PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO FRIO Região dos Lagos – Estado do Rio de Janeiro Diretrizes da Política Municipal de Educação Especial COORDENAÇÃO-GERAL Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Prof.ª Laura Porto Guimarães Barreto SUBSECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Prof.ª Joana D’Arc de Souza COMISSÃO RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO Ana Maria Inocêncio Matos Carmensita Faria Vidal Sampaio Maria Cristina Azevedo Daniele Rangel da Silva Débora Ribeiro Souza Karla Maria da Silva Medeiros Nereida Pereira Fidalgo Luiz Patrícia de Souza Riscado Renata Garcia Fernandes Roseli Vidal de Oliveira Sinéa Barbosa de Oliveira Castanho COLABORADORES Márcia Tardelli Vieira / Superintendente Educacional Tania Maria Gomes de Ávila / Diretora do Departamento Técnico Pedagógico REVISÃO Luciene Miranda Pinheiro / Assessoria de Comunicação 1 Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio DIRETRIZES DA POLÍTICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL Cabo Frio – 2012 2 Agradecemos às pessoas que também fizeram parte da Comissão de Elaboração destas Diretrizes e deixaram suas valiosas contribuições: Eliane Caetano Eliane de Souza Santos Macedo Marilene de Medeiros Paulo 3 Vivo em meio a pessoas consideradas deficientes (mentais, visuais, físicas, auditivas, múltiplas) e me surpreendo a cada dia com a capacidade que elas têm de nos aceitar, nos respeitar, nos receber como amigos com infinita bondade e sabedoria. Surpreendo-me com a constante felicidade e a beleza do sorriso e com o poder de nos ensinar a arte da fantasia, a arte de transformar qualquer realidade em sonho; qualquer medo em viagem, qualquer dor em sorriso, pois sabem construir vida e têm a incrível sensibilidade de vivê-la sorrindo e cantando. (BOATO, 2009, p.13) 4 ÍNDICE Apresentação ...................................................................................................................... 7 1. Público-alvo da Educação Especial ................................................................................ 10 2. Atribuições da Secretaria Municipal de Educação para atendimento à Educação Especial ............................................................................................................................................. 18 3. Critérios para a organização das salas de aula inclusivas ............................................. 20 4. Atribuições do professor da sala regular ......................................................................... 22 5. Atribuições do auxiliar de classe ..................................................................................... 23 6. Adaptações curriculares .................................................................................................. 24 6.1. Adaptações curriculares de grande porte ..................................................................... 29 6.2. Adaptações curriculares de pequeno porte .................................................................. 30 7. Processo de avaliação do aluno com deficiência na escola regular ............................... 33 8. Atendimento Educacional Especializado (AEE) .............................................................. 37 8.1. Atribuições da Secretaria Municipal de Educação no AEE .......................................... 37 8.2. Definição da sala de recursos multifuncionais .............................................................. 38 8.3. Objetivo da sala de recursos multifuncionais ................................................................ 39 8.4. Público-alvo do AEE na sala de recursos multifuncionais ............................................ 40 8.5. Do acesso à sala de recursos multifuncionais .............................................................. 40 8.6. Do atendimento na sala de recursos multifuncionais ................................................... 41 8.7. Dos recursos humanos ................................................................................................. 42 8.8. Atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado ......................... 44 8.9. Do registro da avaliação ............................................................................................... 44 8.10. Da participação da família .......................................................................................... 45 8.11. Do desligamento ......................................................................................................... 45 8.13. Da competência das escolas na implantação da sala de recursos multifuncionais para a oferta de AEE ................................................................................................................... 45 8.14. Aspectos a serem contemplados no Projeto PolíticoPedagógico da escola com Atendimento Educacional Especializado ............................................................................. 46 9. Temporalidade flexível ..................................................................................................... 47 10. Terminalidade Específica ............................................................................................... 48 11. Atendimento hospitalar .................................................................................................. 50 12. Atendimento domiciliar ................................................................................................... 53 13. Escolas especiais .......................................................................................................... 56 14. Centros de Atendimento Pedagógico (CENAPEs) ........................................................ 60 5 14.1. Objetivo dos CENAPEs ............................................................................................. 61 14.2. Atribuições dos CENAPEs ........................................................................................ 61 14.3. Público-alvo dos CENAPEs ....................................................................................... 62 14.4. Do atendimento pedagógico .................................................................................... 62 14.5. Atribuições da SEME junto aos CENAPEs ............................................................... 62 14.6. Do encaminhamento aos CENAPEs ......................................................................... 64 14.7. Do acesso aos CENAPEs ......................................................................................... 65 14.8. Da equipe de triagem ................................................................................................ 65 14.9. Dos recursos humanos .............................................................................................. 66 14.9.1. Atribuições do professor do atendimento pedagógico ........................................... 67 14.10. Do atendimento nos CENAPEs ............................................................................... 67 14.11. Do registro da avaliação .......................................................................................... 68 14.12. Da participação da família ....................................................................................... 69 14.13. Do desligamento ...................................................................................................... 69 14.14. Aspectos a serem contemplados no Projeto Político -Pedagógico dos Centros de Atendimento Pedagógico – CENAPEs ............................................................................... 69 15. Programa de Formação Continuada ..............................................................................70 16. Ações intersetoriais ...................................................................................................... 72 17. Referencial bibliográfico ............................................................................................... 74 18. ANEXOS 18.1. Metas previstas no Plano Municipal de Educação 18.2. Metas previstas no Plano de Ações Articuladas / Ministério da Educação – MEC 18.3. Termos de Compromisso das Ações Intersetoriais 6 APRESENTAÇÃO A educação inclusiva é hoje um dos temas mais presentes nos debates sobre a educação do país. No contexto educacional brasileiro, essa é uma política que gera conflito, provoca reflexão e polêmica acerca das ideias e possíveis caminhos na busca de um novo paradigma educacional que envolve redefinição da organização do sistema e do pensamento pedagógico que fundamentam o processo ensino-aprendizagem. A Constituição Brasileira preconiza que a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola deve ser assegurada a TODOS e que a Educação é um direito garantido à criança e ao adolescente. Este é um passo para a EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Compreende-se, assim, que TODA criança e TODO adolescente, inclusive aqueles com deficiência, devem gozar plenamente do direito à educação em igualdade de oportunidades. O primeiro passo, portanto, para que uma escola se torne inclusiva é garantir que todas as crianças e adolescentes dessa faixa etária nela sejam efetivamente matriculados e tenham garantido o acesso ao conhecimento. Para que a escola realmente cumpra a sua função social, não basta somente receber a matrícula de alunos que a procuram. É preciso garantir a esses alunos a verdadeira aprendizagem. E para que isso possa lhes ser proporcionado, é fundamental que a escola adote procedimentos de atenção às suas necessidades educativas e de encaminhamento para outros setores, cujas competências lhes possam servir. Assim, a inclusão não ficará só no papel, mas se desenvolverá de forma mais eficaz. O processo de inclusão dos alunos com deficiência, porém, não é um compromisso somente da escola. Ele deve ser compreendido como compromisso de toda a sociedade. Assim, na esfera municipal, para se garantir a efetivação de uma política de atendimento ao aluno com deficiência, julga-se necessário que um conjunto de ações intersetoriais seja compartilhado entre as diversas secretarias que compõem o governo: Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública. Para esse fim, é fundamental a criação de um Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações voltadas à verdadeira inclusão dos alunos com deficiência. 7 O presente documento tem como objetivo traçar orientações específicas que deverão reger a Educação Especial nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio a fim de garantir a real inclusão dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, além de oferecer apoio aos alunos com transtornos funcionais específicos e àqueles com dificuldades acentuadas de aprendizagem. Por meio da efetivação das Diretrizes da Política Municipal de Educação Especial, a Secretaria Municipal de Educação espera cumprir as metas estabelecidas no Plano Municipal de Educação (2009 – 2018) e no Plano de Ações Articuladas/MEC (2011 – 2014) para o Município de Cabo Frio. Sabemos que, à luz das novas leis vigentes sobre o assunto, a Educação Especial tem passado, no Brasil, por um momento de grandes transformações e que ainda há uma longa estrada a percorrer para se alcançar uma educação inclusiva a ponto de atender adequadamente aos alunos com deficiência. As Diretrizes da Política Municipal de Educação Especial para a Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio compreendem as seguintes questões: Públicoalvo da Educação Especial, Estrutura da SEME para atendimento à Educação Especial, Critérios para organização das salas de aula inclusivas, Atribuições do professor da sala regular, Atribuições do auxiliar de classe, Flexibilização curricular, Processo de avaliação do aluno com deficiência na escola regular, Atendimento Educacional Especializado, Temporalidade flexível, Terminalidade específica, Atendimento hospitalar, Atendimento domiciliar, Escolas especiais, Centros de Atendimento Pedagógico e Especializado, Programa de Formação Continuada e Ações intersetoriais entre secretarias municipais. Ao elaborar as Diretrizes, foram consultados vários referenciais, principalmente as legislações federais e municipais que normatizam a Educação Especial e o atendimento aos alunos com deficiência. Embora alguns estudos já apontem para mudanças no paradigma da inclusão dos alunos com deficiência, este documento ainda segue as determinações em vigor na Constituição Federal Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, como a permanência das escolas especiais e da terminalidade específica. O documento ora apresentado também aborda a importância da formação permanente dos professores, gestores, equipe técnica e comunidade escolar a 8 fim de que todos possam encontrar o apoio necessário e acolher as diferenças como subsídio para montar ou completar o cenário escolar em que, não só o aluno com deficiência será contemplado, mas também toda a turma. Chegamos ao final desse documento com a certeza de que as discussões sobre o assunto não foram esgotadas, mas acreditando que a continuidade das mesmas se dará em cada escola, com a participação daqueles profissionais que, na sua prática diária, buscam fazer a diferença, interagindo positivamente com seus alunos, com seus pares e também com o objeto do conhecimento. A presença do aluno com deficiência na escola é, para muitos professores, a possibilidade de fortalecer ações pedagógicas comprometidas com a construção de um currículo escolar que mude o foco de um pressuposto de semelhança para o reconhecimento da diferença. Desejamos que essas Diretrizes contribuam para a organização do trabalho realizado nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio, especificamente a respeito dos aspectos que envolvem a escolarização dos alunos com deficiência para que possamos concretizar uma política de inclusão: escolas que recebem e oferecem condições de aprendizagem a todo o seu alunado. Comissão responsável pela elaboração das Diretrizes da Política Municipal de Educação Especial 9 1. PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Eu sou como a borboleta Tudo o que eu penso é liberdade Não quero ser maltratado, nem exportado desse meu chão. Minhas asas, minhas armas, não servem para me defender As cores da natureza pedem ajuda pra eu sobreviver. Você que me vê voando Como a paz de uma criança Você sabe a minha idade Eu sou sua esperança. A ordem da humanidade não deve ser destruída quando eu voar me proteja sou parte da sua vida. Proteção às borboletas Benito Di Paula O recente documento do Ministério da Educação denominado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008) conceitua a Educação Especial como uma modalidade que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades de ensino e define como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Consideram-se alunos com deficiência aqueles que apresentam impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que ao interagir com diversas barreiras tendem a restringir a sua participação plena e efetiva no contexto escolar e social. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restritos, estereotipados e repetitivos. Incluindo-se nesse grupo alunos com autismo, síndrome do espectro do autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas (combinadas ou isoladas): intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. 10 O documento do MEC também ressalta que a Educação Especial atuará de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos com transtornos funcionais específicos (dislexia, dislalia, disgrafia, disortografia, hiperatividade, dentre outros). A Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio, dentro de uma política educacional inclusiva e acompanhando as orientações do Ministério da Educação, define como público-alvo da Educação Especial os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso com participação e aprendizagem no ensino comum; oferta do atendimento educacional especializado; continuidade de estudos e acesso aos níveis mais elevados de ensino; promoção da acessibilidade universal; formação continuada de professores para Atendimento Educacional Especializado; formação dos profissionais da educação e comunidade escolar; transversalidade da modalidade de ensino especial em toda a educação básica; estudos, pesquisas e seleção de assuntos didáticos e pedagógicos, oferecendo suportes específicos à ação dos supervisores escolares e orientadores educacionais; articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. A Secretaria Municipal de Educação também ressalta que, seguindo a Política Nacional, a Educação Especial atuará de forma articulada com o ensino comum para atender às necessidades educacionais dos alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem, através de: oferta de atendimento nos Centros de Atendimento Pedagógico CENAPES; formação continuada dos professores para o atendimento educacional aos alunos; 11 estudos, pesquisas e seleção de assuntos didáticos e pedagógicos, oferecendo suportes específicos à ação dos supervisores escolares e dos orientadores educacionais; acompanhamento, avaliação e aperfeiçoamento das ações implementadas nas unidades escolares, garantindo a eficiência do processo educacional dos alunos; articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. O dever da Secretaria Municipal de Educação com a educação escolar dos alunos público-alvo da Educação Especial será efetuado mediante a oferta de: escolas regulares com atendimento à Educação Infantil e Ensino Fundamental; Atendimento Educacional Especializado gratuito em salas de recursos multifuncionais aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação; escolas especiais com atendimento aos alunos surdos e aos alunos que apresentam deficiência intelectual moderada e/ou grave, aos quais a escola regular ainda não consiga prover de modo significativo atenção individualizada nas diversas atividades da vida autônoma e social, recursos, apoios intensos e contínuos, bem como adaptações curriculares; oferta da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Apresentamos algumas situações específicas de abrangência da Educação Especial. Deficiência Física Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismos, membros com deformidade congênita ou adquirida, 12 exceto as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para o desempenho das funções (Decreto N.º 5296/2004). Paraplegia – Perda de todas as funções motoras. Paraparesia – Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores. Monoplegia – Perda parcial das funções motoras de um só membro ou grupo muscular (podendo ser superior ou inferior). Monoparesia – Perda parcial das funções motoras de um só membro (podendo ser superior ou inferior). Tetraplegia – Perda total das funções motoras dos membros superiores e inferiores. Tetraparesia – Perda parcial das funções motoras dos membros superiores e inferiores. Triplegia – Perda total das funções motoras em três membros. Triparesia – Perda parcial das funções motoras em três membros. Hemiplegia – Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). Hemiparesia – Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). Paralisia cerebral – Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central tendo como consequência, alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental. Geralmente os portadores de paralisia cerebral possuem movimentos involuntários, espasmos musculares repentinos chamados esplasticidade (rigidez) ou hipotonia (flacidez). A falta de equilíbrio dificulta a locomoção e a capacidade de segurar objetos. 