Aspectos da formação do professor e da docência Professor como mero funcionário burocrático Professor como educador “fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos” O professor exerce uma influência direta sobre o que ocorre na sua aula, incluindo diferentes aspectos do relacionamento professor-aluno, do seu planejamento, bem como do seu relacionamento com seus colegas da mesma disciplinas, ou de outras, bem como do departamento. O professor é mais que um transmissor de informações, eles deveriam estar comprometido com um projeto mais amplo na formação do aluno. A Universidade deve ser vista como uma instituição transmissora do saber, promotora do questionamento, mesclando ousadia e realidade Perfil do professor: Alguém que conhece profundamente o campo do saber que pretende ensinar Senso crítico e conhecedor da realidade que o cerca (conscientizador dos seus alunos) Conhecedor do conteúdo que é da área de conhecimento do saber Ser capaz de produzir conhecimento, inovar e criar. Professor: Ser um bom transmissor de conhecimento “sabe ensinar” Crítico das relações socioculturais Bom pesquisador, capaz de fazer estudos sistemáticos e com habilidade para criar. Alguém capaz de realizar a produção científica relevante e que contribua para o avanço do conhecimento. “amadorismo pedagógico” = conhecimento do conteúdo específico, a prática profissional vivencial e o dom para dar aulas. Propósitos pessoais imediatistas Para profissionais liberais, o ensino superior é uma atividade secundária Perigo do detrimento do conhecimento teórico e a supervalorização do conhecimento prático. Isto reduz a Universidade em centro de treinamento para serviço Conforme a LDB 9394/96, artigo 61: O profissional da educação: Capaz de fazer a associação entre teorias e práticas, mediante capacitação em serviço; Capaz de aproveitar da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Preparação – curso de docência para o ensino superior – 360 horas O professor deve estar voltado para a questão do processo ensino-aprendizagem. Existe ensino onde não há aprendizagem? Instrução não é ensino. A ação pedagógica está centrada no aluno, o professor como instrumento de facilitação do processo. O professor deve estimular condições para uma reflexão aberta, sendo o aluno capaz de aplicar o conhecimento obtido. “Toda aprendizagem, para que realmente aconteça, precisa ser significativa para o aprendiz, isto é, precisa envolvê-lo como pessoa, como um todo ( idéias, sentimentos, cultura, sociedade).... Toda aprendizagem é pessoal. Lembremo-nos de que a aprendizagem envolve mudança de comportamento ou de situação do aprendiz, e isto só acontece na pessoa do aprendiz e pela pessoa do aprendiz. Toda aprendizagem precisa visar objetivos realísticos.Isto é, que possam de fato ser significativos para aqueles alunos que possam concretamente ser atingidos nas circunstâncias em que o curso é ministrado. Toda aprendizagem precisa ser acompanhada de feedback imediato [...]A aprendizagem se faz num processo contínuo e o feedback é elemento integrante desse processo , pois deverá fornecer ao aluno e ao professor dados para corrigir e reiniciar a aprendizagem. O professor deve possuir uma formação técnicocientífica sólida. Deve saber ministrar o conteúdo a partir de uma ótica crítica sempre com informações em paralelo. O professor dever participar de Cursos, Congressos, Palestras, Simpósio, mostrando sua produção científica e tomando conhecimento do que os demais pares estão produzindo na sua área de saber. O professor no que diz respeito à didática deve conceber o ensino, não apenas como o “saber dar aulas” Deve conhecer o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Plano Político Institucional (PPI) Deve conhecer o Projeto Pedagógico do Curso Nos aspectos mais específicos deve: Conhecer os objetivos gerais e objetivos específicos da disciplina Identificar o perfil do egresso, entendo-o como algo real e mutável Conhecer o mercado de trabalho e as necessidades do mundo contemporâneo Ser capaz de ter controle e dinamizar as relações na sala de aula ter domínio dos conteúdos a serem ministrados e da bibliografia do tema e da área de conhecimento Capaz de dominar os recursos de ensinoaprendizagem, fazendo as seleções e opções adequadas Avaliação da aprendizagem do aluno e do desempenho dele, enquanto professor Ser capaz de identificar possibilidades de construção e reconstrução do conhecimento, por meio da pesquisa Entender o processo de parceira, interação e responsabilidade com o aluno Problemas comuns de serem identificados no desempenho de um professor: Não ter domínio do conteúdo Não explicar o conteúdo ou fazer da forma inadequada Não ser capaz de motivar os alunos – aula monótona Não verifica o grau de conhecimento dos alunos Apresentar a matéria no quadro de forma desorganizada Ter limitações técnicas Assumir atitude de superioridade Não promover a interação entre os alunos Não variar a metodologia Selecionar e apresentar o conteúdo de maneira inadequada Não mostrar interesse na aula que está dando Ser inseguro Comunicar-se mal / não ser claro Não ter domínio na sala Não responder às perguntas dos alunos Não obedecer o horário da aula Não ter critérios coerentes de avaliação Gerar insegurança nos alunos Não preparar aula Ser autoritário Estes elementos além de estarem ligados a questão da formação técnica, também estão vinculados a valores individuais e sociais. O professor é o profissional do humano, do social e do político. O professor só sobreviverá pela competência pedagógica. Só sobreviverá o professor comprometido com a problematização do desempenho profissional. Moacir Gadotti; “[...] a educação é compromisso, é ato, é decisão. Educar-se é tomar posição, tomar partido. E o educador educa, educando-se, isto é, tomando partido, posicionando-se.” O professor deve ter um comportamento com a ética. Deve ser ético Deve saber fazer bem Deve defender valores Deve saber fazer bem o dever Querer fazer bem As dificuldades que o professor poderá enfrentar: Número excessivo de alunos em sala de aula; Baixo nível de preparo desses alunos; Má remuneração pelo valor de hora-aula; Escassez de tempo para atualização pessoal e preparo das aulas Falta de suporte administrativo-pedagógico Precariedade das instalações e equipamentos Desinteresse do aluno O professor deveria se aprimorar: Comunicabilidade ( expressão clara e completa das idéias e decisões) Capacidade de ouvir com atenção os pontos de vista de outors Comportamento ético – manutenção de sigilo, respeito aos valores e aos colegas Equilíbrio emocional – tranqüilidade, constância de atitudes, autoconfiança – capacidade de propor novas formas de atividade, recursos e técnicas, ser capaz de se adaptar ao novo Boa expressão verbal (correção no falar: comunicação clara e audível; modulação compreensiva e empática) Bom relacionamento interpessoal; Comportamento funcional adequado (assiduidade, pontualidade, cumprimento dos prazos e normas da Instituição, respeito pelo trabalho alheio. Criatividade Para António Nóvoa, o professor é um ser em formação, ou seja: “implica em investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também uma identidade profissional.” Pedro Demo (1986) afirma que o verdadeiro docente há que ter produção própria decorrente de atividade de pesquisa “não tem nada a ensinar, que não tem produção própria.