Práticas Educativas em
Enfermagem
Prof. Buno Silva
UM OFÍCIO SEM SABERES
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BASTA CONHECER O CONTEÚDO?
BASTA TER TALENTO?
BASTA TER BOM SENSO?
BASTA SEGUIR A TUA INTUIÇÃO?
BASTA TER EXPERIÊNCIA?
BASTA TER CULTURA?
O QUE É ENSINAR?

NOS ÚLTIMOS ANOS PESQUISADORES
DA EDUCAÇÃO SE QUESTIONAM DO
PAPEL DO DOCENTE E DA NATUREZA
DO ENSINO E O QUE É PERTINENTE
SABER PARA ENSINAR.
QUAIS SÃO OS SABERES , AS
HABILIDADES E AS ATITUTES
MOBILIZADOS NA AÇÃO
PEDAGÓGICA?
O QUE DEVERIA SABER TODO
AQUELE QUE PLANEJA
EXERCER ESSE OFÍCIO?
O que se pode entender!
Existe um repertório de conhecimentos próprios
ao ensino.
 E se existe esse repertório de onde vem?
 E como é construído?
 Quais são os limites e quais as implicações
inerentes à sua utilização?
Basta conhecer o conteúdo?
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
O saber necessário a ensinar se reduz
unicamente ao conhecimento do conteúdo da
disciplina.
Assim, uma tarefa tão complexa como o ato de
ensinar torna-se reducionista.
É importante avaliar os problemas de tal
disciplina; planejar; organizar o ensino;
Observar o perfil dos alunos numa sondagem
não valorativa, antes sim factual.
Basta ter talento?
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Diz-se por aí que : “ Ou você sabe ensinar ou
não sabe.” Equívoco
O saber é um ação refletida;
A reflexão é suporte essencial ao exercício
docente;
A reflexão gera a ação consciente e pode
fortalecer o talento;
Mas, só o talento sem técnicas que o
direcionem não vale como meta educacional.
Como dizia Diwey(1929):
“O PROBLEMA DAQUELES QUE TÊM
TALENTO É QUE , TAL COMO O
TESOURO DE UM FARAÓ, ELES O
LEVARÃO CONSIGO AO TÚMULO”.
Assim, reduzir essa atividade ao talento
é, no fim das contas privar a maioria
daqueles que a exercem da contribuição
dos resultados de pesquisas.
Basta ter bom -senso?
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A palavra “bom” é um adjetivo, portanto nos
alude a uma qualidade subjetiva, pois não é
tudo que é bom pra mim que é bom pra ti?
Com isso nota-se que há variações de senso;
Em outra palavras a educação é o lugar por
excelência dos conflitos de valor e de
perspectiva, visto que ela é o centro de nossas
angústias coletivas.
Assim:
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Clamar pelo bom senso é querer um mundo do
unitário que não existe, que talvez nunca
tenha existido ou que, no mínimo, não mais
existirá.
De fato , clamar pelo bom-senso é
simplesmente colocar em evidência, de
maneira retórica, a sua própria posição e
desqualificar a do outro;
O discernimento - o bom-senso –
deve
ser
sustentado
por
conhecimentos em que irá se apoiar.
 Somente
Bom-senso
é
pura
insensatez para a prática educativa.

Basta ter experiência?
Também se ouve dizer:
“Ensinar se aprende na prática, errando e
acertando”.
O SABER EXPERIENCIAL É QUE
OCUPA O LUGAR IMPORTANTE
NAS PESQUISAS, (CORMIER,
LESSARD apud GAUTHIER; 2003)

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ADVOCAR EM FAVOR DA EXPERIÊNCIA
É PREJUDICAR A EMERGÊNCIA DO
RECONHECIMENTO
PROFISSIONAL
PRINCIPALMENTE PELA POSSE DE UM
SABER ESPECÍFICO FORMALIZADO E
ADQUIRIDO NUMA FORMAÇÃO DE TIPO
UNIVERSITÁRIO
PORTANTO:
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O SABER EXPERIENCIAL DEVE
POSSUIR TAMBÉM UM CORPUS DE
CONHECIMENTOS QUE O
AJUDARÃO A “LER” A REALIDADE
E A ENFRENTÁ-LA.
Sem querer denegrir as virtudes da
experiência.
BASTA TER CULTURA?