13 Deficiência Intelectual A deficiência intelectual refere-se a padrões intelectuais reduzidos, apresentando comprometimentos de nível leve, moderado, severo ou profundo, e inadequação de comportamento adaptativo, de acordo com o grau de comprometimento. Síndrome de Down – A síndrome de Down é caracterizada por uma alteração no cromossomo 21. Pessoas com síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo. É o distúrbio genético mais comum, estimado em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos. Síndrome de Prader-Willi – A síndrome de Prader-Willi é um defeito que pode afetar as crianças independentemente do sexo, raça ou condição social, de natureza genética e que inclui baixa estatura, retardo mental ou transtornos de aprendizagem, desenvolvimento sexual incompleto. Síndrome de West Também chamada de encefalopatia na lactância que se caracteriza por espasmos, interrupção do desenvolvimento psicomotor e hipsarritmia. A síndrome de West é um tipo raro de epilepsia, chamada de "epilepsia mioclónica". Cada espasmo é uma crise epiléptica (ataque epiléptico) composta de uma série de movimentos descontrolados, causados por um excesso de atividade elétrica no cérebro, estando associada à deterioração mental. Síndrome de Angelman Os portadores de síndrome de Algeman apresentam, com frequência, sintomas comuns aos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, além de retardo mental de nível grave, sintomas autísticos, comprometimento ou ausência da fala, epilepsia e retardo psicomotor. Síndrome do X Frágil A síndrome do X Frágil é a malformação genética mais frequente entre os tipos de deficiência intelectual hereditária. Encontrada em um a cada 4 mil meninos nascidos vivos e em uma a cada 6 mil meninas, a síndrome do X Frágil é a deficiência 14 intelectual mais frequente entre as malformações genéticas herdadas da mãe, segundo a Fundação Brasileira do X Frágil. Síndrome de Williams: A síndrome de Williams também é conhecida como síndrome Williams-Beuren e é uma desordem genética que tem impacto sobre diversas áreas do desenvolvimento, incluindo a cognitiva, comportamental e motora. As crianças com síndrome de Williams geralmente apresentam um atraso psicomotor e uma deficiência intelectual que pode ir da leve a severa. Deficiência Visual Perda total ou parcial de visão de ambos os olhos, pode ser congênita ou adquirida, variando conforme o nível ou acuidade visual da seguinte forma: Cegueira – Ausência total de visão até a perda da percepção luminosa. Visão subnormal ou baixa visão – Comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. Possui resíduos visuais que permitem a leitura de textos impressos ampliados ou com o uso de recursos ópticos. Surdocegueira – Deficiência única que apresenta a deficiência auditiva e visual concomitantemente em diferentes graus, necessitando desenvolver formas diferenciadas de comunicação para aprender e interagir com a sociedade. Deficiência Auditiva A deficiência auditiva inclui disacusias (perda de audição) leves, moderadas, severas e profundas e de acordo com o Decreto N.º 5296, de 02/12/2004, que estabelece as normas gerais para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida, há vários níveis de surdez assim classificados: a) De 25 a 40 decibéis – surdez leve; 15 b) De 41 a 55 decibéis – surdez moderada; c) De 56 a 70 decibéis – surdez acentuada; d) De 71 a 90 decibéis – surdez severa (O aluno com essa surdez, em geral, utiliza a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS); e) Acima de 91 decibéis – surdez profunda ou anacusia. Deficiências Múltiplas Quando a pessoa apresenta conjuntamente duas ou mais deficiências. Transtornos Globais do Desenvolvimento Aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. Autismo clássico O autismo é um distúrbio congênito caracterizado por alterações no desenvolvimento infantil que se manifesta nos primeiros meses de vida, 16 caracterizando-se por um comprometimento das relações interpessoais e diversas alterações de linguagem e dos movimentos. Síndrome de Asperger É uma síndrome que está relacionada com o autismo, diferenciando-se deste por não comportar nenhum comprometimento no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem. Também conhecida como autismo de alto desempenho. Síndrome de Rett É uma anomalia de ordem neurológica e de caráter progressivo, que acomete em maior proporção crianças do sexo feminino, sendo hoje comprovada também em crianças do sexo masculino. Compromete o crescimento craniano, acarreta em regressão da fala e das habilidades motoras adquiridas, em particular o movimento ativo da mão, há alterações comportamentais, aparecimento de crises convulsivas em 50 a 70% dos casos, alterações respiratórias e do sono e constipação intestinal. Transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) Os indivíduos com esse transtorno exibem os déficits sociais, comunicativos e de comportamento observados no transtorno autista. O início do quadro se dá por volta dos três ou quatro anos e os principais indícios de instalação do transtorno incluem o aumento da irritabilidade e ansiedade, bem como a perda da fala e do interesse pelo ambiente. É um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente. Transtornos invasivos sem outra especificação Esses transtornos surgem após um período de desenvolvimento normal, ocorrendo regressão em habilidades já adquiridas pela criança, bem como o aparecimento de signos autistas. Essa regressão acontece especialmente na comunicação e na linguagem. Altas Habilidades/Superdotação Alunos com altas habilidade/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: • intelectual; 17 • acadêmica; • liderança; • psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. 2. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PARA O ATENDIMENTO À EDUCAÇÃO ESPECIAL Proporcionar, gradativamente, a eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade nas escolas municipais, de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; Adquirir recursos materiais que visem proporcionar mobilidade, independência e bem-estar para os alunos que apresentam algum tipo de deficiência ou transtorno global do desenvolvimento, nas escolas regulares, nas escolas especiais, nas salas de recursos multifuncionais, nas classes hospitalares e nos Centros de Atendimento Pedagógico; Conceder ajudas técnicas nas escolas municipais que permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais do aluno com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social; Solicitar ao Poder Executivo a constituição de Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações de Atendimento aos Alunos com representantes da Secretaria Municipal de Educação e representantes das secretarias municipais que compõem o governo municipal; Definir, com as demais Secretarias Municipais, as estratégias específicas de cooperação entre as mesmas para gestão do cuidado dos estudantes identificados; Encaminhar para as Secretarias Municipais de Saúde, de Assistência Social, de Esporte e Lazer e de Cultura a demanda de alunos com deficiência, com transtornos funcionais específicos e com dificuldades 18 acentuadas de aprendizagem identificada pelas escolas, para serem atendidos por programas específicos de cada secretaria; Viabilizar ações que possibilitem a organização e funcionamento administrativo e pedagógico das classes hospitalares; Planejar os projetos de construção dos estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, municipais, garantindo condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para os alunos com deficiência, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, quadras, laboratórios, áreas de lazer, sanitários, corredores, etc, de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; Construir, reformar ou ampliar, gradativamente, as escolas ou efetuar a mudança de destinação para esses tipos de edificação, de modo que sejam ou se tornem acessíveis ao aluno com deficiência; Garantir o acesso à educação profissional dos educandos com deficiência a partir dos 16 anos de idade a fim de possibilitar habilitação profissional que lhes proporcione oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, considerando sua capacidade de aproveitamento e não o seu nível de escolaridade; Manter contato permanente com o MEC a fim de viabilizar recursos financeiros e materiais específicos de acordo com a demanda da Rede Municipal de Ensino; Realizar levantamentos e triagem dos alunos público-alvo da Educação Especial e dos alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem, encaminhando-os para o atendimento educacional nas salas de recursos multifuncionais ou nos Centros de Atendimento Pedagógico, além dos serviços prestados através das parcerias estabelecidas; Realizar avaliação específica dos alunos para indicar a necessidade de auxiliar de classe, efetivando seu encaminhamento às UEs; Viabilizar parcerias com instituições públicas e privadas, a fim de garantir o atendimento ao aluno público-alvo da Educação Especial (APAE, Rotary Club, Lyons Club, Universidades, Otolagos, INES, IBC...); 19 Firmar parcerias, com instituições e profissionais especializados em Educação Especial, visando oferecer cursos de capacitação para os profissionais que atuam nas unidades escolares; Viabilizar capacitação permanente aos professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado; Articular-se com a Coordenadoria Regional de Atendimento da Educação Especial (MEC), a fim de viabilizar propostas específicas de atendimento à Educação Especial na Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio; Prestar orientações específicas à equipe técnico-pedagógica das UEs quanto aos recursos, estratégias pedagógicas e adaptações curriculares; Coordenar e acompanhar, o processo pedagógico oferecido nas salas de Atendimento Educacional Especializado, nos Centros de Atendimento Pedagógico, nas classes hospitalares e no atendimento domiciliar. 3. CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DAS SALAS DE AULA INCLUSIVAS O Regimento Escolar da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio, aprovado pelo Parecer N.º 17/CME, em 28 de dezembro de 2010, preconiza no inciso I do art. 75 que as escolas devem prever e prover na organização de suas turmas regulares a “distribuição dos alunos especiais pelas várias classes, conforme ano de escolaridade que deverá frequentar, de modo que essas turmas comuns se beneficiem das diferenças e ampliem positivamente as experiências de todos os alunos, dentro dos princípios de educar para a diversidade”. Também preconiza no inciso II do mesmo artigo que o número de alunos por turma será adequado à natureza do trabalho e às necessidades especiais, com observância das normas vigentes. Para que o trabalho pedagógico realizado em sala de aula com o aluno especial atinja os objetivos estabelecidos, as turmas que possuem alunos com deficiência não devem ser numerosas. Os professores encontram melhores condições para flexibilizar as atividades e perceber as necessidades e habilidades de cada aluno quando possuem um número reduzido de alunos em classe. A inclusão de alunos com deficiência em classes regulares que apresentam um número elevado de alunos acarreta dificuldade ao professor em 20 reconhecer e atender às necessidades educacionais especiais daqueles alunos e em oferecer uma educação de qualidade para todos os educandos. Sabendo que uma das inquietações dos professores que trabalham com alunos com deficiência incluídos em classes regulares diz respeito à dinâmica do cotidiano na sala de aula, pois ainda é um desafio atender aos alunos que apresentam peculiaridades e dificuldades acentuadas no processo de aprendizagem, as escolas municipais deverão atender às seguintes orientações: ao formar as turmas, no início de cada ano letivo, a direção e equipe técnico-pedagógica da escola devem distribuir os alunos público-alvo da Educação Especial pelas várias classes, conforme ano de escolaridade em que deverá frequentar; na organização das turmas o número de alunos deverá ser reduzido em caso de Atendimento Educacional Especializado a alunos público-alvo da Educação Especial que apresentem necessidades acentuadas em seu acompanhamento pedagógico e nas atividades da vida diária. Para tal, deverá ser realizada uma avaliação pedagógica pela direção e equipe técnico-pedagógica da escola; caso a matrícula do aluno especial seja correspondente à última vaga da turma, não haverá redução de alunos, salvo quando houver transferência, remanejamento ou evasão, não sendo permitida a substituição dessas vagas; na matrícula, o responsável pelo aluno deverá apresentar, junto aos documentos necessários, laudo médico que ateste a deficiência, a fim de que seja considerado público-alvo da Educação Especial; preferencialmente, cada classe regular só deverá atender a 1 (um) aluno público-alvo da Educação Especial, a fim de oferecer um trabalho pedagógico pautado na qualidade do processo ensino-aprendizagem; nas salas de aula onde houver aluno público-alvo da Educação Especial que necessite de acompanhamento de um auxiliar de classe, será realizada uma avaliação multiprofissional pela equipe do Departamento de Apoio ao Aluno da Secretaria Municipal de Educação a fim de confirmar a necessidade de encaminhamento deste profissional e solicitálo ao Departamento de Recursos Humanos da SEME. 21 4. ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DA SALA DE AULA REGULAR Observar os alunos, percebendo suas dificuldades, potencialidades, e trabalhar estratégias pedagógicas que visam, ao máximo, ao desenvolvimento do aluno; Planejar e executar suas aulas, estabelecendo estratégias e/ou recursos adaptativos e avaliações específicas, a fim de garantir atendimento pedagógico às necessidades educacionais dos alunos público-alvo da Educação Especial; Organizar as aulas de forma que, quando necessário, seja possível dedicar um tempo específico para atender às necessidades específicas do aluno com deficiência; Utilizar metodologias diferenciadas de ensino e de avaliação, respeitando as limitações de cada educando, buscando formas cooperativas e colaborativas que propiciem a interação do conjunto de alunos; Possibilitar que o aluno encontre na escola um ambiente agradável, sem discriminação e capaz de proporcionar um aprendizado efetivo, tanto do ponto de vista educativo quanto do social; Incentivar a solidariedade entre os alunos; Avaliar, permanentemente, a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados na sala de aula comum e nos demais ambientes da escola; Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as necessidades educacionais específicas dos alunos, a partir da proposta pedagógica da unidade escolar e das flexibilizações curriculares planejadas; Estabelecer a articulação com o professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da sala de recursos multifuncionais, equipe técnica e demais profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e recursos e o desenvolvimento de atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas atividades escolares; Posicionar os alunos com necessidades educacionais especiais nas primeiras carteiras da sala de aula e estar sempre atento a eles; Promover a autonomia e participação dos alunos nas atividades do dia a dia; 22 Dar continuidade aos seus estudos, aprofundando o desenvolvimento profissional, visando estar sempre preparado para criar novas formas de estruturar o processo de ensino-aprendizagem direcionado às necessidades dos alunos; Participar de cursos, seminários, palestras e outras atividades promovidas pela escola, Secretaria Municipal de Educação ou outras entidades visando ao aprimoramento do seu trabalho. 5. ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE CLASSE As atividades do auxiliar de classe são exercidas por profissionais habilitados para essa função, de acordo com a legislação vigente. Esses profissionais têm como principal objetivo estimular a autonomia e a independência dos alunos com deficiência nas diversas atividades da vida escolar. O auxiliar de classe que exerce suas funções em turmas com alunos públicoalvo da Educação Especial (com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades), nos casos indicados pela equipe responsável da Secretaria Municipal de Educação tem como atribuições: receber os alunos, no horário de entrada, ajudando o professor da turma; aguardar, após o horário de saída, os pais ou responsáveis, zelando pela segurança e pelo bem-estar dos alunos; acompanhar a professora da turma em todas as atividades diárias; utilizar, sob a orientação do professor regente e do supervisor escolar, materiais e recursos que possam auxiliar no desenvolvimento dos alunos; auxiliar a professora na guarda de material pedagógico; colaborar com o professor da classe na construção de relatórios sobre os alunos; participar de reuniões periódicas e extraordinárias; participar de cursos, seminários, palestras e outras atividades promovidas pela escola, Secretaria Municipal de Educação ou outras entidades, visando ao aprimoramento do seu trabalho; buscar orientações pedagógicas específicas para o aluno com deficiência, por meio de estudos, cursos e orientações da equipe pedagógica da unidade escolar; 23 zelar pela segurança e integridade física dos alunos, inclusive nos horários de recreio e recreação; atender aos alunos, sempre que necessário, em sua alimentação e higiene sob a orientação do professor; cuidar da higienização dos objetos e brinquedos usados pelos alunos; seguir as orientações do professor da turma e do supervisor escolar no acompanhamento e desenvolvimento das diversas atividades da vida escolar do aluno; auxiliar, de acordo com as orientações da equipe técnico-pedagógica e do professor, o aluno em sua locomoção, quando este não puder se movimentar sozinho; acompanhar e auxiliar o aluno nas aulas de Educação Física, seguindo as orientações do professor e da equipe pedagógica, quando este não puder realizar as aulas com autonomia nos movimentos e mobilidade; auxiliar o aluno com deficiência em sua alimentação, quando este não puder realizá-la sozinho, de acordo com as orientações da equipe pedagógica; acompanhar o aluno especial no recreio, incentivando em sua interação com os demais alunos da unidade escolar; desenvolver atividades, como confecção de materiais e jogos a serem utilizados com o aluno com deficiência, de acordo com o planejamento do professor e com as orientações do supervisor escolar; auxiliar o professor regente, supervisionando a classe no momento em que o mesmo estiver atendendo, individualmente, ao aluno com deficiência. É vedado ao auxiliar de classe planejar atividades para a turma e ministrar aulas em substituição ao professor. 6. ADAPTAÇÔES CURRICULARES De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações Curriculares (2008), as adaptações curriculares constituem possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Essas adaptações pressupõem a realização da flexibilização do currículo regular para torná-lo apropriado às peculiaridades da diversidade do alunado. As adaptações 24 curriculares não criam um novo currículo, ou vários currículos, nem o torna “empobrecido”, mas propõem um currículo flexível, dinâmico, alterável, para que atenda realmente a todos os educandos. Assim, as adaptações curriculares formam o conjunto de modificações ou ajustes que se realizam em um ou vários dos elementos curriculares (objetivos, conteúdos, metodologia, atividades, critérios e procedimentos de avaliação) para atender às necessidades e possibilidades educacionais individuais do alunado, favorecendo seu avanço cognitivo e a possibilidade de autonomia para as atividades da vida diária. Elas são instrumentos de individualização e flexibilização do ensino e produto de decisões pedagógicas. Quando possui alunos com deficiência, principalmente a deficiência intelectual, o professor necessita de um planejamento mais intensivo, considerando as peculiaridades cognitivas, comportamentais, linguísticas e motoras destes alunos. O primeiro passo para buscar as adaptações necessárias é partir de uma avaliação ampla do aluno e do contexto em que se aprende. O segundo passo é buscar uma resposta educativa para os alunos, mesmo que implique determinadas condições de ensino-aprendizagem especialmente adaptadas, de modo a compensarem ao máximo suas dificuldades pedagógicas. A partir dessa avaliação devem-se traçar os objetivos curriculares observando sempre o que o aluno já sabe fazer com autonomia, o que ele sabe fazer com auxílio e o que ele ainda precisa aprender. Assim, ao realizar o planejamento, também é preciso que o professor, a equipe pedagógica e administrativa da escola respondam as seguintes perguntas-chave: O que é que o aluno não consegue fazer? (objetivo) Quais conteúdos são necessários para alcançar esse objetivo e o que o aluno já possui? (avaliação inicial) Qual é a sequência das aprendizagens? Qual é o passo mais estratégico para ajudar o aluno? (sequência, ordem, temporalização) Como vou ensinar tudo isto? Quais recursos vou utilizar? (metodologias e recursos) A ajuda tem sido eficaz? Tem alcançado o objetivo? (avaliação contínua) 25 Segundo FERNANDES e CORRÊA (2008) para que as adaptações curriculares sejam eficazes é preciso, em síntese: 1. uma rigorosa avaliação do aluno nos seguintes aspectos: competência acadêmica; desenvolvimento biológico, intelectual, motor, linguístico, emocional; competência social e interpessoal; motivação para os estudos; 2. uma imprescindível análise pela equipe docente e técnica da unidade escolar, com a orientação do corpo dirigente e contando com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, do contexto escolar e familiar do aluno a fim de que possam ocorrer as mudanças adaptativas necessárias ao educando; 3. uma necessária contextualização das adaptações feitas, que precisam ser justificadas nos registros documentais que integram a pasta do aluno; 4. definição, organização e realização das programações individuais do aluno de modo a não prejudicar sua escolarização, seu sucesso, sua promoção escolar e sua socialização. Não existe uma receita pronta para dizer que tipo de adaptação curricular será necessário para trabalhar com um determinado aluno. Somente um processo avaliativo detalhado, as trocas, as conversas, as