“Pão líquido com queijo” Entre os workshops mais concorridos, Tatiana Spogis, gerente de Marketing da Bier&Wine e Sommelier de Cervejas (Doemens/Senac), e Ronaldo Rossi, chefe de cozinha e sommelier de cervejas falaram sobre harmonizações de cervejas com queijos. Eles apresentaram os conceitos básicos de harmonização, entre eles a busca do equilíbrio, semelhança e contraste entre sabores e texturas, e, principalmente, o respeito à individualidade, ou seja, o gosto de cada um. A dupla de palestrantes chamou atenção para o fato de que numa harmonização deve-se começar pelos sabores e texturas mais suaves até chegar às mais intensas, tanto das cervejas quanto dos queijos. Para justificar a escolha do tema da harmonização, Tatiana Spogis lembrou que “cerveja é pão líquido” e “por isso combina com queijos”. Destacou também outras associações bem comuns e conhecidas de sabores complementares, como a de chocolate com frutas, do café com leite, dos frutos do mar com limão. “Uma cerveja ácida (fruit beer) com frutos do mar; costelinha de porco acompanhada de uma IPA ou um beershake feito com sorvete de creme e uma weitzenbock, são perfeitos”, afirmou. Ronaldo Rossi discorreu sobre os tipos de queijo, desde os amanteigados para combinar com cervejas com notas de pão tostado; os queijos azuis (com notas herbais) para serem apreciados com uma ‘lupulada’; os queijos de leite de cabra e ovelha junto com cervejas do estilo Ale; e os queijos de mofo branco acompanhados de cervejas frutadas. Rossi explicou ainda o que se deve considerar nos queijos: intensidade do sabor, quantidade de gordura e sal, elementos sensoriais, se é um produto fresco ou curado, se é defumado ou condimentado e a origem do leite (vaca, ovelha, cabra, búfala). As massas também se diferem: mole, semidura, dura, cremosa, com mofo branco (brie e camembert são os mais conhecidos) ou mofo azul (como o gorgonzola). O especialista lembrou também que a maturação do produto sempre intensifica seu sabor. Da plateia, Monica Pessoa, da ABDQ (Associação Brasileira dos Degustadores de Queijos) deu sua contribuição: “Comprem gorgonzola sempre vencido, pois, ao contrário da maioria, quanto mais curado este queijo menos agressivo ele fica”, garantiu. Antes de oferecer à plateia a experiência de degustação, os palestrantes deram outros exemplos de harmonizações, entre eles pizza margherita com cerveja Viena Lager; Fondue de queijo com Flanders Brown ou Red Ale, queijo raclete com Tripel; queijo quente (tostex para os paulistas) com Stout, nachos com Imperial IPA e cheesecake com uma Fruit Lambic. Para fechar com chave de ouro, a degustação incluiu queijo Chèvre à Huile (queijo de cabra com pimenta rosa), do Capril Deville, hamonizado com a edição limitada da Rodenbach Caractère Rouge; fatias de queijo brie acompanhadas da König Ludwig Weissbier; e o forte gorgonzola harmonizado com a Quadrium Urthel.