As tendências actuais dos Investimentos em TI
Gonçalo João Vitorino de Jesus
Departamento Engenharia Informática, Universidade de Coimbra,
Pólo II, 3030-Coimbra, Portugal
Email: [email protected]
Resumo: Neste artigo apresentam-se análises estatísticas, e conclusões sobre
os resultados destas, que ajudam a perceber as tendências dos Investimentos
em Tecnologias e Sistemas de Informação nas empresas, tanto no geral como
em casos específicos (pequenas-médias e grandes empresas). É estabelecida
uma previsão dos orçamentos e investimentos para o ano de 2006, que,
juntamente com o conjunto de ideias apresentado para como obter o maior
sucesso possível dos investimentos em TI, possa ajudar os responsáveis do
departamento informático das empresas a fazer algumas escolhas acertadas.
Palavras-chave: IT Spending; IT Budgeting; Investimentos; Tendências.
1 Introdução
A gestão dos investimentos em TI (Tecnologias de Informação) é uma das áreas
nucleares do IT Business. Ligada aos investimentos estão os termos IT Investments, IT
Budgeting e IT Spending, todos eles ligados, por sua vez, à parte financeira do IT
Management.
Quando falamos de IT Spending falamos propriamente dos Investimentos em
Tecnologias de Informação. Estes investimentos compreendem, no geral,
desenvolvimento de software, aquisição de software, migrações/actualizações de
plataformas, aquisição de hardware, entre outros investimentos menores (diversos).
O IT Budgeting refere-se ao orçamento previsto para os investimentos no
departamento de Informática de uma Empresa. Este orçamento será gerido pelo CIO
(Chief Information Officer), mas quem atribui as verbas incluídas será ou o CEO (Chief
Executive Officer) ou o CFO (Chief Financial Officer).
IT Investments referem-se aos investimentos em TI, o que acaba por estar incluído
em IT Spending, daí a maior importância dada este termo.
Após esta Introdução aos termos mais utilizados no artigo, segue-se, no Ponto 2,
uma introdução técnico-teórica à Gestão de Investimentos em TI, que tem o objectivo de
proporcionar ao leitor a possibilidade de recordar alguns princípios básicos do
funcionamento dos Investimentos em Tecnologias e Sistemas de Informação (SI/TI).
No Ponto 3, o leitor poderá observar o comportamento actual e as previsões dos
Investimentos em TI/SI no próximo ano, de uma forma global, abrangendo assim todas as
empresas e negócios do Mundo inteiro.
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No Ponto 4, o leitor terá acesso a uma comparação pormenorizada das tendências
dos Investimentos em TI/SI entre as empresas de pequena-média dimensão e as de grande
dimensão.
Por fim, surge a Conclusão (Ponto 5) onde se refere alguns erros comuns nos
investimentos e possíveis soluções. Serão dados alguns conselhos generalistas e
específicos, após um apanhado global do artigo.
2 Gestão de Investimentos em TI
Foi dito na introdução que todos os termos enunciados estavam ligados à Gestão de
Investimentos em TI, mas não de que forma. Para se perceber basta analisar a Figura 1, e
reparar que geralmente é seguida uma sequência lógica.
Práticas da Gestão de Investimentos em TI
Princípios de
IT Budgeting
Planeamento
do Orçamento
e Gestão de
Projectos de
TI
Justificação
dos Gastos
em TI
IT Spending
Figura 1: Gestão de Orçamentos e Investimentos de TI (baseado em [1])
A primeira tarefa é então o IT Budgeting, que como uma ferramenta de gestão de TI,
é geralmente ignorada ou mesmo subvalorizada [1]. Tal como em todas as áreas, os
orçamentos são “um conjunto concreto de estratégias e planos, em termos de dinheiro”[1],
porém, orçamentos e orçamentação continuam a ser uma fonte de confusão e frustração
para muitos profissionais não ligados à parte financeira.