observações constantes é que apontarão as adaptações convenientes em cada caso. Elas podem variar de um simples ajuste nas estratégias instrutivas (dar mais tempo para realizar as tarefas, explicar com outras palavras, ajudar na execução, etc.) até adaptações mais significativas em objetivos e conteúdos. Pode acontecer de o aluno estar em uma série superior, mas necessitar de reforço de conteúdos de séries anteriores. Neste caso, além de o aluno participar das atividades coletivas da sala, deve realizar atividades específicas conforme o nível em que se encontra. O fato das adaptações curriculares constituírem uma proposta de ação individual diferenciada do restante da turma não significa que seja um currículo 26 paralelo ou separado, já que é feito em estreita relação com o planejamento de seu grupo e da escola. As adaptações curriculares podem ocorrer em vários campos. Como exemplos destacam-se: nos objetivos – Definir os objetivos mínimos a serem alcançados e quais devem ser individualizados; na acessibilidade – Diz respeito às ações empreendidas pela escola para a eliminação de barreiras arquitetônicas, materiais e de comunicação, garantindo que o aluno com deficiência possa frequentar a escola com autonomia. Por exemplo: rampa de acesso e banheiros adaptados, uso de comunicação alternativa e ampliada, entre outras; nos conteúdos – Priorizar conteúdos funcionais que favoreçam à capacidade de autoaprendizagem dos alunos. Priorizar áreas curriculares ou certos conteúdos dentro da área. O professor fará uma seleção dos conteúdos fundamentais, reduzindo, se necessário, o conteúdo previsto para o ano de escolaridade. na metodologia – Dar preferência a métodos e atividades interativas com estruturas de tipo cooperativo, priorizando a construção de aprendizagem realmente significativa. na avaliação – A avaliação deve ser permanente, contínua, de forma que se verifiquem e modifiquem, eventualmente, os processos analisados durante o ano letivo e ao final dele. A avaliação não deve ser apenas do aluno, mas também do contexto educacional da sala de aula e da escola como um todo. Vejamos alguns exemplos de adaptações curriculares citadas por FERNANDES e CORRÊA (2008): situar alunos nos grupos com os quais possa trabalhar melhor; adotar métodos e técnicas de ensino-aprendizagem específicas para o aluno, na operacionalização dos conteúdos curriculares; propiciar apoio físico, visual, verbal e gestual ao aluno impedido temporária ou permanentemente - em suas capacidades, de modo a permitir a realização das atividades escolares e do processo avaliativo. O apoio pode ser oferecido pelo professor regente, pelo professor de sala 27 de recursos multifuncionais, pelos próprios colegas ou pelo auxiliar de classe, quando houver. introduzir atividades individuais complementares para o aluno alcançar os objetivos comuns aos demais colegas. Essas atividades podem ser realizadas na própria sala de aula ou na sala de recursos multifuncionais, devendo acontecer de forma conjunta com os professores regentes das diversas áreas, a família ou os colegas; eliminar atividades que não beneficiem o aluno ou restrinjam sua participação ativa e real ou, ainda, as que ele esteja impossibilitado de executar; suprimir objetivos e conteúdos curriculares que não possam ser alcançados pelo aluno em razão de sua deficiência, substituindo-os por outros acessíveis, significativos e básicos. Por exemplo, um aluno com deficiência na coordenação motora fina deverá ter ressignificado os objetivos ligados a esta área. Ou então, numa aula sobre o sistema digestório, o professor poderá aceitar como objetivo o entendimento do processo, e não os nomes de cada órgão envolvido; adequar os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, modificando-os de modo a considerar, na sua consecução, a capacidade do aluno em relação ao proposto para os demais colegas; priorizar determinados objetivos, conteúdos e critérios de avaliação; dar ênfase a objetivos concernentes à(s) deficiência(s) do aluno, não abandonando os objetivos definidos para o seu grupo, mas acrescentando aqueles relativos às complementações curriculares específicas, para a minimização de suas dificuldades e desenvolvimento do seu potencial; introduzir conteúdos, objetivos e critérios de avaliação. Acrescentar esses elementos à ação educativa pode ser indispensável à educação do aluno com deficiência intelectual. O acréscimo de objetivos, conteúdos e critérios de avaliação não pressupõe a eliminação ou redução dos elementos constantes do currículo oficial, referentes ao nível de escolarização do aluno. As adaptações curriculares são divididas em dois grupos: adaptações curriculares de grande porte e adaptações curriculares de pequeno porte. 28 6.1. Adaptações curriculares de grande porte As adaptações curriculares de grande porte não se encontram no âmbito de responsabilidade e de ação exclusivos do professor. Elas são realizadas no nível do sistema de ensino e da administração escolar e exigem envolvimento da gestão e da instituição como um todo. Ou seja, são aquelas que exigem ações de natureza política, administrativa, financeira. Segundo FERNANDES e CORRÊA (2008), essas adaptações podem estar presentes em várias etapas do processo educativo, como no acesso ao currículo (ou seja, a flexibilização curricular), a objetivos, conteúdos, método de ensino, estratégias de avaliação, temporalidade e organização (de agrupamento didático dos conteúdos curriculares, do espaço da sala de aula, de grupos de alunos) em função do conhecimento e das diversidades dos alunos. Em relação ao acesso ao currículo, destacam-se o suporte técnico e científico, a organização de condições físicas, ambientais e materiais para o aluno, a adaptação do ambiente físico, do mobiliário, dos recursos materiais. Com relação à organização e funcionamento da escola, é importante ressaltar que o aluno com deficiência é um aluno da escola, que deve ser atendido por todos os funcionários da instituição: porteiro, merendeira, dirigente de turno, professor regente e demais profissionais e técnicos. Cabe à gestão escolar responsabilizar-se na preparação de toda a equipe da escola para o atendimento ao aluno. FERNANDES e CORRÊA (2008) ressaltam que nas reuniões de planejamento pedagógico realizadas nas escolas é importante que sejam traçados os objetivos e metas para o aluno com deficiência: Que conteúdos serão priorizados? Como atingi-los? Qual o modelo de avaliação a ser utilizado? Há necessidade de adaptação? Em relação à temporalidade, o aluno necessita de mais tempo para consolidar algum conhecimento? Ele necessita de auxílio e suporte ao entrar na escola, ao se deslocar nas dependências, no refeitório, na utilização dos sanitários? Como cada profissional estará envolvido nestes suportes? 29 6.2. Adaptações curriculares de pequeno porte Adaptações curriculares de pequeno porte são modificações promovidas no currículo pelo professor, de forma a possibilitar a participação produtiva dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais no processo ensinoaprendizagem. Elas são realizadas no planejamento das atividades cotidianas de sala de aula. São denominadas de pequeno porte porque sua implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade e de ação exclusivos do professor regente da turma onde o aluno com deficiência foi incluído, não exigindo autorização, nem dependendo de ação de qualquer outra instância superior nas áreas política, administrativa e/ou técnica. São mudanças que não afetam o currículo prescrito pela unidade escolar. Essas adaptações podem ser feitas para qualquer aluno em um momento determinado de sua escolaridade: conseguir um objetivo em mais ou menos tempo, ampliação de atividade para atender determinados conteúdos, organização e grupamentos de alunos para a realização de tarefas, alteração na ordem e prioridade atribuída a objetivos e conteúdos estabelecidos no planejamento inicial, adaptações e inovações nas estratégias didáticas e nos materiais normalmente utilizados pelo professor, dentre outras. Segundo RAMOS e CORRÊA (2006) os objetivos específicos da aprendizagem curricular podem ser individualizados para serem adequados às necessidades, às habilidades, aos interesses e às competências singulares de cada aluno (embora os objetivos educacionais básicos para todos os alunos possam continuar sendo os mesmos). Os autores ilustram essa situação com o seguinte exemplo: o objetivo a ser alcançado pelos alunos em uma aula de Língua Portuguesa é aprimorar a comunicação, falada e escrita, enriquecendo seu vocabulário. A proposta é para todos os alunos, mas o objetivo pode ser alcançado de maneira diferente por alunos com habilidades também diferentes. Em uma classe que tem uma criança com paralisia cerebral (PC), cujos comprometimentos não permitem que ela escreva, o trabalho pode ser desenvolvido através de figuras, por meio das quais ela possa criar uma história, seguindo um roteiro preestabelecido, norteado pelas perguntas: quem?, onde?, por que?, quando?, como?, de modo a poder utilizar um vocabulário novo a cada situação proposta. Enquanto ela desenvolve capacidade de organizar o pensamento numa sequência lógica ao mesmo tempo em que enriquece seu vocabulário, os outros alunos, que 30 escrevem, desenvolvem também seus conhecimentos ortográficos e normas gramaticais. Todos trabalhando juntos numa mesma proposta curricular. As adaptações curriculares de pequeno porte podem ser: organizativas, de objetivos e conteúdos de ensino, avaliativas, de procedimentos didáticos e atividades e de temporalidade. Objetivos e Conteúdos Avaliativas *Priorização de áreas ou de unidades de conteúdos; *Adaptação de técnicas e instrumentos de avaliação; *Modificação cedimentos; *Priorização de tipos de conteúdos; *Modificação de técnicas e instrumentos de avaliação. *Introdução de atividades complementares; Organizativas *Organização de agrupamento didático dos conteúdos curriculares; *Organização do espaço. *Priorização de objetivos; *Sequenciação dos conteúdos; Procedimentos Didáticos e Atividades de pro- *Introdução de atividades alternativas às previstas; Temporalidade Aumento ou diminuição do tempo para a aquisição de determinado objetivo e conteúdo. *Modificação do nível de complexidade das atividades, eliminando componentes; *Sequenciação da tarefa; *Eliminação de conteúdos secundários. *Adaptação dos materiais Ao receber um aluno com deficiência, a escola regular deverá planejar as adaptações curriculares necessárias ao atendimento educacional desse aluno a fim de melhor administrar seu processo de ensino-aprendizagem. Veja o exemplo abaixo. ADAPTAÇÔES CURRICULARES Aluno fictício: Marcos Paulo Vieira da Silva Gomes Deficiência: auditiva Categoria Pequeno porte Organização de grupamento de alunos; Organizativas Propor atividades com a formação de pequenos grupos para estimular a cooperação e a comunicação entre os alunos; Grande porte Professor bilíngue/ Intérprete LIBRAS; de Sala de recursos multifuncionais. Organização didática dos conteúdos; Organização do espaço; Posicionamento do aluno na sala de tal modo que possa ver os movimentos orofaciais do professor e dos colegas; Posicionamento do professor de forma que seu rosto fique iluminado pela luz durante a pronúncia das palavras; 31 Falar sem movimentar muito a cabeça ou o corpo; Organizar espaços produtivos que permitam ao aluno desenvolver e estimular a criatividade, ludicidade, autonomia, memorização, raciocínio lógico e socialização, como: cantinho de jogos ou artes, espaço de leitura... Priorização de objetivos; Substituição de objetivos que exijam a audição e fala; Priorização de áreas ou unidades de conteúdos; Objetivos e conteúdos Priorização de tipos de conteúdos; Introdução de novos objetivos, específicos, complementares e/ou alternativos. Eliminação de conteúdos secundários. Introdução de conteúdos específicos, complementares e/ou alternativos. Substituição de conteúdos do currículo que exijam audição e fala. Utilização da linguagem de sinais, gestos, dramatizações, mímicas, desenhos como recursos para facilitar a compreensão dos textos e conteúdos trabalhados; Modificação de estratégias pedagógicas; Fazer síntese e resumir conclusões para favorecer a apreensão das informações abordadas verbalmente; Introdução de procedimentos e/ou alternativos. métodos e complementares Adaptação de recursos e materiais adaptados Introdução de recursos específicos de acesso ao currículo (adaptação de espaço físico, diminuição de número de alunos em sala, etc.); Introdução de atividades alternativas às previstas; Procedimentos Didático/ pedagógicos Introdução de atividades complementares às previstas; Modificação do nível de complexidade das atividades; Introdução do ensino de LIBRAS como 1ª língua para surdos. Introdução do ensino de Língua Portuguesa como 2ª língua para surdos. Eliminação de componentes da tarefa; Modificação da seleção de materiais previstos; Material visual e outros de apoio, para favorecer a apreensão das informações expostas verbalmente; Objetos reais, miniaturas, fotografias, cartões de comunicação; Alternar atividades verbais com as motoras, diminuindo, assim o cansaço causado pela atenção visual constante do aluno. Adequação de técnicas e instrumentos; Introdução de critérios específicos de avaliação; Modificação de técnicas e instrumentos. Avaliativas Temporalidade Substituição de critérios gerais de avaliação; Modificação dos critérios promoção do aluno. Modificação da temporalidade para determinados Temporalidade flexível. objetivos e conteúdos. de 32 7. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA REGULAR A avaliação é um instrumento de suma importância para nortear as decisões pedagógicas, exercendo um papel essencial na flexibilização do currículo, reestruturando-o ou confirmando os avanços obtidos pelo aluno durante o processo educacional. A avaliação também proporciona informações úteis ao professor para decidir o nível de profundidade no qual devem ser abordadas as futuras ações educativas e quais serão as ajudas pedagógicas de que lançará mão, observando as características e necessidades de cada aluno. Para que a avaliação do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação seja desenvolvida respeitando suas diferenças individuais, o professor deve considerar as possibilidades de aprendizagem e de respostas, configurando também numa ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso INDIVIDUAL. É importante frisar que a avaliação da aprendizagem deve contemplar os aprendizados CONCEITUAIS e os FUNCIONAIS, levando em conta que a aprendizagem escolar deve ser significativa, referindo-se tanto a conceitos e princípios quanto a procedimentos, valores, atitudes, habilidades. Assim, o processo avaliativo deve focar os aspectos do desenvolvimento intelectual, motor, emocional, social, comunicativo e de linguagem e o desenvolvimento do aluno em relação aos conteúdos curriculares trabalhados durante o processo. “A avaliação constitui-se em processo contínuo e permanente de análise das variáveis que interferem no processo de ensino e de aprendizagem, objetivando identificar potencialidades e necessidades educacionais dos alunos e das condições da escola e da família.” (BRASIL, MEC/SEESP, 2006, p. 9) Para tomar decisões quanto à ajuda pedagógica a ser oferecida ao aluno especial, o professor deve estar atento às características de cada um. Uma observação sistemática do processo de aprendizagem do aluno, com a ajuda de roteiros de acompanhamento, portfólios e o registro das observações em planilhas facilitam o acompanhamento desse processo. Esses instrumentos avaliativos são de uso essencialmente pessoal e por isso cada professor, com o apoio da equipe técnico-pedagógica, pode e deve confeccionar os modelos que lhe forem mais úteis. 33 Considera-se, porém, a utilização de portfólios como um importante e fundamental instrumento avaliativo que permite conhecer a produção individual dos alunos e analisar a eficiência das práticas pedagógicas do professor a partir da observação sistemática e diária daquilo que os alunos produzem. No caso dos alunos com deficiência intelectual e múltipla, os portfólios podem facilitar a tomada de decisão sobre quais os recursos de acessibilidade que deverão ser oferecidos e qual o grau de sucesso que está sendo obtido com o seu uso. Eles permitem que tomemos conhecimento não só das dificuldades, mas também das habilidades dos alunos, para que, através dos recursos necessários, estas habilidades sejam ampliadas. Quando utilizamos adequadamente o portfólio no processo de avaliação podemos: melhorar a dinâmica da sala de aula consultando o portfólio dos alunos para elaborar as atividades: evitar testes padronizados; envolver a família no processo de avaliação; incorporar o sentido ético e inclusivo na avaliação; possibilitar que o erro possa ser visto como um processo de construção de conhecimentos que dá pistas sobre o modo como cada aluno está organizando o seu pensamento. À medida que o processo educativo se desenvolve, o aluno evolui, suas necessidades variam e, consequentemente, o tipo de ajuda pedagógica deve ser ajustado. Nesse contexto, a avaliação do aluno com deficiência tem a finalidade de verificar continuamente os conhecimentos que ele possui e construiu por seus caminhos, com seus recursos, quais são os objetivos que deve atingir e os conteúdos e habilidades a dominar. Outra tarefa é determinar as metodologias e estratégias que serão adotadas. Dentre elas destaca-se: para alunos com deficiências auditivas, visuais e físicas – utilização de recursos de acessibilidade para que possam expressar adequadamente suas aprendizagens. Por recursos de acessibilidade podemos entender desde atividades com letra ampliada, digitalizada em Braille, os intérpretes, até uma gama de recursos da tecnologia assistiva já 34 disponíveis. Enfim, tudo aquilo que é necessário para suprir necessidades impostas pelas deficiências. Vejamos algumas possibilidades de avaliação para alunos com baixa visão, cegueira, deficiência auditiva, física e intelectual: Deficiência Recursos Possibilidades de Avaliação Tempo Letras ampliadas; BAIXA VISÃO Adaptação de materiais que atendam às limitações do aluno; Dependendo do caso, ou do conteúdo a ser avaliado, ou até mesmo da disciplina, o aluno vai precisar da ajuda de um ledor e escriba; Estabelecer um tempo maior para que o aluno possa realizar as atividades, se necessário; Intervalos nas sessões das atividades avaliativas; Realização das atividades avaliativas em um local tranquilo. Estratégias Avaliativas Provas escritas letras ampliadas; com Se na prova houver gravuras, estas devem ser ampliadas; Utilização do computador para realizar a prova (fonte, tamanho, imagens que atendam à necessidade do aluno). Uso do computador. Prova em Braille ou com ajuda de um ledor e escriba; CEGUEIRA Adaptação de materiais que atendam às limitações do aluno; Produção de materiais em alto-relevo. Intérprete de LIBRAS; AUDITIVA Recursos visuais; Se necessário, leve o aluno para um local da escola mais tranquilo, com menos elementos de dispersão. DEFICIÊNCIA FÍSICA Adaptar materiais que atendam às limitações do aluno; Utilização tador. do compu- Leitura dos testes para o aluno; INTELECTUAL** Explicações diretas de várias maneiras; Auxílio ou equipamento adaptativo; Estabelecer um tempo maior para que o aluno possa realizar as atividades, se necessário; Intervalos nas sessões das atividades avaliativas. Prova escrita em Braille; Prova oral; A prova deverá conter imagens em alto-relevo. Estabelecer um tempo maior para que o aluno possa realizar as atividades, se necessário; Intervalos nas sessões das atividades avaliativas. Estabelecer um tempo maior para que o aluno possa realizar as atividades, se necessário; Prova escrita; Prova oral. Intervalos nas sessões das atividades avaliativas. Realização das atividades avaliativas em um local tranquilo; Prova escrita; Realização da prova em mais de um dia. Questões escolha; Prova oral. de múltipla Avaliação bem objetiva e clara; 35 Orientação para o aluno por meio de sinalização; Instruções visuais; Antecipar a leitura das questões do teste; Elaborar a prova priorizando conteúdos essenciais; Usar respostas curtas; Utilizar ilustrações grandes e chamativas. Baixar o nível de dificuldade das questões propostas. ** Alunos com deficiência intelectual que utilizam adaptação curricular deverão ter a sua avaliação pautada nos objetivos e conteúdos planejados na mesma. Na Educação Infantil e no início do Ensino Fundamental, atitudes muito simples, como: reunir-se em grupo, permanecer sentado na carteira, alimentar-se, cuidar da higiene pessoal sozinho e utilizar os materiais escolares corretamente podem ser considerados grandes avanços para o estudante com deficiência intelectual. Para acompanhar a aprendizagem desse aluno, é preciso fazer registros diários sobre o desempenho dele e compilar os trabalhos que realizou em sala (portfólio). O professor deve estar atento aos conhecimentos e às habilidades desenvolvidas pelo aluno em cada momento do processo ensino-aprendizagem e manter as atividades avaliativas no nível das capacidades do mesmo, com desafios gradativos. Vale ressaltar também que o desempenho do aluno melhora quando as instruções são visuais. É preciso reforçar comandos, solicitações e tarefas avaliativas com modelos que o aluno possa ver, de preferência com ilustrações grandes e chamativas. Em cumprimento ao parágrafo único do art. 106 do Regimento Escolar da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino, “excepcionalmente, os alunos especiais do Ensino Fundamental e Ensino Médio Regular e da Educação de Jovens e Adultos que apresentam deficiência mental ou deficiência múltipla, que necessitem de adaptações curriculares nos objetivos e nos conteúdos, são avaliados através de relatório trimestral ou bimestral, elaborado com base na adaptação curricular planejada pelo professor, com apoio do supervisor escolar e acompanhamento da direção e membros da equipe técnico-pedagógica da U.E.” Assim, é importante que ao construir tal relatório, o professor considere as adaptações propostas, os roteiros de acompanhamento, portfólios e o registro das 36 observações diárias. Ressalta-se que o desempenho do aluno deve ser confrontado com o conhecimento prévio que ele tinha, levando-se em conta suas possibilidades individuais. O correto é comparar o aluno com ele mesmo. Os registros diários, elaborados pelo auxiliar de classe e pelo professor do Atendimento Educacional Especializado são fundamentais para acompanhamento do processo educativo e para a elaboração do relatório trimestral. Também deverão fazer parte desse relatório as intervenções pedagógicas realizadas pelo professor da classe regular e pela equipe técnico-pedagógica durante o processo educacional do aluno. O importante é que as observações registradas sirvam de instrumento para verificar o que o aluno aprendeu, como aprendeu, o que ainda não aprendeu e o que precisa aprender e, a partir dessas informações, planejar as estratégias e objetivos futuros visando seu avanço contínuo. 8. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) Considera-se Atendimento Educacional Especializado o conjunto de atividades e recursos pedagógicos e de acessibilidade organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos público-alvo da Educação Especial matriculados no ensino regular. O Atendimento Educacional Especializado na Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio é ofertado em salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. 8.1. Atribuições da Secretaria Municipal de Educação no AEE Organizar e disponibilizar recursos e serviços pedagógicos e de acessibilidade para o atendimento às necessidades educacionais específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial; Promover os apoios necessários que favoreçam a participação e aprendizagem dos alunos nas classes comuns em igualdade de condições com os demais alunos; Orientar as escolas para que incluam no seu Projeto Político-Pedagógico informações sobre a sala de atendimento educacional especializado, especificando a formação e a experiência do corpo docente, os recursos e 37 equipamentos específicos, o espaço físico, as condições de acessibilidade e a proposta pedagógica de que dispõe; Acompanhar o Projeto Político-Pedagógico das escolas, considerando: a flexibilidade da organização do Atendimento Educacional Especializado (individual ou em pequenos grupos); a transversalidade da Educação Especial nas etapas e modalidades de ensino; as atividades a serem desenvolvidas conforme previsto no Plano Educacional Individualizado do aluno; Efetivar a articulação pedagógica entre os professores das salas de recursos multifuncionais do AEE e os professores das salas de aula comuns do ensino regular, a fim de promover as condições de participação e aprendizagem dos alunos; Viabilizar junto ao Centro de Estudos de Educação Natália Caldonazzi a formação continuada aos professores que atuam nas classes comuns e nas salas de recursos multifuncionais e apoiar a produção de materiais didáticos e pedagógicos acessíveis; Estabelecer redes de apoio, visando o acesso a serviços e recursos, à inclusão profissional dos alunos, entre outros que contribuam na elaboração de estratégias pedagógicas e de acessibilidade; Acompanhar o encaminhamento dos alunos das classes regulares para as escolas-polo do Atendimento Educacional Especializado; Estabelecer redes de apoio e colaboração com as demais escolas da Rede Municipal de Ensino, as instituições de educação superior, os Centros de AEE e outros, para promover a formação dos professores, o acesso a serviços e recursos de acessibilidade, a inclusão profissional dos alunos, a produção de materiais didáticos acessíveis e o desenvolvimento de estratégias pedagógicas. 8.2. Definição da sala de recursos multifuncionais As salas de recursos multifuncionais na Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio são definidas como ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos para a oferta do Atendimento Educacional Especializado, sendo um serviço de natureza pedagógica que complementa e/ou suplementa o 38 atendimento educacional realizado em classes comuns da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e Educação de Jovens e adultos, para os alunos público-alvo da Educação Especial. A implantação das salas de recursos multifuncionais nas escolas da rede pública é efetuada sem prejuízo das parcerias da Secretaria Municipal de Educação com os demais órgãos responsáveis pelos serviços de saúde, trabalho, assistência, esporte e outros que têm por finalidade o acesso a recursos e atendimentos clínicos e terapêuticos, às atividades ocupacionais e de recreação, a programas de geração de renda mínima, entre outros. 8.3. Objetivo da sala de recursos multifuncionais As salas de recursos têm como objetivo oferecer o atendimento pedagógico especializado e individualizado aos alunos público-alvo da Educação Especial. Esse atendimento deverá ser realizado por professor especializado que realize a complementação e/ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos. A sala de recursos não é espaço de reforço pedagógico, de recuperação paralela ou de outra ação pedagógica que vise minimizar o índice de retenção escolar ou a defasagem série-idade de alunos não considerados público-alvo da Educação Especial. 8.4. Público-alvo do Atendimento Educacional Especializado nas salas de recursos multifuncionais O público-alvo do Atendimento Educacional Especializado em salas de recursos multifuncionais são os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados nas classes comuns do ensino regular da Rede Municipal de Ensino; sendo assim classificados: I – alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial; II – alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa 39 definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação; III – alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas de conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. 8.5. Do acesso à sala de recursos multifuncionais O acesso do aluno à sala de recursos ocorrerá mediante observação aos seguintes critérios: I – fazer parte do público-alvo da Educação Especial; II – ser indicado pela professora da sala regular, direção e equipe técnicopedagógica da escola, em parceria com a equipe central da Secretaria Municipal de Educação, responsável pela Educação Especial. 8.6. Do atendimento na sala de recursos multifuncionais O atendimento especializado será realizado no contraturno de aula do aluno, entretanto, para os alunos que já estudam na escola-polo poderá ser realizado o atendimento no mesmo turno da aula, desde que não haja perdas significativas dos conteúdos curriculares desenvolvidos na classe regular, no momento em que o aluno estiver no atendimento na sala de recursos multifuncionais. O Atendimento Educacional Especializado poderá ser realizado de forma individual ou em pequenos grupos, conforme os Planos Educacionais Individualizados feitos pelo professor da sala de recursos multifuncionais. Os atendimentos realizados em grupos deverão ser organizados por faixa etária e/ou conforme as necessidades pedagógicas. O Plano Educacional Individualizado deverá favorecer a gradativa autonomia e independência do aluno. O atendimento pedagógico especializado realizado na sala de recursos deve constituir um conjunto de procedimentos específicos, de forma a desenvolver o processo cognitivo, motor e socioafetivo, necessários para apropriação e produção de conhecimentos. 40 O planejamento pedagógico deve ser organizado e, sempre que necessário, reorganizado de acordo com as necessidades específicas de cada aluno. O cronograma de atendimento deverá ser organizado observando-se: a) número de atendimento pedagógico, podendo ser de 2 (duas) a 4 (quatro) vezes por semana, com duração mínina de 1 (uma) hora diária; b) contato periódico do professor do Atendimento Educacional Especializado com os professores da classe comum para acompanhar e orientar o desenvolvimento do aluno; O horário de funcionamento da sala de recursos deverá ser o mesmo da escolapolo. 8.7. Dos recursos humanos Os professores da Rede Municipal de Ensino interessados em atuar na sala de recursos deverão procurar a direção de sua escola munidos de currículo e comprovante dos cursos de especializações e/ou aperfeiçoamento. A direção deverá encaminhar os documentos para a Secretaria Municipal de Educação para o procedimento da avaliação técnica do interessado. Tal avaliação consistirá em análise de currículo e entrevista. Após avaliação técnica dos interessados, a Secretaria de Educação definirá o professor selecionado para o cargo e comunicará à direção da escola. Ao ser selecionado para o cargo, o professor da sala de recursos estará automaticamente comprometido com as regras de procedimento do trabalho pedagógico e com a sua participação nos eventos e em cursos de formação continuada promovidos pela SEME sobre o Atendimento Educacional Especializado. Para atuar na sala de recursos multifuncionais o professor deverá pertencer ao quadro de professores efetivos da Rede Municipal de Ensino e possuir curso de graduação, pós-graduação e/ou formação continuada que o habilite para atuar em áreas da educação especial para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos público-alvo da Educação Especial, prestando um serviço de natureza pedagógica que favoreça o desenvolvimento dos mesmos. 41 8.8. Atribuições do Professor do Atendimento Educacional Especializado a) Analisar toda a documentação encaminhada pela classe regular e realizar a avaliação diagnóstica junto aos alunos encaminhados, a fim de verificar suas necessidades educativas especiais; b) Elaborar cronograma de atendimento da sala de recursos multifuncionais juntamente com a equipe administrativa da escola-polo a fim de adequar o atendimento à rotina da unidade escolar; c) Coletar dados, junto à equipe técnico-pedagógica e administrativa, referentes à vida escolar, histórico clínico e dados comportamentais do aluno atendido na SRMs, junto à família e ao professor da sala de aula regular de forma a identificar as necessidades específicas do aluno objetivando a construção do Plano Educacional Individualizado do mesmo; d) Elaborar, executar, avaliar e reestruturar o Plano Educacional Individualizado de AEE do aluno, contemplando: a identificação das suas habilidades e necessidades educacionais específicas; a definição e a organização das estratégias e recursos pedagógicos e de acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as necessidades educacionais específicas dos alunos; o cronograma do atendimento e a carga horária, individual ou em pequenos grupos; e) Elaborar o Plano Diário de Atendimento; f) Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de aula comum e nos demais ambientes da escola; g) Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes vivenciam no ensino comum a partir dos objetivos e das atividades propostas no currículo; h) Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum, equipe técnica e com os demais profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e recursos e o desenvolvimento de atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas atividades escolares; 42 i) Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno de forma a ampliar suas habilidades, promovendo sua autonomia e participação; j) Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades educacionais específicas dos alunos: ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS para alunos com surdez; ensino da Língua Portuguesa escrita para alunos com surdez; ensino da Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA; ensino do sistema Braille, do uso do soroban e das técnicas para a orientação e mobilidade para alunos cegos; ensino da informática acessível e do uso dos recursos de tecnologia assistiva – TA; ensino de atividades de vida autônoma e social; orientação de atividades de enriquecimento curricular para as altas habilidades/superdotação; e promoção de atividades para o desenvolvimento das funções mentais superiores; k) Participar das atividades previstas no Calendário Escolar, especialmente o Conselho de Classe e as reuniões pedagógicas; l) Organizar o controle de frequência dos alunos em Diário de Classe próprio e comunicar à equipe técnico-pedagógica e direção da escola casos de faltas consecutivas e ou excessivas; m) Zelar pelo espaço físico da sala de recursos multifuncionais bem como os seus respectivos materiais e recursos pedagógicos; n) Manter-se em contínua interação com a equipe de coordenação da Secretaria Municipal de Educação responsável pelo acompanhamento das salas de recursos multifuncionais, através da participação nas reuniões mensais, cursos e oficinas de formação continuada e eventos que estejam associados ao Atendimento Educacional Especializado; o) Elaborar o registro diário do desenvolvimento do aluno, observando os avanços e dificuldades ocorridos durante a realização das atividades previstas no Plano Diário de Atendimento; p) Realizar a avaliação contínua dos alunos, registrando, através de relatório descritivo, o seu processo de desenvolvimento e as intervenções pedagógicas propostas no período. 43 8.9. Do registro da avaliação Os avanços e necessidades do aluno devem ser registrados em Relatório de Acompanhamento Pedagógico, elaborado pelo professor da sala de recursos multifuncionais com o apoio da equipe técnico-pedagógica da escola-polo. Esse relatório deve contemplar os seus avanços nas atividades do AEE e o seu desenvolvimento no processo de escolarização na classe comum, devendo ser registrados: os avanços do aluno de forma qualitativa, suas necessidades acadêmicas, aspectos relativos à promoção, bem como a necessidade de continuidade do apoio ao aluno em sala de recursos. O relatório deverá ser arquivado na pasta individual do aluno. Trimestralmente, será realizada avaliação dos resultados do trabalho realizado na sala de recursos, onde se verificará se os objetivos traçados para cada aluno foram alcançados ou se há a necessidade de elaboração de um novo plano educacional individualizado. 8.10. Da participação da família Cabe à família participar da avaliação diagnóstica, quando solicitada, e prestar todas as informações importantes que contribuirão para a elaboração do perfil psicossocial do aluno e das estratégias pedagógicas a serem planejadas pelo AEE. É dever da família colaborar com a escola no sentido de providenciar os atendimentos médicos e terapêuticos especializados solicitados como complemento para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno atendido na sala de recursos multifuncionais. Os casos de negligência por parte da família deverão ser comunicados pela escola por meio de notificação ao Conselho Tutelar e, quando necessário ao Ministério Público. Tais procedimentos deverão ser registrados e anexados à documentação do aluno, tanto na escola-polo quanto na escola de origem. 44 8.11. Do desligamento O desligamento do aluno da sala de recursos só deverá ocorrer quando o aluno atingir os objetivos propostos em seu Plano Educacional Individualizado. Esse desligamento deverá ser formalizado por meio de Relatório Pedagógico elaborado pelo professor da sala de recursos com a participação do professor da sala regular e com o acompanhamento da equipe técnico-pedagógica e administrativa das unidades escolares. O relatório deverá ser arquivado junto à documentação do aluno em sua pasta individual, tanto da escola-polo quanto da escola de origem. O desligamento não impedirá o retorno do aluno ao Atendimento Educacional Especializado, na sala de recursos multifuncionais, caso seja detectada necessidade de continuidade, devido a possíveis dificuldades apresentadas ao longo de seu desenvolvimento escolar. 8.12. Da transferência Na documentação de transferência do aluno deverá constar cópia do Relatório de Acompanhamento Pedagógico do AEE. 8.13. Da competência das escolas na implantação da sala de recursos multifuncionais para a oferta de AEE: As escolas deverão: a) Contemplar, no Projeto Político-Pedagógico - PPP, a oferta do Atendimento Educacional Especializado, com professor para o AEE, recursos e equipamentos específicos e condições de acessibilidade; b) Construir o PPP considerando a flexibilidade da organização do AEE, realizado individualmente ou em pequenos grupos, conforme o Plano Educacional Individualizado do AEE de cada aluno; c) Matricular, no AEE realizado em sala de recursos multifuncionais, os alunos público-alvo da Educação Especial matriculados em classes comuns da própria escola e os alunos de outra(s) escola(s) de ensino 45 regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA), conforme demanda da Rede Municipal de Ensino; d) Registrar, no Censo Escolar MEC/INEP, a matrícula de alunos público-alvo da Educação Especial nas classes comuns; e as matrículas no AEE realizado na sala de recursos multifuncionais da escola; e) Efetivar a articulação pedagógica entre os professores que atuam na sala de recursos multifuncionais e os professores das salas de aula comuns a fim de promover as condições de participação e aprendizagem dos alunos; f) Manter a documentação do aluno atendido na sala de recursos multifuncionais atualizada. Além dos documentos exigidos para a classe comum, farão parte dessa documentação os Relatórios de Acompanhamento Trimestral. 8.14. Aspectos a serem contemplados no Projeto Político-Pedagógico da escola com Atendimento Educacional Especializado: 1. Diagnóstico da realidade Ao elaborar o diagnóstico da realidade, descrever também a caracterização dos alunos matriculados no AEE. 2. Fundamentação legal, política e pedagógica. Com relação ao AEE, indicar os referenciais da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva que fundamentam sua organização e oferta. 3. Gestão Com relação ao(s) docente(s) do AEE, informar o número de professores, carga horária, formação específica (aperfeiçoamento, graduação, pós-graduação), competências do professor e interface com o ensino regular. 4. Matrículas na escola Com relação aos alunos público-alvo da Educação Especial, além das matrículas em classes comuns do ensino regular informar as matrículas no AEE realizado na sala de recursos multifuncionais. Se a escola não possuir sala de 46 recursos multifuncionais, deverá constar no Projeto Político-Pedagógico a informação sobre a oferta do AEE em sala de recursos de outra escola pública da própria Rede. 5. Organização da prática pedagógica da escola Informações sobre a organização da prática pedagógica do AEE na sala de recursos multifuncionais: atividades e recursos pedagógicos e de acessibilidade, prestados de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos público-alvo da Educação Especial matriculados no ensino regular. O Plano Educacional Individualizado do AEE deve conter: identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas do aluno; planejamento das estratégias pedagógicas a serem realizadas; avaliação do desenvolvimento e acompanhamento dos alunos; oferta de forma individual ou em pequenos grupos; periodicidade e carga horária; e outras informações da organização do atendimento conforme as necessidades de cada aluno. 6. Condições de acessibilidade na escola Descrição das condições de acessibilidade da escola: arquitetônica (banheiros e vias de acesso, sinalização tátil, sonora e visual); pedagógica (livros e textos em formatos acessíveis e outros recursos de tecnologia assistiva disponibilizados na escola); nas comunicações e informações (tradutor/intérprete de LIBRAS, guia intérprete e outros recursos e serviços); nos mobiliários (classe escolar acessível, cadeira de rodas e outros); e no transporte escolar (veículo rebaixado para acesso aos usuários de cadeira de rodas, de muletas, andadores e outros). 9. TEMPORALIDADE FLEXÍVEL O aluno com deficiência intelectual ou grave deficiência múltipla que necessite de um tempo maior para concluir o currículo previsto para cada ano de escolaridade terá direito à temporalidade flexível a fim de ser atendido em suas necessidades educacionais. Temporalidade flexível refere-se ao ajuste de permanência do educando no mesmo ano de escolaridade/fase e o consequente prolongamento do ano letivo, sem que se caracterize reprovação. 47 A temporalidade flexível só poderá ser utilizada por no máximo duas vezes para cada ano de escolaridade. Após esse período, caso o aluno não tenha desenvolvido as capacidades e objetivos mínimos traçados para o ano de escolaridade em curso, o mesmo será reprovado. Entretanto, a unidade escolar deverá evitar grande defasagem idade/ano escolar. Ao final de cada ano letivo, decidindo pela temporalidade flexível, o professor da classe regular e o professor do Atendimento Educacional Especializado da sala de recursos multifuncionais (AEE) irão elaborar um relatório de avaliação registrando as capacidades e os conhecimentos construídos pelo aluno nas diversas áreas, bem como as habilidades desenvolvidas pelo mesmo. Também deverão registrar as necessidades educacionais apresentadas pelo aluno, considerando a Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino, as Adaptações Curriculares elaboradas, as avaliações realizadas durante o processo ensino-aprendizagem e o Plano Individualizado do AEE. Ainda caberá aos professores da sala regular e da sala de recursos sugerirem ações pedagógicas para o próximo ano letivo. A equipe técnico-pedagógica da unidade escolar onde o aluno está matriculado na sala regular emitirá parecer sobre o aluno que justifique a temporalidade flexível. 10. TERMINALIDADE ESPECÍFICA O direito à Certificação de Terminalidade Específica está assegurado pelo artigo 59, inciso II da LDBEN: “os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: Terminalidade Específica para aqueles que não puderam atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências.” Dessa forma, quando os alunos com deficiência, ainda que com os apoios e adaptações necessários, não alcançarem os resultados de escolarização previstos no artigo 32, inciso I da LDBEN: “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo” as escolas devem fornecer-lhes uma certificação de conclusão de escolaridade, denominada Terminalidade Específica. Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001), Terminalidade Específica é uma certificação de conclusão de 48 escolaridade – fundamentada em avaliação pedagógica – com Histórico Escolar que apresente, de forma descritiva, as habilidades e competências atingidas pelo educando com deficiência intelectual ou múltipla cujas necessidades educacionais especiais não lhe possibilitem alcançar o nível de conhecimento exigido para a conclusão do Ensino Fundamental. A Certificação de Terminalidade Específica do Ensino Fundamental Regular, somente poderá ser expedida ao aluno incluso a partir de 25 anos de idade, uma vez esgotados todos os recursos pedagógicos de acesso ao currículo durante sua vida escolar. Os alunos com deficiência intelectual e/ou múltiplas, com matrícula na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que apresentem idade igual ou superior a 25 anos, também terão direito a Certificação de Terminalidade Específica, após esgotados todos os recursos pedagógicos de acesso ao currículo. A Certificação de Terminalidade Específica ocorrerá em casos plenamente justificados através da apresentação dos seguintes documentos: a) Relatório de Acompanhamento Pedagógico, contendo as capacidades e/ou conhecimentos construídos pelo aluno nas diversas áreas, bem como as habilidades adquiridas, elaborado pelo professor do Atendimento Educacional Especializado da sala de recursos multifuncionais; b) Relatório de Avaliação Pedagógica, contendo as capacidades e ou conhecimentos construídos pelo aluno nas diversas áreas, bem como as habilidades adquiridas de acordo com as adaptações curriculares elaboradas. Tal relatório deverá ser elaborado pelo professor da classe regular em que o aluno está matriculado; c) Adaptações Curriculares elaboradas pelo professor da classe regular; d) Cópia dos Relatórios de Acompanhamento Trimestral (regular) ou Bimestral (EJA) que foram elaborados pelos professores do AEE e da classe regular. Com base na análise dos documentos acima citados, será elaborado Relatório Pedagógico pela equipe técnico-pedagógico-administrativa e docentes da classe regular e do AEE, justificando a Terminalidade Específica. Caberá ao inspetor escolar e a direção da escola, verificar toda documentação referente à vida escolar do aluno, para emissão do Certificado de Terminalidade Específica. 49 Caberá à unidade escolar enviar parecer ao Departamento de Apoio ao Aluno (DAPA), a fim de que este encaminhe o aluno a Órgãos Municipais voltados para programas de orientação e inserção no mundo do trabalho. O Poder Público Municipal, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, garantirá ao aluno com Terminalidade Específica cursos de orientação e inserção no mercado de trabalho, visando a sua integração produtiva e cidadã na vida em sociedade. 11. ATENDIMENTO HOSPITALAR O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei N.º 8.069, assegura que todas as crianças e jovens que se encontrem em tratamento de saúde hospitalar ou domiciliar têm direito à educação (BRASIL, 1990). Parte desse processo se reflete também na edição da Resolução Nº. 41, de 13 de outubro de 1995 do CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1995), onde se dispõe sobre os direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados. Nesse instrumento, a ação educativa hospitalar ganha mais força e visibilidade, aparecendo no cenário nacional com status de legislação. Isso posiciona a ação educativa no hospital como parte de uma série de transformações pelas quais o país vem passando, na tentativa de colocar a educação e a saúde como direito de todos. Essa Resolução prevê que toda criança hospitalizada tem direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital. Esse direito é ratificado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN 9394/96 (BRASIL, 1996) que assegura em seu artigo 59, que os sistemas de ensino deverão promover currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender aos alunos com necessidades educativas especiais. O Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução N.º 02, de 11/09/2001, define, entre os educandos com necessidades educacionais especiais, aqueles que apresentam dificuldades de acompanhamento das atividades curriculares por condições e limitações específicas de saúde (art.13, §1º e 20º). Ainda no art. 13, a referida resolução do CNE trata da obrigatoriedade e utiliza a 50 nomenclatura "classe hospitalar". A partir desse momento, então, fica indicado que os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o Atendimento Educacional Especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. Diz a referida Resolução: Art. 13. Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. o § 1 As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em escolas da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizado [...]. o § 2 Nos casos de que trata este Artigo, a certificação de freqüência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializado que atende o aluno. Fica claro, portanto, o caráter formal da ação pedagógica desenvolvida no ambiente hospitalar, uma vez que a permanência da criança no hospital não pode representar a quebra de seu vínculo escolar, nem a perda de direito à escolarização, sendo, inclusive, como consignado na Resolução, garantida e computada a presença à aula. Sendo assim, o caráter intencional que caracteriza a ação pedagógica e o caráter escolar, traço da educação formal, são elementos centrais na construção de uma política que garanta os direitos à educação das crianças hospitalizadas. No documento do MEC intitulado “Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações” (2002) vemos que o atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como uma unidade de trabalho pedagógico das Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Educação, como também às direções clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam. Para os educandos, as Secretarias de Educação e de Saúde devem oferecer alternativas para que continuem estudando até estarem aptos a retornar à escola assim que cessar o tratamento ou a condição especial que os obrigou a ficarem fora da rotina escolar. O alunado das classes hospitalares são os educandos cuja 51 condição clínica ou cujas exigências de cuidado com a saúde interferem na permanência escolar ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda, que impeçam a frequência escolar temporária ou permanente. Tanto no atendimento hospitalar quanto no domiciliar, compete ao Município em parceria entre suas secretarias disponibilizar recursos necessários ao atendimento do educando (mobiliários, recursos pedagógicos e recursos humanos). O atendimento pedagógico realizado com esses educandos deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento e construção dos conhecimentos correspondentes à educação básica. A oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser flexibilizada, de forma que contribua com a promoção de saúde e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos. Os profissionais que atuarão no atendimento hospitalar ou no atendimento pedagógico domiciliar deverão estar dispostos a trabalhar com a diversidade humana e com as diferentes vivências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos alunos impedidos de frequentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização curricular. Compete ao professor adequar e adaptar o ambiente às atividades e materiais disponíveis, planejar o dia a dia da turma, registrar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido, além de propor os procedimentos didático-pedagógicos e as práticas alternativas necessárias ao processo ensino-aprendizagem desses educandos, bem como ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento às escolas quanto à inclusão dos educandos que estiverem afastados do sistema educacional, seja no seu retorno, seja para o seu ingresso. As Secretarias Municipais de Educação e de Saúde do Município de Cabo Frio garantirão o funcionamento e atendimento em classe hospitalar, inicialmente, no Hospital Municipal Dr. Benigno Augusto Mello – Hospital Municipal da Criança. As ações serão vinculadas às duas Secretarias, uma vez que serão utilizados equipamentos, materiais didáticos, profissionais e demais recursos disponibilizados pela Educação e pela Saúde. As normas de funcionamento da classe hospitalar deverão constar em Regimento próprio a ser instituído pela Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria de Saúde. Nesse documento ficarão estabelecidas as formas administrativas de abordagem das questões como: registro, apuração e controle de frequência das crianças atendidas; elaboração, guarda e expedição de 52 documentos; atribuições da equipe docente e de gestão da classe hospitalar; delimitação dos setores que compõe tal unidade; trânsito dos profissionais nos ambientes do hospital; normas de segurança e prevenção, bem como os demais elementos que contém uma classe hospitalar. Formas de atendimento educativo em ambiente hospitalar a) Quanto à forma de atendimento: Classe Hospitalar: Mediante autorização médica, a partir do 15º dia de internação. Este atendimento escolar terá ênfase na leitura, escrita e raciocínio lógico, englobando as diversas áreas do conhecimento; Educação Lúdica: Mediante autorização médica, em interação com os responsáveis dos alunos. Este atendimento será desenvolvido através de atividades de contação de histórias, artes plásticas, ludoterapia, jogos de socialização e psicopedagógicos; Atendimento Clínico-Psicológico: ênfase nas condutas emocionais. b) Quanto ao vínculo dos profissionais: equipe técnico-pedagógica e professores vinculados à Secretaria Municipal de Educação; especialistas da área de saúde (psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta...) vinculados à Secretaria Municipal de Saúde. c) Quanto à estrutura de atendimento escolar hospitalar: atendimento no leito; atendimento em sala de apoio / ludoteca; d) Quanto aos recursos materiais: material didático, jogos pedagógicos, material de papelaria deverão ser fornecidos através da Secretaria Municipal de Educação. 12. ATENDIMENTO DOMICILIAR O atendimento educacional em ambiente domiciliar aos alunos impossibilitados de frequentar a escola, durante período sob tratamento de saúde já vem sendo preconizado desde 21 de outubro de 1969, através do Decreto-Lei Federal N.º 1.044 que determina em seu artigo 2º: “Atribuir a esses estudantes, 53 como compensação da ausência às aulas, exercícios domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento”. Recentemente, o Ministério da Educação elaborou um documento com o objetivo de estruturar ações políticas de organização do sistema de atendimento educacional em ambientes hospitalares e domiciliares. Este documento intitulado “Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações” (2002), define o atendimento domiciliar como o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em casas de passagem, casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade” (MEC/SEESP, 2002). [...] O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino cuja condição clínica ou exigência de atenção integral à saúde, considerados os aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas condições de construção de conhecimento, impedindo temporariamente a frequência escolar (MEC/SEESP, 2002, p.16). A Lei N.º 6.202, de 17 de abril de 1975, atribui à estudante gestante o regime de atendimento domiciliar a partir do oitavo mês gestacional: “Art. 1º - A partir do oitavo mês de gestação e durante três meses a estudante em estado de gravidez ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-Lei N.º 1.044, 21 de outubro de 1969.” As educandas que estiverem com o neonato e que apresentarem atestado solicitando a licença da frequência escolar terão garantido o atendimento domiciliar com conteúdos e atividades flexibilizados através de: planos de estudos, trabalhos, pesquisas, avaliação, entre outros instrumentos a fim de acompanhar o seu desenvolvimento pedagógico. Cabe à unidade escolar (equipe técnico-pedagógica, professores e direção) se organizar para planejar e realizar esse atendimento. Conforme a Constituição Federal, o direito à educação se expressa como direito à aprendizagem e à escolarização. A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. 54 Atendendo o que preconiza as citadas legislações e, objetivando assegurar o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, fazem-se necessárias as seguintes orientações às unidades escolares: a) quando por razões de proteção à saúde ou mesmo pelos riscos que podem ocorrer para o próprio aluno ou para os outros discentes, houver necessidade de afastamento das atividades escolares, por solicitação médica, por um período inferior a 30 dias, caberá à unidade escolar realizar o atendimento em parceria com a família, de modo a oferecer ao aluno condições necessárias à continuidade dos estudos, com o uso de procedimentos pedagógicos adequados à realidade domiciliar. As adequações pedagógicas referentes a esse tipo de atendimento decorrem das parcerias estabelecidas entre professores, equipe técnicopedagógica e direção da escola, os quais são responsáveis por organizar os conteúdos e as atividades a serem desenvolvidas de acordo com as possibilidades do aluno, utilizando para tal, atividades relacionadas a trabalhos de pesquisa, avaliações diferenciadas (escritas ou orais), sempre considerando o tempo e as condições que o discente dispõe para a efetivação da aprendizagem. b) quando o afastamento das atividades escolares, por solicitação médica for superior a 30 dias, caberá a direção da unidade escolar enviar ofício ao Gabinete da Secretaria Municipal de Educação requerendo o atendimento pedagógico domiciliar. Esse ofício deverá conter as seguintes informações: nome do aluno, ano de escolaridade, turma e turno. Deverá ser anexada ao ofício cópia do atestado expedido pelo médico responsável pelo tratamento, informando período de afastamento e se o aluno apresenta condições para o atendimento pedagógico em domicílio. Nesse caso, a Secretaria Municipal de Educação encaminhará um professor para realizar o atendimento domiciliar ao educando, definindo junto à escola os dias e horários de atendimento. Esse profissional deverá ter um conhecimento dos conteúdos a serem trabalhados, participar do planejamento em conjunto com os professores da unidade escolar na qual o aluno está matriculado e trazer informações aos professores quanto às necessidades específicas do aluno ao longo do atendimento. Vale ressaltar que, de acordo com o documento do MEC intitulado Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações, “a 55 oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser flexibilizada, de forma que contribua com a promoção da saúde e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos.” 13. ESCOLAS ESPECIAIS O Regimento Escolar da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio, aprovado pelo Parecer N.ºº17/CME, de 28 de dezembro de 2010, prevê no art. 78 que “os alunos que apresentem deficiências graves, que a escola regular ainda não consiga prover de modo significativo atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, recursos, apoios intensos e contínuos, bem como adaptações curriculares, poderão ser encaminhados, em caráter excepcional, para escolas especiais, atendimento complementado, sempre que necessário e de maneira articulada, por serviços das áreas de saúde, trabalho, cultura e assistência social.” Ressalta-se, porém, que apenas os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais decorrentes de deficiência intelectual moderada e grave, transtornos globais do desenvolvimento, deficiência múltipla e os alunos surdos poderão ser encaminhados para as escolas especiais. Esse encaminhamento deve ocorrer mediante apresentação de laudo médico, avaliação da equipe multiprofissional e técnico-pedagógica da escola especial, em conformidade com o regimento escolar da mesma. As escolas especiais pertencentes ao Sistema Municipal de Ensino de Cabo Frio têm como objetivos primordiais: oferecer às pessoas com deficiência condições adequadas para o desenvolvimento de seu potencial no aspecto intelectual, físico e social, proporcionando sua integração e participação no meio social em que vivem e respeitando suas condições; preparar o aluno para a inclusão na escola regular, por meio dos apoios necessários, articulando as ações entre o Ensino Regular e a Educação Especial, considerando as capacidades, objetivos e conteúdos previstos nas propostas curriculares da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio. 56 As escolas especiais têm ainda como objetivos específicos de atendimento: promover o desenvolvimento global das habilidades e competências dos alunos; incentivar a autonomia, cooperação, espírito crítico e criativo dos alunos com deficiência; preparar os alunos com deficiência para participarem ativamente do mundo social, cultural, dos desportos, das artes e do trabalho; estimular a frequência à escola em todo o fluxo de escolarização, respeitando os ritmos próprios dos alunos; oferecer atendimento educacional adequado às necessidades especiais do alunado, no que se refere a currículos adaptados, métodos, técnicas e material de ensino diferenciados, ambiente emocional e social da escola favorável à integração dos alunos e profissionais motivados e qualificados; avaliar o aluno de forma contínua, com ênfase no aspecto pedagógico, considerando o educando em seu contexto biopsicossocial, com vista à identificação de suas possibilidades de desenvolvimento; envolver a família e a comunidade no processo de desenvolvimento global do educando. As escolas especiais contam com o serviço de uma equipe multiprofissional, composta por: fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo e fisioterapeuta. Esses profissionais, além da articulação permanente com a equipe pedagógica da escola, prestarão atendimento especializado aos alunos. Esse atendimento deve ocorrer de forma individual ou em pequenos grupos, conforme os planos educacionais elaborados pelos especialistas e acompanhados pela equipe técnico- administrativo-pedagógica da instituição. Assim, a equipe multiprofissional complementará o atendimento pedagógico, prestando atendimento de natureza clínico-terapêutica e psicopedagógica, voltados às singularidades dos grupos atendidos e/ou as necessidades individuais dos alunos. Os avanços e necessidades de cada aluno atendido pela equipe multiprofissional devem ser registrados em Relatório de Acompanhamento, elaborado trimestralmente por cada profissional. Esse relatório deverá ser arquivado na pasta individual do aluno. 