METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA GEOGRAFIA ARTES E ED.
FÍSICA
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA
1 POR QUE ENSINAR HISTÓRIA?
As pessoas fazem leituras a partir do que pensam e entendem da realidade
e, também, a partir das imagens que tem do outro. Essas leituras e imagens são
marcadas pelo que aprendemos quando crianças e que nos acompanha por toda
a nossa vida. São as nossas concepções que marcam a nossa existência,
portanto, o ensino de história pode contribuir para a compreensão das diferentes
experiências humanas vivenciadas - práticas sociais de vários grupos humanos
em diferentes tempos e espaços.
Os autores César Coll e Ana Teberosky (2008, p.7) descrevem a história
como possibilidade de análise dos relatos das ações humanas significativas,
porque descreve o como e o quando ocorreram e os personagens mais
importantes do momento citado. Os autores citam que no estudo da história, são
utilizadas noções como: fatos, personagens importantes e tempo histórico.
A proposta atual para as aulas de história para crianças das séries iniciais
do Ensino Fundamental têm por base permitir a compreensão da realidade e o
levantamento de possibilidades de mudança a serem realizadas pelo homem com
o objetivo de ampliar suas experiências coletivas.
O objetivo atualmente é que a escola reinterprete o passado para que o
aluno compreenda a origem sócio-histórica dos conflitos de seu país e do mundo
em que vive, devendo partir da realidade social da criança e também da
realidade intelectual de sua faixa etária. Para tanto, o professor precisa despertar
no aluno, desde as séries iniciais, o interesse em conhecer os grupos com os
quais convive em sua comunidade e o desejo de atuar no sentido de transformála.
O aluno pode e deve organizar o próprio conhecimento, através de estudos
e experiências, individuais ou grupais, deve ser instigado a pesquisar, encontrar
informações, depoimentos, gravuras, músicas, charges e documentos. O papel
do professor, portanto, consiste em mediar esse processo de construção do
conhecimento de história do aluno.
Várias pesquisas apontam para a ênfase ainda dada em ensinar nas aulas
de história os nomes de “heróis”, datas comemorativas e fatos históricos, muitas
vezes de forma descontextualizada, como se fossem produtos de ações
individualizadas.
O ensino de história fundamentado na ênfase de “heróis” e datas
comemorativas não é atual, essa metodologia surgiu desde a Proclamação da
República quando da necessidade de construção de uma identidade para o nosso
povo e foi idealizada sob a ótica dos governantes e da classe dominante.
Esse ensino tem se mostrado ineficiente, pois seus conhecimentos não tem
significado para os nossos alunos com realidades, valores, pensamentos e
histórias de vidas diferentes, ou seja, não tem atingido o objetivo de promover o
desenvolvimento crítico e a participação social nos alunos.
Segundo Nemi e Martins(1 996,p.20) atribui-se circunstâncias históricas
como se fossem obras de algumas pessoas e não como ação de construção e
desconstrução coletiva.
O ensino de história não tem dado ênfase ao ser humano ou aos povos
como agentes do processo histórico, apresenta os fatos como se não existissem
conflitos e contradições.
Os autores Nemi e Martins (1996, p. 24) sugerem que as aulas de história
devem possibilitar a interpretação das diferentes visões que se tem do Brasil
para que o aluno escolha a sua própria leitura.
É necessário, portanto, que o aluno compreenda o momento histórico em
que vive e para atingir esse objetivo é importante disponibilizar situações em que
o aluno possa analisar e interpretar os processos de transformação das relações
entre os homens e destes com a natureza.
Bittencourt (2004, p. 84) explica que antes da influência dos pressupostos
da psicologia cognitiva, a história era ensinada por métodos de memorização. A
autora (2004, p. 99) aborda a preocupação atual de muitas propostas para um
ensino de história significativo para as novas gerações, “público escolar” com
ritmos diversos de aprendizagem, com ações de intenso consumismo e
expectativas utilitá rias acentuadas.
Bittencourt (2004, p.113) reconhece a necessidade de se trabalhar com
festas comemorativas no ensino de história no Brasil, mas ressalta que foram
introduzidos alguns outros representantes da sociedade como: dia do índio (19
de abril), dia da consciência negra (20 de novembro).
A autora (2004, p. 113) aponta para os PCNs de história como um dos
responsáveis a enfatizar a cultura, a organização social e a do trabalho e as
noções de tempo/espaço históricos a serem trabalhados desde o processo de
alfabetização no Ensino Fundamental.
1.1 O ensino de História nos últimos tempos
O futuro professor precisa conhecer um pouco da história do ensino de
História no nosso país e suas principais características com o objetivo de analisálas, transformar a própria prática e não reproduzir alguns aspectos desse ensino:
O quadro apresentado pode ajudar o futuro professor no planejamento de
suas aulas de história a tomar alguns cuidados como a:
•
reprodução de fatos históricos como se fossem distantes e não
implicassem na realidade atual;
•
retratação de personagens idealizados como se fossem pessoas que
não tivessem questionamentos, intenções não reveladas, etc.;
•
memorização de datas sem interligá-las com a realidade e sem
significado para o aluno;
•
ausência de conflitos de interesses e sem condicionantes que
influenciam a realidade.
Segundo os PCNs, no que se refere ao ensino da história, o principal
objetivo é garantir a todo aluno e de qualquer região do país o direito de ter
acesso aos conhecimentos considerados indispensáveis à construção de sua
cidadania.
