13/10/2015 ESTRUTURA MOLECULAR Prof. Harley P. Martins filho oA aproximação de Born-Oppenheimer Núcleos são muito mais pesados que elétrons dinâmica dos elétrons pode ser estudada com os núcleos parados (aproximação de Born-Oppenheimer). Resolve-se a equação de Schrödinger para os elétrons da molécula para uma dada separação entre os núcleos. Repetindo-se os cálculos para outras separações, determina-se a curva de energia potencial molecular determinação do comprimento de ligação no equilíbrio Re e da energia de dissociação da ligação D0 (através do parâmetro da curva De) Exceções à aproximação: alguns estados excitados de poliatômicas e estados fundamentais de cátions. 1 13/10/2015 o Teoria da ligação de valência Conceitos fundamentais: compartilhamento de elétrons por um par de átomos com emparelhamento de spins, hibridização. • A molécula de hidrogênio A função de onda espacial Se dois átomos de hidrogênio estivessem infinitamente separados, não haveria interação eletrostática entre particulas do átomo a com as do átomo b hamiltoniano do sistema seria uma soma dos hamiltonianos hidrogenóides separáveis. Solução: = a(1)b(2) e E = E(1) + E(2). No estado fundamental, = 1sa(1)1sb(2) E = 2E(1s) Com a aproximação dos átomos, os elétrons passam a poder se aproximar de ambos os núcleos tornando-se indistinguíveis. A função = 1sa(2)1sb(1) passa a também ser possível. Correta função completa: + = N(1sa(1)1sb(2) + 1sa(2)1sb(1)) - = N’(1sa(1)1sb(2) - 1sa(2)1sb(1)) Com as duas funções, calculam-se os valores esperados E+ e E- da energia da molécula para várias distâncias internucleares. E = 2E(1s) E+ E- 2 13/10/2015 Normalização da função de onda + da ligação de valência: N 2 1sa (1)1sb ( 2) 1sa ( 2)1sb (1) d 1d 2 1 2 1s (1)1s (2)d d 1 2 N2 2 a 1 2 2 b 1 2 1sa2 ( 2)1sb2 (1)d 1d 2 1 2 2 1sa (1)1sb ( 2)1sa ( 2)1sb (1)d 1d 2 1 1 2 N 2 1sa2 (1)d 1 1sb2 ( 2)d 2 1sb2 (1)d 1 1sa2 ( 2)d 2 1 2 1 2 2 1sa (1)1sb (1)d 1 1sb ( 2)1sa ( 2)d 2 1 1 2 N 2 1 1 2S 2 1 onde S 1sa 1sb d integral de recobrimento N 1 2 2S 2 1/ 2 Para -, N 1 2 2S 2 1/ 2 Densidade de probabilidade de +: 2 1 2 2S 1s (1)1s (2) 1s (2)1s (1) 21s (1)1s (2)1s (2)1s (1) 2 a 2 2 b 2 a 2 b a b a b Densidade de probabilidade para o elétron 1 independente do elétron 2 integrar +2 em todo o espaço do elétron 2: 1 1sa2 (1) 1sb2 (2)d 2 1sb2 (1) 1sa2 (2)d 2 2 2 2 2 2S 2 (1) 2 1sa (1)1sb (1) 1sb (2)1sa ( 2)d 2 2 1 2 2S 1s (1) 1s (1) 2S 1s (1)1s (1) 2 a 2 2 b a b Similarmente, para -2(1): 2 (1) 1 2 2 2 2S 2 1sa (1) 1sb (1) 2S 1sa (1)1sb (1) 3 13/10/2015 Gráfico do valor de +2(1) e de suas partes como função da posição do elétron no eixo z. +2(1) 1sa2(1) ou 1sb2(1) 1sa2(1) + 1sb2(1) Densidade eletrônica entre os núcleos é mais alta do que 1sa2(1) + 1sb2(1). Densidade extra (termo 2S(1sa(1)1sb(1)) depende do recobrimento das nuvens eletrônicas quanto maior recobrimento, mais forte a ligação. Distribuição eletrônica tem Para -2(1), simetria cilíndrica em torno do eixo internuclear (não há nós da função em torno do eixo) ligação (momento angular orbital nulo em relação ao eixo internuclear) O papel do spin do elétron Função de onda espacial + é simétrica em relação à troca de índices dos elétrons deve ser multiplicada pela função spin para que a função completa seja anti-simétrica ligação química se forma com emparelhamento de