57 Ao final de cada trimestre, será realizada avaliação dos resultados do trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional, na qual se verificará se os objetivos traçados para cada aluno no Plano Educacional foram alcançados ou se há a necessidade de elaboração de um novo Plano Educacional Individualizado. As escolas especiais têm natureza pedagógica e as equipes docente e multiprofissional, através de ações conjuntas, devem desenvolver suas atividades mediante flexibilizações que envolvam a escolarização e atividades da vida autônoma e social, assegurando aos alunos o apoio de que necessitam. Devem também promover propostas educacionais que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos e sociais do aluno. A Secretaria Municipal de Educação deve assegurar às escolas especiais acessibilidade mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas na edificação, incluindo instalações, equipamentos e mobiliário, bem como de barreiras nas comunicações, com a utilização de recursos de comunicação. As escolas especiais devem construir e/ou atualizar, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o seu Regimento Escolar expressando a organização pedagógica, administrativa e disciplinar da instituição. O Regimento Escolar deverá ser encaminhado ao Conselho Municipal de Educação para análise e aprovação. Da avaliação A avaliação do desempenho escolar dos alunos com deficiência atendidos nas escolas especiais deverá ser contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avaliação deve variar segundo as características das necessidades especiais do aluno e da proposta pedagógica da instituição. Os alunos matriculados nas escolas especiais estarão sujeitos a critérios de avaliação condizentes com a flexibilização curricular promovida através da seleção de objetivos e conteúdos, com a utilização de formas alternativas de comunicação e adaptação dos materiais didáticos e dos ambientes físicos às suas necessidades. Da inclusão nas escolas regulares A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e das condições para o atendimento inclusivo, as equipes técnico-pedagógica, administrativa, 58 multiprofissional e docente das escolas especiais, com base em avaliação fundamentada através de um Relatório de Avaliação Pedagógica, devem apresentar parecer quanto à inclusão do educando em classes regulares de unidades escolares da Rede Municipal de Ensino. Desta forma, e considerando: - que a principal deficiência dos alunos matriculados na Escola Municipal Professor Renato Azevedo é a intelectual; - que a deficiência intelectual, segundo conceito adotado nos documentos oficiais brasileiros, é uma condição que envolve cinco dimensões: habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, participação, interação social e saúde; - que a política municipal de educação especial visa, acima de tudo, que a inclusão seja feita com qualidade, de forma a trazer para os alunos, foco principal desse processo, benefícios em todas as áreas citadas no item acima; é necessário que a equipe da Escola Municipal Renato Azevedo, apresente, no parecer favorável à inclusão, documentação que ateste já ter o aluno desenvolvido as seguintes capacidades do nosso sistema de escrita e de raciocínio lógico matemático, indispensáveis à sua continuidade de estudos em termos de acesso à oportunidades de aprendizagem: correspondência letra/som; compreensão da relação entre oralidade e escrita; leitura de palavras e frases; escrita ALFABÉTICA de palavras e produção de frases significativas; Identificação, comparação e ordenamento de grandezas; conceitos e estruturas relacionados à construção do significado dos números e suas representações; resolução de problemas por meio da adição e da subtração. É importante ressaltar que, além do parecer favorável da equipe da escola à inclusão do aluno em classe regular, é necessário que a família também esteja de acordo com o encaminhamento sugerido pela instituição, uma vez que a inclusão meramente física, em que os responsáveis nem sequer são consultados, tem sido vista pelos legisladores como desrespeito à sua liberdade de escolha. 59 Nos casos de transferência / inclusão de alunos matriculados em escola especial, a mesma emitirá o histórico escolar, acompanhado de relatório do processo de ensino e aprendizagem do transferido, a saber: a. Relatório de Avaliação Pedagógica, elaborado pelo professor da classe em que o aluno está matriculado, contendo as capacidades e ou conhecimentos construídos pelo aluno nas diversas áreas, bem como as habilidades adquiridas de acordo com as adaptações curriculares elaboradas, além das dificuldades apresentadas pelo aluno durante o processo ensino-aprendizagem, com relação ao currículo formal e funcional, seu relacionamento interpessoal e autonomia; b. Relatório de Acompanhamento elaborado pela equipe multiprofissional. As Escolas Municipais Prof. Renato Azevedo e Arlete Rosa Castanho têm o período de um ano, a contar da data de publicação deste documento, para adequar seus regimentos, propostas curriculares e projetos político-pedagógicos às orientações específicas das Diretrizes. 14. CENTROS DE ATENDIMENTO PEDAGÓGICO (CENAPEs) O que são os CENAPEs? Os CENAPEs - Centros de Atendimento Pedagógico - são unidades de apoio ao aluno, vinculados à Secretaria Municipal de Educação e instrumentalizado por regimento próprio e Projeto Político-Pedagógico. Os Centros atendem a alunos que apresentam transtornos funcionais específicos e/ou dificuldades acentuadas de aprendizagem, matriculados nas escolas regulares da Rede Municipal de Ensino. Os CENAPEs contam com o serviço de uma equipe técnico-pedagógica composta por supervisor escolar, orientador educacional e inspetor escolar. Esses profissionais são responsáveis pelo planejamento das atividades junto à equipe docente e direção, tendo como objetivo prestar apoios teóricos e práticos e acompanhar as ações didático-pedagógicas realizadas nos CENAPEs a fim de garantir a eficácia do processo ensino-aprendizagem. 60 14.1. Objetivo dos CENAPEs a) Ofertar o atendimento pedagógico aos alunos com transtornos funcionais específicos e aos que apresentarem dificuldades acentuadas de aprendizagem no contraturno do ensino regular; b) Organizar e disponibilizar recursos e serviços pedagógicos que eliminem as barreiras no processo ensino-aprendizagem desses alunos; c) Prestar atendimento pedagógico de modo a garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno; d) Promover os apoios necessários que favoreçam a participação e aprendizagem dos alunos nas classes comuns, em igualdade de condições com os demais alunos. 14.2. Atribuições dos CENAPEs a) Organizar o Projeto Político-Pedagógico para o atendimento educacional, tendo como base o público a ser atendido, a formação e a experiência do corpo docente e técnico, os recursos e equipamentos específicos e o espaço físico; b) Construir o Projeto Político-Pedagógico – PPP considerando: a flexibilidade da organização do atendimento individual ou em pequenos grupos; as atividades a serem desenvolvidas conforme previsto no Plano de Atendimento Educacional do aluno; c) Efetivar a articulação pedagógica entre os CENAPEs e os professores das salas de aula regular, através da equipe técnica pedagógica e administrativa a fim de promover as condições de participação e aprendizagem dos alunos; d) Emitir, trimestralmente, às escolas regulares, relatório de acompanhamento pedagógico sobre o desenvolvimento dos alunos atendidos; e) Solicitar, trimestralmente, às escolas regulares, um relatório de acompanhamento do processo de produção escolar dos alunos em atendimento; f) Acompanhar, junto às escolas regulares, o desenvolvimento dos alunos atendidos; 61 g) Disponibilizar um dia por semana para atendimento às escolas (estudos de caso, reuniões internas, etc.); h) Colaborar com a rede pública de ensino na formação continuada de professores que atuam nos CENAPEs e apoiar a produção de materiais didáticos e pedagógicos; i) Efetivar ações intersetoriais realizadas entre a escola regular e os demais serviços públicos de saúde, assistência social, trabalho, esporte e outros necessários para o desenvolvimento dos alunos. 14.3. Público-alvo dos CENAPEs O público-alvo dos Centros de Atendimento Pedagógico são os alunos com transtornos funcionais específicos e/ou dificuldades acentuadas de aprendizagem, matriculados nas classes regulares do Ensino Fundamental, a partir do 1º ano de escolaridade. 14.4. Do atendimento pedagógico nos CENAPEs Considera-se Atendimento Pedagógico o conjunto de atividades e recursos pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar aos alunos que apresentam transtornos funcionais específicos (TDAH, dislexia, dislalia...) e/ou dificuldades acentuadas de aprendizagem temporárias ou permanentes, matriculados no ensino regular. O atendimento pedagógico será ofertado aos alunos nos CENAPEs no contraturno de aula devendo envolver a participação da família e da escola regular. A proposta de trabalho desse atendimento não deve ser caracterizada como reforço escolar, mas como atividade complementar ao processo de escolarização do aluno, contemplando também a cultura, a arte educação, o esporte, o lazer. Os professores devem oferecer recursos didático-pedagógicos adequados às necessidades específicas dos alunos, utilizando-se de material concreto, lúdico e especializado. 14.5. Atribuições da Secretaria Municipal de Educação junto aos CENAPEs Dispor de uma equipe de triagem habilitada (psicopedagogo e assistente social) e vinculada à Secretaria Municipal de Educação; 62 Encaminhar os alunos das classes regulares para os Centros de Atendimento Pedagógico; Selecionar os professores e equipe multiprofissional que atuarão nos Centros, através da análise de currículo e entrevista; Organizar e disponibilizar recursos e serviços pedagógicos para o atendimento às necessidades educacionais específicas dos alunos com transtornos funcionais específicos e os que apresentarem dificuldades acentuadas de aprendizagem; Promover os apoios necessários que favoreçam a participação e a aprendizagem dos alunos nas classes regulares, em igualdade de condições com os demais educandos; Acompanhar o Projeto Político-Pedagógico - PPP dos Centros de Atendimento Pedagógico, considerando: a flexibilidade da organização do atendimento (individual ou em pequenos grupos); as atividades a serem desenvolvidas conforme previsto no Plano de Atendimento Educacional do aluno; Efetivar a articulação pedagógica entre os Centros e os professores do ensino regular, a fim de promover as condições de participação e aprendizagem dos alunos; Estabelecer redes de apoio, visando o acesso a serviços e recursos que contribuam na elaboração de estratégias pedagógicas; Participar das ações intersetoriais realizadas entre os Centros e os demais serviços públicos de saúde, assistência social, esporte, trabalho e outros necessários para o desenvolvimento dos alunos; Acompanhar o encaminhamento dos alunos das classes regulares para os Centros de Atendimento Pedagógico; Estabelecer redes de apoio e colaboração com as demais escolas da Rede, as instituições de educação superior e outros, para promover a formação dos professores, o acesso a serviços e recursos, a produção de materiais didáticos e o desenvolvimento de estratégias pedagógicas; Realizar estudos, pesquisas e seleção de assuntos didáticos e pedagógicos, oferecendo apoios específicos à ação dos supervisores escolares que atuam nos CENAPEs; 63 Assessorar técnica e pedagogicamente os supervisores escolares, orientadores educacionais e inspetores escolares que atuam nos CENAPEs, auxiliando na elaboração do Plano de Atendimento Educacional e do Projeto Político-Pedagógico; Prestar orientações específicas aos supervisores escolares que atuam nos CENAPEs quanto à utilização de materiais, recursos e estratégias didáticopedagógicas; Orientar os supervisores escolares quanto ao processo da avaliação dos alunos e às intervenções pedagógicas necessárias; Assessorar, acompanhar, orientar, avaliar e controlar, junto aos supervisores escolares, orientadores educacionais e inspetores escolares, os processos educacionais implementados nos CENAPEs; Acompanhar, junto aos supervisores escolares e aos orientadores educacionais o desenvolvimento dos alunos matriculados nos CENAPEs; Possibilitar a articulação entre os supervisores escolares e os orientadores educacionais que atuam nos CENAPEs e aqueles que atuam nas escolas regulares, através de reuniões periódicas. 14. 6. Do encaminhamento aos CENAPEs O aluno será encaminhado à SEME pela unidade escolar para realizar a triagem mediante o preenchimento da Ficha de Solicitação de Apoio ao Aluno. Essa ficha deverá ser preenchida e assinada por todos os profissionais da equipe técnico-pedagógica, pela direção da escola, pelos professores da turma do aluno e pelo seu responsável. Será avaliado pela Equipe de Triagem o aluno que apresentar distúrbios e/ou dificuldades de aprendizagem nas seguintes áreas: COGNITIVA Construção do conhecimento; Raciocínio lógico; Leitura e escrita; Realização das atividades. EMOCIONAL / SOCIAL (que afetam a aprendizagem) Autoestima; Ansiedade; 64 Frustração; Apatia; Inquietação; Agitação; Interação com o colega e professores; Agressividade; Relação familiar; Imaturidade. PSICOMOTORA (que afetam a aprendizagem) Coordenação motora; Lateralidade; Esquema e imagem corporal; Percepção; Ritmo; Postura. LINGUAGEM ORAL Alterações relacionadas à audição; Alterações relacionadas à voz; Motricidade orofacial; Linguagem oral e escrita. 14.7. Do acesso aos CENAPEs O acesso do aluno aos Centros de Atendimento Pedagógico ocorrerá mediante observação aos seguintes critérios: I– fazer parte do grupo de alunos com transtornos funcionais específicos e/ou com dificuldades acentuadas de aprendizagem; II– ser encaminhado pela unidade escolar à SEME para realizar a triagem, mediante preenchimento da Ficha de Solicitação de Apoio ao Aluno. 14.8. Da equipe de triagem A equipe de triagem, composta por assistente social e psicopedagogo, será devidamente habilitada em sua área de atuação e vinculada à Secretaria Municipal de Educação. Essa equipe deve compreender a aprendizagem humana como uma 65 rede plena de interações, vínculos, compromissos e papéis, que constituem um sistema complexo, no qual deve atuar. Ela deve observar a história de vida de cada elemento dessa rede de sistema e as oportunidades que foram oferecidas a cada indivíduo. Também deve ter um olhar que lhe permita atuar no plano da subjetividade, uma vez que não há testes e programas elaborados previamente que possam dar conta da diversidade de cada sujeito singular. Suas principais funções são: a) analisar as Fichas de Solicitação de Apoio ao Aluno, encaminhadas pelas escolas regulares, a fim de selecionar os casos e as prioridades de atendimento; b) avaliar os alunos encaminhados pelas escolas regulares com relação aos prérequisitos que viabilizem a sua participação nas atividades desenvolvidas nos CENAPEs; c) realizar, junto aos alunos, sondagens específicas, com foco em sua aprendizagem e desenvolvimento a fim de confirmar os indicadores relatados nos encaminhamentos feitos pelas escolas; d) emitir parecer quanto às avaliações realizadas junto às escolas, aos alunos e às famílias, indicando ou não a necessidade do atendimento dos educandos nos CENAPEs; 14.9. Dos recursos humanos Os professores que atuarão nos Centros de Atendimento deverão pertencer, preferencialmente, ao quadro efetivo da Rede Municipal e possuir cursos de especializações e/ou aperfeiçoamento na área de atendimento. Após avaliação técnica dos interessados, a SEME definirá os professores selecionados para o cargo. Ao serem selecionados, os professores dos CENAPEs estarão automaticamente comprometidos com as regras e procedimentos do trabalho pedagógico e com a sua participação nos eventos e em cursos de formação continuada promovidos pela SEME. 66 14.9.1. Atribuições do professor do atendimento pedagógico Manter atualizado o registro de frequência dos alunos, o resumo das atividades desenvolvidas diariamente e o número de atendimentos previstos e realizados; Elaborar cronograma de atendimento com a equipe administrativa do CENAPE; Elaborar, executar e avaliar o Plano de Atendimento Educacional do aluno contemplando: a identificação das suas habilidades e necessidades educacionais específicas; a definição e a organização das estratégias, serviços e recursos pedagógicos; o tipo de atendimento conforme as necessidades educacionais específicas dos alunos; o cronograma do atendimento e a carga horária de acordo com o limite de alunos estabelecido por grupo; Produzir materiais didáticos e pedagógicos, considerando as necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes vivenciam no ensino comum, a partir dos objetivos e das atividades propostas no currículo; Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum, visando a disponibilização dos serviços e recursos e o desenvolvimento de atividades para a participação e aprendizagem dos alunos nas atividades escolares; Desenvolver atividades pedagógicas de acordo com as necessidades educacionais específicas dos alunos; Participar das reuniões de estudo de casos e outras de acordo com o calendário da instituição, com seu material organizado e atualizado; Proceder à avaliação contínua de seus alunos, registrando, trimestralmente, através de relatório descritivo, o seu processo de desenvolvimento e as intervenções educativas pedagógicas propostas no período. 14.10. Do atendimento nos CENAPEs O atendimento nos Centros será no contraturno de aula do aluno e poderá ser realizado em pequenos grupos, conforme os Planos de Atendimento 67 Educacional feitos pelo professor. Os atendimentos realizados em grupos deverão ser organizados por faixa etária e/ou conforme as necessidades pedagógicas. O Plano de Atendimento Educacional deverá favorecer a gradativa autonomia e independência do aluno. O atendimento pedagógico realizado nos Centros deve constituir um conjunto de procedimentos específicos, de forma a desenvolver o processo cognitivo, motor e socioafetivo necessários para a apropriação e a produção de conhecimentos. O planejamento pedagógico deve ser organizado e, sempre que necessário, reorganizado de acordo com as necessidades específicas de cada aluno. Os CENAPEs deverão acompanhar, junto às escolas regulares, o desenvolvimento dos alunos atendidos. Ao final de cada trimestre, os centros emitirão às escolas regulares, relatórios sobre o atendimento pedagógico realizado junto aos alunos atendidos e sobre o desenvolvimento desses. 14.11. Do registro da avaliação Os avanços e necessidades do aluno devem ser registrados em Relatório de Acompanhamento Pedagógico, elaborado trimestralmente (antes do término de cada trimestre da escola regular) pelos professores com a participação da equipe técnico pedagógica dos CENAPEs. O relatório do aluno deve contemplar os seus avanços nas atividades e o seu desenvolvimento no processo de escolarização, devendo ser registrado: os avanços de forma qualitativa, suas necessidades acadêmicas, aspectos relativos à promoção e orientações específicas para auxiliá-lo em sua aprendizagem, bem como a necessidade de continuidade do apoio ao aluno no CENAPE. O relatório deverá ser arquivado na pasta individual do aluno no Centro de Atendimento Pedagógico e uma cópia enviada à escola regular, antes do término de cada trimestre, devendo o mesmo ser analisado pela equipe da escola e permanecer na pasta individual do aluno na unidade escolar. Trimestralmente, será realizada uma avaliação dos resultados do trabalho desenvolvido, onde se verificará se os objetivos traçados para cada aluno foram alcançados ou se há a necessidade de elaboração de um novo Plano de Atendimento Educacional. 68 14.12. Da participação da família Cabe à família participar na avaliação diagnóstica, quando solicitada, e prestar todas as informações importantes que contribuirão para a elaboração do perfil psicossocial do aluno e das estratégias pedagógicas a serem planejadas pela equipe técnico pedagógica dos CENAPEs. É dever da família colaborar no sentido de providenciar os atendimentos médicos e terapêuticos especializados solicitados como complemento para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Os casos de negligência por parte da família deverão ser comunicados à unidade escolar e quando necessário, ao Conselho Tutelar e / ou Ministério Público. 14.13. Do desligamento O desligamento do aluno do atendimento pedagógico nos CENAPEs só deverá ocorrer quando o mesmo tiver atingido os objetivos propostos em seu Plano de Atendimento Educacional ou por falta excessiva depois de esgotados todos os meios para efetivar o seu retorno. Esse desligamento deverá ser formalizado por meio de Relatório Pedagógico. O relatório deverá ser arquivado junto à documentação do aluno em sua pasta individual, tanto no CENAPE quanto na escola de origem. O desligamento não impedirá o retorno do aluno ao atendimento no CENAPE, caso seja detectada necessidade de continuidade, devido a possíveis dificuldades apresentadas ao longo de seu desenvolvimento escolar. 