Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400, 3824-5433 (teleatendimento), fax (11) 3824-5487 Email: [email protected] | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP Presidente: Luiz Fernando Nóbrega Gestão 2012-2013 IFRS para PMEs: Seção 14 Investimento em Controlada e em Coligada Elaborado por: José Hernandez Perez Júnior O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). Acesso gratuito pelo portal do CRC SP www.crcsp.org.br A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Julho 2012 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Canal IFRS - PMEs TEMA: CPC PME NBC TG 1000 Seç Seção 14 Investimento em Controlada e em Coligada José José Hernandez Perez Jú Júnior Alcance desta Seç Seção A Seç Seção 14 trata, primariamente, da contabilizaç contabilização de investimentos em entidades coligadas e controladas nas demonstraç demonstrações contá contábeis de investidor. investidor. A elaboraç elaboração de demonstraç demonstrações contá contábeis consolidadas (aplicá (aplicável quando a investida ou investidas são controladas) é objeto da Seç Seção 9. 2 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Conceituaç Conceituação Geral Demonstraç Demonstrações individuais (obrigató (obrigatórias) São demonstraç demonstrações contá contábeis de uma única entidade econômica. Conceituaç Conceituação Geral Demonstraç Demonstrações consolidadas (obrigató (obrigatórias) São demonstraç demonstrações contá contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico) apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. 3 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Conceituaç Conceituação Geral Demonstraç Demonstrações separadas (não obrigató obrigatórias) Optativas e adicionais às obrigató obrigatórias. Investimento societá societário avaliado por valor justo ou ao custo. Demonstrações individuais (adoção do MEP) Empresa Holding com os seguintes Investimentos: 70% PL de ALFA 30% PL de BETA 70% DO CAPITAL CONTROLADA Empresa ALFA Demonstrações individuais 30% DO CAPITAL COLIGADA Empresa BETA Demonstrações individuais 4 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Demonstrações consolidadas ALFA = ELIMINADA BETA = MEP Empresa Holding 70% PL de ALFA 30% PL de BETA 70% DO CAPITAL CONTROLADA Empresa ALFA Demonstrações individuais 30% DO CAPITAL COLIGADA Empresa BETA Demonstrações individuais Definiç Definição de entidade coligada (14.2) Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa e que não é nem controlada nem investimento em empreendimento controlado em conjunto. 5 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Influência significativa (14.3) É o poder de participar nas decisões da polí política financeira e operacional da entidade coligada. (a) se o investidor deté detém, direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de controladas), 20% ou mais do poder de voto da entidade coligada, coligada, presumepresume-se que o investidor tem influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado não ser esse o caso; Influência significativa (14.3) (b) inversamente, inversamente, se o investidor deté detém, direta ou indiretamente, (por exemplo, por meio de controladas), menos de 20% do poder de voto de uma entidade coligada, é presumido que o investidor não tenha influência significativa, a menos que tal influência possa ser claramente demonstrada. 6 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Conceitos que evidenciam a influência na administração da coligada: a) administradores comuns; comuns; b) poder de eleger um ou mais de seus administradores; c) volume relevante de transaç transações; ões; d) dependência tecnoló tecnológica e financeira; financeira; e) recebimento permanente de informaç informações contá contábeis e planos de investimento ou f) uso comum de recursos materiais, tecnoló tecnológicos ou humanos. 7 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Holding X 70% 50% Empresa Alfa Ltda 90% 20% Holding Y 30% Empresa Beta Ltda 50% 80% Empresa Ceres SA Empresa Gama SA Mensuraç Mensuração - escolha da prá prática contá contábil (14.4) (a) custo; (b) equivalência patrimonial; (c) valor justo. A despeito da norma contemplar os 3 crité critérios, a legislaç legislação societá societária vigente requer, obrigatoriamente, que coligadas e controladas sejam avaliados ao MEP (letra b acima). 8 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Lei nº nº 6.404/76 – Art. 248: No balanç balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que faç façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial. patrimonial. CONTAS CORRELATAS Balanço Patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e 2010 (Expresso em milhares de reais) ATIVO 2011 Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa Contas a Receber Adiantamentos a Terceiros Impostos a Compensar Estoques Outros Ativos 7.990 66.380 4.705 3.560 26.365 1.680 110.680 Não Circulante Impostos Diferidos Depósitos Judiciais Investimento em Coligadas Imobilizado Intangível 4.030 5.455 34.190 1.510 45.185 TOTAL ATIVO 155.865 9 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. CONTAS CORRELATAS PASSIVO Circulante Saques a Descoberto em Bancos Fornecedores Empréstimos a Pagar Impostos e Contribuições a Recolher Outras Obrigações Não Circulante Empréstimos a Pagar Impostos Diferidos Provisão para Contingências Patrimônio Líquido Capital Social Ajuste a Valor Patrimonial (-) Ações em Tesouraria Reserva de Lucros TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2011 2010 2.120 8.650 1.600 7.280 1.780 21.430 1.750 7.200 1.060 6.580 1.580 18.170 12.350 4.900 17.250 17.650 3.950 21.600 108.000 96.000 6.580 7.250 -1.850 -1.850 4.455 13.760 117.185 115.160 155.865 154.930 EMPRESA ABC Demonstração do Resultado do Exercício (Expressa em milhares de reais) 2011 2010 Receita Líquida em Vendas 117.620 93.420 Custo dos Produtos -54.850 -49.950 Lucro Bruto Receitas / Despesas Operacionais Outras Receitas Custo de Distribuição Despesas Administrativas Outras Despesas 62.770 43.470 1.850 2.180 -16.570 -12.490 -23.635 -21.420 -730 -180 -39.085 -31.910 10 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras 23.685 11.560 Resultado Financeiro Líquido -1.380 -1.145 Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 22.305 10.415 IR e CSLL -6.695 -3.980 Resultadolíquido Líquidodas dasOperações OperaçõesContinuadas Continuadas Resultado 15.610 6.435 1.230 850 16.840 7.285 Resultado Resultado líquido Líquidodas dasOperações OperaçõesDescontinuadas Descontinuadas Resultado Líquido do Período Sumário Ilustrativo Demonstrações Contábeis da Investidora Individuais Consolidadas Obrigatórias Separadas Optativa (pro forma) Seção 14.4 Seção 9.2 MEP MEP Valor justo ou custo MEP Eliminadas Valor justo ou custo Coligadas . Ativo não circulante .. Investimentos em coligadas Controladas . Ativo não circulante .. Investimentos em controladas 11 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Método da equivalência patrimonial (14.8) Sob o mé método da equivalência patrimonial, o investimento é reconhecido, inicialmente, pelo preç preço da transaç transação (incluindo os custos da transaç transação), e ajustado, subsequentemente, subsequentemente, para refletir a participaç participação do investidor no resultado e em outros resultados abrangentes da entidade coligada. INVESTIDORA ADQUIRE 20% DO CAPITAL DA INVESTIDA POR $ 