A orçamentação fornece um ponto de começo para cortar nos custos, à medida que
também força o pensamento de como fornecer o mesmo serviço com menos dinheiro. Até
aqui nada de novo, só que se trata de fazer orçamentos num ambiente informático, o que
é notoriamente difícil. Isto porque, enquanto a lógica exige que um Orçamento do
Departamento Informático siga o Orçamento do Negócio, a realidade exige uma
orçamentação simultânea. Um Orçamento do Departamento Informático deve ser feito
depois dos objectivos do Negócio serem delineados, depois dos orçamentos de todos os
outros departamentos base estarem concluídos, só depois disto é que se sabe quais vão ser
as necessidades actuais do Negócio.
Desta forma, baseando-se nas necessidades e objectivos do Negócio, o Orçamento
Informático pode ser relativamente simples de obter. Mas devido à falta de comunicação
entre o Departamento Informático e os Business Departaments, o processo de IT
Budgeting fica “encalhado” frequentemente.
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Pode-se considerar que para se executar o processo de IT Budgeting tem de se saber:
como é que os orçamentos são feitos, tanto para IT Projects como para as actividades
recorrentes; o porquê do processo de orçamentação funcionar da forma que funciona;
quem é que está envolvido, e porque ninguém falará pelo Departamento Informático se os
profissionais dessa área não participarem efectivamente; e, o que é que se pode fazer para
tornar os orçamentos mais úteis.
A segunda tarefa, Planeamento do Orçamento e Gestão de IT Projects, pertence ao
conjunto de capacidades que qualquer gestor de projectos deve possuir. Esta tarefa
consiste basicamente em: desenvolver e refinar estimativas de orçamentos, à medida que
os projectos vão evoluindo desde a origem até ao plano concretamente; ler, perceber, e
agir sobre a informação no orçamento standard e accounting reports; avaliar as
implicações de determinadas mudanças propostas no orçamento, e justificar essas
mudanças; e principalmente, solucionar problemas, tais como incertezas no planeamento,
aprovações fora de prazo, variações significativas de custos, e custos não previstos.
A Justificação dos Investimentos em TI é a terceira tarefa da Gestão Financeira do
Departamento Informático, relacionada com os Investimentos/Gastos.
Segundo [2], os gestores de TI das empresas estão a ser pressionados para
executarem a análise dos seus investimentos com o intuito de justificar os gastos em TI.
Isto acontece devido a várias razões: os administradores e accionistas pretendem saber
como o orçamento das TI é gasto; os projectos de TI competem com outros projectos por
uma parte do orçamento; e existe um crescente interesse em perceber como as TI
proporcionam valor às organizações.
A verdade é que os projectos não se justificam a eles próprios, é por isso que são
necessárias justificações do orçamento escritas. Uma forma efectiva de justificações é
uma concisa “decision package” [1] que permite às pessoas, encarregues de decidir, o que
estas precisam de saber para tomar as decisões dos orçamentos, de forma informada.
A justificação pode passar também pela mensuração dos potenciais benefícios para
a organização, de modo a avaliar a eficácia do investimento [19]. Estes benefícios não
devem ser apenas a nível financeiro, deve-se também ter em conta: a satisfação dos
utilizadores; a satisfação dos clientes; a inovação; a aprendizagem; o alinhamento com a
estratégia; e a articulação com a cultura empresarial.
Para mensurar os benefícios existem várias abordagens ao dispor do gestor, não
havendo uma única abordagem abrangente e consensual: Return on Investment (ROI);
Applied Information Economics (AIE); Matriz de McFarlan – McFarlan’s Strategic Grid;
Balanced Scorecard; IT Balanced Scorecard; Customer Index; Economic Value Added
(EVA); Economic Value Sourced (EVS); IT Portfolio Management; Real Option
Valuation (ROV); Gestão de Benefícios – Benefits Management; etc.
A última tarefa, IT Spending, refere-se propriamente à acção de investir, neste caso,
em Tecnologias e Sistemas de Informação. Tendo por base o Orçamento do
Departamento Informático, o CIO de uma empresa é que decide naquilo que vai investir.
Num estudo de Dale Foster, em [18], mostra-se que em cada dólar de investimento em TI,
25% vai para o desenvolvimento do software, outros 25% para a manutenção, 14% para
as redes, 10% para os centros de dados, 9% para a aquisição do software, 8% para a
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migração da plataforma, 7% para a aquisição do hardware e os 3% finais para outros
custos diversos.