2 ENSINAR HISTÓRIA É FORMAR O ALUNO CIDADÃO?
Ao ensinar história, algumas questões devem ser consideradas no
planejamento e na ação educativa, uma delas é saber qual e como trabalhamos
determinado conteúdo, o que determinou a nossa escolha e a quem
representamos.
Ideologia – A ideologia é um saber que falseia a realidade porque
apresenta um conhecimento parcial sobre o que acontece nas vidas das pessoas.
O ser humano interioriza, entende, aprende sobre a sua realidade em meio
a contradições, mitos e preconceitos que fornecem um saber parcial e
fragmentado dos acontecimentos. É necessário, portanto, que o professor
proporcione um ensino, no qual a pesquisa, a discussão dos porquês, dos
condicionantes dos fatos e os diferentes interesses sejam lidos e interpretados
por seus alunos.
3 CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET E VYGOTSKY PARA O ENSINO DE
HISTÓRIA.
O ensino de história numa concepção sócio-histórica considera que:
•
o homem se situa em sociedade por meio da incorporação de leis
histórico-culturais que determinam suas relações sociais.
•
a escola deve criar situações de aprendizagem para que as crianças
troquem experiências com a coordenação e interferência do professor, sem
esquecer a sistematização dos trabalhos realizados.
O ensino de história, sob a ótica sociointeracionista, possibilita que o aluno
alcance uma leitura social e política da realidade, portanto, o professor deve
somar o conteúdo a ser trabalhado a contextualização dos fatos em questão.
O professor tem o papel de articular, mediar conceitos espontâneos e
conceitos científicos, fornecendo novas e mais eficientes formas de compreensão
da realidade.
As atuais propostas curriculares para o ensino de história sugerem o
desenvolvimento de ações educativas que possibilitem ao aluno a compreensão
da história por meio das seguintes relações:
a)
tempo e espaço;
b)
semelhanças e diferenças;
c)
mudança e permanência.
Nas primeiras e segundas séries os temas trabalhados têm o aluno
como centro do assunto: família, bairro e escola.
Nas terceiras e quartas séries os temas permitem diversificar a
experiência do aluno em contextos sócio-políticos mais amplos. Trata-se de
assuntos como: cidade, estado, país, sujeito de determinada classe social.
O professor pode trabalhar com as datas comemorativas de forma a
exemplificar o fim de uma época e o início de outra.
Não se deve ter medo de falar em datas com os alunos, estas serão de
grande utilidade se forem trabalhadas como complemento da aula, ajudando a
desenvolver o conceito de tempo como cronologia e cultura. Na avaliação, o
professor deverá privilegiar as discussões em sala de aula. As datas podem
aparecer na avaliação, mas não como cobrança de memorização.
O professor deve formular questões para iniciar os debates em uma aula,
dessa forma, cria condições fundamentais para despertar a curiosidade dos
alunos ante o assunto proposto. Por isso, as perguntas devem ser diversificadas
e amplas, tornando as aulas mais ricas e profundas, fazendo com que o aluno se
interesse por história e compreenda seu papel na sociedade em que vive.
Tendo como objetivo o desenvolvimento do raciocínio histórico do aluno,
nas aulas de história o professor pode apresentar-lhe as formas de contar o
tempo, utilizadas por diversos povos (esquimós, índios, etc.). Dessa forma, o
aluno conhecerá a linha do tempo tradicional utilizada no mundo ocidental e
poderá criticá-la analisando a realidade social dos grupos que compõem sua
comunidade, estado ou país.
O ensino de história não pode omitir os conflitos (o termo conflito não é
necessariamente sinônimo de guerra) que marcaram a organização das
sociedades, pois são eles que levam os homens a refletir sobre as formas de
organização social, visando modificá-las ou transformá-las.
Para ensinar o papel dos negros na organização do Império, por exemplo, o
professor não pode trabalhar apenas com a informação das regiões da África que
os negros vieram, a época e os castigos que eram submetidos, ou a localização
da escravidão negra no tempo, mas é necessário dimensionar o papel dos negros
na vida dos brasileiros.
Os alunos podem ler poemas, com o intuito de discutir a situação dos
negros. Um dos pontos centrais no ensino de história é garantir que os alunos
desenvolvam a percepção sobre como se dão as alterações sociais no tempo e
como a sociedade chegou a ser o que é hoje. Esse trabalho inicia-se com a
compreensão do aluno de como surgiu o bairro em que mora, a sua cidade,
estado e país.
O professor pode iniciar seu trabalho com questionamentos suscitados a
partir da apresentação de uma música, de um desenho, de um cartaz, de uma
história em quadrinhos, etc.
Por último, utilizar o registro como forma de sistematização do pesquisado
e das discussões em sala de aula.
Nos anos iniciais, quando os alunos não dominam a base alfabética, é
possível o trabalho com o ensino de história por meio da produção de textos
históricos escritos pelo professor na lousa e lidos aos alunos ou também através
de desenhos ilustrativos.
O ensino de história participa da formação global do educando com o
desenvolvimento de habilidades específicas como:
•
aprender a ler um texto de revista, jornal, livro didático, quadrinho
ou até mesmo documento de época;
•
discutir as informações que recebe, seja do que lê ou dos programas
de rádio e tv;
•
produzir textos de reflexão pessoal sobre debates e pesquisas
realizadas em classe;
•
classificar e pesquisar informações extraídas de pesquisa;
•
levantar hipóteses e sugerir projetos;
•
aprender que é o sujeito de sua própria história e da história da sua
comunidade.
Muitos professores se apóiam no livro didático como único recurso de
transmissão de conteúdos. Vários autores criticam essa forma de atuação
pedagógica, Bittencourt (2004, p.295) sugere além dos livros didáticos, filmes,
recortes de notícias publicadas em jornais e revistas, mapas, trabalhos com
dados estatísticos e tabelas.
O planejamento anual de história caracteriza-se pela inter-relação entre
conceitos e conteúdos básicos para a formação de estruturas de pensamento que
fundamentam a compreensão do processo histórico. Os autores Nemi e Martins
(1996, p. 97) sugerem os conteúdos, plano de ação e planejamento citados a
seguir:
Tempo Æ mediação e contagem do tempo Æ ampliação constante
Fonte: NEMI, Ana Lúcia L.; MARTINS, João Carlos. Didática de história – o
tempo vivido: uma outra história? São Paulo: FTD, 1996, p. 97.
Elaborando um plano de ação
•
1ª etapa: o professor faz uma pergunta que desencadeie uma
discussão; pode apresentar uma figura, um conjunto de slides, um depoimento
de um morador da região, um pequeno texto ou uma história em quadrinhos
relacionada ao tema. Pode ainda, iniciar o debate pedindo aos alunos que
montem murais ou que desenhem sobre o assunto e, em seguida, analisar sua
produção com toda a classe.
•
2ª etapa: o professor fará uma aula expositiva com a participação
dos alunos. A aula expositiva será um bom momento para que o aluno se localize
e organize o conhecimento informal que já traz dentro de si. No caso de ter sido
adotado um livro didático, pode-se fazer a leitura coletiva, os alunos podem
discutir palavras desconhecidas, questões que ficaram pendentes, abrir novos
debates e familiarizar-se com a linguagem formal.
•
3ª etapa: o professor orientará os alunos a registrar as informações
aprendidas. O registro pode se dar através de desenhos, colagem, pesquisa,
redação, murais. Os alunos podem divergir quanto às opiniões sobre os assuntos,
mas não devem guardar informações erradas em seus cadernos ou murais de
classe.
•
4ª etapa: o professor dará as chamadas atividades complementares,
tarefas e exercícios individuais ou em grupo que se constituirão em momentos de
reflexão e de complementação por meio de novas operações de raciocínio.
•
5ª etapa: avaliação deve ser o momento de reflexão e de ampliação
de conhecimentos para o aluno e, para o professor, deve ser o momento de
revisão de sua prática pedagógica. É ela que define se os assuntos precisam ser
retomados ou não.
O planejamento da 1ª série
Assuntos significativos:
Medição e contagem do tempo – a partir da vivência cotidiana da
criança, o professor inicia sua contagem e medição. Pode iniciar debates com
perguntas de localização: “O que você fez ontem? Você viajou no mês passado?
Você sabe o que vai fazer no mês que vem?” A partir dessas perguntas o
professor monta calendários com os alunos: hora, dia, semana, mês, ano,
quantos dias e meses o ano tem, etc.Os alunos podem fazer linhas do tempo de
sua vida com base em suas atividades diárias, com as principais datas de sua
vida.
Família – a criança conversará com seus pais sobre o estudo na época
deles, como se vestiam, quais eram as brincadeiras e divertimentos da época,
meios de transporte, etc. Devem ainda comparar objetos utilizados, hábitos
mantidos ou alterados, essas comparações podem ser registradas em murais
através de fotos. O professor poderá então problematizar: “O que melhorou e o
que piorou nas nossas casas?”.
A escola – o aluno fará comparações com a escola de antes e a de hoje:
elencando as modificações, as características que se mantiveram, as diferenças e
semelhanças. Comparar o ensino público e o privado. Entrevistar funcionários,
professores e alunos antigos e atuais. Proceder a confecção da planta da escola e
da sala de aula. O professor poderá então indagar sobre o papel da escola na
comunidade.
A comunidade – o aluno realizará a experiência do pertencer a uma
família, a um grupo. O que existe na comunidade? Quais as atribuições dessas
instituições? O aluno, de posse dessas informações, poderá fazer um
levantamento sobre a vida com unitária, analisará as características básicas e as
necessidades de sua comunidade. Poderá ser feito o mapeamento das ruas e das
instituições da comunidade.
O planejamento da 2ª série
Assuntos significativos
O bairro – o aluno perceberá que faz parte de um bairro que se localiza
numa cidade, que está dentro de um estado, contido num país, que pertence ao
mundo. O professor poderá perguntar: “Vocês tem parentes que moram em
outros bairros dessa cidade ou em outro município? A história deles é igual a
nossa?”
Depois de localizar o bairro no município, estudarão os serviços
disponíveis, autoridades competentes, parques, bibliotecas, relação de trabalho
existente, etc. Com estas informações irão compor a planta do bairro. Os alunos
poderão fazer atividades de comparação com outros bairros.
O município – o aluno estudará sua inclusão no município. Ele já percebe
que no município existem vários bairros com características diferentes. O
professor poderá perguntar: “O nosso bairro tem tudo o que precisamos? O
nosso bairro oferece algo aos outros? Existem bairros puramente residenciais,
comerciais, industriais ou agrícolas?”
A partir deste momento estudará o que é uma prefeitura, quem são os
funcionários públicos e quais são suas atribuições. As noções de público e privado
devem ser retomadas. Pode ser organizada uma visita a locais importantes da
cidade. Em seguida, os alunos farão uma planta da cidade.
