entre outras, «algumas das divergencias suscitadas pelos estudos da morfología externa» e
analisar «a relacáo entre a distribuicáo geográfica e os números de cromosomas das especies».
Ocupou-se, igualmente, da «poliploidia no género e das suas relacóes com o gigantismo e
anualidade ou perenidade das especies» (NEVES, 1944: 8).
Como é do conhecimento dos especialistas, as contagens cromossómicas determinadas
pelos diversos autores que se ocuparam da familia nem sempre sao coincidentes. Parece-nos
que as discrepancias encontradas sao em número bastante elevado para que todas possam ser
atribuidas a erros de identificáo ou de contagem. Deve, alias, salientar-se que o estudo
cariológico das Ranunculaceaetem recebido considerável atencáo de muitos especialistas, aos
quais procuramos fazer devida referencia bibliográfica. No entanto, a «Flora Europaea,
check-list and chromosome index» de D . M . MOORE (1982), que nao pode contar com previos
estudos específicamente europeus sobre esta familia, apresenta, por esse facto, varias lacunas
no que diz respeito ao estudo de material proveniente deste continente.
0 presente trabalho constituí, portanto, o nosso primeiro contributo para o esclarecimento dos números cromossómicos das ranunculáceas portuguesas, já que é nossa intencáo, num
futuro mais ou menos próximo, apresentar um trabalho mais completo da familia.
Os resultados encontram-se sumariados no Quadro I.
Material e método
Algumas das plantas estudadas foram colhidas no estado espontáneo em diversas locali­
dades de Portugal e transplantadas para o Jardim Botánico de Coimbra. Outras foram obtidas
por germinacáo de sementes colhidas em plantas espontáneas.
Os meristemas radiculares de urnas e outras foram fixados no laboratorio.
Para a obtencáo de preparacoes definitivas, utilizou-se a seguinte técnica:
1 - Fixacáo em Navachine (modificacáo de Brunn).
2 - Cortes transversais ao micrótomo, com a espessura de 15 a 18 u após previa inclusáo
em parafina, segundo a técnica clássica.
3 - Coloracáo com violeta de genciana, segundo o método de L A COUR (1937).
Os desenhos, executados á cámara clara, foram reproduzidos a urna ampliacáo de ca.
3.000.
Para a identificacáo dos espécimes seguiu-se TUTIN & al. (1964), FRANCO (1971) e
CASTROVIEJO & al. (1986).
A ordenacáo dos géneros e das especies é a proposta por CASTROVIEJO (CASTROVIEJO &
a l , 1986)..
Quanto á proveniencia do material, pareceu-nos oportuno acrescentar, á frente de cada
urna das localidades, a provincia a que pertencem, utilizando o código alfabético seguido pela
«Flora Ibérica».
Os espécimes- testemunho do material estudado encontram-se depositados no Instituto
Botánico de Coimbra.
Resultados e considerares
1. Helleborus foetidus L .
Proveniencia do material : Braganca, Monte de S. Bartolomeu (TM) (N.° 2293).
Número cromossómico : 2n = 32 (fig. 1).
STRASBURGER (1888), determinou para este taxon 2n = 24, número confirmado por
OVERTON (1905).
Os exemplares por nos examinados apresentam 2n = 32, de acordó com as determinacoes
de KURITA (1957,1958), HARVEY (1966), FERNÁNDEZ CASAS & Rulz REJÓN (1974) e LOVE &
KJELLQVIST (1974), as quais confirmam contagens cromossómicas mais antigás.
Download

entre outras, «algumas das divergencias suscitadas pelos estudos