3 Tendências dos Investimentos em Tecnologias e Sistemas de
Informação – Overall IT Spending
Nesta secção pretende-se mostrar quais movimentos previstos para o ano de 2006
dos Investimentos em Tecnologias e Sistemas de Informação das empresas, no geral.
Como se pode imaginar, é impossível quantificar em dinheiro quanto é que cada empresa
deve investir, por isso todas as estatísticas aqui apresentadas serão relativas (em
percentagem ou através de índices definidos) aos investimentos do ano anterior, 2005.
3.1
Análise Estatística
A análise aqui feita é baseada no estudo estatístico apresentado em [23], pela CIO
Magazine. Esse estudo foi elaborado com base num inquérito distribuído a 5,000 CIOs
(2,000 definidos pela CIO e os restantes 3,000 seleccionados pelos leitores da revista). As
empresas abordadas representavam um conjunto alargado de ramos da indústria incluindo
Serviços Tecnológicos (12%), Finanças (11%), Serviços de Saúde (11%),
Governamentais (10%), Educação (8%), entre outros.
Actualmente prevê-se que os orçamentos dos Departamentos Informáticos irão
aumentar, no ano de 2006, em 7,1% [23], o que revela o optimismo dos CIOs
inquiridos.
No estudo referido, os CIOs foram questionados acerca da intenção de aumentarem
(ou diminuírem, ou então manterem) os Investimentos em TI (principalmente nas
categorias que aparecem no estudo, e que irão ser referidas na próxima subsecção). Os
resultados foram os seguintes:
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(
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*
47,3%
+
12,4%
Figura 2: Expectativas (em %) do Overall IT Spending (baseado em [23])
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Estes resultados revelam o optimismo já referido, mas revelam também alguma
apreensão, relacionada com facto de que o aumento previsto dos orçamentos ser
relativamente baixo. Desta forma, tendo em conta o gráfico da Figura 2, denota-se que
47,3% dos CIOs preferem manter o mesmo nível de investimentos em TI. Os mais
optimistas crêem que o aumento do orçamento vai dar para aumentar os investimentos,
daí os 38,6% dos inquiridos pensarem dessa forma. Os 12,4% que afirmam irem diminuir
os investimentos, fazem parte de uma minoria que não exprime o optimismo exposto
neste estudo.
3.2
Em que Tecnologias de Informação é prioritário investir?
No estudo referido atrás, foi pedido aos CIO’s a intenção deles em investirem nas
categorias mencionadas. Estes são os resultados:
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8
*
1
1
7
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+
*
6
2
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5
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3 1 4
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Figura 3: Intenção de Investir em cada uma destas categorias, relativamente aos investimentos feitos no ano
de 2005 (baseado em [23])
Pode-se facilmente analisar que é dada prioridade à Segurança e aos Storage
Systems.
Noutro estudo [22], é referido que os investimentos prioritários deste ano
(2005/2006) incluíram upgrades a equipamento antigo e plataformas não suportadas,
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consolidação contínua de bens e operações para cortar custos administrativos, segurança,
integração de aplicações e sistemas de armazenamento de informação. O que contraria os
resultados dos anos anteriores onde os ERP, CRM, Business Intelligence e portal Web
eram a prioridade. Dá a entender que, na generalidade, as empresas já investiram nos
componentes principais do Sistema de Informação e agora tentam rentabilizar cada vez
mais esses investimentos antigos, actualizando os sistemas.
3.3
A realidade das estatísticas
Esta subsecção serve apenas para o leitor não se esquecer da flutuação das previsões
que aqui encontra, e também nas referências.
O mundo dos negócios e investimentos está “constantemente a mudar”, algo que
está relacionado com os acontecimentos actuais que afectam as finanças mundiais, por
exemplo, o aparecimento recente do Furacão Katrina que devastou uma pequena parte
dos Estados Unidos da América. Devido a esse furacão, os preços do petróleo
aumentaram, o que causou estragos nas previsões dos orçamentos para os Investimentos
em TI, das empresas, para o ano de 2006, fazendo com que baixasse de um aumento de
7.1% para um aumento de 2.9% ([20]).
