3 Corpo Humano - Níveis de organização Generalidades estrutural (químico, celular, tecidual, orgânico, sistêmico e de organismo) Serão introduzidos os vários sistemas que compõem o corpo humano; aprenderemos como estes sistemas, em geral, cooperam entre si, para manter a saúde do corpo como um todo e como estes sistemas interagem para mantê-lo saudável. A figura ao lado mostra quatro tipos diferentes de células de revestimento do estômago. Cada uma tem uma estrutura diferente e cada uma desenvolve uma função diferente. O terceiro nível de organização é o nível tecidual. Os tecidos são grupos de células semelhantes que, juntas, realizam uma função particular. Os quatro tipos básicos de tecido são tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Definição de Anatomia e Fisiologia A anatomia (anatome=cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) lida com as funções das partes do corpo, isto é, como elas trabalham. Sir Lawrence Alma-Tadema (1836-1912) Organização do Corpo Humano Para iniciar o estudo do corpo humano, primeiramente devemos ter um entendimento básico de como o corpo é organizado, de como suas diferentes partes funcionam e das várias condições que as afetarão para manter a saúde e a vida. A função nunca pode ser separada completamente da estrutura, por isso o corpo humano será estudado apresentando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Veremos como cada estrutura do corpo está designada para desempenhar uma função específica, e como a estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua função. Por exemplo, os pêlos que revestem o nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crânio estão unidos firmemente para proteger o encéfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, estão unidos mais frouxamente para permitir vários tipos de movimento. Níveis de Organização Estrutural O corpo humano consiste de vários níveis de organização estrutural que estão associados entre si. organização: o nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes em seu corpo estão as células musculares, nervosas e sangüíneas. As células na figura formam um tecido epitelial que reveste o estômago. Cada célula tem sua função específica na digestão. O nível químico inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas; dois ou mais átomos unidos. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, as gorduras e as vitaminas. As moléculas, por sua vez, combinam-se para formar o próximo nível de Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, eles formam o próximo nível de organização: o nível orgânico. Os Órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de órgãos são o coração, o fígado, os pulmões, o cérebro e o estômago. A figura mostra os vários tecidos que constituem o estômago. A túnica serosa é uma camada de tecido conjuntivo e tecido epitelial, estando localizada na superfície externa do estômago, que o protege e reduz o atrito quando o estômago se move e roça em outros órgãos vizinhos. As camadas de tecido muscular do estômago estão localizadas abaixo da túnica serosa e contraem-se para misturar o bolo alimentar e transportá-la para o próximo órgão digestório (intestino delgado). A camada de tecido epitelial que reveste o estômago produz 4 muco, ácido e enzimas que auxiliam na digestão. O quinto nível de organização é o nível sistêmico. Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. O sistema digestório, que funciona na digestão e na absorção dos alimentos, é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. O mais alto nível de organização é o nível de organismo. Como os Sistemas do Corpo Funcionam em Conjunto Consideraremos como dois sistemas do corpo - os sistemas tegumentar e esquelético - cooperam entre si. O sistema tegumentar (pele, pêlos e unhas) protege todos os sistemas do corpo, incluindo o sistema ósseo, por meio da função de barreira entre o ambiente externo e os tecidos e os órgãos internos. A pele (cútis) também está envolvida na produção de vitamina D, a qual o corpo necessita para a utilização apropriada de cálcio. (O cálcio é o mineral necessário para o crescimento e o desenvolvimento dos ossos.) O sistema esquelético, por sua vez, fornece sustentação para o sistema tegumentar. Principais Sistemas do Corpo Humano 5. Endócrino 1. Tegumentar Definição: Todas as glândulas e tecidos que produzem substâncias químicas reguladoras das funções do corpo, chamadas hormônios. Definição: Pele (cútis) e estruturas dela derivadas, como pêlo, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas. Função: Auxilia a regular a temperatura corporal, protege o corpo, elimina resíduos, auxilia na produção de vitamina D, recebe certos estímulos tais como temperatura, pressão e dor. 2. Esquelético 9. Digestório Função: Regula as atividades do corpo por meio de hormônios transportados pelo sangue do sistema cardiovascular, aos diversos órgãos-alvo. Definição: Sangue, coração e vasos sanguíneos. Função: Sustenta e protege o corpo, auxilia nos movimentos corporais, aloja células que produzem as células sanguíneas, armazena minerais. 3. Muscular 7. Linfático e Imunológico Definição: Refere-se especificamente ao tecido muscular esquelético, em geral fixado a ossos (outros tecidos musculares são o liso e o cardíaco). Definição: Linfa, vasos linfáticos e estruturas ou órgãos contendo tecido linfático (grande número de células sanguíneas brancas, chamadas de linfócitos), tais como o baço, o timo, os linfonodos e as tonsilas. Função: Participa na execução de movimentos, mantém a postura, produz calor. 4. Nervoso Definição: Encéfalo, medula espinhal, nervos e órgãos dos sentidos, tais como olho e orelha. Função: Regula as atividades corporais por meio de impulsos nervosos, detectando mudanças no ambiente, interpretando-as e respondendo às mesmas, causando contrações musculares ou secreções glandulares. Definição: Um tubo longo chamado de trato gastrintestinal e seus órgãos acessórios, tais como glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. 6. Cardiovascular (Circulatório) Função: Distribui oxigênio e nutrientes às células, transporta dióxido de carbono e resíduos das células, auxilia na manutenção do equilíbrio ácido-básico do corpo, protege contra doenças, previne hemorragias pela formação de coágulos sanguíneos, auxilia na regulação da temperatura corporal. Definição: Todos os ossos do corpo, suas cartilagens associadas e articulações. Função: Fornece oxigênio, elimina dióxido de carbono, auxilia a regular o equilíbrio ácidobásico do corpo, auxilia na produção de sons da voz. Função: devolve proteínas e plasma (porção líquida do sangue) ao sistema cardiovascular (circulatório), transporta gorduras do trato gastrintestinal para o sistema cardiovascular, serve de local para a maturação e a proliferação de certas células sanguíneas brancas e auxilia na proteção contra doenças pela produção de anticorpos, bem como de outras respostas. 8. Respiratório Definição: Pulmões e vias aéreas associadas, como a faringe, a laringe, a traquéia e os brônquios, que comunicam os pulmões. Função: Degrada e absorve alimentos para utilização pelas células, elimina resíduos sólidos e outros. 10. Urinário Definição: Rins, ureteres, bexiga urinária e uretra que, em conjunto, produzem, armazenam e eliminam a urina. Função: Regula o volume e a composição química do sangue, elimina resíduos, regula o equilíbrio e o volume de fluidos e de eletrólitos, auxilia na manutenção do equilíbrio ácido-básico do corpo, secreta um hormônio que auxilia na regulação da produção de células sanguíneas vermelhas. 11. Genital Definição: Órgãos (testículos e ovários) que produzem células reprodutivas (espermatozóides e óvulos) e outros órgãos que transportam, armazenam e nutrem células reprodutivas (vagina, tubas uterinas, útero, ducto deferente, uretra, pênis). Função: Reproduz o organismo e produz hormônios que regulam o metabolismo. 5 Processos Vitais em Seres Humanos Todos os organismos vivos apresentam certas características que os diferenciam das coisas não-vivas. A seguir são descritos os processos vitais importantes no ser humano: 1. O metabolismo (metabole=mudança) é a soma de todos os processos químicos que ocorrem no corpo. Uma fase do metabolismo, chamada de catabolismo (cata=para baixo), envolve o desdobramento de moléculas complexas em moléculas menores e mais simples. Um exemplo é a quebra de proteínas alimentares em seus constituintes, os aminoácidos. A outra fase do metabolismo, chamada de anabolismo (ana=para cima), utiliza energia gerada pelo catabolismo para a construção dos componentes estruturais e funcionais do corpo. Um exemplo de anabolismo é a síntese proteica que forma músculos e ossos. originar-se dentro do corpo na forma de estímulos como pressão sanguínea alta, tumores ou pensamentos desagradáveis. A maioria dos estresses é leve e rotineira. O estresse extremo pode ser causado por envenenamento, superexposição a temperaturas extremas e intervenções cirúrgicas. 4. O crescimento refere-se ao aumento em tamanho. Ele pode ser devido a um aumento do tamanho das células existentes, do número de células ou da quantidade de substâncias intercelulares. 5. A diferenciação é o processo pelo qual células não-especializadas tornam-se células especializadas. As células diferenciadas diferem estrutural e funcionalmente de suas originárias. Por exemplo, após a união do espermatozóide com o óvulo, o ovo fecundado sofre uma diferenciação tremenda e progride por meio de vários estágios a um indivíduo único, que é similar a seus pais, porém bastante diferente deles. Felizmente, o corpo apresenta muitos mecanismos de regulação (homeostática) que podem trazer o meio interno de volta ao equilíbrio. Cada estrutura corporal, do nível celular ao sistêmico, tenta manter o meio interno dentro dos limites fisiológicos normais. Os mecanismos homeostáticos do corpo estão sob o controle dos sistemas nervoso e endócrino. O sistema nervoso regula a homeostase pela detecção dos desequilíbrios do corpo, e pelo envio de mensagens (impulsos nervosos) aos órgãos apropriados para combater o estresse. O sistema endócrino é um grupo de glândulas que secretam mensageiros químicos, chamados de hormônios, na corrente sanguínea. Enquanto os impulsos nervosos coordenam a homeostase rapidamente, os hormônios atuam de forma mais lenta. A seguir é descrito um exemplo de como o sistema nervoso regula a homeostase. 