elétrons. +(1,2) = N(1sa(1)1sb(2) + 1sa(2)1sb(1))[(1)(2) - (1) (2)] Constante de normalização é a multiplicação das constantes de normalização da parte espacial e da parte spin, já que as integrações são feitas separadamente para estas partes. N 1 1 1 1/ 2 1/ 2 2 2 S 2 4 4 S 1 / 2 4 13/10/2015 • Moléculas diatômicas homonucleares Um elétron em um orbital de um dos átomos será emparelhado com outro elétron do outro átomo em orbital de mesma simetria para formar ligação. exemplo: N2. Configuração de valência do átomo de nitrogênio: 2s22px12py12pz1. Tomando o eixo z como o eixo internuclear, elétrons nos orbitais 2pz serão emparelhados para formar uma ligação . Elétrons nos orbitais 2px emparelham-se para formar uma ligação , que tem um plano nodal em relação ao eixo z. Elétrons nos orbitais 2py fazem outra ligação . Ligação Ligação usando orbitais pz Estrutura eletrônica completa do N2. Nuvem eletrônica total é cilindricamente simétrica em torno de z. Considerando um “modelo da ligação independente”, pelo qual a existência de uma ligação não interfere na outra, a função de onda total é o produto das funções que descrevem cada ligação: (1,2,3,4,5,6) N 2 pza (1)2 pzb (2) 2 pza (2)2 pzb (1) (1,2) 2 pxa (3)2 pxb (4) 2 pxa (4)2 pxb (3) (3,4) 2 p ya (5)2 p yb (6) 2 p ya (6)2 p yb (5) (5,6) 5 13/10/2015 o Teoria do orbital molecular Conceito fundamental: elétrons ocupam orbitais que envolvem toda a molécula, obedecendo ao princípio da exclusão de Pauli. • O íon do hidrogênio molecular x z y Hamiltoniano do único elétron do H2+: Na aproximação de Born-Oppenheimer, R é constante, mas distâncias rA1 e rB1 não são coordenadas independentes transformar hamiltoniano para coordenadas elípticas: rA1 rB1 r r , A1 B1 , R R é o ângulo entre a projeção de rA1 ou rB1 no plano xy e o eixo x. Equação de Schrödinger fica separável, sendo o resultado uma função, o orbital molecular, que é o produto de funções separadas em , e na forma 1 ( , , ) L( ) M ( ) ei 1/ 2 2 L e M são séries infinitas de funções não caracterizadas por números quânticos. Há uma energia quantizada para cada orbital , mas que não depende de um número quântico. 6 13/10/2015 Parte em é autofunção do operador lz, com autovalor ℏ. Elétron gira em torno do eixo z, com = 0, 1, 2 ... Soluções (e energia) dependem do valor de R estabelecido curvas de energia potencial para cada orbital molecular. Moléculas polieletrônicas: aplicando-se o modelo da partícula independente como nos átomos polieletrônicos, funções de onda serão produtos dos orbitais moleculares do H2+, otimizados variacionalmente e levando em consideração princípio da exclusão de Pauli. Combinações lineares de orbitais atômicos No íon H2+, se o elétron estiver muito próximo ao núcleo a, função de onda do sistema é aproximadamente um orbital atômico naquele átomo: A(1), onde A é o orbital ocupado em a. De modo análogo, B(1), quando o elétron estiver muito próximo de b. A função de onda completa deve uma combinação linear de orbitais atômicos (CLOA, em inglês LCAO) No estado fundamental, A = 1sa e B = 1sb. Simetria do orbital é cilíndrica em relação ao eixo z orbital ( = 0). Normalização: +2 = N2(A2 + 2AB + B2) =1 7 13/10/2015 Construção de curvas de amplitude constante para +: Para vários valores de rA e , calcular valor de rB segundo e calcular valor de +. Ligando-se pontos com o mesmo valor de +, obtém-se as curvas: Figura de contorno correspondente a uma linha de amplitude constante: Orbitais ligantes Densidade de probabilidade para o orbital +: N2(A2 + B2 + 2AB) +2 = N2(A2 + B2 + 2AB) Curva de densidade de probabilidade para posições do elétron no plano horizontal contendo os núcleos: 8 13/10/2015 Densidade de probabilidade é a soma de três parcelas: 1. A2, densidade correspondente ao elétron no átomo a. 2. B2, densidade correspondente ao elétron no átomo b. 3. 2AB, a densidade de superposição, que principalmente para a região internuclear representa um aumento na probabilidade de se encontrar o elétron. Como os orbitais atômicos têm amplitude positiva na região internuclear, amplitudes interferem construtivamente. Elétron se concentra na região internuclear, interagindo com os dois núcleos e abaixando a energia do sistema orbital (+) é um orbital ligante. Configuração eletrônica do H2+: 11 Resultado do cálculo do valor esperado da energia com o orbital ligante: E1 N 2 A B H A B d onde 9 13/10/2015 j: quantifica a interação entre um núcleo e a densidade centrada no outro núcleo. k: quantifica a interação entre um núcleo e o excesso de probabilidade na região internuclear proveniente da superposição. Distância internuclear de equilíbrio calculada: 130 pm (experimental: 106 pm) Energia do mínimo na curva (De): 1,77 eV (experimental: 2,6 eV) E(1s) orbitais antiligantes Em -, orbitais atômicos interferem destrutivamente. Orbital ainda tem simetria cilíndrica em torno de z orbital antiligante 2*. N A B 2 N 2 A2 B 2 2 AB Representações da amplitude do orbital 2* Superfície de -2 para posições do elétron no plano horizontal 10 13/10/2015 Parcela -2AB diminui a densidade de probabilidade entre os núcleos elétron concentra-se dos lados dos núcleos externos à molécula, criando uma repulsão entre os núcleos. Para qualquer distância internuclear, E E (1s) E E (1s) O orbital antiligante é mais antiligante do que o ligante é ligante. Simetria de inversão: para diatômicas homonucleares, qualquer orbital molecular tem caráter par (gerade, em alemão) ou ímpar (ungerade) quando a função de onda correspondente é invertida através do centro de inversão da molécula. Orbital ligante é par (g) enquanto orbital antiligante é ímpar (u). Numera-se separadamente orbitais de simetria diferente orbitais estudados até agora seriam os 1g e 1u. 11 13/10/2015 o A estrutura das moléculas diatômicas Princípio da estruturação aplicado a moléculas: I. Construir orbitais moleculares (ligantes e antiligantes) pela combinação linear de orbitais atômicos de mesma simetria. II. Ocupar os orbitais com elétrons de modo a se obter a mínima energia, respeitando o princípio da exclusão de Pauli. III. Para orbitais degenerados, ocupá-los com apenas um elétron antes de ocupá-los duplamente. No caso de mais de um orbital com apenas um elétron, elétrons desemparelhados corresponderão a energia mais baixa. • Moléculas do hidrogênio e do hélio Configuração eletrônica do H2: 1g2 Há uma ligação química na molécula, que corresponde a um par de elétrons emparelhados ocupando um orbital ligante. Diagrama dos níveis de energia dos orbitais moleculares, com as energias correspondentes à distância internuclear de equilíbrio. He2: configuração 1g21u2, mas a energia da molécula fica mais alta que a dos átomos separados molécula não se forma. 