A história do município – o professor pode iniciar perguntando: “Como
será que o nosso município chegou a esse ponto? Será que já tivemos
problemas?” O professor poderá propor a discussão da história do município a
partir de temas como: trabalho, relações sociais, política, etc.
O planejamento da 3ª série
Assuntos significativos:
O aluno será apresentado a novas linguagens: poemas, documentos de
época, letras de música, artigos de jornal e revista, programas de tv e rádio, etc.
O Estado hoje - o planisfério é apresentado, os alunos deverão assinalar
município, estado, país e continente com cores diferentes, percebendo tamanho
e localização.
As atividades podem iniciar com debates e pesquisas em múltiplos
aspectos: relações sociais, trabalho e a produção da subsistência, representação
política, produção cultural. O professor então destacará a existência de vários
grupos sociais: descendentes de índios, negros, imigrantes, migrantes, as
relações entre os grupos, as influências que as comunidades exercem umas
sobre as outras.
A história dos grupos sociais - o professor trabalhará visando ampliar o
universo de conhecimentos adquiridos pelo aluno, voltando cada vez mais longe
no tempo. As aulas devem procurar definir as relações sociais e de trabalho que
se estabeleceram no estado, pesquisando sobre os primeiros habitantes e o
modo como eles se relacionaram com os novos grupos que chegavam.
O planejamento da 4ª série
Assuntos significativos:
O trabalho no Brasil hoje – o aluno deverá apontar o Brasil no
planisfério, e assim, perceberá nosso país em um continente, em um planeta...
O professor inicia as discussões acerca do trabalho e a remuneração dos
pais dos alunos e de conhecidos. A classe pode fazer uma pesquisa sobre
profissões. A análise dos resultados da pesquisa permitirá uma discussão sobre o
que é ser assalariado no Brasil.
A transformação do trabalho - pode ser organizado um mural
apresentando a evolução das formas de trabalho e de remuneração no Brasil. É
importante identificar os interesses políticos e econômicos responsáveis pela
introdução desta ou daquela forma de trabalho, assim como os interesses que
dificultam a melhoria das condições de vida dos trabalhadores.
Como trabalhar as múltiplas linguagens
Textos de época – devem ser pequenos e precisam ser lidos com os
alunos para uma decodificação. Nesse caso, será uma oportunidade para debate
e troca de informações. O professor deve sempre informar o aluno sobre o autor
do texto, seu papel na época, sua profissão.
Mapas históricos – os alunos precisam de um mapa do Brasil que pode
ser xerocopiado todas as vezes que uma atividade for feita.
Constituição do Brasil – os alunos podem ler alguns artigos para ilustrar
a aula. É uma forma de introduzir sobre o papel dos poderes públicos. Podem
montar um mural com os assuntos estudados durante o ano.
Meios de comunicação – a discussão de artigos, ilustrações, reportagens
trazidas por jornais, revistas, rádio ou tv permitem aos alunos discutirem
criticamente sobre a notícia, o que é importante para sua autonomia como
cidadão.
Os autores César Coll e Ana Teberosky (2008) sugerem os seguintes
conteúdos a serem trabalhados no ensino de geografia e história, salientamos,
porém, que o professor precisa dosar os conteúdos nas diferentes séries e
conforme a realidade de seus alunos:
1. Como estudar geografia e história
• Como estudar acontecimentos do passado no tempo e no espaço.
2. A vida cotidiana
• O estudo, a escola e o lazer.
3. Pessoas, lugares e paisagens do Brasil
• Pessoas, lugares e costumes do Brasil.
• A natureza no cotidiano das paisagens.
• Diferentes paisagens brasileiras.
4. História da América portuguesa
5. Brasil independente
Os objetivos do ensino de geografia e história devem coincidir com os
propósitos sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e a eles agregar a
experiência da sala de aula.
Nessa perspectiva, o trabalho do professor necessita estar envolvido por
algumas intenções:
•
Estimular permanente diálogo do aluno com os saberes do mundo,
de sua realidade, suas emoções e sonhos;
•
Nunca separar os fundamentos da natureza dos da sociedade e nem
os de “ontem” dos de “agora”;
•
Aprofundar o trabalho de análise cartográfica e o exame de imagens;
•
Explorar a interdisciplinaridade;
•
Aprofundar as relações interpessoais e a progressiva descoberta da
individualidade;
•
Desenvolver, em cada aprendizagem, a exploração do que “sabe”,
“descobre”, e do que se pretende “saber”;
•
Estimular a criatividade.
4 METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA
Além de se relacionar com a natureza, o homem promove mudanças nessa
natureza. Essas mudanças são compreendidas se utilizarmos a geografia física e
humana e demais campos do saber. A geografia é uma das disciplinas que busca
a observação, a descrição, a comparação e a explicação para ajudar a entender a
realidade.
Segundo César Coll e Ana Teberosky (2008, p. 7), a geografia descreve as
relações dos grupos humanos com o espaço que utilizam. Os autores ressaltam
que a geografia aborda noções de território, paisagem e lugar geográfico. Esses
estudos, segundo os autores, se devem ao estudo e análise de documentos
escritos ou ilustrados, testemunhos, mapas, etc.
Os autores Coll e Teberosky (2008, p.7) ressaltam ainda a necessidade dos
alunos conhecerem a geografia brasileira como forma de compreender o que
veem tanto segundo a natureza como a cultura.