4 Investimentos em Tecnologias de Informação das Pequenas
e Médias Empresas versus Grandes Empresas
4.1 Em termos relativos, quem investe mais em TI?
4.1.1
Análise Estatística
Já à bastante tempo que se considera que “as empresas maiores têm vantagem sobre
as mais pequenas quanto a investimentos em Tecnologias de Informação” [7].
Porém pesquisas recentes ([5]) afirmam que o tamanho da empresa não importa e
que aquelas que investem mais em TI nem sempre são as “vencedoras”. De acordo com a
mesma fonte, as empresas pequenas e médias (Small-Medium Business - SMB) mais bem
sucedidas revelam-se mais económicas que a maior parte das grandes empresas.
Numa análise estatística feita pela Alieanan [5], onde foram questionadas 8,000
empresas em todo o mundo. A métrica utilizada para distinguir as empresas foi o
rendimento anual (R.A.). Uma empresa foi considerada:
Uma Grande Empresa se apresentava um rendimento anual maior que 2
Biliões de Dólares;
Uma Média Empresa se apresentava um rendimento anual entre 50
Milhões de Dólares e 2 Biliões de Dólares;
Uma Pequena Empresa se apresentava um rendimento anual menor que
50 Milhões de Dólares
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Foram obtidos os seguintes resultados:
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Quadro 1: Investimentos Médios em TI, em termos percentuais (baseado em [5])
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Quadro 2: Investimentos Médios em TI, em dólares (baseado em [5])
Após uma rápida análise nos quadros acima (Quadro 1 e 2), verifica-se que apesar
do menor poder de compra (menos rendimentos), são as empresas menores (pequenas e
médias) que mais investem em TI.
Outro dado interessante, obtido no estudo da Alieanan, é o facto de que as taxas de
investimentos (elevadas) das pequenas empresas mantêm-se como regra para a
generalidade destas. No caso das médias empresas, as taxas mais elevadas acontecem nas
empresas onde o investimento em TI é crítico para o sucesso destas, tais como indústrias
fornecedoras de serviços financeiros e indústrias ligadas à área das Tecnologias de
Informação e Telecomunicações.
4.1.2
O porquê destes resultados?
Os investimentos em TI feitos pelas pequenas-médias empresas são geralmente
denominados “cash-flow issues” [8]. Estes tipos de investimentos servem no imediato
para solucionar problemas.
Segundo [8], as pequenas-médias empresas investem em TI esperando um Return
On-Investment (ROI) num prazo de 6 meses ou menos, enquanto as empresas maiores
têm mais tempo para ter esse retorno financeiro. É por causa deste tipo de investimentos
(cash-flow issues) e de orçamentos baixos que as empresas menores “investem apenas
naquilo que pensam ser o que é necessário”, pois existe uma tendência de adquirir
tecnologia apenas quando o equipamento avaria ou quando é necessário uma actualização
(testemunhado em [8], por um CIO). Nota: na Conclusão são referidas soluções “rápidas”
para uma melhor política de investimentos, mas a solução genérica passa sempre por uma
boa gestão de investimentos (ver Ponto 2).
Basicamente, as empresas de pequena-média dimensão tendem a investir mais para
terem um maior retorno mais rápido, enquanto as grandes empresas podem investir
menos mas extraem mais valor desses investimentos (baseado em [5]).
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4.2 Tendências Actuais dos Investimentos em TI das PequenasMédias Empresas
4.2.1
Análise Estatística
Actualmente, as pequenas-médias empresas estão bastante optimistas com os
investimentos em Tecnologias de Informação no próximo ano (2005/2006) [11].
Recentemente a CRN [11] emitiu um report com os resultados de um inquérito a
200 CIOs de SMBs, de forma a saberem quais são as tendências globais das SMBs no
que respeita aos Investimentos em TI.