6. A reprodução refere-se à formação de novas células para crescimento, reparo ou reposição, ou à produção de um novo indivíduo. Manutenção dos Limites Fisiológicos 2. A responsividade é a capacidade de detectar e responder às mudanças no meio externo (ambiente fora do corpo) ou no meio interno (ambiente dentro do corpo). Células diferentes detectam diferentes alterações e respondem de maneira característica. Por exemplo, os neurônios (células nervosas) respondem por meio da geração de sinais elétricos, conhecidos como impulsos nervosos e, algumas vezes, transportam-nos por longas distâncias, como entre o seu grande dedo do pé e o seu encéfalo. Como temos visto, o corpo humano é composto de vários sistemas e órgãos, cada um consistindo de milhões de células. Estas células necessitam de condições relativamente estáveis para funcionar efetivamente e contribuir para a sobrevivência do corpo como um todo. A manutenção de condições estáveis para suas células é uma função essencial do corpo humano, a qual os fisiologistas chamam de homeostase. 3. O movimento inclui o movimento do corpo inteiro, de órgãos individuais, de células individuais ou mesmo de estruturas intracelulares. Por exemplo, a contração coordenada de diversos músculos da perna move o seu corpo todo de um lugar a outro quando você caminha ou corre. Durante a digestão, a comida move-se para fora do estômago em direção ao intestino delgado. A homeostase (homeo=igual; stasis=ficar parado) é uma condição na qual o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. O meio interno refere-se ao fluido entre as células, chamado de líquido intersticial (intercelular). Um organismo é dito em homeostase quando seu meio interno contém a concentração apropriada de substâncias químicas, mantém a temperatura e a pressão adequadas. Quando a homeostase é perturbada, pode resultar a doença. Se os fluidos corporais não forem trazidos de volta à homeostase, pode ocorrer a morte. A homeostase pode ser perturbada pelo estresse, que é qualquer estímulo que cria um desequilíbrio no meio interno. O estresse pode originar-se no meio externo na forma de estímulos tais como o calor, o frio ou falta de oxigênio. Ou o estresse pode A pressão sanguínea é a força com que o sangue passa através dos vasos sanguíneos, especialmente nas artérias. Para que se mantenha a vida, o sangue deve não somente ser mantido em circulação, mas também deve circular com uma pressão apropriada. Por exemplo, se a pressão sanguínea é muito baixa, os órgãos do corpo, tais como o encéfalo, não receberão oxigênio e nutrientes adequados para seu funcionamento apropriado. Uma pressão sanguínea alta, por outro lado, tem efeitos 6 adversos em órgãos como o coração, os rins e o encéfalo. A pressão alta contribui para o desenvolvimento de ataques cardíacos e derrames cerebrais. Entre outros fatores, a pressão sangüínea depende da frequência e da força do batimento cardíaco. Se algum estresse causa taquicardia, ocorre a seguinte seqüência: A homeostase da pressão sanguínea por meio de um sistema de retroalimentação negativa. A resposta é retroalimentada ao sistema, e o sistema continua a baixar a pressão sanguínea até que retorne à homeostase. Nota: Sempre que diagramas de ciclo de retroalimentação são utilizados, eles serão semelhantes a esta ilustração em termos de estilo e cores. Quando o coração bombeia mais rapidamente, ele empurra mais sangue para as artérias, aumentando a pressão sanguínea. O aumento da pressão é detectado por células nervosas sensíveis à pressão localizadas nas paredes de certas artérias, que respondem com o envio de impulsos nervosos ao encéfalo. Estes, por sua vez, responde ao coração e a certos vasos sangüíneos para diminuir a frequência cardíaca, diminuindo, assim, a pressão sanguínea. O monitoramento contínuo da pressão sangüínea pelo sistema nervoso é uma tentativa de manter a pressão sangüínea normal e envolve o chamado sistema de retroalimentação. O sistema de retroalimentação envolve um ciclo de eventos no qual a informação sobre as condições corporais é continuamente monitorada e retroalimentada (relatada) à região de controle central. O sistema de retroalimentação consiste de três componentes básicos - centro de controle, receptor e efetor (Figura acima). 