Trabalho Submetido para Avaliação - 14/09/2012 16:07:52 A ANÁLISE DA DINÂMICA POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE SÃO GABRIEL – RS NO PERÍODO DE 1970 A 2010 ILLA DE ANDRADE BICCA ([email protected]) / GEOGRAFIA / UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS VIVIANE REGINA PIRES ([email protected]) / GEOGRAFIA / UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS ORIENTADOR: ROBERTO CASSOL ([email protected]) / GEOGRAFIA / UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA - RS Palavras-Chave: São Gabriel, Dinâmica Populacional, Êxodo Rural, Cartografia Temática, Geografia. A partir da década de 70, os municípios dependentes de uma economia baseada no setor primário iniciaram uma transição demográfica notável. Residentes das áreas rurais mudaram-se para a área urbana em busca de novas alternativas de emprego, abandonando suas práticas de trabalho devido ao processo de mecanização no campo. Frente a isso, a pesquisa delimitou-se ao âmbito populacional do município de São Gabriel, RS, em uma escala multitemporal compreendida entre o ano de 1970 e 2010. O trabalho objetivou-se especificamente na elaboração de um mapa temático da dinâmica populacional do município e na verificação de indicadores populacionais e sociais, a fim de estabelecer parâmetros para a análise e estudo dos impactos causados pela dinâmica populacional. Como procedimentos metodológicos destacam-se a revisão bibliográfica do trabalho, procura de dados quantitativos de população e a geração de mapas. Os dados de população e dados socioeconômicos do município, no período, foram obtidos a partir de consulta nos sites do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação de Economia e Estatística (FEE), respectivamente. Os mapas de densidade demográfica foram elaborados a partir das malhas digitais, disponibilizadas pelo IBGE, com sistema de referências SAD 69. A partir disto, pôde-se elaborar um mapa de densidade populacional com o auxilio do aplicativo ArcGis 9.1, pertencente ao colégio politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Destaca-se como resultado os dados populacionais do Município, estes que mostram mais de 45% da população total residiam no campo em 1970 e em 2010, segundo o censo do IBGE, a população residente do campo totalizava em aproximadamente 10% da população total. O maior número de migrações ocorreu no período de 1970 a 1980, ápice da mecanização do campo e dos créditos rurais. O menor número de migrações ocorre no período de 1991 a 2000, com uma diminuição de 2021 habitantes da área rural e no período de 2000 e 2010 houve diminuição de 2404 habitantes. No período de 1991 a 2010, 2 distritos do Município se emanciparam. Em suma, parte da população rural que diminuiu, devido essas modificações de território, passou a fazer parte de outro município, logo não ocorreu apenas migração, e sim diminuição da área de estudo. A partir de 2008, um expressivo número de famílias, aproximadamente 590, segundo o Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária, foi assentado no Município. A partir do número de famílias assentadas, concluiu-se que a diferença da população rural para urbana no período seria ainda mais acentuada, uma vez que haveria uma intensa diminuição de sua população se não ocorresse distribuição de terras. Ou seja, a população urbana do Município não voltou para o campo, o que ocorreu foi um aumento da população total, uma vez que muitas das famílias assentadas não residiam no município. A partir dos dados obtidos no Atlas de desenvolvimento Humano (PNUD Brasil), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) divide-se em blocos de Renda, Educação e Longevidade. Foi no bloco Educação onde ocorreu o mais significativo aumento, passando de 0,77, em 1991, para 0,856, em 2000. No quesito Renda, por sua vez, não ocorreu o mesmo crescimento, com índice de 0,662 em 1991 e 0,697, em 2000. O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE), segundo o a Fundação de Economia e Estatística (FEE), é dividido em blocos como Domicílio e Saneamento, Educação, Saúde e Renda, e possui, no Município, valor pouco abaixo da média estadual. Contudo, entre esses quesitos, a Renda possui maior discrepância comparada à média estadual. De 2000 a 2008, a média estadual no bloco Renda subiu de 0,700 a 0,800, respectivamente, enquanto o mesmo no Município passou de 0,611 a 0,730 no mesmo período. Segundo o OMD (Objetivos do Milênio), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, os 20% mais pobres da população tiveram participação de 2,7% na renda do município em 1991 e 2,3%, em 2000, aumentando ainda mais os níveis de desigualdade, enquanto os 20% mais ricos em 2000 era de 65,2%, 28 vezes superior à dos 20% mais pobres. No ano de 2010 o município possuía 9% da população abaixo do nível de indigência, 20,7% entre a linha de indigência e pobreza, e 70,3% acima da linha de pobreza, segundo o censo demográfico do IBGE. Acredita-se, a partir desta pesquisa, que a mecanização das práticas agrícolas, junto com um longo período sem projetos de reforma agrária resultou no aumento da população urbana. Ocasionando o esvaziamento do campo, intensificando as desigualdades sociais existentes, bem como a expansão urbana e a marginalização da população com menor poder aquisitivo. É necessária a continuidade dos projetos de assentamentos, bem como a aplicação de políticas públicas para os trabalhadores do campo, com o objetivo de mantê-los na área rural e propiciar aos mesmos melhores condições de vida, trabalho e moradia. REFERÊNCIAS: FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA ; Índice de Desenvolvimento Socioeconômico; http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/estatisticas/pg_idese_municipios_classificacao_idese.php?ano=1991 &ordem=municipios; 09/2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA; Contagem da população 2010; http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&c=200; 06-2011. INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA; Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária; http://www.portalodm.com.br; 11-2011. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; Atlas do Desenvolvimento Humano 2003 - IDHM; http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH_Municipios_Brasil_2000.aspx?indiceAccordion=1&li=li_Ranking200 3; 09-2012. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO; Objetivos do Milênio; http://www.portalodm.com.br/; 07-2011.