2011-06-02
Clube Português do Pâncreas alerta: Apenas cinco por cento dos doentes sobrevive ao
fim de cinco anos
O Clube Português do Pâncreas (CPP) alerta para a importância do diagnóstico precoce e para
o controlo dos factores de risco do carcinoma do Pâncreas, um dos mais agressivos tumores
do tubo digestivo e para o qual o tratamento é ainda muito difícil. Este apelo surge por ocasião
da Semana Digestiva 2011, que está a decorrer no Centro de Congressos do Estoril, e no
âmbito da qual o CPP promove, hoje, quinta-feira, um workshop científico.
Teresa Antunes, Presidente do Clube Português do Pâncreas, lembra “se o diagnóstico
precoce é importante em qualquer patologia, nesta doença assume um carácter decisivo, na
medida em que estamos em presença de uma patologia de grande agressividade biológica,
com um diagnóstico por vezes difícil e com uma sobrevida global de apenas cinco por cento
aos cinco anos”.
Nos países ocidentais a incidência de cancro do pâncreas é de oito a 12 casos por cem mil
habitantes. Os sintomas mais frequentes são a dor, o emagrecimento e a coloração amarelada
da pele (icterícia). A dor manifesta-se mais frequentemente na parte superior do abdómen, mas
também é usual manifestar-se com mais evidência na região dorso-lombar. A perda de peso é
acompanhada de falta de apetite, enfartamento podem aparecer outros sintomas menos
frequentes.
A identificação de factores de risco é difícil mas “o tabaco é claramente um deles, aumentando
em cerca de duas vezes e meia o risco em relação à população não fumadora. O número de
cigarros fumado também é importante e há trabalhos que mostram que a interrupção do
consumo do tabaco faz regredir o risco” afirma a especialista. No entanto, só ao fim de 10 anos
após a cessação do tabaco se atinge o patamar do não fumador.
O risco de desenvolver Cancro do Pâncreas aumenta se, ao consumo de tabaco, estiver
associada uma alimentação hipercalórica, hiperproteica e com alto teor em gordura,
favorecendo o aparecimento em idades mais precoces.
Sabe-se igualmente que os doentes com pancreatite crónica na sua forma não hereditária têm
um risco acrescido de instalação de carcinoma do pâncreas. A Pancreatite crónica, é uma
doença em que predomina a inflamação que conduz a insuficiência pancreática exócrina. Esta
alteração ocorre porque o pâncreas vai perdendo a sua capacidade de produzir as enzimas
suficientes para a digestão dos alimentos. Também a produção de insulina fica comprometida
levando à diabetes. O alcoolismo está na origem da maior parte dos casos de pancreatite
crónica.
“Para além destas causas que podemos em parte controlar com hábitos de vida e cuidados
alimentares, o Cancro do Pâncreas pode surgir devido à susceptibilidade genética dos
indivíduos”, conclui Teresa Antunes.
Sobre o Clube Português do Pâncreas (CPP)
O CPP é uma Associação de médicos interessados na patologia pancreática. Fundado em
1979, tem por objectivo fomentar o conhecimento do pâncreas, normal e patológico, exócrino e
endócrino, encorajando a investigação básica e clínica.
Sobre o Pâncreas
O pâncreas é uma glândula do sistema digestivo e endócrino de animais vertebrados. Funciona
como glândula exócrina (segrega suco pancreático que contém enzimas digestivas) e como
endócrina (produzindo hormonas importantes como insulina e glucagon, entre outras).
Mais informações em www.cppancreas.com
http://www.jasfarma.pt/noticia.php?id=4748
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Apenas cinco por cento dos doentes sobrevive ao fim de cinco anos