇 = 𝑚 𝑥 + 𝑦 = 𝑚𝑎2 𝜃 2 2 2 𝑉 = −𝑚𝑔𝑥 = −𝑚𝑔𝑎 cos 𝜃 A lagrangiana fica: 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑎2 𝜃 2 + 𝑚𝑔𝑎 cos 𝜃 2 Dinâmica Lagrangiana 1 𝐿 = 𝑚𝑎2 𝜃 2 + 𝑚𝑔𝑎 cos 𝜃 2 A equação de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝜃 𝜕𝜃 d 𝑚𝑎2 𝜃 + 𝑚𝑔𝑎 sin 𝜃 = 0 dt 𝑚𝑎2 𝜃 = −𝑚𝑔𝑎 sin 𝜃 𝑎𝜃 = −𝑔 sin 𝜃 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 10: Deduza as equações de Lagrange, para uma partícula que se move em um campo conservativo bidimensional, em coordenadas a) cartesianas b) Polares c) cilíndricas Dinâmica Lagrangiana Solução: a) 1 𝑇 = 𝑚(𝑥 2 + 𝑦 2 ) 𝑉 = 𝑉 𝑥, 𝑦 2 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑥 2 + 𝑦 2 − V 𝑥; 𝑦 2 A energia cinética e a energia potencial: A lagrangiana fica: As equações de movimento: 𝜕L 𝜕𝑉 =− = 𝐹𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 → d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕L 𝜕𝑇 =− = 𝑚𝑥 → 𝐹𝑥 = 𝑚𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝑭 = 𝒎𝒂 𝜕L 𝜕𝑉 =− = 𝐹𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕L 𝜕𝑇 → =− = 𝑚𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑦 → 𝐹𝑦 = 𝑚𝑦 Dinâmica Lagrangiana Solução: b) A energia cinética e a energia potencial: 𝑣𝑟 = 𝑟 → 𝑣𝜙 = 𝑟𝜙 1 1 2 𝑇 = 𝑚𝑣 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜙 2 2 2 𝑉 = 𝑉 𝑟, 𝜙 A lagrangiana fica: 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜙 2 − V 𝑟, 𝜙 2 A equações de movimento: d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑟 𝜕𝑟 d 𝜕𝑉 2 𝑚𝑟 − 𝑚𝑟𝜙 − =0 dt 𝜕𝑟 𝜕𝑉 2 𝑚𝑟 = −𝑚𝑟𝜙 − 𝜕𝑟 𝑭𝒓 = 𝒎(𝒓 − 𝒓𝜽𝟐 ) Dinâmica Lagrangiana 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜙 2 − V 𝑟, 𝜙 2 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝜙 𝜕𝜙 d 𝜕𝑉 2 𝑚𝑟 𝜙 − − =0 dt 𝜕𝜙 𝒎𝒓𝟐 𝝓 𝝏𝑽 =− 𝝏𝝓 Torque Momento angular Dinâmica Lagrangiana Solução: c) A energia cinética e a energia potencial: 𝑣𝑟 = 𝑟 → 𝑣𝜙 = 𝑟𝜃 → 𝑣𝑧 = 𝑧 1 1 2 𝑇 = 𝑚𝑣 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜃 2 + 𝑧 2 2 2 𝑉 = 𝑉 𝑟, 𝜃, 𝑧 A lagrangiana fica: 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜃 2 + 𝑧 2 − V 𝑟, 𝜃, 𝑧 2 Dinâmica Lagrangiana 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜃 2 + 𝑧 2 − V 𝑟, 𝜃, 𝑧 2 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑟 𝜕𝑟 d 𝜕𝑉 𝜕𝑉 2 2 𝑚𝑟 − (m𝑟𝜃 ) = 0 → 𝑚 𝑟 − 𝑟𝜃 = − dt 𝜕𝑟 𝜕𝑟 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝜃 𝜕𝜃 d 𝜕𝑉 𝑑 2 𝜕𝑉 2 𝑚𝑟 𝜃 + =0 → 𝑚 𝑟 𝜃 =− dt 𝜕𝜃 𝑑𝑡 𝜕𝜃 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑧 𝜕𝑧 d 𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝑚𝑧 + = 0 → 𝑚𝑧 = − dt 𝜕𝑧 𝜕𝑟 𝐹𝑧 𝐹𝑟 Torque Dinâmica Lagrangiana