250 PL INVESTIDA 01.01 LUCRO XA DIVIDENDOS 31.12.XA PREJUÍZO XB 31.12.XB 1.200 150 (120) 1.230 (70) 1.160 CAIXA DIVIDENDOS (120) 12 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. INVESTIDORA ADQUIRE 20% DO CAPITAL DA INVESTIDA POR $ 250 PL INVESTIDA 01.01 LUCRO XA DIVIDENDOS 31.12.XA PREJUÍZO XB 31.12.XB 1.200 150 (120) 1.230 (70) 1.160 INVESTIMENTO MEP ÁGIO 10 VLR PATRIM 240 AJUSTE XA 30 DIVIDENDOS (24) 31.12.XA 246 AJUSTE XB (14) 31.12.XB 232 CAIXA CUSTO (250) DIVIDENDOS 24 CAIXA DIVIDENDOS (120) RESULTADO GANHO XA 30 PERDA XB (14) Reduç Redução ao valor recuperá recuperável (14.8) Se existe indicaç indicação de que um investimento em uma coligada pode ser reduzido ao seu valor recuperá recuperável, o investidor testa todo o valor contá contábil do investimento para reduç redução ao valor recuperá recuperável como um ativo único. 13 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Qualquer ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) incluí incluído como parte do valor contá contábil do investimento na coligada não é testado separadamente para reduç redução ao valor recuperá recuperável, mas sim como parte do teste de reduç redução ao valor recuperá recuperável do investimento como um todo. GOODWILL ATIVO - CONTROLADA CONTÁBIL AJUSTE VALOR JUSTO ESTOQUE IMOBILIZADO OUTROS TOTAL DO ATIVO PASSIVO PL 100 300 400 800 500 300 10 30 40 110 330 400 840 500 340 CUSTO DE AQUISIÇÃO 400 400 INVESTIMENTO – Valor patrimonial Mais valia – Ativo identificado GOODWILL CUSTO DE AQUISIÇÃO 240 32 272 128 400 ATIVO - INVESTIDORA – ATIVO - INVESTIMENTO VALOR PATRIMONIAL DO INVESTIMENTO Mais Valia – ESTOQUE Mais Valia – IMOBILIZADO ÁGIO – RENTABILIDADE FUTURA ATIVO - INVESTIMENTO TOTAL 240 8 24 128 400 14 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. ATIVO - CONTROLADA CONTÁBIL AJUSTE VALOR JUSTO ESTOQUE IMOBILIZADO OUTROS TOTAL DO ATIVO PASSIVO PL 100 300 400 800 500 300 10 30 110 330 400 840 500 340 CUSTO DE AQUISIÇÃO 250 40 40 250 INVESTIMENTO – Valor patrimonial Mais valia – Ativo identificado BADWILL CUSTO DE AQUISIÇÃO 240 32 272 (22) 250 ATIVO - INVESTIDORA – ATIVO - INVESTIMENTO VALOR PATRIMONIAL DO INVESTIMENTO Mais Valia – ESTOQUE Mais Valia – IMOBILIZADO ATIVO - INVESTIMENTO TOTAL RESULTADO – GANHO – COMPRA VANTAJOSA 240 8 24 272 22 Transaç Transação do investidor com coligadas (14.8) Se o investimento na coligada é contabilizado usando o mé método da equivalência patrimonial, o investidor elimina lucros e prejuí prejuízos não realizados, resultantes de transaç transações da coligada para o investidor e deste para a coligada, na medida da participaç participação do investidor na coligada. 15 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. EXEMPLO 1 – DOWNSTREAM = INVESTIDORA VENDE PARA COLIGADA QUE REVENDE PARA TERCEIROS INVESTIDORA (30%) ADQUIRE MERCADORIAS DE TERCEIROS POR $ 50 INVESTIDORA (30%) REVENDE PARA COLIGADA POR $ 60 COLIGADA REVENDE TUDO PARA TERCEIROS POR $ 80 DORA INVESTIMENTO ESTOQUE COMPRA CMV FINAL ATIVO RESULTADO VENDAS (CMV) LUCRO REP LLE GADA ANTES GADA DEPOIS 50 (50) 0 60 (60) 0 DRE 60 (50) 10 0 10 DRE 80 (60) 20 DORA ANTES 60 DORA DORA DEPOIS 66 50 (50) 0 50 (50) 0 66 DRE 60 (50) 10 6 16 PL 516 60 PL 200 PL 20 PL 220 DRE 60 (50) 10 6 16 PL 16 PL 500 EXEMPLO 2 – DOWNSTREAM = INVESTIDORA VENDE PARA COLIGADA QUE MANTÉM ESTOQUE INVESTIDORA (30%) ADQUIRE MERCADORIAS DE TERCEIROS POR $ 50 INVESTIDORA (30%) REVENDE PARA COLIGADA POR $ 60 DORA INVESTIMENTO ESTOQUE COMPRA CMV FINAL ATIVO RESULTADO VENDAS (CMV) LUCRO REP LLE PL GADA ANTES 50 (50) 0 0 DRE 60 (50) 10 GADA DEPOIS DORA ANTES 60 60 (0) 60 60 DRE 0 (0) 0 10 PL 200 0 PL 200 PL 500 DORA DEPOIS 60 50 (50) 0 60 DRE 60 (50) 10 0 