14.14. Aspectos a serem contemplados no Projeto Político-Pedagógico dos CENAPEs 1. Diagnóstico da realidade Ao elaborar o diagnóstico da realidade, descrever também a caracterização dos alunos atendidos. 2. Fundamentação legal, política e pedagógica 69 Com relação ao atendimento, indicar os referenciais da educação que fundamentam sua organização e oferta. 3. Gestão Com relação às equipes do Centro, informar o número de profissionais, carga horária, formação específica (aperfeiçoamento, graduação, pós-graduação), competências dos profissionais e interface com o ensino regular. 4. Organização da prática pedagógica no CENAPE Informar a organização do CENAPE quanto à prática pedagógica e recursos pedagógicos prestados. 5. Organização e prática pedagógica 5.1. Atividades do atendimento pedagógico Descrição do conjunto de atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade organizados institucionalmente aos alunos atendidos. 5.2. Articulação do CENAPE com a escola regular Identificação das escolas de ensino regular cujos alunos são atendidos pelo Centro; o número de alunos matriculados de cada escola, articulação entre o Centro e os diretores das unidades escolares. 5.3. Organização do atendimento no CENAPE Identificação dos alunos a serem atendidos no Centro; previsão de atendimentos, conforme necessidades educacionais específicas dos alunos; periodicidade, carga horária e atividades, conforme constante do Plano de Atendimento Educacional do aluno. 6. Infraestrutura do CENAPE Descrição do espaço físico: número de salas para o Atendimento Pedagógico, sala de professores, refeitório, sanitários, outras; dos mobiliários; dos equipamentos e dos recursos específicos. 15. PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA Segundo CAMPBELL (2009), a educação inclusiva veio tornar mais complexa e mais desafiadora a tarefa dos educadores que precisarão estudar o que antes 70 estavam dispensados de estudar, aprender técnicas nas quais antes não pensavam, adequar seu ritmo a de seus alunos, aprender a “ouvir” por outros meios diferentes da audição. Os educadores terão de rever suas expectativas, as formas de ensinar, avaliar, aprovar, reprovar. O profissional do ensino regular que recebe alunos com necessidades educativas especiais deve vivenciar no seu dia a dia um processo de reflexão crítica sobre sua prática educacional. Para que tal reflexão produza resultados satisfatórios no processo ensino-aprendizagem, ele necessita de suporte técnicocientífico. Sabemos o quanto é difícil para o professor que acolhe a inclusão dar conta da diversidade de alunos e tipos de aprendizagens diferenciadas, muitos ainda não contam com um suporte pedagógico para realizar o seu trabalho docente com os alunos com deficiência e/ou com necessidades educativas especiais. O acesso a esse suporte precisa ser garantido, cotidianamente, pela escola, e não somente dependa da iniciativa particular e pessoal do professor. Esse suporte deve ser ministrado pela equipe técnica da unidade escolar, a qual deve ter/ou buscar conhecimento dos conteúdos curriculares, dos métodos de ensino, dos recursos didático-pedagógicos e estimular a criatividade do professor. Essa equipe deve ser ativa e participante no cotidiano da sala de aula, da escola e das relações com a comunidade. Cada profissional dessa equipe, exercendo suas reais atribuições, vai tecendo uma rede de apoio ao trabalho desenvolvido pelo professor. Ressalta-se que nesse processo de formação permanente é preciso que todos (professores, gestores, equipe técnica, comunidade escolar) estejam informados sobre as deficiências com que irão se defrontar em seu cotidiano, buscando leituras sobre o tema, participando de encontros, de discussões, de estudo de casos, ouvindo a família dos alunos, dentre outros apoios. Se o aluno estiver recebendo Atendimento Educacional Especializado, é importante conversar com o professor da sala de recursos multifuncionais durante todo o ano para acompanhar seu desenvolvimento. Só assim poderão encontrar o apoio necessário para cada caso e acolher as diferenças como subsídio para montar ou completar o cenário escolar em que, não só o aluno com deficiência será contemplado, mas também a turma toda. Outra fonte importante de suporte para o professor do ensino regular é o assessoramento feito, durante todo o ano letivo, pela Secretaria Municipal de 71 Educação através dos cursos de formação continuada oferecidos no Centro de Estudos de Educação Natália Caldonazzi e por outras instituições que contribuem com seus conhecimentos sobre recursos, métodos e estratégias pedagógicas para o ensino de alunos com deficiência e/ou com necessidades educativas especiais. Mas é importante ressaltar que o real processo de formação acontece em cada profissional. De nada adiantará adquirir conhecimentos técnico-científicos se a prática em sala de aula não for recriada, cotidianamente, a fim garantir a qualidade pedagógica no atendimento aos educandos. 16. AÇÕES INTERSETORIAIS O processo de inclusão dos alunos com deficiência vem se concretizando nos últimos anos e passa a ser compreendido como compromisso de toda a sociedade. Para a consolidação dessa política, as ações municipais não podem estar centradas somente como atribuições da Secretaria Municipal de Educação, mas com o necessário compartilhamento de responsabilidades entre as diversas secretarias que compõem o governo. Na esfera municipal, é necessário que um conjunto de ações intersetoriais seja compartilhado entre as Secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública a fim de se garantir a integração do aluno com deficiência na sociedade e seu pleno direito à cidadania. Assim sendo, para garantir a efetivação de uma política governamental de atendimento ao aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação e transtornos funcionais específicos (TDAH, dislexia, dislalia, disgrafia, discalculia, disortografia...), além daqueles com dificuldades acentuadas de aprendizagem, a Secretaria Municipal de Educação propôs a conjugação de esforços e compartilhamento de ações entre as diversas secretarias municipais. Essas ações estão especificadas através de TERMOS DE COMPROMISSO que dispõem sobre as responsabilidades e atribuições de cada secretaria (Anexo III). As secretarias parceiras constituirão um Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal a fim de definir, conjuntamente, estratégias específicas de cooperação entre as mesmas para gestão do cuidado dos estudantes identificados nas escolas 72 municipais. Esse Grupo de Trabalho também terá como atribuições a execução, o acompanhamento e o monitoramento das ações pactuadas nos TERMOS DE COMPROMISSO. 73 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO: ANDRADE, Vânia Maria. A inclusão de alunos com altas habilidades/superdotação. Revista Inclusão e Cidadania do Instituto OPET, nº 3, ano II, pp. 20-21, (s/d). ARANTES, Valéria A. Inclusão Escolar: pontos e contrapontos/ Maria Teresa Eglér Mantoan, Rosângela Gavioli Prieto. São Paulo: Summus, 2006. AROSA, Armando C. e SCHILKE, Ana Lucia (orgs.). A escola no hospital: espaço de experiências emancipadoras. Niterói: Intertexto, 2007. BOATO, Elvio Marcos. Henri Wallon e a deficiência múltipla: uma proposta de intervenção pedagógica. São Paulo: Loyola, 2009. BRASIL, Inclusão: Revista de Educação Especial/ Secretaria de Educação Especial. Ano I /nº1, ano 2/nº2, v.4/nº1, v.4/nº2, V.5/n.1, Brasília: MEC/SEESP, 2005, 2006, 2008, 2010. _______. Ministério recomendações para da Educação. a Saberes construção de e práticas escolas da inclusão inclusivas. – Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2005. _______. Resolução N.º 41, de 13 de outubro de 1995, aprova o texto oriundo da Sociedade Brasileira de Pediatria, relativo aos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizado. CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1995). _______. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB N.º 2 de 2001, Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. _______. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB N.º 2, de 11 de dezembro de 2001, Estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. _______. Conselho Nacional de Educação Resolução. CNE/CEB N.º 07, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. 74 _______. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB N.º 4, de 2 de outubro de 2009, Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado, modalidade Educação Especial. _______. Constituição da República Federativa da Brasil, promulgada em 05/10/1988. Brasília: Senado Federal, 1988. _______. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2008. _______. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. _______. Decreto-Lei N.º 1.044, Presidência da República, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica. _______. Decreto N.º 3.298, Presidência da República, de 20 de dezembro de 1999, Regulamenta a Lei N.º 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. _______. Decreto N.º 3.298, Presidência da República, Regulamenta a Lei N.º 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências, de 20 de dezembro de 1999. _______. Decreto N.º 6.214, Presidência da República, de 26 de dezembro de 2007. Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que trata a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei N.º 10.741, de 1º de outubro de 2003. Acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto N.º 3.048, de 6 de maio de 1999, e dá outras providências. _______. Decreto N.º 6.571, Presidência da República, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o 75 parágrafo único do art. 60 da Lei N.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto N.º 6.253, de 13 de novembro de 2007. _______. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei N.º 8.069, de 13 de julho de 1990. _______Lei N.º 6.202, Presidência da República, de 17 de abril de 1975. Atribui à estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-Lei N.º 1.044, de 1969 e dá outras providências. _______. Ministério da Educação. Lei N.º 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. _______. Ministério da Educação. Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Mental. Brasília: MEC/SEESP/SEED, 2007. _______. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2002. _______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Parecer NE/CEB N.º 017/2001. _______. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2001. _______. Ministério da Educação. Educação Especial e Avaliação da Aprendizagem na Escola Regular. Universidade Federal do Paraná: MEC/ Secretaria de Educação Básica, 2005. _______. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9394, de 11 de agosto de 1996. _______. Ministério da Educação. Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas: o direito à escola acessível / Marta Dischinger; Vera Helena Moro Bins Ely; Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2009. 76 _______. Ministério da Educação. Nota Técnica – SEESP/GAB/N.º 9/2010, Orientações para Organização de Centros de Atendimento Educacional Especializado. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2010. _______. Ministério da Educação. Nota Técnica – SEESP/GAB/N.º11/2010, Orientações para a institucionalização da oferta do Atendimento Educacional Especializado - AEE em Salas de Recursos Multifuncionais, implantadas nas escolas regulares. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2010. _______. Ministério Adaptações da Curriculares. Educação. Brasília: Parâmetros Curriculares MEC/Secretaria de Nacionais: Educação Fundamental/Secretaria de Educação Especial, 1998. _______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2007. _______. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola - Alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2000. _______. Ministério da Educação. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. _______ Ministério da Educação. Plano de Ações Articuladas/MEC (2012 – 2013) BRIZOLLA, Francéli. Aspectos legais e normativos para políticas de inclusão escolar na educação brasileira: legado histórico e perspectivas. Revista Inclusão e Cidadania do Instituto OPET, N.º 3, ano II, p. 32-33, (s/d). CABO FRIO. Secretaria Municipal de Educação. Plano Municipal de Educação Cabo Frio-RJ. Cabo Frio: SEME, 2009. _______. Secretaria Municipal de Educação. Regimento Escolar da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio. Cabo Frio: SEME, 2010. 77 CAMPBELL, Selma Inês. Múltiplas Faces da Inclusão. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009. FERNANDES, Edicléa Mascarenhas; CORRÊA Maria Ângela Monteiro. Processo ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais: o aluno com deficiência mental. 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ANEXOS METAS PREVISTAS NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO (2009/2018) Meta 1 – Garantir uma escolarização adequada aos alunos com deficiência, oferecendo-lhes oportunidades para o exercício da cidadania, para a preservação da dignidade humana, para a busca da identidade e para a participação efetiva na sociedade. Objetivo Promover políticas de inclusão, propiciando a permanência de alunos com deficiência nas turmas regulares, através de atendimento específico em centros próprios e garantir a permanência das escolas municipais existentes. Ações 1) Estabelecer infraestrutura de qualidade das escolas para recebimento e permanência dos alunos com deficiências, em coerência com as ações determinadas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental; 2) Sensibilizar e mobilizar a comunidade quanto à necessidade de inclusão social dos deficientes visuais, auditivos, físicos e intelectuais, através de campanhas, propaganda, projetos e outras ações; 3) Ampliar o fornecimento e uso de equipamentos e materiais necessários e específicos para apoio à aprendizagem dos educandos com deficiência, inclusive através de parcerias com organizações não governamentais e da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento; 4) Ampliar a criação de centros especializados destinados ao atendimento de alunos inclusos, estabelecendo parcerias com as áreas de saúde, assistência social e trabalho; 5) Oferecer e promover cursos de capacitação aos docentes na área de Educação Especial; 6) Prover transporte escolar adequado e gratuito para os alunos com deficiência; Prazo – A partir de 2009. 80 Meta 2 – Garantir escolarização especializada aos deficientes auditivos, visuais e mentais, oferecendo-lhes oportunidades para o exercício da cidadania, a preservação da dignidade humana, a busca da identidade e a participação efetiva na sociedade. Objetivo Oferecer o atendimento educacional em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes de ensino regular ou se for a opção familiar do educando. Ações 1) Construir Centros Educacionais Especializados dentro de normas arquitetônicas e pedagógicas que atendam à especificidade dessa clientela; 2) Fornecer às instituições/classes especializadas equipamentos específicos e materiais indispensáveis e necessários a um funcionamento de qualidade, inclusive através de parcerias com organizações governamentais e da sociedade civil voltadas para esse tipo de atendimento; 3) Reestruturar os prédios já existentes na Rede Municipal para melhor atender aos alunos dentro das normas de acessibilidade estabelecidas. Prazo – A partir de 2009 METAS PREVISTAS NO PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS / Ministério da Educação - MEC (2012/ 2013) Dimensão: Infraestrutura Física e Recursos Pedagógicos Área: Uso de tecnologias Indicador: Existência de sala de recursos multifuncionais e utilização para o atendimento especializado (AEE). Ações: 1. Implementar salas de recursos multifuncionais nas escolas da Rede Municipal de Ensino com matrícula de alunos público-alvo da educação especial e ampliar a oferta do atendimento educacional especializado (AEE). 81 Estratégia de Implementação: Implantação de salas de recursos multifuncionais nas escolas da Rede com matrícula de alunos público-alvo da educação especial, conforme Educacenso MEC/Inep, garantindo a institucionalização do atendimento educacional especializado (AEE) no projeto pedagógico da unidade escolar e a disponibilização de professores para atuação no AEE. Programa: SECADI – Programa de Implementação de Salas de Recursos Multifuncionais. Forma de Execução: Assistência técnica do MEC. 2. Adquirir recursos de tecnologia assistiva para as salas de recursos multifuncionais implantadas na Rede e garantir a sua manutenção. Estratégia de Implementação: Aquisição e manutenção de recursos de tecnologia assistiva para as salas de recursos multifuncionais implantadas na rede. Programa: Outros. Forma de Execução: Executadas pelo Município. 82 TERMOS DE COMPROMISSO DAS AÇÕES INTERSETORIAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE CABO FRIO Região dos Lagos – Estado do Rio de Janeiro Ações intersetoriais constituídas em ato conjunto das Secretarias Municipais: de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública de Cabo Frio/RJ TERMO DE COMPROMISSO Termo de Compromisso Municipal de atendimento aos alunos com deficiência, alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem que firmam entre si as Secretarias Municipais: de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública de Cabo Frio/RJ, com a finalidade de promover ações de atenção a esses estudantes, de acordo com as seguintes legislações, dentre outras: Lei n.º 7853, de 24 de outubro de 1989 e com o Decreto n.º 3298, de 20 de dezembro de 1999, Lei n.º 8742, de 07 de dezembro de 1993, Lei n.º 10048, de 8 de novembro de 2000, o Decreto n.º 5296, de 2 de dezembro de 2004, as Normas Técnicas de Acessibilidade da ABNT e o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC. Aos 13 (treze) dias do mês de abril do ano de dois mil e doze, as Secretarias Municipais: de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública de Cabo Frio, neste ato representado pelos secretários municipais, celebram o presente instrumento de mútua colaboração com a finalidade de promover ações de atenção aos alunos com deficiência, com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem conforme as cláusulas e condições seguintes: CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO O presente Termo de Compromisso tem por objetivo a conjugação de esforços visando promover ações de atenção aos alunos com deficiência, com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem, articulada de forma intersetorial entre as Secretarias Municipais: de Educação, Saúde, Assistência Social, Esporte e Lazer, Cultura, Transporte, Desenvolvimento da Cidade e Ambiente e Ordem Pública de Cabo Frio. 83 CLÁUSULA SEGUNDA – DA VIGÊNCIA O prazo para realização das ações pactuadas no presente instrumento tem vigência indeterminada a contar da data de assinatura deste instrumento. CLÁUSULA TERCEIRA – DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO A Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações com representantes do Departamento de Apoio ao Aluno da Secretaria Municipal de Educação e representantes das demais Secretarias; b) definir, com as demais secretarias municipais as estratégias específicas de cooperação para gestão dos serviços e de outras políticas setoriais; c) definir, junto à direção das escolas, os alunos e famílias a serem atendidos; d) encaminhar às secretarias municipais demanda de alunos com deficiência, alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem, identificada pelas escolas, para serem atendidos; e) promover a comunicação permanente entre escolas e secretarias municipais, assegurando a troca de informações sobre os serviços prestados e as políticas setoriais; f) viabilizar as ações que possibilitem a organização e funcionamento administrativo e pedagógico das classes hospitalares; g) proporcionar, gradativamente, a eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade nas escolas municipais, de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; 84 h) conceder ajudas técnicas nas escolas municipais que permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais do aluno com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social; i) planejar os projetos de reformas dos estabelecimentos municipais de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade garantindo condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para os alunos com deficiência, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, quadras, laboratórios, áreas de lazer, sanitários, corredores, etc., de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; j) planejar, junto à Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Ambiente, os projetos de construção dos estabelecimentos municipais de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, municipais, garantindo condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para os alunos com deficiência, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, quadras, laboratórios, áreas de lazer, sanitários, corredores, etc., de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; k) construir, reformar, ampliar as escolas, ou efetuar a mudança de destinação para estes tipos de edificação, de modo que sejam ou se tornem acessíveis ao aluno com deficiência, de acordo com o Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/MEC; l) dispor sanitários acessíveis destinados ao uso do aluno com deficiência nas construções, nas ampliações ou nas reformas das escolas; m) garantir o acesso à educação profissional dos educandos com deficiência, a partir dos 16 de idade, a fim de possibilitar habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, considerando sua capacidade de aproveitamento e não seu nível de escolaridade; 1. Entende-se por habilitação profissional o processo destinado a propiciar ao aluno com deficiência, em nível formal e sistematizado, aquisição de conhecimentos e habilidades especificamente associados à determinada profissão ou ocupação. 