1. O centro de controle determina o ponto em que uma dada condição corporal, a chamada condição controlada, deve ser mantida. No corpo, existem centenas de condições controladas. A considerada aqui é a pressão sanguínea. Outros exemplos são freqüência cardíaca, a acidez do sangue, o nível de açúcar no sangue, a temperatura corporal e a freqüência respiratória. O centro de controle recebe informação sobre o estado de uma condição controlada de um receptor e, então, determina um curso apropriado de ação. 2. O receptor monitora as mudanças na condição controlada e, então, envia a informação, chamada de entrada (aferente) ao centro de controle. Qualquer estresse que altera uma condição controlada é chamado de um estímulo. Por exemplo, um estímulo como evitar o atropelamento de alguém com seu carro, faz seu coração bater mais rapidamente e isto aumenta a pressão sanguínea (condição controlada). As células nervosas sensíveis à pressão presentes nas artérias (receptores) enviam impulsos nervosos ao centro de controle, que, neste caso, é o encéfalo. 3. O efetor é a parte do corpo que recebe a informação, chamada de saída (eferente), do centro de controle, e que produz uma resposta (efeito). Neste exemplo, o encéfalo envia impulsos nervosos ao coração (efetor). A frequência cardíaca é reduzida e a pressão sangüínea diminui (resposta). Isso auxilia no retomo à pressão sangüínea (condição controlada) normal, e a homeostase é restabelecida. A resposta decorrente é continuamente monitorada pelos receptores, e retroalimentada ao centro de controle. Se a resposta reverter o estímulo original, como no exemplo acima citado, o sistema é denominado sistema de retroalimentação negativa. Caso a resposta aumente o estímulo original, o sistema é denominado sistema de retroalimentação positiva. Os sistemas de retroalimentação negativa, tais como o mostrado na Figura acima, requerem um monitoramento e ajuste freqüentes, dentro dos limites fisiológicos. Tais sistemas incluem a pressão sangüinea, a temperatura corporal e os níveis de açúcar no sangue. Os sistemas de retroalimentação positiva, por outro lado, são importantes para condições que não ocorram com freqüência e que não requeiram um contínuo ajuste fino. Diferentemente dos sistemas de retroalimentação negativa, os sistemas de retroalimentação positiva tendem a intensificar a condição controlada. Por exemplo, se o encéfalo enviasse impulsos ao coração para bater mais rapidamente e a pressão sangüínea continuasse a aumentar, então o sistema seria um sistema de retroalimentação positiva. A maioria dos sistemas de retroalimentação do corpo é negativa. Embora muitos sistemas de retroalimentação positiva possam ser destrutivos e resultar em vários desarranjos, alguns são normais e benéficos, tais como a coagulação sanguínea e as contrações do trabalho de parto. A coagulação sangüínea auxilia a parar a perda de sangue de uma ferida. Quando as contrações do trabalho de parto começam, um certo hormônio é lançado na corrente sangüínea. Este hormônio intensifica as contrações, as quais, por sua vez, estimulam o lançamento de mais hormônio. O ciclo se quebra com o nascimento do infante. Posição Anatômica: Termos de Direção Na anatomia, existe uma convenção universal de que as descrições do corpo humano assumem que o corpo esteja em uma posição específica, chamada de posição anatômica. Na posição anatômica, o indivíduo está de pé, ereto, de frente para o observador, com os membros superiores (extremidades) posicionados lateralmente, as palmas das mãos voltadas para a frente e os pés apoiados no chão (Figura). Os nomes comuns e os termos anatômicos de várias regiões do corpo são também apresentados na Figura abaixo. Para a localização das diversas estruturas corporais umas em relação às outras, os anatomistas utilizam certos termos de direção. Os termos de direção estão definidos no quadro abaixo os exemplos dados são também mostrados nas Figuras que se seguem. Estude o quadro e as figuras em conjunto. Planos e Secções (Cortes) O corpo humano também pode ser descrito em termos de planos (superfícies planas imaginárias) que o atravessam. Um plano sagital (sagittalis=seta) é um plano que divide o corpo em lados direito e esquerdo. Um plano sagital mediano passa através da linha mediana do corpo, dividindoo em dois lados iguais, direito e esquerdo. Um plano parassagital (para=perto) não 7 atravessa o corpo na sua linha mediana e divide o corpo em porções desiguais direita e esquerda. Um plano frontal (coronal) é um plano que divide o corpo em porções anterior (fronte) e posterior (dorso). Um plano transversal (horizontal) divide o corpo em porções superior e inferior. Um plano oblíquo atravessa o corpo ou um órgão em um ângulo entre o plano transversal e os planos sagital mediano, parassagital (sagital paramediano) ou frontal. Quando você estuda a estrutura do corpo, frequentemente ele é visto em secção, o que significa que você está olhando apenas uma superfície de uma estrutura tridimensional. A Figura abaixo indica como três secções diferentes - uma secção transversal, uma secção frontal e uma secção