O aluno compreende a sua realidade e busca transformá-la quando a
conhece por meio da observação, da análise de sua localização e dos conceitos
assimilados.
O professor pode iniciar seu trabalho com o estudo do ambiente da escola.
Nesse ambiente é possível analisar as desigualdades sociolinguísticas, as
econômicas, as relações de gênero, os diferentes profissionais, as deficiências
físicas, etc.
Os alunos chegam à escola com certa bagagem e noções espaciais
importantes como: vizinhança, ordem ou sucessão de espaço e tempo, utilização
de diferentes espaços que devem compor o início do trabalho de representação
espacial.
Os mapas e as plantas são representações planas (bidimensionais) da
realidade (tridimensional). Na passagem do tridimensional para a representação
do bidimensional, o professor poderá trabalhar inicialmente com a construção de
uma maquete.
O trabalho com mapas envolve certo grau de abstração, mas é possível
que o aluno comece a reconstruir a representação da própria realidade por meio
dessa atividade.
O professor pode propor atividades que envolvam códigos para representar
o espaço, desvendando mecanismos e recursos, de acordo com o grau de
abstração que foi atingido.
O mapa é um modelo plano e reduzido, uma representação da Terra ou de
parte dela, e o professor deve trabalhar com a noção de escala utilizando a
nomenclatura correta: escala e não tamanho.
Outros elementos a serem trabalhados são os símbolos ou convenções
cartográficas.
Os símbolos, além de possuírem significados, fazem correspondência com o
objeto que representam. Portanto, no mapeamento em sala de aula, o uso de
legenda deve ser comum. É com o uso frequente dos mapas, que os alunos se
familiarizarão com as convenções cartográficas internacionais.
O planejamento das primeiras séries
Nas primeiras séries, a criança percebe a construção do espaço pela
observação dos arredores da escola e do itinerário casa-escola que poderá
representar por meio de registros sistematizados do observado.
Os conhecimentos sobre direções cardeais devem ser aplicados nos
trabalhos com mapas, plantas de cidade e outras representações.
O gráfico, além de representar a realidade, utiliza símbolos e legendas. O
professor pode criar situações que exijam o levantamento de dados, a
quantificação, o registro e a análise da realidade, como por exemplo, levantar o
número de alunos por série na sala de aula. Os dados coletados pelo aluno
podem se referir a ambientes próximos e familiares até avançar para um âmbito
maior.
O passo seguinte é a montagem do gráfico, que pode ser de barras ou de
setor. No caso do gráfico de setor, a divisão do círculo ainda é intuitiva, pois as
crianças não dominam frações e sua representação na circunferência.
O planejamento da 3ª série
Assuntos significativos:
Relação cidade/campo – o professor pode trabalhar com as relações
entre o espaço da cidade com o do campo na perspectiva do real e não com
visões mitificadas de campo e cidade. Poderá abordar questões como a divisão
do trabalho no campo e na cidade, a remuneração de trabalhadores que ocupam
cada espaço, os tipos de tarefas, as formas de realização (individual ou em
grupo), diferença entre produção artesanal e industrial.
Os recursos da natureza – devido às interferências do homem na
natureza por meio da construção do espaço geográfico, faz-se necessário, além
do conhecimento das ações do homem, a análise das ações e os interesses
envolvidos e o planejamento das ações futuras no sentido de preservar o
ambiente e a exploração racional dos recursos da natureza.
O trabalho com maquete pode contribuir na construção do conhecimento
dos elementos naturais como relevo, vegetação e hidrografia. Podem ser
elaborados relatórios mensais e anuais em que constem itens como os meses
mais quentes, os mais chuvosos, os mais frios, os mais secos. Anotar a hora que
amanhece e escurece.
O planejamento da 4ª série
Assuntos significativos
A construção e a transformação do espaço: a aparência da cidade –
o professor pode criar uma situação educativa, na qual o aluno possa analisar a
maneira como a cidade se apresenta atualmente, as razões e os porquês dessa
aparência.
A indústria – o professor pode conversar com seus alunos e anotar
tópicos na lousa a respeito do papel da indústria, a criação de empregos, o
comércio, o sistema financeiro, etc. É importante uma reflexão crítica sobre o
tema e que leve em conta os diferentes aspectos da questão.
A indústria e a economia rural – o professor pode mostrar que a
indústria criou técnicas que permitiram um domínio cada vez maior sobre a
natureza. O campo transformou-se numa verdadeira fábrica de alimentos e
matéria-prima a serviço da indústria.
Os donos da técnica – o professor pode explicar que nem todos utilizam
técnicas mais avançadas. O mundo apresenta grande diversidade de povos,
culturas e níveis de desenvolvimento econômico e tecnológico. Não existe uma
maneira de viver ou de explicar a realidade.
Planeta Terra: propriedade particular? – pode-se fazer uma rápida
comparação entre uma sociedade indígena e a sociedade industrial. O aluno
perceberá que a forma como o espaço é produzido depende da cultura da
sociedade que o produz.
Impostos: fonte de recursos – o professor pode falar sobre o sistema de
impostos, bem como sobre os casos noticiados de desvio de verbas públicas e
sonegação de impostos.
A sociedade modifica a natureza – familiarizar a criança com o
“vocabulário ecológico”, questionar o equilíbrio ambiental e a modernização no
campo.