Exemplo 11: Determine a equação de Lagrange e as equações de movimento para um pêndulo com suporte livre (a massa M pode se mover livremente sem atrito no plano horizontal, enquanto o pêndulo oscila no plano vertical). Refazendo o desenho e tomando o nível de referencia na origem, temos Dinâmica Lagrangiana Podemos escrever as energias cinética e potencial 1 1 2 𝑉𝑀 = 0 𝑒 𝑉𝑚 = −𝑚𝑔𝑌, 𝑇 = 𝑀𝑥 + 𝑚 𝑋 2 + 𝑌 2 2 2 Como Logo 𝑋 = 𝑥 + 𝑙 sin 𝜃 → 𝑌 = 𝑙 cos 𝜃 → 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑉 = −𝑚𝑔𝑌 𝑋 = 𝑥 + 𝑙𝜃 cos 𝜃 𝑌 = −𝑙𝜃 sin 𝜃 𝑋 2 + 𝑌 2 = 𝑥 2 + 𝑙 2 𝜃 2 + 2𝑙𝑥 𝜃 cos 𝜃 Podemos reescrever as energias cinética e potencial como 𝑚 + 𝑀 2 𝑚𝑙 2 2 𝑇= 𝑥 + 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 𝜃 cos 𝜃 2 2 A lagrangiana fica 𝑉 = −𝑚𝑔𝑙 cos 𝜃 𝒎 + 𝑴 𝟐 𝒎𝒍𝟐 𝟐 𝑳=𝑻−𝑽= 𝒙 + 𝜽 + 𝒎𝒍𝒙𝜽 𝐜𝐨𝐬 𝜽 + 𝒎𝒈𝒍 𝒄𝒐𝒔 𝜽 𝟐 𝟐 Dinâmica Lagrangiana 𝑚 + 𝑀 2 𝑚𝑙 2 2 𝐿= 𝑥 + 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 𝜃 cos 𝜃 + 𝑚𝑔𝑙 cos 𝜃 2 2 Podemos, agora, determinar as equações de movimento d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑥 𝜕𝑥 d 𝑚 + 𝑀 𝑥 + 𝑚𝑙𝜃 cos 𝜃 − 0 = 0 dt 𝑚 + 𝑀 𝑥 + 𝑚𝑙𝜃 cos 𝜃 − 𝑚𝑙𝜃 2 sin 𝜃 = 0 d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝜃 𝜕𝜃 d 𝑚𝑙 2 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 cos 𝜃 − −𝑚𝑙𝑥 𝜃 sin 𝜃 − 𝑚𝑔𝑙 sin 𝜃 = 0 dt 𝑚𝑙 2 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 cos 𝜃 − 𝑚𝑙𝑥 𝜃 sin 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 𝜃 sin 𝜃 + 𝑚𝑔𝑙 sin 𝜃 = 0 𝑚𝑙 2 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 cos 𝜃 + 𝑚𝑔𝑙 sin 𝜃 = 0 Dinâmica Lagrangiana Como as equações de movimento são difíceis de resolver (equações não lineares – não existe um método geral de resolução, cada caso é um caso), vamos analisar alguns casos limites (particulares) afim de verificarmos se essas equações estão corretas. 1º) Se m = 0 0+𝑀 𝑥 =0 2º) Se M 𝑚 + 𝑀 𝑥 + 𝑚𝑙𝜃 cos 𝜃 − 𝑚𝑙𝜃 2 sin 𝜃 = 0 → 𝒙=𝟎 → 𝑀 𝑠𝑒 𝑚𝑜𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑢𝑚 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 𝑚 + 𝑀 𝑥 + 𝑚𝑙𝜃 cos 𝜃 − 𝑚𝑙𝜃 2 sin 𝜃 = 0 Divide-se todos os termos por M 𝑚 + 𝑀 𝑥 𝑚𝑙𝜃 cos 𝜃 𝑚𝑙𝜃 2 sin 𝜃 + − =0→ 𝑥=0 𝑀 𝑀 𝑀 Substituindo 𝑥=0 na segunda equação de 𝑚𝑙 2 𝜃 + 𝑚𝑙𝑥 cos 𝜃 + 𝑚𝑔𝑙 sin 𝜃 = 0 e dividindo por 𝑚𝑙 2 , obtemos 𝒈 𝜽 + 𝒔𝒊𝒏 𝜽 = 𝟎 𝒍 que corresponde a equação do pêndulo simples com ponto de suspensão fixo. movimento Dinâmica Lagrangiana Exemplo 12: Uma partícula de massa m move-se em um campo de força conservativo. Ache (a) a função lagrangiana, (b) as equações do movimento em coordenadas cilíndrica 𝑟, 𝜃, 𝑧 . Solução: (a) A energia