sagital mediana - proporcionam vistas diferentes do encéfalo. Cavidades do Corpo Os espaços dentro do corpo que contêm os órgãos internos são chamados de cavidades do corpo. As cavidades ajudam a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos. A Figura abaixo mostra as duas principais cavidades do corpo: dorsal e ventral. A cavidade dorsal do corpo está localizada próxima à superfície posterior ou dorsal do corpo. Ela é composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos cranianos e contém o encéfalo e suas membranas (chamadas de meninges), e por um canal vertebral que é formado pelas vértebras (ossos individuais) da coluna vertebral e contém a medula espinhal e suas membranas (também chamadas de meninges), bem como o começo (raízes) dos nervos espinhais. A cavidade ventral do corpo está localizada na porção anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos coletivamente chamados de vísceras. Como a cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta duas subdivisões principais - uma porção superior, chamada de cavidade torácica, e uma porção inferior, chamada de cavidade abdominopélvica. O diafragma (diaphragma=partição ou parede), uma camada muscular em forma de domo e importante músculo da respiração, divide a cavidade ventral do corpo em cavidades torácica e abdominopélvica. A cavidade torácica contém duas cavidades pleurais em torno de cada pulmão, e a cavidade pericárdica (peri=em volta; cardi=coração), espaço em torno do coração (procure a figura). O mediastino (medias=meio; stare=parar, estar), na cavidade torácica, contém uma massa de tecidos entre os pulmões que se estende do osso esterno à coluna vertebral (procure a figura). O mediastino inclui todas as estruturas na cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no mediastino estão o coração, o timo, o esôfago, a traquéia e muitos grandes vasos sangUíneos, como a aorta. A cavidade abdominopélvica, como o nome sugere, está dividida em duas porções, embora nenhuma estrutura específica as separem (veja a figura). A porção superior, a cavidade abdominal, contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior, a cavidade pélvica, contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos genitais internos. A cavidade pélvica está localizada 8 9 10 11 entre dois planos imaginários, que estão indicados pelas linhas tracejadas da figura correspondente. Regiões e Quadrantes Abdominopélvicos Para localizar facilmente os órgãos, a cavidade abdominopélvica é dividida em nove regiões abdominopélvicas, mostradas nas figuras. A cavidade abdominopélvica pode também ser dividida em quadrantes (quad=quarta parte). Estes estão mostrados nas figuras. Uma linha horizontal e uma linha vertical atravessam o umbigo. Estas duas linhas dividem o abdome em um quadrante superior direito (QSD), um quadrante superior esquerdo (QSE), um quadrante inferior direito (QID) e um quadrante inferior esquerdo (QIE). Enquanto a divisão em nove regiões é mais utilizada para estudos anatômicos, os clínicos consideram que a divisão em quadrantes é mais adequada para a localização de sítios de dor, tumores e outras anormalidades na cavidade abdominopélvica. A Química do Corpo Humano Equilíbrio Ácido-Básico O Conceito de pH Como os ácidos se ionizam em íons hidrogênio (H+) e as bases em íons hidróxido (OH), conclui-se que quanto mais íons hidrogênio em uma solução, mais ácida ela é. Alternativamente, quanto mais íons hidróxido em uma solução, mais básica (alcalina) ela é. O termo pH é usado para descrever o grau de acidez ou alcalinidade (basicidade) de uma solução. fluidos corporais permanecem relativamente constantes por causa dos sistemas de tamponamento do corpo. Os tampões são encontrados nos fluidos corporais. Eles previnem mudanças drásticas de pH e auxiliam na manutenção da homeostase. A acidez ou a alcalinidade de uma solução é expressa em uma escala de pH que vai de 0 a 14. Compostos Orgânicos É importante ter um conhecimento mínimo das funções dos carboidratos, dos lipídios e das proteínas, os principais compostos orgânicos do nosso organismo. Escala de pH. Em pH7 (neutralidade), as concentrações de H+ e OHsão iguais. Um valor de pH acima de 7 indica uma solução alcalina (básica). Uma mudança de uma unidade na escala de pH representa uma mudança de 10 vezes da concentração anterior. Carboidratos Em pH7 (neutralidade), as concentrações de H+ e OH- são iguais. A escala de pH é baseada no número de H+ em uma solução (expressa em cenas unidades químicas chamadas de moles por litro). Uma solução com valor O na escala de pH tem muitos H+ e poucos OH-. Uma solução com pH 14, em contraste, tem muitos OH- e poucos H+. O ponto central é 7, onde as concentrações de H+ e OH- são iguais. Uma solução com pH 7, por exemplo a água pura, é neutra. Uma solução com mais H+ que OH-, é ácida e tem pH abaixo de 7. Uma solução com mais OH-que H+, é básica (alcalina) e tem um pH acima de 7. Uma mudança de