Como trabalhar as múltiplas linguagens
Mapas e plantas – pesquisar junto com os alunos as diferentes formas
das pessoas realizarem suas consultas, como por exemplo a procura de um
bairro na planta da cidade, as diferentes reportagens de jornais que abordam a
mesma notícia, telejornais que trazem mapas para mostrar a previsão do tempo,
os shopping centers quando utilizam computadores para consulta de como
podemos procurar determinada loja e o andar.
Essas atividades proporcionam o conceito de espaço geográfico e
contribuem para que o aluno saiba se orientar e procurar uma rua num
determinado mapa, localizar algum endereço, descrever qualquer caminho,
aprender a se orientar, encontrar a própria rua num mapa, localizar a rua onde
os colegas moram, descrever o caminho de sua casa até a praça, etc.
Desigualdade na distribuição de riquezas –
questionamentos da utilização desigual dos recursos naturais.
pesquisas
e
Apropriação do espaço – discutir a apropriação do espaço por diferentes
parcelas da sociedade.
Informações divulgadas pela imprensa – comparar a mesma
informação em fontes diferentes e refletir a respeito, discutir e elaborar um
texto. Situar-se no espaço geográfico como agente transformador. Discutir sua
contribuição na construção do espaço.
Pesquisa e estudo do meio – desenvolver o hábito da investigação, da
reflexão e da crítica. Podem ser reflexões individuais ou em grupo, o professor
deve observar a faixa etária de seus alunos e fornecer orientações claras quanto
às tarefas a desenvolverem e sempre que possível expor os trabalhos realizados.
Filmes – organizar sessões de filmes ligados ao tema em estudo. Dar
informações aos alunos do que irão assistir, antecipando alguns dados sobre o
filme (tema, algumas características). Relacionar algumas questões para que os
alunos observem enquanto assistem ao filme e discuti-las na sequência.
Documentos históricos, fotografias – mostrar a participação ativa do
homem na construção do espaço geográfico. As fotos antigas permitem uma
comparação com os dias atuais. Outros documentos podem ser utilizados:
carteira de trabalho, certidão de nascimento, livro antigo.
Relatos – os relatos de viagem são ricos em aspectos geográficos. Obras
literárias e letras de música podem ser utilizadas para leitura e posterior
comentário, dramatização, representação por meio do desenho, interferências do
aluno no livro ou nos últimos versos da música.
METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE E EDUCAÇÃO FÍSICA
5 O ENSINO DE ARTE
Conforme a Lei no. 9394/96, o ensino de arte é obrigatório na educação
básica. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a área de arte
abrange linguagens artísticas como as artes visuais, a música, o teatro e a
dança.
A arte é a expressão de uma época, sociedade e cultura. Vê-la de forma
crítica, produzi-la e valorizá-la é uma forma de pensar sobre o que nos é
característica e favorecer-nos o entendimento da riqueza e diversidade da
imaginação humana (PCNs). Partindo dessas afirmações, por que não ampliar a
visão da arte como um espaço não só plástico, musical, teatral e sinestésico,
mas também representante de manifestações culturais como a culinária, a moda,
os ludicismos e a tecnologia, entendida aqui como estratégia e produção humana
que visa à melhor adaptação do homem ao ambiente em que vive, bem como ao
seu maior bem-estar.
A forma artística nos apresenta valores estéticos, porém, mais do que isso,
é uma grande aliada nas discussões sobre o ser humano diante de suas várias
épocas e contextos. A arte é, pois, uma maneira sutil e agradável de pensar a
ética, a cidadania, a diversidade de culturas, as relações do homem com a
sexualidade, o trabalho, a natureza. É fonte inesgotável e em constante
produção – seus artífices somos nós, sua matéria é o tempo e o espaço. Cabe a
nós, portanto, aproveitar esse rico material na sensata intenção de educar o ser
humano a partir dele mesmo.
A proposta do ensino de arte não pode deixar de assumir papel relevante
no processo educativo, por ser um instrumento de conhecimento de si próprio e
do mundo, uma atitude crítica e uma forma de ação para a transformação. Por
isso, trazer para a escola as manifestações culturais e artísticas com movimento
vivo, dinâmico e dialético é uma forma de nos apropriarmos de nossa identidade
cultural, revivendo-a e reconstruindo-a continuamente.
Para abarcar o conhecimento artístico de forma ampla, o ensino de arte
está estruturado em três abordagens que não deverão ser tratadas de modo
estanque, mas em um movimento dialético e de inter-relações, para que não
haja fragmentação dos conteúdos:
A arte, portanto, se define como:
•
a ação da criação e produção artística;
•
a apreciação e o fluir do artístico, constituindo-se na leitura da obra
de arte pela percepção e pela análise do expresso na obra;
•
a contextualização e reflexão do conhecimento da produção artístico-
estética do meio em que se vive, bem como da humanidade em geral,
compreendendo-a histórica e culturalmente.
Um trabalho com as linguagens artísticas (artes visuais, cênicas, música e
dança), inicialmente de forma integrada nos anos, dará elementos específicos do
fazer artístico, do fruir estético e do conhecimento artístico, ainda que se
reconheça que cada uma dessas linguagens possui sua gramática e sua
especificidade. Os conteúdos de arte não podem ser divididos de maneira rígida,
especialmente nesta fase da escolarização.