Inicialmente, perguntaram aos CIOs quais eram as suas expectativas para os
Investimentos em TI no ano de 2006, relativamente ao ano anterior:
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44%
46%
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*
+
10%
Figura 4: Expectativas (em %) dos Investimentos em TI das Pequenas-Médias Empresas em 2006,
relativamente ao ano de 2005 (adptado de [11])
Como se pode verificar, apenas 10% das SMBs inquiridas vão diminuir os seus
Investimentos em TI (ou orçamentos para TI) no próximo ano, o que acaba por ser um
dado bastante positivo, até por que 44% acreditam mesmo num aumento.
Seguidamente, perguntou-se às 87 (44%) empresas, que irão aumentar esses
Investimentos, quanto pensam aumentar:
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2
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Figura 5: Expectativa (em %) do Aumento dos Investimentos das Pequenas-Médias Empresas que
planearam ter um Aumento de IT Spending em 2006 (adaptado de [11])
Mais uma vez pode-se confirmar que as Empresas de Pequena-Média Dimensão
estão a apostar forte nos Investimentos em TI. Algo que já foi comentado no início deste
Ponto (Ponto 4.1).
Após isto, colocou-se a mesma pergunta, mas relativamente aos decréscimos, às 21
empresas (10%) que irão diminuir os Investimentos em TI:
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=2
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Figura 6: Expectativa (em %) do Decréscimo dos Investimentos das Pequenas-Médias Empresas que
planearam ter um Decréscimo de IT Spending em 2006 (adaptado de [11])
Daqui a única conclusão a retirar é que os decréscimos de Investimentos em TI,
para além de ser em menor proporção que os aumentos, também são menos acentuados,
pois centram-se em grande parte no intervalo dos 11%-15%.
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4.2.2
Em que Tecnologias de Informação vão investir?
De acordo com [4], onde o NPD Group fez um inquérito online, obtendo 1,000
resultados de entrevistas com Executivos de Pequenas-Médias Empresas (em que o
número de empregados variava entre 5 e 1,000) em todo o Mundo, responsáveis pela
avaliação e selecção de TI e serviços para a sua empresa, e com conhecimentos acerca do
Orçamento de TI.
Nesse estudo considerou-se existirem 3 grandes categorias dos Investimentos em TI:
hardware, software e serviços.
Destas 3 categorias, são nos Serviços que se espera haver o maior aumento de
Investimentos, com as empresas (de pequena-média dimensão) a investirem em média
mais 20%-25% do Investimento Total em TI. [4]
Na categoria do Hardware, são esperados aumentos de investimentos em
Computadores Desktops e Portáteis. [4]
Segundo [6], onde foi feita uma análise pela AMI-Partners, na categoria do
Software, é referido que as SMB estão a adquirir cada vez mais software dedicado à
gestão das empresas (enterprise software applications) de forma a adquirir novas
eficiências nos processos de negócio. O estudo refere que tem havido um aumento de
aquisição de aplicações de automação, tais como, sistemas de Customer Relationship
Management (CRM), Sales Force Automation (SFA), Enterprise Resource Planning
(ERP), e Supply Chain Management (SCM).
Estas previsões baseiam-se nos indicadores do último ano (2004/2005) [6], em que
se verificou um aumento de 26% de SMB a utilizarem aplicações de CRM e SFA, e um
aumento de 16% de empresas a adquirirem soluções de ERP e SCM. A razão apresentada
é a necessidade das Pequenas-Médias Empresas estabelecerem ligações electrónicas com
as empresas maiores.
Seguindo outra análise estatística [11], onde foi pedido a 200 CIO de PequenasMédias Empresas para cotarem 11 categorias numa escala de 1 a 5, onde o 5 é
considerado “Investimento de Elevada Prioridade” e o 1 “Investimento de Baixa
Prioridade”.
Entre as categorias relacionadas com a Internet, a Segurança e Web Services
aparecem no Top 7. Ainda em Internet-Based encontravam-se: Application/Database
Development, Intranet Development, CRM, VoIP e Application Integration.
Das categorias relacionadas com o Hardware/Software convém referir a elevada
prioridade dada às aquisições de PC Servers, Unix Servers, Networking Software e
Peripherals rose.
