Por uma PETROBRAS decente, a empresa que queremos Contribuição para a construção da nova PETROBRAS, no Governo Lula Presidente Este é um documento aberto, ou seja, para ser debatido, complementado, revisto. Sua intenção é chamar a atenção para alguns pontos considerados importantes e abrir o debate sobre os mesmos. O Governo Lula deverá resgatar o papel histórico e estratégico da PETROBRAS. E tem amplas condições para isso. Este papel é: 1. Garantir o abastecimento, em todo o território nacional, de petróleo, gás e derivados. 2. Fomentar o desenvolvimento econômico, notadamente o industrial, do país. 3. Fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, do país, incluindo aí o desenvolvimento da engenharia nacional. Para atingir os objetivos acima, será necessário o resgate, especialmente em nível interno, de valores fundamentais, quais sejam: 1. Democracia nas relações de trabalho 2. Transparência gerencial em todos os níveis 3. Ética nas relações internas e externas. É essencial, portanto, democratizar e também “desprivatizar” a empresa para que ela possa desempenhar seu papel constitucional e político. Estas não são tarefas fáceis nem rápidas, entretanto necessárias, urgentes, mas sobretudo possíveis. Para conduzi-las será necessário um amplo processo de reformulação e reestruturação da empresa, em todos os seus níveis. São listadas a seguir alguns pontos, que a nosso ver, propiciarão um atingimento mais rápido, eficaz e principalmente duradouro destes objetivos. 1. Reestruturação da empresa A PETROBRAS passou por uma grande reestruturação há pouco tempo. Obviamente seguindo os interesses que imperavam no governo da época. A marca, o ícone, deste processo foi a criação das “Unidades de Negócio”. Os interesses do novo governo são outros e identificados com as lutas do povo brasileiro. Para conseguir que a nossa empresa cumpra seus objetivos maiores, fazse necessário uma outra reestruturação! Faz-se necessário construir uma nova PETROBRAS. A seguir são descritas ações que poderão propiciar esta mudança. 1.1.Planejar e executar uma nova reestruturação da empresa, dando voz a amplos setores da sociedade. Este processo deverá ser conduzido pelos próprios empregados, principalmente os lotados em cada estrutura a ser reformulada, em consonância com as diretrizes do novo governo. 1.2.Revisão do Estatuto e de todos as normas, regulamentos, procedimentos, outros estatutos etc à luz da nova direção política do país. Ver matéria de capa do “AEPET Notícias” nº 252, 2ª quinzena de outubro: “A mágica dos cartolas” 1.3.Incluir efetivamente no Conselho de Administração da empresa, representantes escolhidos pelos empregados através de eleição direta. 2. Relações com os Sindicatos 2.1.Ainda será uma relação patrão X empregado, capital X trabalho e deve permanecer uma relação de independência. 2.2.Deverá ser uma relação ética, sem engodo (TV executiva para as reuniões de negociação, por exemplo), dando realidade ao próprio Código de Ética impresso e distribuído pela empresa 2.3.A empresa deverá buscar a iniciativa e persistência na negociação e diálogo (negociar com os sindicatos ao mudar normas, inclusive técnicas; diretrizes; planos de cargos e salários etc) 2.4.Garantir a participação obrigatória dos sindicatos em CIPAS, comissões de investigação, auditorias, revisões de diretrizes e normas etc, conforme acima. 3. Política de Recursos Humanos 3.1.Fim das discriminações para com os novos empregados 3.2.Valorização do corpo técnico da empresa, reconhecendo o seu papel de detentor, gerador e disseminador de conhecimento e tecnologia. 3.3.Acabar com a política de estímulo à subserviência (bônus, enorme diferença entre o RG e o salário normal, decisões por “critério gerencial” etc) 3.4.Extinção imediata do bônus e cargos de consultores até a conclusão do processo de reestruturação 3.5.Critérios claros, negociados, eqüânimes e independentes de “decisão gerencial” para promoções e atos que possam ser encarados como concessão de benefícios, prêmios etc (viagens ao exterior, treinamento, pós-graduação etc) 3.6.Reformular completamente a política de Remuneração Variável e promoção (GDP, bônus, PLR, consultores técnicos, supervisores, coordenadores, RGs etc) de forma transparente e acordada com os empregados. 