Todas as três unidades deverão ser trabalhadas ao longo do Ensino
Fundamental de forma integrada, respeitando o processo de desenvolvimento do
aluno, procurando trabalhar conteúdos que estejam de acordo com as
possibilidades de aprendizagem dos mesmos, desenvolvendo conteúdos básicos
que possam ser utilizados como conceitos e ideias de esteio, de clareza e
estabilidade e que possam ser aprofundados e ampliados ao longo dos anos, de
forma que os conceitos estudados se tornem mais abrangentes, complexos e
precisos, permitindo assim que os alunos tenham um percurso significativo na
construção do conhecimento em arte.
O planejamento do professor deve prever situações que possibilitem ao
aluno atividades que explorem o ver, o ouvir, o mover, o sentir, o perceber, o
pensar, o descobrir, o fazer, o expressar, etc., a partir dos elementos da
natureza e da cultura, analisando-os e transformando-os. Dois tipos de
conhecimentos poderão ser previstos:
• O conhecimento estético: relaciona-se à apreensão do objeto artístico
em seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e a
percepção articulam-se numa organização que expressa esses pensamentos e
sentimentos, sob a forma de representações artísticas como palavras na poesia;
sons melódicos na música; expressões corporais na dança ou no teatro; cores,
linhas e formas nas artes visuais;
• O conhecimento artístico: relaciona-se com o fazer e com o processo
criativo. Considera desde o imaginário, a elaboração e a formalização do objeto
artístico até o contato com o público. Durante esse processo, as formas
resultantes das sínteses emocionais e cog nitivas expressam saberes específicos
na experiência com materiais, com técnicas e com os elementos formais básicos
constitutivos das artes visuais, da dança, da música e do teatro.
6 A EXPRESSIVIDADE INFANTIL
Conhecer o processo de conhecimento da arte pela criança significa
aprofundar-se em seu mundo expressivo, por isso é preciso procurar saber por
que e como ela o faz.
A criança se expressa naturalmente do ponto de vista verbal, plástico ou
corporal e sempre motivada pelo desejo de descoberta e por suas fantasias. O
desenvolvimento expressivo da criança resulta das elaborações e sensações,
sentimentos e percepções vivenciadas intensamente. Por isso, quando ela
desenha, pinta, canta e dança, o faz com vivacidade e muita emoção.
É nesse contato contínuo e constante com as pessoas e coisas, que a
criança aprimora seus pensamentos, suas descobertas e fazeres em arte. Não se
trata de um processo isolado, mas de ações de reciprocidade, quando a criança
internaliza os conhecimentos, vinculando-os às suas experiências de vida pessoal
e cultural.
A expressão infantil é, pois, a mobilização para o exterior de manifestações
interiorizadas e que formam um repertório constituído de elementos cognitivos e
afetivos. Os alunos, portanto, desde pequenos, desenvolvem uma linguagem
própria, traduzida por signos e símbolos carregados de significação subjetiva e
social, como por exemplo, os rabiscos, extensões de seus gestos.
Em seu trabalho, a criança constrói noções a partir das vinculações que
estabelece com o que foi percebido nas suas experiências sensoriais e motrizes.
Esta acumulação de impressões sobre o que a rodeia é que vai constituir-se
como a base sobre a qual se organizam suas habilidades perceptivas e
expressivas.
Sentir, perceber, fantasiar, imaginar, representar faz parte do universo
infantil e acompanha o ser humano por toda vida.
Marieta Nicolau (2008, p.8) explica a necessidade das artes plásticas na
escola como forma de expressão de valores, sentimentos, emoções e
significações do aluno. Explica que essa forma não é neutra e que cabe ao
professor assumir posição crítica diante do desenvolvimento desse trabalho.
Segundo Louis Porcher 1 apud Marieta Nicolau (2008, p.8), a educação
artística possibilita criar nos indivíduos o desenvolvimento global da
personalidade, na medida em que favorece diferentes formas e atividades
expressivas, criativas e sensibilizadoras. É vista pelo autor como a forma de
utilização de métodos pedagógicos que contribuem para a produção da
alfabetização estética pela expressão plástica, musical, etc.
Marieta Nicolau (2008, p.15) ressaltou alguns princípios que podem nortear
o trabalho do professor, são eles:
•
promover atividades que respeitem as experiências dos alunos;
•
respeitar as ações e expressões do aluno como forma de linguagem;
•
valorizar as ações e respostas dos alunos;
•
promover atividades lúdicas;
•
favorecer atividades que trabalhem com o pensamento divergente;
•
favorecer atividades que possibilitem a observação, a imaginação, a
exploração, a improvisação, a concentração, a criação, a fluência e a flexibilidade
do aluno;
PORCHER, L. (Org.). Educa ção artística: luxo ou necessidade? Tradução de Yan Michalski. São Paulo,
Summus, 1982 (Novas buscas em Educação; v.12, p.25).
1
•
valorizar e respeitar os diferentes interesses e ritmos dos alunos;
•
criar ambiente seguro, atmosfera de confiança e tranquilidade para a
expressão do aluno.
Marieta Nicolau (2008, p.18) propõe formas alternativas para o trabalho
em sala de aula, desde uma proposta única que todos os alunos da sala de aula
participam até propostas diversificadas realizadas por grupos de alunos. Para os
alunos que terminam suas atividades antes dos outros, sugere a proposição de
atividades de artes plásticas em diferentes cantinhos, preparados com
antecedência.