10 PL 510 DORA LNR (3) (3) DRE (3) (3) PL (3) DORA DEPOIS 57 50 (50) 0 57 DRE 60 (50) 10 (3) 7 PL 507 16 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Transaç Transação do investidor com controladas ou entre controladas (14.8) Se o investimento em controlada é contabilizado usando o mé método da equivalência patrimonial, o investidor elimina todos os resultados não realizados resultantes de transaç transações da controlada para o investidor e deste para a controlada, bem como entre controladas. EXEMPLO 3 – UPSTREAM = CONTROLADA VENDE PARA CONTROLADORA QUE MANTÉM ESTOQUE CONTROLADA (80%) ADQUIRE MERCADORIAS DE TERCEIROS POR $ 50 CONTROLADA (80%) REVENDE PARA CONTROLADORA POR $ 60 LADA ANTES INVESTIMENTO ESTOQUE COMPRA CMV FINAL ATIVO RESULTADO VENDAS (CMV) LUCRO REP LLE PL LADA DEPOIS DORA ANTES 160 50 (50) 0 160 DRE 60 (50) 10 PL 200 10 PL 210 DORA DORA DEPOIS 168 60 0 60 60 DRE 60 0 60 228 DRE 0 (0) 0 8 8 PL 508 8 8 PL 500 8 DORA LNR (10) (10) DRE (10) (10) PL (10) DORA DEPOIS 158 60 0 60 218 DRE 0 0 0 (2) (2) PL 498 17 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Data das demonstraç demonstrações contá contábeis da entidade coligada (14.8) Mesma data das demonstraç demonstrações contá contábeis do investidor, a menos que seja impraticá impraticável fazêfazê-lo. Se isso for inviá inviável, o investidor deve utilizar as mais recentes demonstraç demonstrações contá contábeis disponí disponíveis da entidade associada, com os ajustes efetuados para os efeitos de quaisquer transaç transações ou acontecimentos significativos ocorridos entre os finais dos perí períodos contá contábeis, obedecido o limite má máximo de 60 dias. Prá Práticas contá contábeis da coligada (14.8) Se a coligada usa prá práticas contá contábeis que diferem daquelas do investidor, o investidor deve ajustar as demonstraç demonstrações contá contábeis da coligada para refletir as prá práticas contá contábeis do investidor para efeito da aplicaç aplicação do mé método da equivalência patrimonial, a menos que seja impraticá impraticável fazêfazê-lo. 18 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Perdas que excedam o valor contá contábil do investimento (14.8) Se a participaç participação de um investidor nas perdas de coligada for igual ou exceder o valor contá contábil de seu investimento na coligada, o investidor deve descontinuar o reconhecimento de sua participaç participação em perdas adicionais. Apó Após a participaç participação do investidor ser reduzida a zero, o investidor deve reconhecer as perdas adicionais como provisão (ver Seç Seção 21 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes). Divulgaç Divulgação O investidor em coligada deve divulgar o seguinte (14.12): (a) sua prá prática contá contábil para investimentos em coligadas; (b) o valor contá contábil dos investimentos em coligadas; (c) o valor justo dos investimentos em coligadas contabilizados pelo método da equivalência patrimonial para os quais exista cotaç cotação de preç preço publicada. 19 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. Divulgaç Divulgação (14.13) Para investimentos em coligadas contabilizados pelo mé método do custo, o investidor deve divulgar o valor dos dividendos ou outras distribuiç distribuições reconhecidas como receita. Divulgaç Divulgação (14.14) Para investimentos em coligadas contabilizados pelo mé método da equivalência patrimonial, o investidor deve divulgar, separadamente, sua participaç participação no resultado de tais entidades e sua participaç participação em quaisquer operaç operações descontinuadas dessas entidades. 20 CRC SP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional. CONTATO: [email protected] 21