3.7.Rever as distorções das RGs (reduzir a diferença, "abrir o contra-cheque" etc) 3.8.PLR linear com um valor máximo baixo e baseada em critérios claros, negociados previamente com os sindicatos. 3.9.Ampliação da contratação de empregados (sempre por concurso, obviamente), inclusive para redução da terceirização. 3.10.Revisão geral do Plano de Cargos e Salários, sempre de forma negociada com os sindicatos. 4. Democracia na Hierarquia 4.1.Incentivo e ampliação das Ouvidorias, com transparência e divulgação de relatórios de atividades. 4.2.Gerentes setoriais escolhidos dentre os empregados lotados nos respectivos setores e por estes empregados, através de eleições diretas. 4.3.Instituição de conselhos setoriais, formado por todos os empregados de cada setor, com reuniões setoriais periódicas. E funcionando como um conselho parlamentar, ou seja, uma instância superior ao gerente setorial, inclusive com poder de destituí-lo e empossar novo (sempre conforme o item anterior). 4.4.Votação de lista dupla ou tríplice para escolha de gerentes executivos 4.5.Após um período de transição: 4.5.1. Lista múltipla para o presidente da empresa, aos moldes das reitorias das universidades; 4.5.2. Gerentes escolhidos dentre os gerentes setoriais eleitos; gerentes executivos escolhidos dentre os gerentes eleitos e assim sucessivamente até o presidente, que será escolhido através da lista múltipla. 4.5.3. Reuniões periódicas dos trabalhadores da respectiva estrutura funcionando como um conselho. 4.6.Instituir audiências com os gerentes executivos e outros níveis. 5. Política de Contratação de Novos Projetos Priorizar a realização de obras no Brasil com mão-de-obra brasileira, em atendimento ao seu papel histórico e estratégico, conforme explicitado no início deste documento As contratações deverão ser segmentadas por contraposição de interesses. Ou seja, separar os contratos de projeto executivo (com acompanhamento da montagem e entrega), construção & montagem, condicionamento (com acompanhamento do projeto e montagem) etc 6. Política de terceirização 6.1.Revisão e auditoria nos contratos de terceirização, para eliminar distorções de preço, necessidade, cessão de tecnologia etc. 6.2.Substituição gradual da mão-de-obra terceirizada por mão-de-obra própria nas atividades permanentes da empresa (ver item 3.9). 6.3.Nos critérios de pontuação dos concursos, levar em consideração, de alguma forma a ser ainda estudada, a experiência anterior dos candidatos que sejam trabalhadores terceirizados já há muito tempo trabalhando nas atividades a serem “primeirizadas”. 7. Política de TI Defesa, incentivo, desenvolvimento E USO do software livre (baseado em GNULinux, no caso de microcomputadores). Tanto no uso corporativo (geral, administrativo), como no uso técnico, científico e operacional (sws de projeto, supervisórios, por exemplo) 8. Política para Fontes Alternativas de Energia Defesa, incentivo, desenvolvimento E USO de tecnologia de fontes alternativas de energia. 9. Política empresarial Estudar a reoperacionalização da Interbrás. Assinam este documento: 1. Nilson Caetano S. Jr. (Engenharia/EEPTM) 2. Luiz Eduardo L. Valadão (Engenharia/EEPTM) 3. A. Sérgio A. Marti (Engenharia/EEPTM) 4. João R. Coelho (Engenharia/EEPTM) 5. Romero R. Aguiar (Engenharia/EEPTM) 6. Márcio Santos Arueira (Engenharia/EEPTM) 7. Ivan Prieto Rinaldi (Engenharia/EEPTM) 8. Sérgio F. Castellani (Compartilhado/RSUD/NAE) 9. Sandra Mara L. Farah (Compartilhado/RSUD/NAE) 10. Roberto Peres Soares (Compartilhado/RSUD/NAE) 11. Carlos Luiz Pituba Martins (Compartilhado/RSUD/NAE) 12. Ézio Carneiro de Menezes Guerra (Compartilhado/RSUD/SRQV) 13. Roberto de Oliveira Valente (Compartilhado/RSUD/SRQV) 14. Cecília Maria Reis Silva Proença (Compartilhado/RSUD/CI) 15. Silvio Sinedino Pinheiro (TI-E&P)