85 2. Os serviços de habilitação e reabilitação profissional deverão estar dotados dos recursos necessários para atender ao aluno com deficiência, independentemente da origem de sua deficiência, desde que possa ser preparado para trabalho que lhe seja adequado e tenha perspectivas de obter, conservar e nele progredir. A orientação profissional será prestada tendo em conta as potencialidades da pessoa portadora de deficiência, considerando: I - educação escolar efetivamente recebida e por receber; II - expectativas de promoção social; III - possibilidades de emprego existentes em cada caso; IV - motivações, atitudes e preferências profissionais; e V - necessidades do mercado de trabalho. n) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA QUARTA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE A Secretaria Municipal de Saúde de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos alunos com deficiência, alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem; c) avaliar as condições de saúde dos educandos e prestar assistência médica de qualidade na rede pública de saúde aos alunos com deficiência, alunos com transtornos funcionais específicos e com dificuldades acentuadas de aprendizagem: avaliação clínica; avaliação nutricional; promoção da alimentação saudável; avaliação oftalmológica; avaliação da saúde e da higiene bucal; avaliação auditiva; avaliação psicossocial, dentre outras; 86 d) diagnosticar e caracterizar as deficiências por equipe multidisciplinar de saúde, para fins de concessão de benefícios e serviços; e) garantir o laudo médico para os alunos com deficiência, a fim de que estes possam gozar dos benefícios inerentes à pessoa com deficiência; f) garantir atendimento à saúde ao longo do ano letivo, de acordo com as necessidades identificadas: atendimento com fisioterapeuta, oftalmologista, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, neuropediatra, dentre outros; g) garantir exames necessários aos alunos encaminhados, atendendo às prescrições médicas; h) viabilizar atendimento em parceria com outras instituições a fim de adquirir materiais específicos (cadeira de rodas, órteses, próteses...) de acordo com a demanda da Rede Municipal de Ensino; i) garantir transporte fora do domicílio para atendimento especializado; j) viabilizar parcerias com hospitais e clínicas a fim de garantir atendimento técnico e especializado aos alunos com deficiências; k) viabilizar as ações que possibilitem a organização e funcionamento administrativo e pedagógico das classes hospitalares; l) atualizar o calendário de vacinas obrigatórias dos educandos; m) oferecer ao aluno que apresentar redução funcional devidamente diagnosticada por equipe multiprofissional serviços de reabilitação necessários para corrigir ou modificar seu estado físico, mental ou sensorial; n) conceder, quando indicado, as seguintes ajudas técnicas que permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais do aluno com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social: I. próteses auditivas, visuais e físicas; II. órteses que favoreçam a adequação funcional; III. equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação do aluno com deficiência; 87 IV. equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente desenhados ou adaptados para uso pelo aluno com deficiência; V. elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para facilitar a autonomia e a segurança do aluno com deficiência; VI. elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a sinalização para o aluno com deficiência; VII. equipamentos e material pedagógico especial para educação, capacitação e recreação do aluno com deficiência; VIII. adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria funcional e a autonomia pessoal e IX. bolsas coletoras para os portadores de ostomia. o) prover, como parte integrante do processo de reabilitação, medicamentos que favoreçam a estabilidade clínica e funcional e auxiliem na limitação da incapacidade, na reeducação funcional e no controle das lesões que geram incapacidades; p) oferecer, como parte integrante do processo de reabilitação (simultâneos aos tratamentos funcionais) tratamento e apoios psicológicos destinados a contribuir para que o aluno com deficiência atinja o mais pleno desenvolvimento de sua personalidade; q) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA QUINTA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL A Secretaria Municipal de Assistência Social de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) criar e manter ativo um Cadastro Único Municipal de pessoas com deficiência com a finalidade de gerar informações que possibilitem às mesmas o acesso a programas e benefícios gerenciados pelo município; 88 c) inserir o aluno com deficiência e sua família, na rede de serviços socioassistenciais e de outras políticas setoriais visando favorecer-lhes à obtenção de aquisições de benefícios materiais, ações socioeducativas, para suprir as necessidades de subsistência e desenvolver capacidades para a convivência familiar e comunitária e sua autonomia; d) garantir aos alunos com deficiência o Benefício de Prestação Continuada, em conformidade com o art. 11 da Lei no 8.742, de 1993; e) oportunizar programas de habilitação profissional aos educandos com deficiência, a partir dos 16 anos de idade, a fim de possibilitar o acesso ao mercado de trabalho, considerando sua capacidade de aproveitamento e não seu nível de escolaridade; f) O programa de habilitação profissional deve priorizar as potencialidades aluno com deficiência, considerando: I - educação escolar efetivamente recebida e por receber; II - expectativas de promoção social; III - possibilidades de emprego existentes em cada caso; IV - motivações, atitudes e preferências profissionais; e V - necessidades do mercado de trabalho. g) encaminhar os educandos com deficiência para o mercado de trabalho; h) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA SEXTA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA A Secretaria Municipal de Cultura compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) inserir o aluno com deficiência e sua família, na rede de serviços socioculturais e de outras políticas setoriais visando favorecer-lhes a 89 participação em atividades socioeducativas para desenvolver capacidades e talentos para a convivência familiar e comunitária e a autonomia; c) viabilizar aos educandos com deficiência, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: I - promover o acesso aos meios de comunicação social; II - criar incentivos para o exercício de atividades criativas, mediante: a. participação em concursos de prêmios no campo das artes e das letras e b. exposições, publicações e representações artísticas do educando com deficiência. d) financiar entre outras ações, a produção e a difusão artístico-cultural de pessoa com deficiência, através dos recursos do Programa Nacional de Apoio à Cultura, de modo a possibilitar-lhe o pleno exercício dos seus direitos culturais; e) proporcionar a eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade a todos os bens culturais imóveis de acordo com o que estabelece a Instrução Normativa n.º 1 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de 25 de novembro de 2003; as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; as legislações específicas e as regras contidas na Lei n.º 10048, de 8/11/2000, e no Decreto n.º 5296, de 2 de dezembro de 2004; f) conceder ajudas técnicas em todos os bens culturais imóveis que permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais do aluno com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social; g) proporcionar o acesso prioritário aos patrimônios históricos, prestando tratamento diferenciado aos alunos com deficiência. O tratamento diferenciado inclui, dentre outros: I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis; 90 II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à condição física do aluno em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT; III - serviços de atendimento ao aluno com deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento; IV - pessoal capacitado para prestar atendimento ao aluno com deficiência visual, mental e múltipla; V - disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de aluno com deficiência ou com mobilidade reduzida. h) reservar no teatro municipal, pelo menos, dois por cento da lotação do estabelecimento para aluno em cadeira de rodas, distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; i) reservar no teatro municipal dois por cento dos assentos para acomodação de alunos com deficiência, em locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos serem devidamente sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Esse espaço e assentos deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante por aluno com deficiência. Nesse local, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a saída segura em caso de emergência; j) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. 91 CLÁUSULA SÉTIMA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) viabilizar aos alunos com deficiência, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas: I. incentivar a prática desportiva formal e não-formal como direito de cada um e o lazer como forma de promoção social; II. estimular meios que facilitem o exercício de atividades desportivas entre a pessoa deficiente e suas entidades representativas; III. assegurar a acessibilidade às instalações desportivas dos estabelecimentos municipais de ensino, desde o nível pré-escolar. c) apoiar a manifestação desportiva de rendimento e a educacional, compreendendo as atividades de: I. desenvolvimento de recursos humanos especializados; II. promoção de competições desportivas internacionais, nacionais, estaduais e locais; III. construção, ampliação, recuperação e adaptação de instalações desportivas e de lazer. d) reservar nos estádios, ginásios de esportes, pelo menos, dois por cento da lotação do estabelecimento para aluno em cadeira de rodas, distribuídos pelos recintos em locais de boa visibilidade, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; e) reservar nos estádios e ginásios de esporte dois por cento dos assentos para acomodação de alunos com deficiência em locais devidamente sinalizados e de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Esses espaços e assentos deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante por aluno com deficiência. 92 Nesses locais, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a saída segura em caso de emergência; f) dispor nos estádios e ginásios de esporte, de sinalização visual e tátil para orientação dos alunos com deficiência auditiva e visual, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; g) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA OITAVA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE E AMBIENTE A Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Ambiente de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) participar no planejamento dos projetos de construção e reformas dos estabelecimentos municipais de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, garantindo condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para as pessoas com deficiência, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, quadras, laboratórios, áreas de lazer e sanitários; c) projetar as ruas em frente às escolas de acordo com as propostas apresentadas no Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas/ MEC; d) projetar as calçadas próximo às escolas, garantindo a colocação de piso tátil de alerta e direcional para auxiliar os alunos com deficiência visual a se orientarem e se deslocarem com segurança nas calçadas próximas à escola; 93 e) proporcionar a eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade a todos os bens culturais imóveis de acordo com o que estabelece a Instrução Normativa n.º 1, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de 25 de novembro de 2003; as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; as legislações específicas e as regras contidas na Lei n.º 10048 de 8/11/2000 e no Decreto n.º 5296, de 2 de dezembro de 2004; f) conceder ajudas técnicas em todos os bens culturais imóveis que permitam compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social; g) projetar as reformas ou ampliações das edificações de uso público ou coletivo ou de mudança de destinação para estes tipos de edificação, de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa com deficiência; h) proporcionar o acesso prioritário às edificações e serviços públicos, prestando tratamento diferenciado à pessoa com deficiência. O tratamento diferenciado inclui, dentre outros: I. assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis; II. mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à condição física da pessoa com deficiência em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT; III. serviços de atendimento à pessoa com deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento; IV. pessoal capacitado para prestar atendimento ao à pessoa com deficiência visual, mental e múltipla; 94 V. disponibilidade de área especial para embarque e desembarque da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida i) cumprir as exigências dispostas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT ao planejar a urbanização das vias, praças, dos logradouros, parques e demais espaços de uso públicos. Incluem-se na condição estabelecida: I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a adaptação de situações consolidadas; II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou elevação da via para travessia de pedestre em nível; e III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta. j) garantir nas características do desenho e na instalação do mobiliário urbano a aproximação segura e o uso pela pessoa de deficiência visual, mental ou auditiva, a aproximação e o alcance visual e manual para os pessoas com deficiência física, em especial aquelas em cadeira de rodas, e a circulação livre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT; k) projetar os balcões de atendimento e as bilheterias existentes nas edificação de uso público ou de uso coletivo de, pelo menos, uma parte da superfície acessível para atendimento à pessoa com deficiência, conforme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT; l) projetar nas construções, nas ampliações ou nas reformas de edificações de uso público de sanitários acessíveis destinados ao uso da pessoa com deficiência; m) reservar nos projetos dos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de espetáculos, pelo menos, dois por cento da lotação do estabelecimento para pessoa em cadeira de rodas, distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, próximos aos corredores, devidamente 95 sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; n) reservar nos projetos dos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de espetáculos dois por cento dos assentos para acomodação da pessoa com deficiência, em locais de boa recepção de mensagens sonoras, devendo todos serem devidamente sinalizados e estar de acordo com os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Esses espaços e assentos deverão situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, um acompanhante por pessoa com deficiência. Nesses locais, haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a saída segura em caso de emergência; o) projetar nas edificações de uso público ou de uso coletivo, de sinalização visual e tátil para orientação da pessoa com deficiência auditiva e visual, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; p) projetar elevadores em edificações de uso público ou de uso coletivo atendendo aos padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar sinalizado em braille em qual andar da edificação o aluno se encontra; q) possibilitar a travessia com segurança nas ruas em frente às escolas, garantindo existência da faixa de pedestre, semáforos para automóveis, semáforo para pedestre com sinal sonoro, redutor de velocidade dos carros; r) planejar assentos preferenciais e meios de acesso devidamente sinalizados para uso das pessoas com deficiência nos terminais e pontos e paradas de ônibus; s) planejar a instalação de semáforos para pedestres instalados nas vias públicas com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a travessia da pessoa com deficiência visual em todos os locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade na via assim determinarem, bem como mediante solicitação dos interessados; 96 t) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA NONA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE TRANSPORTE A Secretaria Municipal de Transporte de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; b) atender às áreas escolares com uma eficiente rede de transporte público: I. a localização dos pontos de ônibus deve ser a mais próxima possível do portão de entrada; II. os ônibus que atendem áreas escolares devem ser acessíveis, ou seja, equipados com plataforma elevatória ou outros sistemas que possibilitem a entrada de cadeiras de rodas; III. no interior do veículo, deve ser previsto, também, um local para a cadeira de rodas, com cinto de segurança e barras de apoio com a devida identificação de que se destina ao uso preferencial. c) assegurar, junto às concessionárias responsáveis pela gestão dos serviços de transportes, a qualificação dos profissionais que trabalham nesses serviços, para que prestem atendimento prioritário aos alunos com deficiência. d) assegurar, junto às empresas concessionárias e permissionárias de transporte coletivo, a substituição da frota operante atual por veículos acessíveis, a ser feita pelas empresas de forma gradativa; e) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. CLÁUSULA DÉCIMA - DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE ORDEM PÚBLICA A Secretaria Municipal de Ordem Pública de Cabo Frio compromete-se a: a) constituir Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal de Execução, Acompanhamento e Monitoramento das Ações Intersetoriais; 97 b) possibilitar a travessia com segurança nas ruas em frente às escolas, garantindo existência da faixa de pedestre, semáforos para automóveis, semáforo para pedestre com sinal sonoro, redutor de velocidade dos carros; c) equipar os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a travessia do aluno com deficiência visual em todos os locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade na via assim determinarem, bem como mediante solicitação dos interessados; d) emitir relatórios gerenciais periódicos sobre o desenvolvimento das ações da parceria no âmbito das secretarias municipais. E por estarem de acordo com o acima pactuado firmam o presente instrumento de Termo de Compromisso, elaborado em 3 (três) vias de igual teor. Cabo Frio, _______ de _________________ de 2012. ___________________________ _______________________________ Secretária Municipal de Educação Secretária Municipal de Assistência Social ___________________________ Secretário Municipal de Saúde ____________________________ Secretário Municipal de Cultura ______________________________ ____________________________ Secretário Municipal de Esporte e Lazer Secretário Municipal de Transporte ______________________________ _____________________________ Sec. Mun. de Des. da Cidade e Ambiente Secretário Municipal de Ordem Pública Testemunhas: 1. ______________________________ 2. ______________________________ 3. ______________________________ 4. ______________________________ 98