OUTRA MANEIRA DE MANTER O ENSINO NA
IGNORÂNCIA É, PARADOXALMENTE,
AFIRMAR QUE A BASE DO ENSINO É A
CULTURA.
ENQUANTO NÃO SOUBERMOS UM POUCO
MAIS SOBRE O FUNCIONAMENTO REAL DAS
REFERÊNCIAS CULTURAIS NA ATIVIDADE DE
ENSINO, NÃO PODEREMOS AFIRMAR QUE
ELAS SEJAM SUFICIENTES.
SABERES SEM OFÍCIO
Clermont aponta para os saberes
formalizados; os não concretos e
os de racionalidade técnica.
 Vamos ver no que estão versados
esses saberes.
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Saber formalizado:
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SABERES QUE PROVOCAM O
ESVAZIAMENTO DO CONTEXTO
CONCRETO DE EXERCÍCIO DO ENSINO;
IDÉIAS PRECONCEBIDAS PREJUDICAM
O PROCESSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO
DO ENSINO;
IMPEDE O DESABROCHAR DE UM
SABER DESSE OFÍCIO SOBRE SI MESMO.


A ORIGEM DESSE PROJETO DE
FORMALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
DOCENTE É UMA TANTO QUANTO
ANTIGA;
FOI QUANDO SE QUIS TRANSFORMAR A
PEDAGOGIA NUMA CIÊNCIA PURA
COMO A PSICOLOGIA,
PREESTABELECENDO AÇÕES.

REDIGIR LEIS PARA EDUCAR,
CÓDIGOS PARA
DETERMINADAS PRÁTICAS, É
ESQUECER SEGUNDO SCHON
(1994) A COMPLEXIDADE E AS
INÚMERAS DIMENSÕES
CONCRETAS DA SITUAÇÃO
PEDAGÓGICA.
A RACIONALIDADE TÉCNICA

APOIADA À PSICOLOGIA ELA NÃO
REPRESENTA O CONTEXTO REAL DE
SALA DE AULA, POIS INVESTIGA COMO
NA PSICOLOGIA UM ÚNICO PROCESSO
ISOLADO E NÃO NA INTERRELAÇÃO
DE PROCESSOS QUE ESTÃO EM JOGO
NESTA DINÂMICA EDUCATIVA.
UM OFÍCIO FEITO DE SABERES


Chegamos ao final do desafio de pensar
sobre didática:
O desafio da profissionalização se faz
presente no ato de negar esses mitos,
tanto dos OFÍCIOS SEM SABERES
COMO DOS SABERES SEM
OFÍCIO.
O RESERVATÓRIO DE SABERES
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SABERES DISCIPLINARES – A MATÉRIA;
SABERES CURRICULARES- O
PROGRAMA;
SABERES DAS CIÊNCIAS DA
EDUCAÇÃO;
SABERES DA TRADIÇÃO PEDAGÓGICA
– O USO;
SABERES EXPERIÊNCIAIS – A
JURISPRUDÊNCIA PARTICULAR;

SABERES DA AÇÃO PEDAGÓGICA – O
REPERTÓRIO DE CONHECIMENTO DO
ENSINO OU A JURISPRUDÊNCIA
PÚBLICO VALIDADO.
O DISCIPLINAR
AQUILO QUE FOI E É
PRODUZIDO PELOS
ESTUDIOSOS DA ÁREA;
 DEVE SER PRODUZIDO PELO
PROFESSOR NO CONTEXTO
ESPECÍFICO DO ENSINO DE SUA
DISCIPLINA.

SABER CURRICULAR
TODA DISCIPLINA REQUER UM
PROGRAMA DE SABERES QUE É
OFICIAL;
ESSES ESTÃO SEMPRE EM
TRANSFORMAÇÃO PARA SE
ADEQUAREM À REALIDADE;
SABER DAS CIÊNCIAS DA
EDUCAÇÃO
ESTE SABER REFERE-SE AO PROFESSOR
PARTICIPATIVO ÀS QUESTÕES
POLÍTICAS:
CONSELHOS;
SALÁRIOS;
CARGA HORÁRIA;
SIDICATOS;
COMITÊS ETC.
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O SABER DA TRADIÇÃO
PEDAGÓGICA
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É O SABER EXPERIENCIAL DOS
PROFESSORES -NÃO LEGITIMADO.
AQUILO QUE NÃO ESTÁ
SISTEMATIZADO COMO PRÁTICA;
AÇÃO TÁCITA DO PROFESSOR, MAS DE
GRANDE VALIA PARA A IDENTIDADE
DESTE OFÍCIO.
OS SABERES DA AÇÃO
PEDAGÓGICA
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O SABER LEGITIMADO:
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO;
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO;
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO ETC
TUDO QUE FUNDAMENTA A PRÁTICA
PEDAGÓGICA
EXERCÍCIO
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QUAIS AS FUNDAMENTAÇÕES
RELEVANTES PARA A AÇÃO
PEDAGÓGICA AO QUE CONCERNE A
DIDÁTICA?
O QUE O DOCENTE PRECISA
CONSIDERAR PARA UMA BOA AÇÃO
EDUCATIVA?
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
PEDAGOGIA CIDADÃ: CADERNOS DE
FORMAÇÃO: CADERNO DE DIDÁTICA/
MARILDA DA SILVA, ORGANIZADORA.
São Paulo: UNESP, pró-reitoria de graduação,
2003.
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