Pesquisa e Prática em Educação I Aula 4 Andréa Rosin-Pinola História da pedagogia • Para Cambi (1999) a história da Pedagogia tem em sua origem grande influência da filosofia e do discurso ideologicamente marcado por princípios e ideais; • “...Tratava-se de uma história persuasiva, por um lado, e teoricista, por outro, sempre muito distante dos processos educativos reais, referentes às diversas sociedades, diferenciados por classes sociais, sexo e idade...”(CAMBI, 1999, p.21-22). 2 História da pedagogia • Depois do período pós-guerra, novas ideias historiográficas vão se reconfigurando e iniciava-se um longo processo que levou à substituição da história da pedagogia pela mais rica, complexa e articulada história da educação; • Com essa mudança a Pedagogia passa a ser estudada por meio de ciências da educação, se tornando uma área de saber interdisciplinar; • e tendo como papel central a vida social das pessoas, na sua interação com o meio, sendo mais problematizadora, levando em conta situações reais da educação. CAMBI (1999) 3 “passou-se de um modo fechado de fazer história em educação e pedagogia para um modo aberto, consciente da riqueza/complexidade do seu campo de pesquisa e da variedade/articulação de métodos e instrumentos que devem ser usados para desenvolver de modo adequado o próprio trabalho” (CAMBI, 1999, p.24) http://prismaviagens.com.br/ História da pedagogia 4 • Scheibe e Durli (2011) destacam: – a importância de compreender que esse curso sempre esteve moldado aos interesses políticos hegemônicos, – historicamente é demarcado pelo contexto sociocultural no qual esteve imerso e pela jurisprudência presente nas leis educacionais, que impactaram sobre os currículos 5 Marcos dessa história • 1920 e 1930 momento em que esta foi marcada pela vinculação com o Estado, • A partir da lei 4.021, de 1961, e mais adiante com as leis 5.540, de 1968 e 5.692 de 1971, em que a formação do professor dos anos iniciais não esteve entre as funções prioritárias do curso. • E a partir de 1970, com as propostas de Valnir Chagas em que tal formação foi tão veemente debatida (SCHEIBE; DURLI, 2011). 6 Pareceres de Valnir Chagas • Segundo Libâneo e Pimenta (1999), a discussão sobre a identidade do curso de pedagogia, remonta aos pareceres de Valnir Chagas; • Que vai ser retomada em meados dos anos 80, a necessidade de se superar a fragmentação das habilitações no espaço escolar, propondo a superação das habilitações e especializações pela valorização do pedagogo escolar, que trazia consigo a identidade de um sujeito que compreende além da sala de aula e que pode contribuir para pensar a reorganização da escola numa gestão democrática. 7 Entre os anos 30 a 80... • 1932- Manifesto dos pioneiros • 1934- Instituto de Educação-USP/SP • 1935- Universidade do Distrito Federal/ UDF/RJ- criada por Anísio Teixeira; • Essas duas experiências foram abortadas pelo golpe de 1937 8 Decreto n.1.190/1939 • Cria a Faculdade Nacional de Filosofia e dentro dela quatro seções: Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia, e uma seção especial a Didática. – O bacharel em Pedagogia, curso com duração de três anos, tinha como foco de formação as disciplinas voltadas aos fundamentos da Educação. – E no curso de Didática, é que se obtinha a titulação de licenciado. • Segundo Scheibe e Durli (2011), a separação entre bacharel e licenciado caracterizou uma organização curricular que ficou conhecida como “esquema 3+1”. 9 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1961 • no artigo 59, a formação de professores destinada ao ensino médio feita em faculdades de Filosofia, Ciências e Letras e a de professores de disciplina específicas de ensino médio e técnico, em cursos especiais de educação técnica; • nos artigos 63 e 64, estabeleceu que a formação de orientadores educacionais para o ensino médio fosse realizada em cursos de especialização, após a graduação, e a de orientadores educacionais para o ensino primário, em nível pós-normal, nos institutos de educação (p.89) 10 • Parecer CFE251/62 que estabelece a organização curricular pautada no currículo mínimo, a duração do curso em 4 anos, três dedicados à base comum e o último ao estudo da didática, • Período de mudanças, tanto a Lei 5.540 de 1968, chamada Lei da Reforma Universitária, quanto a Lei 5.692 de 1971, que reformou o ensino primário e médio, nomeando-os como ensino de primeiro e segundo graus. 