12 13/10/2015 • Moléculas diatômicas do segundo período Usar apenas os orbitais de valência dos átomos para formação dos orbitais moleculares. Com átomos da primeira e segunda linhas da tabela periódica, o conjunto de bases compreenderá os orbitais 2s e os três orbitais 2p dos dois átomos. Com um número n de orbitais de base, constrói-se n orbitais moleculares. Forma geral de uma combinação linear de orbitais atômicos: ci i i onde os i são os orbitais atômicos. Para as diatômicas, c1 2sA c2 2sB c3 2 pzA c4 2 pzB c5 2 pxA c6 2 pxB c7 2 pyA c8 2 pyB Utilizar o princípio variacional para obtenção dos coeficientes ci que minimizem a energia de um elétron em cada orbital molecular. O cálculo do valor esperado da energia com um orbital molecular genérico resulta numa expressão que é função dos ci. Para minimizar a energia fazemos E 0 ci para todos os coeficientes ci Resultado: um conjunto de equações lineares homogêneas em ci, as equações seculares: H ki ESki ci 0 (fazer um somatório para cada k) i onde H ki k * Hˆ i d e Ski k * i d Hii = i = Integral coulombiana (negativa). É aproximadamente a energia de um elétron no orbital i na presença dos outros núcleos. 13 13/10/2015 Hki = ki = Integral de ressonância. Negativa e dependente do recobrimento entre os orbitais k e i. Representa o abaixamento de energia devido à possibilidade do elétron passar de k para i e vice-versa. Forma matricial das equações seculares: H ESC 0 1 12 2 H 21 31 13 S11 S12 S21 S22 S S 31 S13 c1 0 c2 0 C c O 0 3 As equações seculares são um conjunto de equações lineares e homogêneas nos ci. Resolução: H ES 0 Resolução do determinante dá os valores possíveis de E, os autovalores do hamiltoniano molecular. Resolução das equações seculares com cada valor de E obtenção de um conjunto de ci para cada E (os orbitais moleculares). Moléculas diatômicas homonucleares Conjunto de bases: 1 2 3 4 5 6 7 8 2sa 2sb 2pza 2pzb 2pxa 2pxb 2pya 2pyb Determinante secular: 1 ES11 12 ES12 18 ES18 21 ES 21 2 ES 22 81 ES82 0 Polinômio de 8ª ordem em E. 8 ES88 14 13/10/2015 Simplificações no cálculo das integrais: I. H é operador hermitiano Hij = Hji . Integrais de recobrimento também são simétricas (Sij = Sji) determinante secular é simétrico. II. Orbitais atômicos são normalizados Sii = 1. III. Orbitais atômicos de um mesmo átomo são ortogonais Sij = 0 para i e j do mesmo átomo. Exemplos: S13 = 0, S35 = 0 etc. IV. Só orbitais atômicos de mesma simetria em relação à simetria da molécula podem se combinar em um orbital molecular. Orbitais s, pz e dz2 simetria cilíndrica em relação ao eixo internuclear simetria . Orbitais px, py, dxz e dyz têm um plano nodal que contém o eixo internuclear simetria . 15 13/10/2015 Orbitais dx2-y2 e dxy têm dois planos nodais que contém o eixo internuclear simetria . Recobrimento entre orbitais de simetria diferente é sempre nulo: 2s 2px Recobrimento positivo Recobrimento negativo S=0 Sij = 0 para i e j de simetria diferente e assim também para as integrais ij. Para o conjunto de bases proposto para as diatômicas homonucleares, Sij = ij = 0 para i = 1, 2, 3 e 4 e j = 5, 6, 7 e 8. Apesar dos orbitais px e py serem de mesma simetria, sobreposições do tipo 2pxa com 2pyb também são nulas e portanto também as