uma unidade inteira na escala de pH representa uma mudança de 10 vezes em relação à concentração anterior. Isto significa que, um pH 2, é 10 vezes mais ácido que um pH 3, e que um pH 1 é 100 vezes mais ácido que um pH 3. Seus fluidos corporais devem manter um equilíbrio constante de ácidos e bases pelo fato de as reações bioquímicas que ocorrem em sistemas vivos serem extremamente sensíveis mesmo a pequenas alterações de acidez ou alcalinidade do meio. Qualquer modificação nas concentrações normais de H+ e OH- pode afetar seriamente uma função de uma célula. Manutenção do pH: Sistemas de Tamponamento Embora o pH dos vários fluidos corporais possa ser diferente, os limites normais de cada um são bastante específicos e estreitos. O Quadro abaixo mostra os valores de pH para certos fluidos corporais comparados com substâncias comuns. Mesmo sabendo-se que ácidos e bases são continuamente ingeridos em forma de comidas e bebidas, os níveis de pH dos Carboidratos são açúcares e amidos. Eles são a fonte de energia mais prontamente disponível no organismo. Eles também funcionam como reservas de energia. Por exemplo, o glicogênio (amido animal), que é glicose armazenada, é encontrado no fígado e nos músculos esqueléticos para necessidades energéticas de emergência. Alguns carboidratos são usados na construção de estruturas celulares. Além disso, alguns carboidratos são componentes do ácido desoxirribonucleico (DNA), a molécula portadora da informação hereditária, do ácido ribonucleico (RNA), a molécula envolvida na síntese proteica. Os carboidratos são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. A proporção de átomos de hidrogênio para átomos de oxigênio é de tipicamente 2:1; por exemplo, glicose (C6HI2O6). Os carboidratos são divididos em três grupos principais com base no tamanho da molécula: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Os monossacarídeos e os dissacarídeos são referidos como açúcares simples e os 12 polissacarídeos como açúcares complexos (amidos). 1. Monossacarídeos (mono=um; sakcharon=açúcar) são açúcares simples e são as unidades básicas dos carboidratos. Os monossacarídeos contêm de três a sete átomos de carbono. A desoxirribose é um componente dos genes, e a glicose é a molécula principal para fornecimento de energia ao corpo. 2. Dissacarideos (di=dois) são açúcares simples que consistem de dois pequenos monossacarídeos unidos quimicamente em uma molécula grande, mais complexa. Quando dois monossacarídeos combinam-se para formar um dissacarídeo, uma molécula de água é sempre perdida. Esta reação é conhecida como síntese por desidratação (desidratação=perda de água) e é mostrada na figura. A glicose e a frutose são dois monossacarídeos que formam o dissacarídeo Sacarose (açúcar comum). Os dissacarídeos podem ser desdobrados em suas moléculas menores e mais simples pela adição de água. Esta reação química inversa é chamada de hidrólise (digestão), que significa “quebrar pelo uso da água”. A sacarose, por exemplo, pode ser hidrolisada (digerida) em glicose e frutose pela adição de água. Síntese por desidratação e hidrólise de uma molécula de sacarose. Na reação de síntese por desidratação (leia da esquerda para a direita), as duas moléculas menores, glicose e frutose, são unidas para formar uma molécula maior de sacarose. Observe a perda de uma molécula de água. Na hidrólise (leia da direita para a esquerda), a molécula de sacarose é desdobrada em duas moléculas menores, a glicose e a frutose. Aqui, uma molécula de água é adicionada à sacarose para que a reação ocorra. Os monossacarídeos são as estruturas fundamentais dos carboidratos. 3. Polissacarideos (poly=muitos) são açúcares complexos (amidos), que consistem de dezenas ou centenas de monossacarídeos unidos por reação de síntese por desidratação. Como os dissacarídeos, os polissacarídeos podem ser desdobrados em seus açúcares constituintes, por meio de reações de hidrólise. O glicogênio é um polissacarídeo. Lipídios Como os carboidratos, os lipídios (lipose=gordura) também são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio, mas estes não apresentam uma proporção de 2:1 de hidrogênio para oxigênio. Há menos oxigênio nos lipídios que nos carboidratos. A maioria dos lipídios não se dissolve em água, mas se dissolve prontamente em solventes como clorofórmio e éter. Funcionalmente, os lipídios, tais como os triglicerídeos (gorduras), protegem, isolam e servem como uma fonte energética. Os triglicerídeos representam a fonte de energia mais concentrada do organismo. Eles fornecem mais que o dobro de energia por peso que os carboidratos ou as proteínas. Entretanto, os triglicerídeos são menos eficientes como combustíveis corporais que os carboidratos, porque eles são mais difíceis de serem decompostos. Outros lipídios, como os fosfolipídios, constituem parte da membrana plasmática. Ainda outros lipídios são componentes dos sais biliares, dos hormônios, de algumas vitaminas