A autora afirma que algumas condições são imprescindíveis em qualquer
atividade, são elas:
•
planejar antecipadamente as atividades realizadas em sala de aula;
•
organizar o ambiente em conformidade à atividade planejada;
•
orientar os alunos de forma a entenderem a atividade;
•
criar alternativas que estimulem e atendam às diferenças individuais
dos alunos;
•
conversar com os alunos sobre suas produções.
Marieta Nicolau (2008) propõe aos professores atividades com lápis de cera
como alternativa para descobrir formas e texturas possíveis, trabalho com
pincéis e tintas e pintura com o dedo, trabalhos com diferentes técnicas de
impressão, trabalhos com fios têxteis, elásticos e metálicos, trabalho com papel,
tesoura e cola, com modelagem de argila e massas e nas construções
tridimensionais com materiais diversos.
Outro aspecto abordado no livro organizado por Marieta Nicolau (2008) é o
da expressão musical do aluno e a educação musical como forma de propor
ações que desenvolvam sua linguagem sonora ou musical. Sugere atividades de
locomoção, livre e ajustada a um ritmo, atividades com som que tem por
finalidade o trabalho com intensidade, andamento, altura e duração dos
diferentes sons emitidos, trabalho com uma bandinha rítmica e por último com o
canto e as danças.
Rosa Iavelberg (2003, p. 109-120), ao descrever o histórico das tendências
pedagógicas no ensino da arte, explicita o papel da escola, os conteúdos e os
métodos de ensino, as relações e os pressupostos da aprendizagem numa escola
construtivista da seguinte forma:
Após análise do quadro acima, o professor poderá elaborar atividades como
forma de expressão e linguagem do aluno em artes.
7 METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Ao planejar sua ação educativa, o professor deve considerar que a escolha
e o trabalho com os conteúdos da educação física podem refletir ideologias,
valores e representações histórico-culturais que devem ser cuidadosamente
considerados e discutidos.
Atualmente, a educação física é concebida como uma proposta para o
movimento do corpo, o desenvolvimento da afetividade, a sociabilidade, a ética e
a sexualidade do aluno.
A educação física e o esporte passaram a ser um meio de promoção da
saúde, possibilitado a partir da educação dos movimentos e do esporte.
A proposta de educação física deve ter como objetivo a participação do
aluno em atividades corporais, o desenvolvimento do trabalho em grupo
fundamentado pelo respeito ao próximo e repúdio a violência. Deve contribuir
para que o aluno construa o conhecimento de hábitos saudáveis de higiene e
alimentação, como também o desenvolvimento do espírito crítico no que se
refere à imposição de padrões de saúde, beleza e estética.
Os autores Gallardo, Oliveira e Aravena (1998, p. 89-105) propõem
objetivos para o ensino de educação física expostos na tabela abaixo:
8 BRINCAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA COM QUALIDADE DE VIDA!
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.36) relacionam a
saúde com os pressupostos da educação física.
A ênfase é a valorização de conhecimentos relativos à construção da autoestima e da identidade pessoal, ao cuidado do corpo, à consecução de
amplitudes gestuais, à valorização dos vínculos afetivos e à negociação de
atitudes e todas as implicações relativas à saúde da coletividade e constituem
um campo de interação na atuação escolar.
A educação física é um processo de educação em saúde, seja por vias
formais ou não formais, pois ao promover uma educação efetiva para a saúde e
uma ocupação saudável do tempo livre de lazer, constitui-se em um meio efetivo
para a conquista de um estilo de vida ativo e em consequência favorece a
obtenção de qualidade de vida.
Segundo o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2002), o
profissional de educação física é um especialista em atividades físicas, nas suas
mais diversas manifestações, tendo como propósito prestar serviços que
possibilitem o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuir para a
capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e
condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do
bem estar, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção
de doenças, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais,
contribuindo ainda para a consecução da autonomia, auto-estima, da
solidariedade, da integração, da cidadania, das relações pessoais, da preservação
do meio ambiente, visando a consecução da qualidade de vida.
Portanto, a educação física deverá ser conduzida como um caminho de
desenvolvimento de estilos de vida ativos pelos brasileiros, para que possa
contribuir para a qualidade de vida da população.
Referências bibliográficas
ANTUNES, Celso. A sala de aula de geografia e história. São Paulo: Papirus,
2003.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares
Nacionais. Brasília: MEC / SEF, 1997.
BIITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e
métodos. (Coleção docência em formação. Série ensino fundamental/
coordenação Antônio Joaquim Severino, Selma Garrido Pimenta). São Paulo:
Cortez, 2005.
COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo história e geografia.
Conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série. 1. ed. São
Paulo: Ática, 2008.
GALLARDO, Jorge Sergio Pérez; OLIVEIRA, Amauri A. Bássoli de;
ARAVENA, César Jaime Oliva. Didática de educação física. A criança em
movimento: jogo, prazer e transformação. São Paulo: FTD, 1998.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte. Sala de aula e formação
de professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.
KOZEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Didática de geografia. Memórias da
terra. O espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996.
NEMI, Ana Lúcia L.; MARTINS, João Carlos. Didática de história – o tempo
vivido: uma outra história?. São Paulo: FTD, 1996.
NICOLAU, Marieta Lúcia Machado (Coord). A educação artística da criança.
Artes plásticas e música. Fundamentos e atividades. 5. ed. São Paulo: Ática,
2008.
PORCHER, Louis (Org.). Educação artística, luxo ou necessidade? São
Paulo: Summus, 1982.
SESI. Referenciais curriculares da rede escolar. São Paulo, 2001.
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