Após uma análise global a todos as referências, pode-se concluir que os Hotspots
das actividades de Investimentos em TI incluem Internet Infrastructures, Web Services,
Wireless Networking, Data Storage, e Segurança.
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4.3 Tendências Actuais dos Investimentos em TI das Grandes
Empresas
4.3.1
Análise Estatística
Nota: A falta de estudos acerca deste assunto faz com que a análise não seja tão
completa e tão recente como a anterior.
A análise das tendências e estado actual dos Investimentos em Tecnologias e
Sistemas de Informação das Grandes Empresas (Enterprises) foi baseada em [15], onde a
CRN fez um inquérito a 125 Executivos da área dos investimentos em TI de Grandes
Empresas (empresas com mais de 1,000 empregados).
Primariamente foi colocada a seguinte questão a esses executivos: “Espera que o
nível de investimentos em TI da sua empresa aumente, diminua ou mantenha nos
próximos 12 meses?”.
Estes foram os resultados:
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+
Figura 7: Expectativas (em %) dos Investimentos em TI das Grandes Empresas em 2005/2006,
relativamente ao ano de 2004 (adaptado de [15])
Seguidamente, foi feita outra questão aos Executivos das Empresas que esperam
aumentar os investimentos: “Qual a percentagem dos aumentos dos Investimentos em
TI?”. Com os seguintes resultados:
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Figura 8: Expectativa (em %) do Aumento dos Investimentos das Grandes Empresas que planearam ter um
Aumento de IT Spending em 2005/2006, relativamente ao ano de 2004 (adaptado de [15])
Comparando com os resultados do Análise das Tendências dos Investimentos em TI
das Pequenas-Médias Empresas, rapidamente se conclui que existe mais vontade de
aumentar os Investimentos em TI (52% das Grandes Empresas vão aumentar o IT
Spending versus 44% das Pequenas-Médias Empresas). E que dentro das empresas que
vão aumentar os Investimentos em TI, são novamente as Grandes Empresas que parecem
apostar mais forte nesse aumento, 62% das Grandes Empresas vão aumentar os
investimentos em mais de 20%, enquanto apenas 35% das Pequenas-Médias vão
aumentar mais de 20%.
Nota: À partida estes resultados contrariam o que foi dito no Ponto 4.1, mas é
necessário atentar que o estudo referenciado para a análise feita no Ponto 4.1 abordou
8,000 empresas, ao passo que o estudo, utilizado na análise deste Ponto (4.3), teve uma
amostra muito menor, apenas 125 CIOs, daí o facto de no ínicio se referir que esta análise
não é tão completa como era o desejado.
4.3.2
Em que Tecnologias de Informação vão investir?
Em [9] é apresentado um estudo da CRN que consistiu no inquérito a 125
Executivos de Grandes Empresas (empresas com mais de 1,000 empregados) que
estavam ligados aos investimentos em Tecnologias de Informação. Foi-lhes pedido que
indicassem o nível de prioridade de Investimentos para cada uma das 19 categorias de
Hardware, Software e Internet-related Technology.
Um pouco à semelhança do que aconteceu nos resultados das SMBs, as categorias
consideradas de maior nível de prioridade foram as seguintes: Segurança, Intranet
Development, Web Services, Wireless e e-Commerce.
Ainda noutro estudo, feito pelo Yankee Group, em que foram interrogados 1,100
CIOs, concluiu-se que 8 em cada 10 Empresas vão fazer no final do ano upgrades ao
Software e Hardware. No caso do Software, são esperadas actualizações desde aplicações
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client-server e off-the-shelf até custom software. No caso do Hardware, são esperadas
“consolidações dos servidores, aquisições de blade servers e Itaniums”. [9]
É ainda referido que essas empresas estão a pensar investir na Network
Infrastructure.