integrais S e correspondentes. S58 = 58 = S67 = 67 = 0 V. Algumas integrais têm o mesmo valor por equivalência dos orbitais envolvidos. Exemplos: 1 = 2 , 56 = 78 etc. 16 13/10/2015 Determinante secular termina blocado: 0 0 0 0 0 0 0 0 ( 4 4) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ( 2 2) 0 0 y 0 0 0 0 x 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ( 2 2) Resolver cada bloco separadamente, igualando-os individualmente a zero. Cada bloco gera equações seculares separadas. Resolução dos blocos do determinante: I. Bloco x: 5 E 56 ES56 56 ES56 0 5 E Expandindo: 5 E 2 56 ES56 2 0 5 E 56 ES56 E 5 56 1 S56 E 5 56 1 S56 Integrais e são negativas enquanto integral S é positiva E+ < E-. 17 13/10/2015 E5 E+ Sobreposição dos orbitais é pequena valor de 56 é baixo (em módulo) E+ e E- são próximos a 5. Cálculo dos coeficientes dos orbitais moleculares montar equações seculares para o bloco x: H ES C 0 5 E 56 ES56 56 ES56 c5 0 5 E c6 0 5 E c5 56 ES56 c6 0 56 ES56 c5 5 E c6 0 Da primeira equação, c5 ES56 56 c6 5 E Substituindo expressão para E+, c5 1 c6 Orbital molecular: + = c52pxa + c62pxb = c5(2pxa + 2pxb) Constante única c5 na verdade tem a função de constante de normalização. 1 2 p 2 pxb 2 2 S56 1 / 2 xa Para energia E-, c5 1 2 p 2 pxb 1 c5 2 p xa 2 p xb c6 2 2 S56 1/ 2 xa 18 13/10/2015 Orbital x ligante é ímpar (u) e orbital antiligante x é par (g). II. Bloco y. Por equivalência, bloco y é igual ao bloco x . Novos orbitais: u(y) ligante degenerado com u(x) e g(y) antiligante degenerado com g(x). E- (1g) 5 E+ (1u) III. Bloco . Aproximação: energia dos orbitais 2s é muito diferente da dos orbitais 2pz (1 = 2 3 = 4) haverá dois orbitais moleculares com muita participação dos orbitais 2s e pouca participação dos 2pz e outros dois orbitais moleculares com situação inversa tratar determinantes com orbitais 2s separadamente do determinante com orbitais 2pz. Bloco 2s: resolução análoga à do bloco x. 19 13/10/2015 1 g 1 2s 2sb 2 2S12 1/ 2 a E 1 u 1 2s 2s 2 2S12 1/ 2 a b E 1 12 1 S12 1 12 1 S12 Sobreposição entre 2sa e 2sb é muito maior que entre 2pxa e 2pxb valor de 12 é muito maior que 56 separação entre E+ e E- é muito maior para o bloco 2s. Bloco 2pz: resolução também análoga à do bloco x. Sobreposição entre 2pza e 2pzb é da ordem daquela entre 2sa e 2sb separação entre E+ e E- é similar. 2 g (3 ) 1 2 p 2 pzb 2 2S34 1/ 2 za 2 u (4 *) 1 2 p 2 pzb 2 2S34 1/ 2 za Diagrama completo de energias dos orbitais moleculares de moléculas diatômicas homonucleares de átomos com grande separação de energia dos orbitais 2s e 2pz: 20 13/10/2015 Se a separação de energia 2s – 2pz é pequena, orbitais misturarão orbitais 2s e 2pz, podendo levar ao diagrama de níveis ao lado: Evolução do diagrama de energias com o número atômico dos átomos envolvidos: Usar o diagrama acima para homonucleares até o N2. Preencher os orbitais segundo o princípio de estruturação para obter as configurações eletrônicas das moléculas. Exemplo: N2 5 elétrons de valência por átomo 10 elétrons de valência. Configuração: Na verdade, a energia de repulsão ocasionada pela colocação de dois elétrons em um mesmo orbital pode tornar vantajoso (em termos de diminuição de energia ) colocar um dos elétrons em orbital de energia um pouco mais alta. Exemplo: B2 6 elétrons de valência configuração segundo o