e do colesterol, que também faz parte da membrana plasmática e é usado para produzir certos hormônios sexuais. Entre as classes de lipídios estão os triglicerídeos (gorduras e óleos), os fosfolipídios (lipídios que contêm fósforo), os esteróides (tais como colesterol, vitamina D e hormônios sexuais como estrógenos e testosterona), os carotenos (substâncias químicas usadas para fazer vitamina A, que é necessária para uma visão apropriada), as vitaminas E e K e os eicosanóides. Esta última classe de lipídios inclui as prostaglandinas, que contribuem para inflamação, regulam a temperatura corporal e ajudam na formação de coágulos sangüíneos; e os leucotrienos, que participam nas reações alérgicas e inflamatórias. Devido ao fato de os lipídios serem um grupo grande e diverso de compostos, discutiremos apenas os triglicerídeos em detalhe neste momento. Uma molécula de triglicerídeo consiste de duas unidades básicas: glicerol e ácidos graxos, figura abaixo. Uma molécula única de triglicerídeos é formada quando uma molécula de glicerol combina-se com três moléculas de ácidos graxos. Esta reação, como a descrita para a formação de dissacarídeos, é uma reação de síntese por desidratação. Durante a digestão, uma molécula única de triglicerídeo é desdobrada (hidrolisada) em ácidos graxos e glicerol. Devido à sua relação com as doenças cardiovasculares, os triglicerídeos são muito importantes no nosso dia-a-dia. Neste momento, torna-se importante comparar três tipos de triglicerídeos da dieta e como eles se relacionam ao colesterol. Triglicerídeos. Estrutura e reações de (a) e (b) ácidos graxos. Cada vez que um glicerol e um ácido graxo são unidos pela síntese por desidratação, uma molécula de água é perdida. (c) Os triglicerídeos 13 consistem de uma molécula de glicerol unida atrês moléculas de ácidos graxos. Mostra-se aqui uma molécula de um triglicerídeo que conbtém dois ácidos graxos saturados e um ácido graxo monoinsaturado. O glicerol e os ácidos graxos são as unidades básicas dos triglicerídeos. Uma gordura saturada é aquela na qual todos os átomos de carbono estão ligados ao número máximo de hidrogênios (saturado).As gorduras saturadas (e algum colesterol) ocorrem principalmente nos alimentos de origem animal, tais como carnes, produtos lácteos e ovos. Elas também ocorrem em alguns produtos de origem vegetal como manteiga de cacau, óleos de palmeiras e óleo de côco. Pelo fato de o fígado produzir colesterol a partir de produtos de desdobramentos de gorduras saturadas, desaconselha-se a ingestão destas gorduras por indivíduos com altos níveis de colesterol. Gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas são gorduras que não estão completamente saturadas com átomos de hidrogênio. Exemplos de monoinsaturados são azeite de oliva, óleo de canola e óleo de amendoim, que se acredita que ajudam a reduzir os níveis de colesterol. Óleo de milho, óleo de cardamomo, óleo de girassol, óleo de algodão, óleo de gergelim e óleo de soja são exemplos de gorduras poliinsaturadas, que os pesquisadores também acreditam que ajudam a reduzir o colesterol no sangue. Proteínas Proteínas são muito mais complexas em estrutura que carboidratos ou lipídios e estão envolvidas em numerosas atividades fisiológicas. As proteínas são grandemente responsáveis pela estrutura das células do corpo. Algumas proteínas, na forma de enzimas, funcionam como catalisadores para acelerar certas reações químicas. Outras proteínas assumem um papel importante na contração muscular. Os anticorpos são proteínas que defendem o corpo contra micróbios invasores. Alguns tipos de hormônios são proteínas. Quimicamente, as proteínas sempre contêm carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio e, algumas vezes, enxofre. Os aminoácidos são as estruturas fundamentais das proteínas. Cada aminoácido consiste de um grupo amino (-NH2) básico (alcalino), um grupo carboxí1lico (-COOH) ácido e uma cadeia lateral (grupo R) que é diferente para cada um dos 20 diferentes aminoácidos. Os aminoácidos e a formação de ligações peptídicas. (a) Conforme seu nome, os aminoácidos possuem um grupo amino e um grupo carboxil (ácido). A cadeia lateral (grupo R) é diferente em cada aminoácido. (b) Quando dois ou mais aminoácidos são unidos químicamente, a ligação covalente resultante entre eles é chamada de ligação peptídica. Neste diagrama, os aminoácidos glicina e alanina unem-se para formar o dipeptídeo glicilalanina. Os aminoácidos são as estruturas fundamentais das proteínas. Na formação das proteínas, os aminoácidos combinam-se para formar moléculas mais complexas; as ligações covalentes formadas entre aminoácidos são chamadas de ligações peptídicas. O glicerol e os ácidos graxos são as unidades básicas dos triglicerídeos Quando dois aminoácidos combinam-se, forma-se um dipeptídeo (Figura 2 acima (b)). Adicionando-se outro aminoácido a um dipeptídeo, produz-se um tripeptídeo. Outras adições de aminoácidos resultam na