5 Conclusão
Ao longo do artigo foi-se dizendo que havia optimismo, junto do CIOs, nos
investimentos em Tecnologias e Sistemas de Informação para o ano de 2006, e sustentouse esta afirmação com dados e análises estatísticas. Porém, isto não quer dizer que um
responsável de um departamento informático possa seguir cegamente estas previsões, e
obter sucesso fácil. Até porque, tal como se pôde constatar no Ponto 3.3, qualquer tipo de
previsão financeira é falível, pois é impossível saber o futuro. Desta forma, alerta-se o
leitor para a existência de certos erros que não devem ser cometidos quando se pensa em
investir em TI (ver “Os Dez Erros Clássicos” em [18]).
Apesar de não existir uma única prática comum de investir que possa determinar o
sucesso da empresa, existem vários conselhos que podem ajudar (baseado em [1], [3], [7]
e [8]):
Em pequenas-médias empresas, os investimentos em TI devem ser geridos
atenciosamente. As decisões acerca dos investimentos mais importantes
devem centrar-se na verificação de se a iniciativa ajuda a empresa a entrar
num novo mercado ou negócio, se fornece uma inovação ou crescimento
contínuos;
As iniciativas de estandardização e consolidação são extremamente
importantes paras as pequenas empresas, pois ajudam a controlar os custos da
infrastrutura das TI;
Para a maior parte das pequenas-médias empresas, a inovação a nível das TI
representa frequentemente menos de 15% do total dos investimentos em TI.
As empresas mais bem sucedidas estão interessadas não só em cortar custos
como também em reduzir os custos das operações básicas, de forma a que os
fundos possam ser deslocados para as iniciativas de inovação;
As empresas não podem correr o risco de se tornarem complacentes, devem
procurar maximizar investimentos estratégicos e inovadores, e
simultaneamente minimizar custos correntes de migrações de TI, upgrades,
gestão e suporte.
Alguns destes conselhos podem parecer simples e básicos, e alguns são mesmo, só
que devido a isto é comum serem subvalorizados e/ou ignorados. A estas quatro ideias
poderíamos juntar muitas mais, só que estas sobressairam nas empresas que as
implementaram pois foi crucial para o sucesso dos investimentos efectuados.
Com este artigo, pretende-se que o leitor para além de ficar com uma noção
pormenorizada das tendências actuais dos Investimentos em TI, também fique com os
conhecimentos base e conselhos importantes que possam ajudar nos processos de IT
Budgeting e IT Spending.
!!"# !!$
Referências
1. http://www.rms.net
2. António Videira, Paulo R. Cunha, "Avaliação de Investimentos em
Sistemas e Tecnologias de Informação: Um guia para Gestores", in Proc.
of the 6a Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de
Informação (CAPSI), Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas
de Informação (CAPSI), Bragança, Portugal, October, 2005
3. Jan Vromant, “Benefiting from the IT Financial Management Process”,
http://itmanagement.earthweb.com/service/article.php/3303471,
in
February 28, 2005
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http://news.com.com/Study+Small+firms+IT+spending+to+grow/21007342_3-5710557.html , May 17, 2005
5. Tom Pisello, “IT spending at midsized companies: How much does size
matter?”,
in
http://searchsmb.techtarget.com/originalContent/0,289142,sid44_gci11296
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6. Tech Bytes, “Small Business IT Spending Trends”, in
http://www.onlypunjab.com/tech/fullstory-newsID-304.html , October 10,
2004
7. Andy McCue, “Medium-sized firms top IT big spenders league” in
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419,00.htm , January 27, 2005
8. Thomas Hoffman, “IT strategies at small firms seen differing from big
companies”, in
http://www.computerworld.com/managementtopics/management/itspendin
g/story/0,10801,88047,00.html , December 10, 2003
9. Edward F. Moltzen and John Roberts, “Big Companies Spending More
On Business Technology”, in TechBuilder.org:
http://www.techbuilder.org/news/59201085 , July 26, 2004
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http://www.cioupdate.com/trends/article.php/3549596 , September 16,
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!!"# !!$
11. John Roberts, “CRN Monthly Research Report, August”, in
http://www.crn.com/showArticle.jhtml?articleId=169600039&pgno=4 ,
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12. John Roberts, “Steady As She Goes For Small Business IT Spending”, in
http://www.smallbizpipeline.com/showArticle.jhtml?articleID=165702686
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