11 Sob os princípios da racionalidade, eficiência e produtividade e das necessidades do mercado de trabalho é que os especialistas definiram os sistemas de ensino e suas funções. A definição dos conteúdos mínimos e da duração do curso de Pedagogia foi fixada pelo Parecer CFE n.252/1969. (SCHEIBE E DURLI, 2011). 12 De acordo com o Parecer CFE n.252/1969 “os acadêmicos poderiam optar pela trajetória curricular de acordo com as tarefas que iriam desempenhar. Permaneceu, o currículo mínimo do curso com uma parte comum a todas as modalidades de habilitação e outra diversificada em função das habilitações. A parte diversificada do curso de Pedagogia correspondia a cinco habilitações básicas, desdobradas em função das habilitações. 13 De acordo com o Parecer CFE n.252/1969 A parte diversificada do curso de Pedagogia, correspondia a cinco habilitações básicas, desdobradas, na prática, em oito, a saber: (1) Magistério do Ensino Normal; (2) Orientação Educacional; (3) Administração de Escolar: (i) Administração de Escola de 1º. Grau, (ii) Administração de Escola de 1º. E 2º.Graus; (4) Supervisão de Ensino: (i) Supervisão de Escola de 1º. E 2º. Graus, (ii) Supervisão de Escola de 1º.Grau; (5) Inspeção Escolar: (ii) Inspeção de Escola de 1º. E 2º. Graus,; (ii) Inspeção de Escola de 1º. Grau. 14 Resolução CFE n.2/1969 • formação teórica e generalista; OUTRAS CRÍTICAS • permite três possibilidades diferentes aos egressos: a de especialista, de professor de disciplinas pedagógicas e ainda de professor primário em nível superior; • divisão imposta no currículo do curso entre teoria e prática, colocando de um lado as disciplinas de fundamentos da Educação e, de outro, as das habilitações específicas. (SCHEIBE E DURLI, 2011) 15 A partir da década de 80 • por influência de pesquisas educacionais e reivindicações do movimento de educadores e de movimentos populares, algumas faculdades de educação "suspenderam ou suprimiram as habilitações convencionais [...], para investir num currículo centrado na formação de professores para as séries iniciais do ensino fundamental e curso de magistério; • o curso de Pedagogia começou a ganhar a especificidade de formação de profissionais para docência a partir da LDB n. 9.394/1996. 16 LDB n. 9.394/1996 • Os parâmetros legais estabelecidos pela nova LDB/1996 colocaram-se na contramão do pleito que o movimento dos educadores articulara. • No artigo 64, a lei indica para o curso de Pedagogia a condição de um bacharelado profissionalizante, destinado a formar os especialistas em gestão administrativa e coordenação pedagógica para os anos iniciais do Ensino Fundamental foi criada uma nova figura institucional, o Instituto Superior de Educação (ISE), e o curso Normal Superior” 17 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, 2006 • instituiu que a formação do Pedagogo dar-se-á em nível superior; • Licenciatura; • formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, 18 Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, 2006 • Estrutura do curso: núcleo de estudos básicos; núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos e núcleo de estudos integradores; • Carga horária mínima: – 2.800 horas dedicadas às atividades formativas; – 300 horas dedicadas ao Estágio Supervisionado; – 100 horas de atividades teórico-práticas Art. 10. As habilitações em cursos de Pedagogia atualmente existentes entrarão em regime de extinção, a partir do período letivo seguinte à publicação desta Resolução. 19 Referencias • LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F. de; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Atlas, 2003. • MAZZILI, S. Ensino, pesquisa e extensão: reconfiguração da universidade brasileira em tempos de redemocratização do Estado. RBPAE, v.27, n.2, p.205-221, maio/ago, 2011. • SAVIANI, Dermeval. Pedagogia: o espaço da educação na universidade. Cadernos de Pesquisa, São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Campinas: Autores Associados, v. 37, n. 130, p. 116, jan./abr. 2007. 20 Pesquisa e Prática em Educação I Atividade 4 Andréa Rosin-Pinola Quais são as principais críticas as DCNs da Pedagogia, 2006 22