formação de peptídeos (4-10 aminoácidos) ou polipeptídeos (10-2.000 ou mais aminoácidos). Todos têm a mesma composição básica, mas cada um também tem átomos adicionais arranjados de maneira específica. Já que cada variação no número ou na seqiiência de aminoácidos produz uma proteína diferente, uma grande variedade de proteínas é possível. A situação é semelhante à utilização de um alfabeto de 20 letras para formar palavras. Cada letra seria equivalente a um aminoácido, e cada palavra seria uma proteína diferente. Se uma proteína encontra um ambiente hostil, no qual a temperatura, o pH ou a concentração de eletrólitos esteja alterado, ela pode desenrolar-se e perder sua forma característica. Este processo chama-se desnaturação. As proteínas desnaturadas não são funcionais. Um exemplo comum de desnaturação é visto na fritura de um ovo. No ovo cru, a proteína (albumina) é solúvel e a clara é um fluido transparente e viscoso. Quando é aplicado calor ao ovo, a proteína altera sua forma, toma-se insolúvel e adquire uma cor branca. Enzimas Como já foi visto, as reações químicas ocorrem quando ligações químicas são formadas ou rompidas, quando átomos, íons ou moléculas colidem entre si. A temperatura e a pressão corporais normais são muito baixas para que as reações químicas ocorram com rapidez suficiente para a manutenção da vida. As enzimas são a solução que a célula viva tem para este problema. 14 Elas aceleram as reações químicas, aumentando a frequência das colisões e orientando apropriadamente as moléculas que colidem. E fazem isto sem aumentar a temperatura ou a pressão - em outras palavras, sem romper ou matar a célula. As substâncias que podem acelerar reações químicas pelo aumento da frequência de colisões, sem alterar-se no processo, são chamadas de catalisadores. Em uma célula viva, as enzimas funcionam como catalisadores. As enzimas catalisam certas reações com grande especificidade, eficiência e controle. 1. Especificidade. As enzimas são catalisadores altamente específicos. Cada enzima em particular afeta apenas substratos (moléculas sobre as quais as enzimas atuam) específicos. Em alguns casos, uma parte da enzima, chamada de sítio ativo, “encaixa” no substrato como uma chave em uma Os aminoácidos são as estruturas fundamentais das proteínas fechadura (veja Figura abaixo). Em outros casos, o sítio ativo modifica sua forma para encaixar perfeitamente em tomo do substrato, uma vez que ambos entrem em contato. Uma enzima acelera uma reação química sem ser alterada ou consumida no processo. Das mais de 1.000 enzimas conhecidas, cada uma tem uma forma tridimensional característica, com uma superfície de formato específico, que permite que elas se reconheçam e liguem-se a certos substratos. Quando uma enzima é desnaturada, o sítio ativo perde seu fonnato único e não mais se encaixa no substrato. 2. Eficiência. Em condições ótimas, as enzimas podem catalisar reações da ordem de milhões, até bilhões, de vezes mais rapidamente que as das reações similares, porém sem a presença de enzimas. O número de turnover (número de moléculas de substrato convertidas em produto por molécula de enzima em 1 segundo) fica, geralmente, entre 1 e 10.000 e pode chegar até um valor de 600.000. 3. Controle. As enzimas estão sujeitas a uma variedade de controles celulares. Sua taxa de síntese e sua concentração em um dado momento estão sob controle dos genes celulares. As substâncias presentes no interior das células podem estimular ou inibir a atividade de uma dada enzima. Muitas enzimas ocorrem, nas células, em ambas formas, ativa e inativa. Supõe-se que uma enzima funcione como mostrado na Figura acima. (1) O substrato entra em contato com o sítio ativo da molécula da enzima, formando um composto transitório chamado de complexo enzima-substrato. (2) A molécula de substrato é transformada pelo rearranjo de seus átomos, pela sua quebra ou pela combinação de várias moléculas de substrato. As moléculas de substrato transformadas são chamadas de produtos da reação. (3) Após a reação se completar e os produtos da reação se afastarem da enzima, a enzima inalterada estará livre para se ligar a outra molécula de substrato. Os nomes das enzimas geralmente terminam com o sufixo -ase. Todas as enzimas podem ser agrupadas de acordo com os tipos de reações químicas que elas catalisam. Por exemplo, oxidases adicionam oxigênio, desidrogenases removem hidrogênio, hidrolases adicionam água e transferases transferem grupos de átomos. Ácidos Nucleicos Ácido Desoxirribonucleico (DNA) e Ácido Ribonucleico (RNA) Importância do ácido desoxirribonucleico (DNA), do ácido ribonucleico (RNA) e do trifosfato de adenosina (ATP). Os ácidos nucleicos são moléculas orgânicas gigantes contendo carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo. Existem dois tipos principais: o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). As estruturas fundamentais dos ácidos nucleicos são os nucleotídeos. Uma