cinética total em coordenadas cilíndricas 1 𝑇 = 𝑚 𝑟2 + 𝑟2𝜃2 + 𝑧2 2 A energia potencial 𝑉 = 𝑟, 𝜃, 𝑧 . Então a função lagrangiana é 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜃 2 + 𝑧 2 − 𝑉 𝑟, 𝜃, 𝑧 2 (b) As equações de Lagrange são 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝑉 𝜕𝑉 2 2 − =0→ 𝑚𝑟 − 𝑚𝑟𝜃 − = 0 → 𝑚 𝑟 − 𝑟𝜃 = − 𝑑𝑡 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑑𝑡 𝜕𝑟 𝜕𝑟 Dinâmica Lagrangiana (b) As equações de Lagrange são 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝑉 𝜕𝑉 − =0→ 𝑚𝑟 − 𝑚𝑟𝜃 2 − = 0 → 𝑚 𝑟 − 𝑟𝜃 2 = − 𝑑𝑡 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑑𝑡 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝑉 𝑑 2 𝜕𝑉 − =0→ 𝑚𝑟 2 𝜃 + =0 → 𝑚 𝑟 𝜃 =− 𝑑𝑡 𝜕𝜃 𝜕𝜃 𝑑𝑡 𝜕𝜃 𝑑𝑡 𝜕𝜃 𝑑 𝜕𝐿 𝜕𝐿 𝑑 𝜕𝑉 𝜕𝑉 − =0→ 𝑚𝑧 + = 0 → 𝑚𝑧 = − 𝑑𝑡 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝑑𝑡 𝜕𝑧 𝜕𝑧 Dinâmica Lagrangiana ; Exemplo 13: Considere um pêndulo plano formado por uma haste inextensível de comprimento 𝑙 e massa desprezível tendo na sua extremidade uma partícula pontual de massa 𝑚. Escreva as equações de movimento da partícula em coordenadas polares 𝑟 e 𝜃. Solução: 1 1 2 𝑇 = 𝑚𝑟 + 𝑚𝑟 2 𝜃 2 2 2 𝑉 = 𝑚𝑔𝑧 = 𝑚𝑔𝑟 1 − cos 𝜃 A lagrangiana fica: 1 1 2 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑟 + 𝑚𝑟 2 𝜃 2 − 𝑚𝑔𝑟 1 − cos 𝜃 2 2 Dinâmica Lagrangiana ; 1 1 2 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑟 + 𝑚𝑟 2 𝜃 2 − 𝑚𝑔𝑟 1 − cos 𝜃 2 2 As equações de movimento são: : ; d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝑟 𝜕𝑟 d 𝑚𝑟 − [𝑚𝑟𝜃 2 − 𝑚𝑔 1 − cos 𝜃 ] = 0 dt 𝑚𝑟 = 𝑚𝑟𝜃 2 − 𝑚𝑔 1 − cos 𝜃 𝒓 = 𝒓𝜽𝟐 − 𝒈 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝜽 Dinâmica Lagrangiana ; 1 1 2 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 → 𝐿 = 𝑚𝑟 + 𝑚𝑟 2 𝜃 2 − 𝑚𝑔𝑟 1 − cos 𝜃 2 2 As equações de movimento são: ; d 𝜕L 𝜕L − =0 dt 𝜕𝜃 𝜕𝜃 temos: → d 𝑚𝑟 2 𝜃 − 𝑚𝑔𝑟 sin 𝜃 = 0 dt 𝑚𝑟 2 𝜃 + 2𝑚𝑟𝑟𝜃 = 𝑚𝑔𝑟 sin 𝜃 Como, 𝑟 = 𝑙 e 𝑟 = 0 : 𝒍𝜽 = 𝒎𝒈 sin 𝜽 → 𝒈 𝜽 = sin 𝜽 𝒍 Dinâmica Lagrangiana Exemplo 14: Dinâmica Lagrangiana Dinâmica Lagrangiana Dinâmica Lagrangiana Dinâmica Lagrangiana Dinâmica Lagrangiana Momentos generalizados (canônicos) Estas equações podem ser chamadas de equação de movimento de Lagrange 𝝏𝑳 𝝏𝑳 𝒑𝒊 = 𝒑𝒊 = 𝝏𝒒𝒊 𝝏𝒒𝒊 Equações de Hamilton 𝒏 O hamiltoniano 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 definida por: 𝑯 𝒒, 𝒑, 𝒕 = 𝒒𝒊 𝒑𝒊 − 𝑳 𝒒, 𝒒, 𝒕 𝒊=𝟏 Se um sistema for conservativo, o hamiltoniano 𝐻 pode ser interpretado como a energia total (cinética e potencial) do sistema. 𝑯 = 𝑻 + 𝑽 Equações de movimento de Hamilton 𝝏𝑯 𝒒𝒊 = 𝝏𝒑𝒊 𝝏𝑯 𝒑𝒊 = − 𝝏𝒒𝒊 Dinâmica Hamiltoniana Exemplo 15: A lagrangiana de um oscilador harmônico é dada por 𝑚𝑥 2 𝑘𝑥 2 , determine: 𝐿= − 2 2 a) o momento conjugado 𝑝𝑥 = 𝑚𝑥 → b) A hamiltoniana 𝑝𝑥2 𝑚 𝑝𝑥 𝐻 = 𝑥 𝑝𝑟 − 𝐿 = − 𝑚 2 𝑚 2 𝑘𝑥 2 + 2 𝑝𝑥 𝑥= 𝑚 Dinâmica Hamiltoniana Exemplo 16: A partícula livre em coordenadas esféricas. O vetor velocidade é dado por 𝒓 = 𝒓𝒓 + 𝒓𝜽𝜽 + 𝒓𝝓 sin 𝜽 𝝓, determine: a) a lagrangiana 1 1 2 𝐿 = 𝑇 + 𝑉 = 𝑇 = 𝑚𝑣 = 𝑚 𝑟 2 + 𝑟 2 𝜃 2 + 𝑟 2 𝜙 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 2 2 b) Os momentos conjugados 𝑝𝑟 = 𝑚𝑟 𝑝𝜃 = 𝑚𝑟 2 𝜃 𝑝𝜙 = 𝑚𝑟 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃𝜙 𝑝𝑟 𝑟= 𝑚 𝑝𝜃 → 𝜃= 𝑚𝑟 2 𝑝𝜙 𝜙= 𝑚𝑟 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 Dinâmica Hamiltoniana c) a hamiltoniana 𝑛 𝐻 𝑞, 𝑝, 𝑡 = 𝑞𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 𝑞, 𝑞 , 𝑡 𝑖=1 𝐻 = 𝑟𝑝𝑟 + 𝜃 𝑝𝜃 + 𝜙𝑝𝜙 − 𝐿 2 𝑝𝜙 𝑝𝑟2 𝑝𝜃2 𝑚 𝑝𝑟 𝐻= + + − 2 2 2 𝑚 𝑚𝑟 𝑚𝑟 𝑠𝑖𝑛 𝜃 2 𝑚 𝟏 𝑯= 𝒑𝟐𝒓 + 𝟐𝒎 𝒑𝟐𝜽 𝒓𝟐 + 2 𝑚𝑟 2 𝑝𝜃 − 2 𝑚𝑟 2 𝒑𝟐𝝓 𝒓𝟐 𝒔𝒊𝒏𝟐 𝜽 2 𝑝𝜙 𝑚𝑟 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 − 2 𝑚𝑟 2 𝑠𝑖𝑛2 𝜃 2 Dinâmica Hamiltoniana Exemplo 17: Maquina de Atwood Pelos dados da figura, temos 1 1 2 𝑇 = 𝑚1 𝑥 + 𝑚2 𝑥 2 𝑉 = −𝑚1 𝑔𝑥 − 𝑚2 𝑔 𝑙 − 𝑥 2 2 Desprezando o termo constante, temos 𝑉 = −𝑚1 𝑔𝑥 − 𝑚2 𝑔𝑥 A expressão do lagrangiano fica 1 𝐿 = 𝑇 − 𝑉 𝐿 = 𝑚1 + 𝑚2 𝑥 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 2 A expressão do hamiltoniano é dada por 𝐻 = 𝑞𝑖 𝑝𝑖 − 𝐿 = 𝑝𝑥 − 𝐿 1 𝐻 = 𝑝𝑥 − 𝐿 = 𝑝𝑥 − 𝑚1 + 𝑚2 𝑥 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 2 Dinâmica Hamiltoniana 1 𝐻 = 𝑝𝑥 − 𝐿 = 𝑝𝑥 − 𝑚1 + 𝑚2 𝑥 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 2 O hamiltoniano deve ser escrito apenas em termos de coordenadas e momentos, eliminando as velocidades. 𝜕𝐿 𝑝= = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑥 𝜕𝑥 Substituindo a equação no hamiltoniano obtemos 𝜕𝐿 𝑝= = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑥 𝜕𝑥 1 𝐻 = 𝑝𝑥 − 𝑚1 + 𝑚2 𝑥 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 2 𝑝2 𝐻= 2 𝑚1 + 𝑚2 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 Dinâmica Hamiltoniana 𝑝2 𝐻= 2 𝑚1 + 𝑚2 2 + 𝑚1 − 𝑚2 𝑔𝑥 Calculando as equações de Hamilton 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝑝 𝑞𝑖 = → 𝑥= = 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑝 𝑚1 + 𝑚2 𝜕𝐻 𝜕𝐻 𝑝𝑖 = − → 𝑝=− = 𝑚1 − 𝑚2 𝑔 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑥 Combinando as duas expressões, obtemos a expressão para a aceleração com que as massas se deslocam 𝑚1 − 𝑚2 𝑥= 𝑔 𝑚1 + 𝑚2 Dinâmica Hamiltoniana Exemplo18: Dinâmica Hamiltoniana Dinâmica Hamiltoniana Dinâmica Hamiltoniana Dinâmica Hamiltoniana