princípio da estruturação: 1g21u212. Configuração fundamental observada espectroscopicamente: 1g21u112 2g1. Diatômicas homonucleares com elementos das outras linhas da tabela: usar sempre orbitais atômicos de valência para formar os orbitais moleculares. A partir de n = 3, separação entre energias dos orbitais s e p é sempre grande ordenamento g < u < g < g. 21 13/10/2015 • A ordem de ligação O balanço entre elétrons em orbitais ligantes e antiligantes dá uma medida da ligação líquida em uma molécula. Ordem de ligação: 1 b n n * 2 n = no de elétrons em orbitais ligantes n* = no de elétrons em orbitais antiligantes H2: b = 1 He2: b = 0 Quanto mais elevada a ordem de ligação, menor o comprimento de ligação. Quanto mais elevada a ordem de ligação, maior a força da ligação (e a energia de dissociação). Exemplo: N2 b = (1/2)(8 – 2) = 3 He2 b = (1/2)(2 – 2) = 0 22 13/10/2015 Molécula de O2: configuração fundamental De acordo com o princípio da estruturação os últimos dois elétrons estarão em orbitais diferentes (1g(x) e 1g(y)) e desemparelhados momentos angulares spin se somam para dar um momento spin líquido à molécula. O momento spin é a origem do momento magnético molécula de O2 é paramagnética. Uma previsão de energias de dissociação relativas de moléculas e íons pode ser feita com base nas ordens de ligação. Exemplo: N2 e N2+. Com valor menor de b, cátion deve ter menor energia de dissociação. Valor experimental: 842 kJ mol-1 (N2: 945 kJ mol-1) o Moléculas diatômicas heteronucleares Ligação polar: = caa + cbb, com ca cb Se átomo A é mais eletronegativo que o B, ca > cb no orbital ligante. Proporção de participação de um orbital atômico em um orbital molecular: ci2 • Cálculo variacional simplificado: Desprezando o valor de Sab, determinante secular toma a forma a E 0 b E a b (energias de orbitais em átomos diferentes) 23 13/10/2015 Soluções: E b tg sen a cos b E a tg cos a sen b onde 1 2 arctg 2 b a se a e b são muito diferentes, é muito pequeno cos 1 e sen 0 tg 0 E- b e E+ a pouco efeito ligante e antiligante. Justifica, por exemplo, separar orbitais 1s de orbitais 2s e 2p em cálculos de orbitais moleculares. Valores de podem ser estimados a partir de energias de ionização: Teorema de Koopmans: considerando-se que a energia de um átomo ou molécula é a soma das energias dos orbitais ocupados por elétrons, diferença entre energia de um íon e de seu átomo neutro (energia de ionização) é a energia do orbital que o elétron ejetado ocupava. Formalmente, Ii = -i. Ou seja, i -Ii. Molécula de HF: Energias de ionização (eV): 2s(F) 2p(F) 1s(H) 40,2 18,6 13,6 24 13/10/2015 Por semelhança de energias, combinar 2p(F) e 1s(H). a(F) = -18,6 eV, b(H) = -13,6 eV e considerar = -1,0 eV = (1/2)arctg(0,40) = 10,9o E- = -13,4 eV - = 0,19(2p(F)) – 0,98(1s(H)) E+ = -18,8 eV + = 0,98(2p(F)) + 0,19(1s(H)) -: 96% de orbital 1s(H) +: 96% de orbital 2p(F) Diagrama completo de energias: F 4* 2s ↿⇂ 1 3 ↿⇂ 2 1s ↿⇂ 2p ↿⇂ 1s(H) ↿⇂ 1 25 13/10/2015 Moléculas heteronucleares com átomos da segunda linha da tabela periódica Se um dos átomos for mais leve ou igual ao nitrogênio acontecerá a inversão do orbitais moleculares 1 < 3 < 2 < 4. Para moléculas heteronucleares não há a simetria de inversão todos os orbitais participam de uma numeração, todos os orbitais participam de uma numeração etc. 26