Carta REAL ASSETS – Junho/2004 Em junho o REAL ASSETS apresentou desvalorização de (3,2%) contra uma valorização de 6,8% do IBOVESPA. No ano, entretanto, o REAL ASSETS continua positivo em 10,0% contra um IBOVESPA negativo em (6,0%). Mantivemos em junho nossa posição, em ações de empresas exportadoras de nãocommodities, com o intuito de proteger nosso portfólio de uma maior valorização da moeda americana frente ao Real, e proteger nossa carteira do efeito da desaceleração da China sobre o preço das commodities. Porém, com o dólar encerrando mês cotado a R$ 3,09 contra um fechamento em maio a R$ 3,19, a desvalorização de (3,2%) da moeda americana foi sentida em nossas posições. O IBOVESPA vem se recuperando das perdas registradas, e desde os mínimos alcançados em 10 de maio, apresentou valorização de 15%. O que não nos motivou a assumir uma aposta firme na valorização do BOVESPA, foram os baixos volumes de negociação nas bolsas do Brasil e do mundo, além do baixo nível de volatilidade dos mercados. No gráfico abaixo, podemos observar o nível bastante baixo de volatilidade presente nos mercados. Historicamente, esse nível (mais baixo dos últimos 8 anos) sempre recomendou uma posição defensiva. Sendo a bolsa brasileira, uma das mais voláteis do mundo, e diante dos baixos volumes de negociação que vinham sendo registrados, ela seria, sem dúvida, uma das maiores vítimas de um abalo nos mercados. Administrador do Clube: Tradicionalmente, os meses de julho e agosto, são meses de baixo volume nas bolsas mundiais em função das férias no hemisfério norte. Mercados emergentes precisam de fluxo forte de capitais para que suas bolsas se valorizem. E, historicamente, o fluxo é fraco durante as férias dos operadores. Nossa opinião é de que, a bolsa brasileira ficará sem tendência definida nos próximos dois meses. Porém, após 6 semanas seguidas de valorização, com a votação pelo judiciário da taxação dos inativos prevista para agosto e com o nível de volatilidade em patamar que recomenda prudência, não estamos dispostos a comprometer o dinheiro de nossos clientes em posições agressivas. Manteremos a estratégia adotada desde o início do ano, com posições vinculadas indiretamente a uma valorização da moeda americana frente ao Real. O Federal Reserve (FED), iniciou, o ciclo de elevação de juros no mercado americano. No passado, ao longo de todo o ciclo de elevação de juros nos EUA, que pode durar entre 12 e 18 meses, o mercado alterna momentos de muita tensão com momentos de relativa tranqüilidade. A tensão ocorre quando, ao longo desse processo, os mercados acreditam que o FED está andando muito rápido (risco de recessão) ou muito devagar (risco de inflação). O mercado se acalma, quando acredita que o FED está no “tempo” certo. Nessa caminhada, que pode durar cerca de 1 ano e meio, também não podemos descartar algum grande evento nos mercados globais, como a quebra do hedge fund LTCM em 1998 e do México em 1994. O certo é que ao longo desse ciclo de elevação de juros pelo FED, muitas oportunidades surgirão para quem estiver “cash rich” (boa posição em caixa) e não “asset rich” (posição comprada em bolsa). Se você estiver cash rich você aproveita os momentos de tensão e compra boas ações por preços convidativos. Se você estiver asset rich, vai perder dinheiro junto com todo mundo, nos momentos de tensão. Por isso não compramos ou assumimos posições agressivas quando o índice de volatilidade indica calmaria. Estamos bastante confortáveis com essa posição e não nos deixaremos seduzir pelas possibilidades de ganho de curto prazo. Administrador do Clube: